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Lightning Is the Only Way – Capítulo 388

A Fundação da Tribo Rio

Gravis lançou a víbora para longe, libertando-a de seu aperto. A víbora sentiu uma onda avassaladora de alívio ao perceber que ainda estava viva.

— Eu disse que não vou te matar, mas preciso deixar claro que você não deve se opor a mim no futuro — afirmou Gravis.

CRRRRR! CRK! Puchi!

Uma força poderosa imobilizou o corpo da víbora. Em seguida, essa força puxou um dos ossos de dentro dela, arrancando-o brutalmente. Exatamente como Gravis havia feito com Shira, o osso saiu do corpo da víbora e pairou sobre a mão aberta de Gravis.

A víbora foi tomada por uma dor e um medo extremos. Que poder era esse? Como essa criatura conseguiu arrancar um osso do seu corpo sem sequer tocá-la? Nem mesmo o Lorde deles tinha uma habilidade dessas.

Quando Shira viu aquilo, sentiu uma certa satisfação. Ela havia passado pela mesma humilhação, e era gratificante ver outra criatura experimentando aquela dor.

Gravis apenas olhou para a víbora. — Qual é o seu nome? — ele perguntou.

— Silva — a víbora respondeu, enfraquecido.

— Pelo seu nome, você é macho, certo? — perguntou Gravis.

— Sim — confirmou Silva.1

— Certo — comentou Gravis e deslizou de volta para a Torre. Nenhuma das bestas reunidas ousou se aproximar dele. A demonstração de poder havia intimidado todas.

— Como vocês ouviram na minha discussão com Silva, não faz diferença se quebrarmos as leis ou não. As tribos criaram essas leis para manter suas forças unidas. As bestas terrestres não querem perder suas forças para as bestas marinhas, e vice-versa.

— Elas fazem todos acreditarem que há apenas um inimigo, mas isso não é verdade. Muitas tribos, supostamente aliadas, lutam entre si, talvez até mais do que contra o inimigo declarado. Quando sua tribo é destruída por outra da mesma espécie, você não os considera inimigos? Se estão prontos para te matar, são seus inimigos.

— Bestas que acreditam que o único inimigo é a outra espécie são cegas para a verdade. Desde o início, todos são seus inimigos. As alianças existem apenas porque as partes envolvidas não podem derrotar umas às outras. Assim que uma parte enfraquece, todas as outras se voltam contra ela. Não confundam benevolência superficial com paz.

A maioria das bestas era estúpida demais para entender o significado das palavras de Gravis. Elas apenas seguiam a vontade dos mais fortes, e Gravis havia provado ser poderoso. Assim, convencer essas bestas não era um problema para ele.

O verdadeiro desafio eram as bestas semiconscientes. Elas compreendiam alguns conceitos, mas não o suficiente para perceberem suas próprias limitações. Por isso, acreditavam ser superiores às outras.

Mesmo assim, essas bestas ao menos eram inteligentes o bastante para não interromper a conversa. Afinal, Shira e Silva haviam permanecido em silêncio. No entanto, isso não mudava a visão delas sobre a outra facção. Na mente delas, a outra facção continuava inferior.

— Sei que muitos de vocês ainda se opõem a se aliar com a outra espécie — disse Gravis. — Mas, para mim, isso não é um problema. A principal diferença entre as bestas terrestres e marinhas é apenas o lugar onde vivem. E só isso.

— Mas, quando alcançamos nosso nível de poder, o ambiente se torna irrelevante. Podemos viver e lutar onde quer que estejamos. E quando uma besta se torna um Lorde, o ambiente deixa de importar completamente. Água ou terra, não faz diferença para os Lordes.

Gravis deu uma leve risada. — Mas sei que minhas palavras sozinhas não bastam. Vocês precisam ver e sentir por si mesmos. Por isso, vou encerrar este discurso com alguns anúncios.

Todas as bestas voltaram sua atenção para Gravis.

— Primeiro: os Criadores de Água vão escavar rios largos pelo território. Esse será o espaço de habitação das bestas marinhas. Os Criadores de Água já sabem como o território deve ser moldado e começarão em breve.

— Segundo: Shira será oficialmente a comandante das bestas marinhas, enquanto Silva será o comandante das bestas terrestres.

— Terceiro: o pangolim, Morn, será o Ancião. Ele é muito sábio e experiente e poderá orientar qualquer besta terrestre que precise. O polvo, Orthar, será o Oráculo. Ele terá a mesma função, mas para as bestas marinhas. Naturalmente, qualquer besta pode consultar tanto o Oráculo quanto o Ancião, sem restrições.

— Quarto: a Torre continuará de pé e funcionará como símbolo de status e centro de comando das bestas terrestres. Ela também abrigará os Líderes de Equipe, o Ancião e o Comandante Terrestre.

— Quinto: vamos criar um Abismo profundo e poderoso ao redor da Torre. Haverá pontes para que as bestas terrestres possam acessar a Torre sem precisar passar pela água. O Abismo será o centro de comando das bestas marinhas e abrigará os Líderes de Equipe, o Oráculo e o Comandante Marinho.

— Sexto: faremos um túnel que começará no topo da Torre e irá até o fundo do Abismo, para facilitar os encontros entre as lideranças de ambos os lados. Eu viverei em uma caverna separada, ao nível do mar, dentro desse túnel. Se houver necessidade de uma decisão conjunta, todos se reunirão nessa caverna.

Então, Gravis sorriu. — E por fim, sétimo: embora todos façam parte da mesma tribo, vocês poderão lutar até a morte uns com os outros. As lutas serão duelos, e ambos os lados precisam estar no mesmo nível de poder. Serão criadas quatro arenas, com terra e água.

— Mas lembrem-se: é necessário solicitar o duelo ao Ancião ou ao Oráculo. Se alguém atacar sem a autorização de um deles, será morto. A aprovação do oponente não é necessária.

— Isso é tudo — concluiu Gravis. Em seguida, levantou o braço para o céu e invocou seu Anel da Vida.

Whoosh! SPLASH!

Uma enorme massa de tentáculos, ou raízes, ou algo similar caiu do céu diretamente na água. As bestas não faziam ideia do que aquilo era, mas parecia incrivelmente sinistro. Seria uma besta?

CRRRRR!

Terremotos começaram a ocorrer à medida que novos rios eram criados. Esse era o segundo Criador de Água, o Fungo Comum. Ele havia passado toda sua vida debaixo da terra, então não era surpresa que tivesse afinidade com o elemento terra.

Quando Gravis capturou o fungo, acreditou que ele seria útil no Mundo Médio, e estava certo. O fungo ajudou a mover grandes quantidades de terra para o oceano e agora estava moldando o novo território.

Esse fungo era uma Planta-Unidade e, por isso, conseguia mover muito mais terra do que as Bestas Espirituais. Além disso, ele poderia servir como defesa eficaz em caso de emergência, caso Gravis estivesse ocupado.

As bestas ficaram espantadas com os poderes místicos que Gravis havia demonstrado. Ele havia arrancado um osso do corpo de Silva sem tocá-lo e agora havia invocado uma criatura gigantesca e sinistra do nada. Elas não faziam ideia de como ele havia feito aquilo.

O pangolim já era enorme, com seus 800 metros de comprimento, mas aquela coisa que Gravis havia invocado era surreal. Suas raízes ou tentáculos pareciam se estender até o horizonte.

Não se deve esquecer que o fungo podia cobrir uma área de mais de 20 quilômetros de largura. Uma Besta Espiritual não era nada em comparação ao seu tamanho.

Depois de se recuperarem do choque causado pelo fungo, as bestas terrestres concentraram sua atenção nas bestas do ‘outro’ lado. Elas encararam as bestas marinhas com fome, desprezo e sede de batalha. No entanto, todas as bestas marinhas se jogaram na água. Afinal, os corpos de suas presas mortas ainda estavam lá.

— Toda besta terrestre que conseguiu matar uma besta marinha na guerra pode recuperar e consumir sua presa — anunciou Orthar, enquanto seu corpo massivo emergia da água. Enquanto os outros estavam reunidos, ele havia limpado os cadáveres das bestas marinhas mortas na guerra.

Com a relação atual entre os dois lados, forçar as bestas terrestres a mergulharem poderia agravar ainda mais as tensões. As bestas terrestres encararam o recém-chegado com ceticismo. Quem era ele?

— Sou Orthar, o Oráculo da Tribo Rio — ele declarou. — Criei uma praia rasa e organizei todos os corpos das bestas marinhas. Vocês só podem pegar o cadáver de sua própria presa. Quem for pego mentindo será morto e consumido.

CRRRR!

Parte do rio se ergueu, revelando vários corpos. Para Orthar, isso não era difícil, já que ele também era um Criador de Água. Depois disso, ele escalou a Torre com seus tentáculos incrivelmente longos.

Surpreendentemente, ele não estava sozinho. Orthar arrastava o cadáver de um leão poderoso atrás de si, indicando que também havia matado uma besta. Como o Abismo ainda não estava pronto, ele decidiu viver na Torre temporariamente.

Após cerca de um minuto de escalada, Orthar chegou ao topo da Torre, onde encontrou Gravis, Morn, Shira e Silva. Os cinco líderes da tribo estavam reunidos.

— A taxa de perda da Tribo Rio aumentará drasticamente com essa última regra — Morn, o pangolim, transmitiu a todos. — Qual é seu objetivo ao permitir que nossa tribo lute e se mate, meu Lorde?

Gravis apenas deu um sorriso de canto.


Nota:

[1] Optei por usar gênero feminino até sabermos o gênero de Silva, agora, passarei a usar masculino.

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