WACK!
Uma bengala acertou a cabeça de Gravis, tirando-o da concentração.
— Pare de desperdiçar todo o bom Balzar! — gritou o Velho Relâmpago, furioso com Gravis.
Gravis parou de socar e esfregou a cabeça, irritado. Ele olhou para o Velho Relâmpago, mas antes que pudesse reclamar, notou todas as — pedras — ao seu redor. As pedras vinham em diferentes formas e tamanhos. Algumas eram pirâmides, outras quadradas, e havia até formas mais complexas, como dodecaedros.
Gravis percebeu alguns discípulos da Seita do Relâmpago admirando as pedras. Nesse ponto, os discípulos só levavam as pedras feias e inúteis, mas deixavam as bonitas. Gravis até viu um ancião olhando para as pedras com apreço enquanto alisava a barba com satisfação.
Muitas das pedras estavam dispostas em várias linhas, organizadas de acordo com suas formas. As pedras no início de cada linha tinham o contorno bruto da forma final, enquanto a última mostrava o melhor exemplo dessa forma. Aparentemente, os discípulos haviam criado um ‘caminho de progresso’, mostrando o avanço de Gravis no controle de sua força física.
O que chocou Gravis foi a quantidade imensa de pedras. Havia tantas que era difícil contar.
— Quanto tempo eu estive socando?
WACK!
Outro golpe com a bengala. — Você está nisso há três dias inteiros! Olhe para todo o Balzar que você desperdiçou!
Gravis esfregou a cabeça, irritado. “Esse velho teimoso está de volta. Cara, eu estava me divertindo tanto!”
Mesmo assim, Gravis não mostrou sua irritação. Se o fizesse, só receberia mais pancadas. Em vez disso, ele olhou calmamente para o Velho Relâmpago. — Acho que já tenho controle suficiente sobre minha força física. Você poderia responder…
WACK!
Outro golpe com a bengala.
— Não ligo para o seu controle! Reconstrua minha maldita casa! — gritou o Velho Relâmpago.
“Ah é… isso…” Gravis pensou, lembrando-se da razão inicial para começar tudo isso.
— Tá bom, eu vou reconstruir sua casa, mas depois quero falar com você.
O Velho Relâmpago olhou para Gravis como se quisesse acertá-lo de novo, mas parou. Em vez disso, ele apenas se virou e foi embora. Enquanto isso, o ancião que estava observando e ouvindo começou a falar com Gravis.
— Ei, você se importa se pegarmos as pedras? Isso mostra um bom caminho de progresso para alguns de nossos discípulos, que ainda não têm um controle tão fino — perguntou educadamente.
Gravis rapidamente balançou a cabeça.
— Não, não, tudo bem! Afinal, o minério é de vocês.
O ancião sorriu e assentiu educadamente.
— Obrigado. — Então ele se virou para os outros. — Vocês ouviram! Levem tudo! Sabem onde colocá-las! — ele gritou.
As pedras começaram a desaparecer uma a uma, sendo colocadas nos Espaços Espirituais dos discípulos. Em seguida, eles começaram a correr de volta para dentro da Seita. Não se podia esquecer que a ‘casa’ do Velho Relâmpago ficava fora da Seita, e não dentro. Gravis observou com interesse enquanto os discípulos se moviam em uníssono.
WACK!
Uma bengala apareceu do nada, acertando a cabeça de Gravis e desaparecendo em seguida. — Reconstrua minha maldita casa! — veio um grito dentro da mente de Gravis. Ele rangeu os dentes de raiva, mas voltou a socar mais pedras. Assim que terminasse de reconstruir a casa, ele conseguiria algumas respostas. Ele ainda não sabia o que realmente aconteceu depois que perdeu a consciência.
Gravis sentiu suas emoções subirem enquanto se lembrava de Byron, mas rapidamente as suprimiu e se concentrou novamente nas pedras. Não havia motivo para ficar com raiva agora. Ele podia guardar tudo isso para quando estivesse poderoso o suficiente para matar aquele desgraçado.
BANG!
Gravis socou uma grande pedra, que se partiu perfeitamente em vários tijolos idênticos. Quando viu isso, ele assentiu com um sorriso. “Isso é um bom progresso.”
Assim, ele continuou socando pedras suficientes para reconstruir a casa. Levou apenas algumas horas. Assim que tinha tijolos suficientes, começou a empilhá-los no formato de uma casa. Depois de criar um esboço, infundiu seu raio nas pedras, fazendo-as endurecer e se fundir. Nem todas as casas tinham um exterior completamente fundido, pois isso exigia muito raio.
Gravis tinha raio suficiente para fundir completamente a casa em questão de horas, graças ao seu Raio de Destruição único e seu enorme armazenamento. No entanto, ele ainda precisou reabastecer seu estoque algumas vezes. As pedras exigiam muito mais raio do que ele imaginava. No total, levou cerca de um dia para finalizar o exterior da casa.
Depois do dia, Gravis esfregou a testa e olhou para seu trabalho finalizado. A casa tinha dois andares com algumas janelas. No entanto, ele não criou nenhum cômodo. Afinal, não fazia ideia do interior da casa anterior. Quem sabia que tipo de cômodos o velho queria?
Depois de terminar, tentou contatar o Velho Relâmpago, mas teve um problema. Ele não conseguia sentir o Espírito do Velho Relâmpago, o que tornava impossível para Gravis entrar em contato com ele.
— Velho, terminei! — Gravis gritou ao redor. Mas nenhuma resposta veio. Embora também não tenha surgido nenhuma bengala voadora, o que provavelmente significava que o velho estava satisfeito com a casa. Gravis tinha certeza de que o velho o ouviu, já que sempre o vigiava diligentemente para distribuir surras.
— Então, podemos conversar agora? — Gravis gritou após um tempo. E novamente, nenhuma resposta.
Gravis ficou irritado e começou a vasculhar cada pessoa dentro da Seita com seu Espírito, mas não conseguiu encontrar o velho. “Tenho certeza de que esse velho teimoso está dentro da Seita! Ele provavelmente pode se esconder do meu Espírito com seu cultivo. Bem, vou ter que encontrar outro jeito.”
Gravis olhou para a entrada da Seita do Relâmpago, onde dois guardas estavam de prontidão.
“Bem, já que estou aqui, posso dar uma olhada. Também preciso de um novo sabre. Espero que aceitem ouro, já que não tenho mais nada.” Depois de pensar nisso, Gravis caminhou até a entrada.
CLANK!
— Pare! — disse um dos guardas, bloqueando seu caminho com a lança. — Você não faz parte da Seita do Relâmpago. Por que está visitando?
Gravis ficou um pouco surpreso no início, mas depois percebeu que eles estavam certos. Ele não fazia parte da Seita do Relâmpago. Era aceitável para ele andar fora da Seita, mas entrar provavelmente não seria tão fácil.
— Gostaria de trocar ouro por uma Arma Espiritual. Isso é possível? — Gravis perguntou.
Os dois guardas se entreolharam e então assentiram. Um dos guardas retirou algum tipo de distintivo e o jogou para Gravis.
— Isso é um distintivo de visitante para comerciantes. Você só tem permissão para ir até a praça e depois entrar no Salão de Trocas. Se for a qualquer outro lugar, vamos te expulsar.
Gravis pegou o distintivo e o prendeu à sua camisa preta. Ele não usava mais o manto cinza por causa de tudo que aconteceu com Byron. Agora, ele estava usando sua camisa preta e calças de pano pretas novamente. Depois de prender o distintivo na camisa, os guardas recolheram suas lanças e o deixaram passar.
Assim, Gravis deu seu primeiro passo dentro da Seita do Relâmpago.