Após algumas horas de viagem e deixando um corte incrivelmente longo na terra, Gravis finalmente chegou ao seu primeiro destino. Ele observou com os olhos semicerrados para o castelo branco à sua frente.
Era a filial sudeste da Seita Celestial.
Gravis usou seu Espírito para inspecionar o edifício, mas percebeu que algo bloqueava seu alcance. — Claro, eles não deixariam isso desprotegido enquanto todos foram para a sede — murmurou Gravis. Havia, sem dúvidas, algumas Formações de Proteção poderosas protegendo a filial.
— Bem, se eu não conseguir acessar sua riqueza do jeito normal, espero que não se importem que eu seja um pouco indelicado — disse Gravis com um sorriso.
Sim, ele estava ali para roubar a Seita Celestial. Era a filial de Aion, mas isso não importava. Aion sabia que o Céu não viveria por muito mais tempo, então provavelmente não se importaria que Gravis destruísse essa filial. Afinal, a Seita Celestial era sua inimiga.
BZZZZZ!
O entorno de Gravis explodiu com raios. Seu corpo inteiro liberava raios, que circulavam ao seu redor de forma violenta. Gravis apontou para o castelo branco. — Vai! — gritou ele.
BANG!
Todos os raios voaram em direção ao castelo, mas uma espécie de barreira apareceu no caminho. Os raios explodiram ao atingir a barreira, mas ela apenas tremeu. Gravis não viu nenhuma rachadura. Ao ver isso, franziu a testa. — Bastante impressionante — comentou.
Então, Gravis se concentrou para preparar um ataque mais poderoso. Aquela barreira seria um bom alvo para testar o poder de seus ataques. Ele convocou mais raios, mas não os lançou imediatamente. Em vez disso, ele os reuniu e os comprimiu. Seu controle sobre os raios era excelente, mas ainda assim levou cerca de dois segundos para comprimir cinco metros cúbicos de raios em uma lança.
Suor começou a escorrer pela testa de Gravis, já que comprimir todos aqueles raios exigia muita concentração e uso de Espírito. Gravis segurou a lança de raios. Normalmente, raios, especialmente os de Destruição, atacariam qualquer coisa que tocassem, inclusive o usuário.
Outros cultivadores no Reino de Formação do Espírito não seriam capazes de segurar uma arma feita de raios, mesmo que fossem cultivadores de raios. Mas, como Gravis basicamente era um raio, ele não era atacado por ele. Gravis era o raio, e o raio era Gravis. Ele se inclinou para trás e lançou a lança com toda sua força!
BOOM!
Um trovão ensurdecedor reverberou pelos quilômetros ao redor quando a lança de raios atingiu a barreira. Muitos animais fugiram em pânico ao ouvir o trovão. A barreira inteira tremeu violentamente, e algumas rachaduras apareceram no ponto onde a lança a atingiu.
Gravis observou aquilo por um tempo com um sorriso. As rachaduras estavam se consertando lentamente. — Interessante. A formação pode se regenerar. Provavelmente há muitas Pedras de Energia a mantendo ativa — murmurou com interesse.
Agora, Gravis tinha certeza de que ninguém havia retornado a essa filial. Se tivessem, provavelmente estariam em pânico e fugiriam, ou talvez até tentassem atacá-lo. Aqueles mimados Nascidos do Céu provavelmente nunca haviam estado em uma situação como essa, então quem sabe como reagiriam?
Gravis segurou seu sabre e o puxou do chão. — Vamos ver o que você pode fazer. Ainda não pude testar seu poder — disse Gravis com um sorriso. O sabre era uma Arma Espiritual, o que significava que só mostraria todo seu potencial se fosse empunhada por alguém no Reino de Formação do Espírito.
Gravis tentou injetar raios na arma, mas percebeu que ela já estava cheia. Isso o surpreendeu levemente. — Hum, quando você ficou cheia? Ah, certo! — Gravis lembrou-se do que havia acontecido. Quando ele cavalgou em seu sabre, disparou raios para a frente para mover o sabre, e, quando o sabre passava, os raios eram absorvidos pela arma e armazenados.
Gravis verificou a quantidade de raios armazenada na arma e concluiu que cerca de 10% de seus raios totais estavam dentro da arma. Como ele não precisava converter Energia em raios, isso seria equivalente a 20% da Energia de alguém que tivesse rompido para o Reino de Formação do Espírito através do décimo nível de Reunião de Energia.
No entanto, quantas pessoas alcançavam o Reino de Formação do Espírito passando pelo décimo nível de Reunião de Energia? Apenas os Nascidos do Céu ou alguns gênios supremos teriam um dantian fortalecido. Provavelmente 95% dos especialistas no Reino de Formação do Espírito alcançavam esse reino pelo nono nível de Reunião de Energia.
Isso significava que os 10% dos raios de Gravis dentro da arma representavam 40% das reservas totais de Energia de um especialista normal no estágio inicial de Formação do Espírito.
Anteriormente, quando Gravis havia condensado a lança de raios, ele também usara cerca de 10% de seus raios. Isso seria uma boa comparação entre um ataque elemental bem controlado e um ataque com uma Arma Espiritual.
Gravis injetou seu Espírito na arma e percebeu que seu Espírito foi absorvido e fundido com os raios. A arma absorveu cerca de 20% do Espírito de Gravis até parar de absorver. — A lança de raios também havia consumido cerca de 20% do meu Espírito. Vamos ver o quão boa essa arma é.
Gravis controlou os raios dentro da arma e percebeu que tinha ainda mais controle sobre eles do que sobre os raios ao seu redor. — Provavelmente porque se fundiu com meu Espírito — murmurou. Ele sentiu que poderia fazer o que quisesse com aquilo. Ele poderia liberá-los como um raio ou fundi-los com um golpe, criando algum tipo de onda de choque de raios.
Várias possibilidades surgiram na mente de Gravis, e ele ficou empolgado. Esse controle refinado abriu uma nova forma de combate. — Parece que quanto mais alto meu nível, mais aplicações eu tenho para usar meu poder — Gravis murmurou com um sorriso.
Quanto mais formas e tipos de ataques alguém tivesse à disposição, mais originalidade e experiência seriam necessárias para usá-los de maneira eficaz. Gravis tinha muita experiência e sempre lutava de forma inteligente. Essa nova dimensão de uso de sua força não o intimidava, mas o deixava animado.
— Eu poderia revestir a lâmina do meu sabre com raios, mas aí a Energia seria dispersa sobre uma superfície maior. Se eu revestir apenas a ponta, a Energia seria concentrada em um único ponto. O problema é que sabres não foram feitos para estocar — Gravis murmurou.
De repente, Gravis pensou em algo, e seus olhos se arregalaram de surpresa. — É por isso que tantos membros da Guilda do Relâmpago usam lanças? — perguntou a si mesmo. Quanto mais pensava nisso, mais fazia sentido. A Guilda do Relâmpago recomendava lanças a seus discípulos porque sabiam da aplicação de raios com Armas Espirituais?
Gravis bateu a palma na testa. — Claro que sim. Eles têm milhares de anos de experiência em como usar raios. Se eu mudasse para uma lança agora, levaria muito tempo para me acostumar. Além disso, gosto mais do meu sabre. Uau, acho que é isso que ganho por achar que sei mais que a Guilda do Relâmpago — disse Gravis com um sorriso impotente.
Gravis pensou mais sobre as armas da Guilda do Relâmpago e percebeu que muitos discípulos também usavam espadas. A diferença entre um sabre e uma espada tradicional era que o sabre tinha apenas uma lâmina, basicamente o tornando em uma grande faca. Quando alguém estocava com um sabre, apenas um lado da ponta cortava.
Uma espada tradicional tinha duas lâminas, o que reduzia seu peso em um corte, já que o outro lado era afiado, mas a ponta cortava com ambos os lados. Gravis percebeu que uma espada tradicional seria quase tão boa quanto uma lança para estocar quando infundida com raios.
Gravis olhou para seu sabre com uma sobrancelha levantada. — Hum, acho que a Seita e a Guilda do Relâmpago sabem o que estão fazendo — murmurou. Então, balançou a cabeça. — Devo fazer o melhor com o que tenho. Deve haver uma maneira de usar o raio tão bem com um sabre.
Gravis experimentou mais com o sabre e percebeu que podia concentrar seus raios em um único ponto da lâmina. Assim, um golpe do sabre seria tão devastador quanto uma estocada de uma lança.
Infelizmente, havia dois problemas com isso.
Primeiro problema: Condensar o raio em apenas um ponto da lâmina do sabre não parecia fazer parte das Formações da arma. Ele tinha que condensá-lo de forma natural, o que consumia mais 5% do seu Espírito.
Segundo problema: Se ele quisesse combinar o ataque físico com a explosão do raio, teria que acertar o alvo perfeitamente com o ponto condensado. Fazer isso em um alvo imóvel não era um problema, mas, se alguém bloqueasse seu ataque, as chances eram grandes de que acertariam um ponto da lâmina que não tivesse nenhum raio. Claro, Gravis poderia mover o raio concentrado, mas nesse ponto, o impulso físico já teria sido interrompido, enfraquecendo o ataque.
Gravis coçou o queixo por um tempo, pensando, e teve várias novas ideias. — Uma desvantagem pode se transformar em vantagem se usada na circunstância certa — disse com um sorriso.
Nesse momento, a barreira já havia se regenerado completamente. Gravis não se importou. Na verdade, ele preferia assim. Isso permitia testar o poder de sua Arma Espiritual com mais precisão. — Vamos começar — disse ele.
Gravis concentrou o raio na ponta do sabre e avançou em direção à barreira.