Um longo período de silêncio preencheu o ar.
Um novo Magnata Celestial havia nascido, mas essa ocasião não era tão jubilosa quanto costumava ser.
Era uma ocasião frustrante e triste.
Todos acreditavam que ganhariam um novo colega.
No entanto, ele não era parte deles.
Ele não era como eles.
Ele não compartilhava os mesmos problemas que eles.
Ele não lutava como eles.
Ele não usava os mesmos poderes que eles.
Ele era diferente.
Ele não pertencia ali.
Eles haviam esperado ansiosamente que Gravis se juntasse a eles. Afinal, a maioria deles havia acompanhado Gravis depois que ele causou o Confronto Celestial. Eles sabiam que ele era diferente de certa forma, mas acreditavam que, eventualmente, ele se tornaria um deles.
No entanto, em suas mentes, ele não havia se tornado.
— Uau, hein — disse Sênior Celestial com uma risada constrangida. — Eu queria lhe dar boas-vindas, mas parece que você não precisa da minha recepção. Você parece estar indo muito bem sozinho.
No Reino Magnata Celestial, Gravis não conseguia ver os fragmentos de Lei dos outros Magnatas Celestiais. Por isso, ele não podia ter certeza absoluta do que Sênior Celestial estava pensando.
Gravis apenas virou o olhar para ele.
Quando Sênior Celestial viu Gravis olhando para ele, sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
Era como daquela vez em que o Opositor olhou para ele.
Ele não gostava dessa sensação.
— Enfim, bem-vindo — disse Sênior Celestial, ainda constrangido. — Se precisar de algo, me chame, certo?
Gravis assentiu. — Obrigado.
Gravis não sabia exatamente o que Sênior Celestial estava pensando, mas reconhecia aquela expressão.
Ele já havia visto expressões muito semelhantes há muito tempo.
Quando Gravis entrou no Instituto de Pesquisa para se tornar um Pesquisador Aprendiz, ele fez parte de uma turma.
Depois que Gravis criou sua Aura de Vontade, seus colegas passaram a olhá-lo da mesma forma.
Eles se sentiam desconfortáveis ao olhar para ele.
Naquela época, seus colegas evitavam falar com ele. Não era que o odiassem, mas simplesmente não sentiam nenhuma conexão com ele.
Era como se Gravis fosse um estranho.
Agora, Sênior Celestial exibia a mesma expressão.
Gravis não deveria estar ali.
Era isso que a expressão dizia.
— Sem problema. Nos vemos depois — disse Sênior Celestial com um sorriso constrangido antes de desaparecer.
— Sim, bem-vindo — disse Fonte da Alegria com um sorriso que não chegou aos olhos. — Se precisar de algo, é só chamar, certo?
Gravis apenas assentiu. Fonte da Alegria estava olhando para ele com a mesma expressão.
SHING!
Ela também desapareceu.
Fim da Luz nem sequer interagiu com Gravis antes de desaparecer.
Não havia sentido em falar com ele.
Eles eram pessoas de mundos diferentes.
Os três velhos se entreolharam e partiram sem dizer uma palavra.
Eles estavam muito interessados em Gravis. Talvez Gravis pudesse mudar tudo.
No entanto, também sentiam o mesmo distanciamento que os outros e achavam melhor não entrar em contato com ele.
Era melhor deixar as coisas se desenrolarem.
Mestre Linus olhou para Gravis com uma expressão complexa.
Ele sentia que ele e Gravis eram relativamente próximos. Afinal, Gravis o havia ajudado no passado.
Porém, isso aconteceu quando Mestre Linus ainda detinha a vantagem de poder.
Agora que Gravis havia se tornado mais poderoso do que Mestre Linus em um grau tão grande, ele sentia que não estavam mais no mesmo mundo.
Algumas pessoas sentem um distanciamento quando um amigo de longa data encontra sucesso em uma escala global ou cósmica.
Era como se a pessoa com quem sempre haviam sido amigos não fosse mais a mesma.
Como se outra pessoa tivesse assumido a identidade daquele amigo.
Era exatamente assim que Mestre Linus se sentia agora.
Ele queria conversar com Gravis, mas sentia que não deveria.
Gravis provavelmente estava ocupado com outras coisas.
A visão de Gravis alcançava lugares que Mestre Linus nem conseguia imaginar, e ele achava que deveria deixá-lo seguir seu próprio caminho.
Então, após algumas palavras educadas, Mestre Linus também partiu.
Quanto à Essência do Zero, seus sentimentos por Gravis não haviam mudado.
Ela sempre viu Gravis como um irmão muito distante. Teoricamente, eram parentes, mas não havia nada que realmente os ligasse.
Gravis era apenas um conhecido.
Por isso, a Essência do Zero apenas conversou com Gravis sobre alguns tópicos superficiais e também partiu.
Eles simplesmente não tinham muito em comum, o que tornava a conversa desinteressante.
Então, os olhares de Mortis e Gravis se encontraram.
Eles se conheciam perfeitamente e não precisavam falar para saber o que o outro estava pensando.
Ambos sentiam o que o outro estava sentindo.
Mortis se sentia inferior, desmotivado e pressionado, e Gravis percebeu isso.
Gravis sentia que os sentimentos de Mortis vinham de um lugar irrelevante, e que Mortis tinha qualidades mais do que suficientes para estar no mesmo nível que ele. E Mortis percebeu isso.
No entanto, esses sentimentos foram ofuscados por um sentimento compartilhado.
Insignificância.
Irrelevância.
Ambos sabiam que esses sentimentos não importavam no grande esquema das coisas.
Com a finalidade de seus futuros em mente, qualquer problema emocional atual perdia seu impacto e relevância.
Por isso, Mortis partiu sem dizer uma palavra.
Os dois não precisavam falar.
Mesmo sendo seres separados, seus Espíritos ainda estavam perfeitamente sincronizados.
Tudo o que precisava ser dito entre os dois já havia sido dito.
Agora, eles apenas precisavam seguir rumo ao fim.
O Filho do Céu não interagiu com Gravis. Assim como todos os outros, ele sentia que Gravis não fazia mais parte de seu mundo.
O Filho do Céu era essencialmente o líder do mundo sob o Céu. Em teoria, era responsável por manter Gravis sob controle.
No entanto, o Filho do Céu sabia que Gravis não estava sob sua responsabilidade.
Gravis era um caso especial.
Por isso, assim como os outros, o Filho do Céu sentia que Gravis simplesmente não compartilhava seu mundo.
Isso deixava apenas duas pessoas: o Magnata Negro e Paz Serena.
Era lógico que o Magnata Negro permanecesse. Afinal, ele conseguiu se tornar amigo até mesmo do Opositor, e o Opositor exalava um sentimento de alienação ainda mais poderoso do que Gravis.
O Magnata Negro não teria problemas em continuar sendo amigo de Gravis. Ele já estava preparando todas as reclamações que jogaria em cima dele mais tarde.
Mas e Paz Serena?
Por que ela ainda estava ali?
Gravis e Paz Serena não tinham qualquer conexão.
Na verdade, Paz Serena não tinha conexão com ninguém.
Era como se ela fosse o único ser em seu próprio mundo e todos os outros não importassem.
Ela sempre manteve todos à distância.
No entanto, naquele momento, seus olhos olhavam calmamente para Gravis.
Na verdade, parecia que Paz Serena nem havia ficado surpresa com o avanço repentino de Gravis.
Era como se ela já esperasse que Gravis se tornasse tão poderoso tão rapidamente.
Gravis olhou para Paz Serena e viu um brilho de propósito em seus olhos.
Era como se Paz Serena estivesse olhando para seu destino.
— Exatamente como esperado — disse Paz Serena lentamente.
— Meu propósito chegou.
— O propósito pelo qual ainda estou neste Cosmos.