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Lightning Is the Only Way – Capítulo 289

A Convicção da Joyce

Quando a porta se fechou atrás de Gravis, ele olhou para a frente, direto nos olhos de Joyce. Ela estava de pé no meio do quarto, observando-o com um olhar frio. A decoração vibrante e cheia de vida do quarto contrastava com sua expressão severa. Ela ainda mantinha seu longo cabelo roxo e vestia algo parecido com um vestido de verão, o que também criava um grande contraste com seu humor atual.

Eles se encararam por alguns segundos, um com olhos frios, o outro com olhos indiferentes.

— É desrespeitoso entrar no quarto de uma mulher sem bater — disse ela friamente.

— O propósito de bater é anunciar a presença de alguém — respondeu Gravis de forma neutra. — Você está no Reino da Formação do Espírito e tem observado tudo. Bater seria apenas uma formalidade inútil nesse ponto.

Joyce bufou. — Os costumes também têm a função de mostrar educação e respeito.

— Sua autoconfiança é tão frágil que você precisa de uma demonstração de respeito para se sentir bem consigo mesma? — perguntou Gravis.

Joyce se sentiu furiosa ao ouvir essas palavras. No entanto, não ofereceu uma réplica direta a esse argumento. — Eu não preciso disso, mas você não mostrou respeito algum ao Clã Freya desde que chegou. Derrubou os anciãos e até feriu meu mestre. O fato de você não bater só confirma que você não pensa muito bem do meu Clã Freya.

Gravis franziu a testa. — Esperei no portão e expliquei o motivo da minha visita. Se eu não respeitasse o Clã Freya, teria simplesmente invadido.

— Tipo agora? — perguntou Joyce com um sorriso de escárnio.

— Exatamente — respondeu Gravis, fazendo Joyce estreitar os olhos. — Eu só tinha respeito pelo Clã Freya antes de chegar aqui, mas após ser acusado de mentiroso e invasor sem nenhuma prova, perdi o respeito. Vim com a intenção de pagar minha dívida com você, mas fui recebido com acusações e até um ataque direto. Você também não sentiria respeito pelo Clã Freya se estivesse na minha posição.

Joyce jogou o braço para o lado, mostrando que estava furiosa. — Ridículo! — gritou. — Meu Clã Freya não cometeu erro algum! Você entrou pela porta da frente alegando algo que nenhuma pessoa sã acreditaria! Estávamos no nosso direito de agir como agimos!

— No entanto, eu não menti — disse Gravis. — Entrei pelo portão depois que ele foi aberto para mim, sem dizer uma mentira. Como eu estou errado aqui? — perguntou Gravis de forma calma.

Joyce rangeu os dentes. Lá no fundo, ela sabia que o Clã Freya havia agido de forma incorreta, mas sua raiva simplesmente não diminuía após ver Gravis ferir seu mestre. Ela só queria fazer Gravis pagar por isso!

Joyce encarou Gravis com raiva por alguns segundos. — Você não é o jovem heroico e gentil que conheci em Cidade Selvagem — disse friamente. — Você é frio, desrespeitoso, cruel e não tem empatia! Não consigo acreditar que alguém possa mudar tanto em apenas três anos.

Gravis não se irritou. Para ele, todas essas palavras eram apenas os desvarios de uma criança. Joyce talvez tivesse quase a mesma idade que ele, ou até um pouco mais velha, mas ela não passou nem perto das dificuldades que ele enfrentou. Embora suas idades fossem semelhantes, suas experiências eram como o dia e a noite.

— Se eu não fosse frio e cruel, não teria sobrevivido — disse Gravis. — Eu não posso me dar ao luxo de ter compaixão quando há pessoas prontas para atacar aqueles que me são próximos porque eu as poupei. Também não posso me dar ao luxo de ter empatia, porque qualquer relacionamento que eu construir neste mundo inferior tem praticamente zero chance de durar.

Joyce zombou. — Mundo inferior? Você está se ouvindo? Este mundo inteiro é tudo o que já vimos, e ainda existem pessoas mais poderosas que você neste mundo, mas você já o considera apenas um degrau na sua escada de poder. E essas pessoas próximas? — Joyce bufou. — Quem gostaria de se aproximar de alguém como você?

Os olhos indiferentes de Gravis ficaram gélidos depois que Joyce disse isso. Ela havia conseguido irritá-lo. A temperatura no quarto parecia ter caído quando Gravis ficou zangado. Joyce teve dificuldade para respirar à medida que a raiva de Gravis preenchia o ambiente. Ele não havia liberado sua Aura de Vontade, mas sua aura passiva já era poderosa o suficiente para influenciar o ambiente sem sua Aura de Vontade.

Gravis se aproximou lentamente de Joyce. — Eu tenho um companheiro de vida e morte que está refinando no Continente Central.

Mais um passo.

— Também considero Lasar um amigo próximo.

Outro passo.

— O Velho Relâmpago é meio que como um professor para mim, e eu arriscaria minha vida por ele.

Com mais um passo, Gravis estava bem na frente de Joyce, olhando em seus olhos. — Considero todos eles meus amigos, e eles compartilham esse sentimento comigo. Além disso, tenho uma família que amo. Tenho muitas pessoas próximas a mim, e elas compartilham essa visão de mundo que você chama de cruel e fria.

Joyce permaneceu em silêncio, sentindo-se nervosa, mas, impressionantemente, não desviou o olhar dos olhos de Gravis. — Todas essas pessoas são talentos incríveis que não serão impedidos neste mundo inferior porque são fortes o suficiente para compreender a verdade sobre o mundo do cultivo. Frieza e crueldade são necessárias para alcançar o poder.

— Eles não têm o luxo de permanecer numa torre de marfim, cercados e adorados por todos ao redor, porque não conhecem dificuldades — disse Gravis friamente — diferente de você.

WHOOOM!

Joyce liberou sua Aura de Vontade, que atingiu Gravis. Sua Aura de Vontade estava completamente condensada, o que era muito impressionante para alguém no estágio inicial da Formação do Espírito.

— COMO OUSA!? — gritou Joyce, furiosa.

Joyce deu um passo à frente e olhou friamente nos olhos de Gravis, com os rostos a apenas dez centímetros de distância. — Eu tenho uma Aura de Vontade! Passei por dificuldades! Também sofri muita dor na minha vida! O fato de eu estar muito próxima de ter uma Vontade Unificada é prova disso! Eu vi mais companheiros morrerem do que você! Tenho absoluta certeza disso!

— ENTÃO! — gritou ela. — Não fale comigo como se eu fosse uma menininha que não sabe nada sobre o mundo! Eu forjei muitos laços e considero várias pessoas amigas muito próximas, e mesmo assim consegui me tornar tão poderosa! Sua crueldade não nasce da necessidade, mas de escolha!

Gravis permaneceu em silêncio enquanto olhava nos olhos de Joyce. Os olhos dela não mostravam nem um traço de incerteza ou hesitação. Eles estavam claros e refletiam sua convicção. Tudo o que ela dizia vinha do fundo do coração e era a mais pura verdade.

— Você sequer sabe como o Clã Freya refina sua vontade? — perguntou ela, ainda encarando friamente Gravis.

Gravis não respondeu.

— Nós não podemos lutar contra pessoas no mesmo estágio, porque só temos nosso corpo físico como arma. Então, como refinamos nossas vontades? Bem, como você já deve saber, existem mais maneiras de refinar a Aura de Vontade além de simplesmente matar os outros! — disse Joyce.

— Me ilumine — disse Gravis.

— Cada pessoa do Clã Freya sai e trabalha como mercenário! Grupos e outras Seitas contratam nossos serviços porque ter alguém com Raio da Vida é muito útil. Mas essa parceria não é temporária! Ficamos nessa parceria até que ou todos morram, ou o grupo se desfaça. Criamos um laço profundo de amizade e camaradagem com todos! Sentimos genuinamente uns pelos outros e sofremos profundamente quando alguém morre!

Os olhos de Joyce continuaram frios, mas ela recuou um pouco. Aparentemente, tinha se acalmado um pouco. — Vemos nossos companheiros morrerem em seu próprio refinamento. Toda vez que alguém do grupo morre, sentimos uma dor imensa. Queremos nunca mais nos aproximar de ninguém, porque essa é a única forma de evitar essa dor. Mas evitar essa dor significaria que não podemos mais cultivar!

Joyce apontou para a janela. — Olhe lá fora! Todo membro no Reino da Formação do Espírito já viu dezenas de seus companheiros e amigos morrerem diante deles, e mesmo assim seus corações continuam abertos e compassivos! Eu também vi dezenas de meus companheiros morrerem, e ainda lembro seus nomes, como eram, como agiam, e consigo lembrar da cena de suas mortes em mínimos detalhes! Todos eles eram como irmãos e irmãs!

Depois desse discurso, ela se aproximou novamente de Gravis. — Cada membro do meu Clã Freya conseguiu permanecer compassivo através de todas essas mortes, e você, que viu quantas pessoas morrerem? Cinco? Dez? Você diz que ser cruel é uma necessidade para progredir!

Ela deu mais um passo à frente, olhando friamente nos olhos de Gravis. — Você está apenas justificando sua fuga da dor do luto ao dizer que ser cruel é uma necessidade! Você foge da dor inevitável do luto enquanto as pessoas do meu clã a enfrentam!

— Na minha opinião, você é mais fraco do que qualquer um no meu Clã Freya!

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