Após deixar Skye, Gravis permaneceu um pouco mais por perto, escondido dentro da terra. Ele precisava garantir que o Céu não tentaria nada enquanto Skye estava inconsciente. Quando Gravis percebeu que Skye havia recuperado a consciência, ele foi embora devagar. Ele não queria ouvir seus gritos ou ver sua dor.
Quando Gravis se afastou o suficiente, ele acelerou com toda sua força. Seu raio de Destruição de nono nível, combinado com seu corpo físico, o tornavam ainda mais rápido que Skye. Isso foi mais um motivo pelo qual decidiu deixá-la ir. Se ele enfrentasse um inimigo difícil, Skye nem sequer conseguiria escapar, já que um oponente assim provavelmente seria ainda mais rápido.
A única razão para manter Skye seria que Gravis se sentiria menos sozinho, mas obviamente, esse motivo não era suficiente. Gravis só pôde suspirar. — Eu ainda sou muito ingênuo? Pensar que poderíamos ascender ao poder juntos foi ingênuo? Honestamente, não sei dizer — murmurou para si mesmo.
Depois de correr por alguns minutos, Gravis parou e começou a pensar em seus próximos passos. Ele só precisava vender as armas que pegou da Guilda da Escuridão. Se conseguisse fazer isso, teria pedras de energia suficientes para alcançar o décimo nível de Reunião de Energia.
A única questão era: onde ele venderia essas armas? A Guilda da Escuridão seria a opção mais lucrativa, já que as armas eram feitas sob medida para pessoas com o elemento escuridão. O problema era que os especialistas em Formação Espiritual provavelmente o capturariam imediatamente. Ele havia matado algumas pessoas que não pagaram as pílulas, o que tecnicamente ia contra as regras.
Vender em uma cidade? Gravis não tinha certeza se isso funcionaria. Todas as armas que ele tinha eram para pessoas nos estágios avançados de Reunião de Energia. Quantas dessas estariam em uma cidade? Provavelmente não muitas. Se ele passasse algumas semanas em uma cidade, talvez conseguisse vendê-las, mas ele não tinha esse tempo. Precisava vendê-las rápido.
Guilda do Fogo? Seria uma possibilidade, mas eles estavam bem longe. Quase cinco dias já haviam se passado, e se, por algum motivo, Aion voltasse mais cedo, Gravis estaria em perigo. A Guilda do Vento também estava fora de questão, já que ficava ainda mais longe. A Guilda do Relâmpago provavelmente nem aceitaria negociar com ele por despeito.
A Guilda da Água era a mais distante de todas, então essa ideia também caiu por terra. A Guilda da Luz era relativamente próxima, mas Gravis duvidava que eles tivessem interesse em adagas, estiletes e espadas curtas. Se ele fosse até lá e eles não tivessem interesse, teria desperdiçado quase meio dia. Conforme Gravis eliminava uma possibilidade após a outra, seu rosto começou a se contorcer.
“Tá falando sério?” pensou ele, irritado. “Eu realmente tenho que negociar com a Guilda da Terra? Eu nem me vinguei da última vez, e agora tenho que voltar e ser bonzinho?” Gravis odiava essa opção, mas não via uma alternativa melhor.
Depois de um minuto, ele apenas suspirou, impotente. “Que sorte a minha. Tudo bem, vou negociar com a Guilda da Terra. Se eles não tentarem alguma merda desta vez, talvez eu até repense minha vingança. Droga, como eu odeio isso!” pensou Gravis, irritado.
Assim, Gravis mudou sua trajetória e partiu em direção à Guilda da Terra. Ele não tinha tempo a perder. Quanto antes ele avançasse, melhor.
RAAAAAH!
Depois de correr por duas horas, Gravis avistou um pássaro, uma Besta de Energia Avançada. Era quase do tamanho de Skye e sobrevoava a floresta. Pelo modo como gritava, Gravis concluiu que provavelmente estava avisando outras bestas para não invadirem seu território.
Os olhos de Gravis brilharam um pouco. — 2% de Energia não é muito, mas já que está no caminho, posso muito bem aceitar — disse, avançando contra o pássaro.
O pássaro notou Gravis quando ele ainda estava a vários quilômetros de distância, mas, ao contrário do esperado, ele virou e fugiu imediatamente. Os olhos de Gravis se estreitaram e ele o seguiu. Ele era mais rápido que o pássaro e levaria apenas um minuto para alcançá-lo. Naquele ponto, o pássaro estaria ao alcance de sua Aura de Vontade. Gravis só precisaria liberá-la e o pássaro estaria morto.
Enquanto perseguia, ele se lembrou de algo. — Cara, isso me lembra de quando conheci Skye pela primeira vez — disse para si mesmo. Não havia ninguém por perto, então Gravis voltou ao hábito de falar consigo mesmo. — Eu a vi correndo de volta para a árvore, onde lutei com ela e depois…
CRRRR!
Gravis parou imediatamente. Seus olhos se encheram de frieza enquanto observava o pássaro voar para longe. — Igual daquela vez, né? — zombou para si mesmo. — Isso não vai funcionar desta vez, Céu! — gritou, continuando a correr em direção à Guilda da Terra.
Na verdade, Gravis não tinha certeza se aquilo era um esquema do Céu, mas queria ser cauteloso agora. Da última vez que esteve perto de um avanço, Jaimy o ‘assassinou’ do nada. Quando alguém está perto da vitória, sua vigilância diminui. Ele teria apenas o objetivo em mente e ignoraria os perigos potenciais que normalmente notaria.
Mesmo que Gravis não tivesse certeza se aquele pássaro foi enviado deliberadamente pelo Céu ou não, ele não podia arriscar agora. Nada o desviaria desta vez! Gravis ficou ainda mais atento que o normal. As próximas horas seriam a melhor oportunidade para o Céu agir.
Gravis imaginou que o Céu estava como uma besta encurralada. O fato de o Céu ter possivelmente enviado essa besta também o preocupava. Se o Céu estivesse preparado para ele, não precisaria atrasá-lo. Se o Céu não pudesse fazer nada contra ele, também não teria enviado essa besta e desperdiçado energia. Essa besta só teria sido enviada se o Céu estivesse realmente próximo de uma chance de pará-lo. Cada minuto contava. Foi por isso que o Céu enviou essa besta!
“Só consigo pensar em uma coisa que faria o Céu precisar me atrasar.” Pensou Gravis, estreitando os olhos. “Aion voltou mais cedo! Além disso, também tenho certeza de que o Céu tem outro plano para me atrasar ainda mais. Acho que, se eu correr com toda a minha velocidade, consigo vender minhas coisas antes de Aion aparecer, mas vai ser por pouco. Então, o Céu provavelmente vai enviar outra coisa para me impedir.
Gravis avançou com toda a velocidade em direção à Guilda da Terra. Correr tão rápido estava drenando sua Energia imensamente, mas ele estava preparado para usar o armazenamento de Energia em sua mente para isso. Ele precisava ganhar o máximo de tempo possível.
Se o Céu tivesse dentes, estaria rangendo agora. Ele tentou atrasar Gravis por alguns minutos, mas em vez de atrasá-lo, acabou alertando-o ainda mais. Com a nova velocidade de Gravis, ele chegaria vários minutos antes do que se o Céu nunca tivesse enviado aquela besta. O Céu estava cada vez mais frustrado e nervoso à medida que a força de Gravis aumentava. Estava ficando cada vez mais difícil colocá-lo em perigo mortal.
Depois de algumas horas, Gravis avistou a montanha da Guilda da Terra à distância. Em vez de sentir alívio, ele ficou ainda mais sério. — Vamos ver o que você tem, Céu! — gritou.
WHOOM!
Conforme Gravis se aproximava, ele entrou no alcance do Espírito de alguém. Inicialmente, Gravis pensou que fosse apenas o Espírito de alguém do escalão superior da Guilda da Terra, mas ele sentiu o Espírito se concentrar nele assim que apareceu. Gravis também pôde sentir um ódio profundo sendo transmitido através dele.
CRRR!
Gravis parou imediatamente. “Alguém no Reino da Formação Espiritual quer me matar com tanto ódio assim? Não me lembro de ter ofendido ninguém nesse reino, além de talvez Aion. Também tenho certeza de que esse Espírito não vem de Aion. Eu saberia se fosse ele. Deixa pra lá, vou para o Plano C!” pensou enquanto disparava para o norte.
O Plano C era sua estratégia para o caso de encontrar alguém no Reino da Formação do Espírito.
Ele esperava sobreviver até alcançar seu objetivo…