A evolução começou com um estrondo. O corpo de Gravis tinha muito mais raio do que o necessário, o que agora foi totalmente absorvido por seu corpo e Espírito, impulsionando-os bem além das exigências para a evolução.
Gravis sentiu a evolução e a transformação em seu corpo. Em pouco tempo, ele imaginou a imagem do corpo que queria criar. Desta vez, em comparação com as evoluções anteriores, ele não faria grandes mudanças. Todos os aspectos de seu corpo já tinham sido aprimorados, e fazer alterações adicionais significativas só desequilibraria sua estrutura.
O corpo de Gravis tremeu enquanto ele começava a diminuir de tamanho novamente. Ele odiava o fato de sempre crescer a cada nível dentro dos Reinos. Um corpo grande podia ser útil contra bestas, pois eram ainda mais massivas, mas, no futuro, quando encontrasse humanos novamente, um corpo gigantesco só seria uma desvantagem.
Após cerca de um minuto, o corpo de Gravis estabilizou. Agora, ele tinha novamente cerca de dois metros de altura, perfeitamente dentro dos padrões humanos. Externamente, seu corpo parecia o mesmo de antes, exceto pelo tamanho.
O que Gravis mudou?
Pouco. Asas seriam incômodas e ineficazes, já que sua velocidade já estava coberta por seu raio. Braços adicionais pareceriam vantajosos à primeira vista, mas quando Gravis usava os braços, também utilizava todos os outros músculos do corpo. Se tivesse mais dois braços, seu poder de ataque não aumentaria em nada, pois os mesmos músculos seriam usados.
E uma cauda mais longa com um espinho na ponta? Parecia uma boa mudança, mas não quando se considerava com quem Gravis sempre lutava. Contra uma besta do mesmo nível, essa cauda seria eficaz. Contra uma besta um nível acima, ainda teria certa utilidade.
Mas, assim que os oponentes estivessem dois níveis acima, as armas que o corpo de Gravis pudesse criar não seriam fortes o suficiente para romper a defesa do inimigo. Se Gravis usasse a cauda contra uma besta assim, ela se quebraria no primeiro impacto. Uma vantagem útil apenas contra inimigos com os quais Gravis poderia lidar facilmente não era uma verdadeira vantagem.
Pernas adicionais dificultariam a defesa de Gravis contra ataques de todos os ângulos e diminuiriam a flexibilidade de sua cintura.
Um chifre? Todas as defesas de Gravis desmoronariam de qualquer forma se um oponente realmente perigoso o acertasse. O chifre não funcionaria como arma nem como defesa, só tornaria sua cabeça mais desajeitada.
No geral, qualquer adição que Gravis pudesse fazer sacrificaria uma vantagem que ele já possuía. Assim, ele fez apenas uma única mudança, além do tamanho.
Externamente, não haveria nada de diferente, mas ao olhar para o interior do torso de Gravis, veria-se que a estrutura interna tinha mudado drasticamente. Gravis adicionou muito mais tecido macio e elástico ao redor de seus órgãos. Esta foi a mudança que ele fez.
Atualmente, ao enfrentar um inimigo três níveis acima, o maior perigo era a força bruta que impactava seu torso ao bloquear um ataque com seu escudo ou armadura. Por isso, Gravis usou essa mudança para tornar seu torso o mais resistente possível contra golpes. Com isso, ele poderia bloquear vários ataques a mais sem morrer.
A evolução cessou enquanto Gravis respirava profundamente para sentir seu poder.
Finalmente, ele era um Rei!
Alguns segundos se passaram enquanto Gravis pensava em seu novo poder. No entanto, quanto mais o tempo passava, mais frustrado e furioso ele ficava.
Gravis virou o rosto para o céu, encarando-o. — Onde está minha Lei? — perguntou com frieza.
Nenhuma resposta veio.
Gravis esperou mais um minuto, mas nada aconteceu.
CRRR! CRRK!
O som de dentes rangendo podia ser ouvido da boca de Gravis. — Está de sacanagem!? — gritou Gravis com toda sua força, sua voz tremendo ao redor.
— Vocês me consideram uma besta e me forçam a passar pela procriação obrigatória. Eu disse que sou humano, e vocês discordam! Vocês dizem que sou uma besta e me obrigam a cumprir essa regra estúpida, mas agora, de repente, não sou mais uma besta!? Agora resolvem me ver como humano!? — gritou Gravis em fúria.
Isso era uma manipulação descarada das regras! Quando o assunto era uma questão sobre ser uma besta, Gravis era contado como besta, mas assim que uma recompensa era iminente, ele subitamente era contado como humano. Que merda era essa!?
— Responda, seu pedaço inútil de merda! — gritou Gravis.
O tempo passou, e nenhuma resposta veio.
A fúria de Gravis atingiu novos patamares. O último incidente em que ele foi considerado uma besta em vez de humano ainda era discutível. Afinal, dependia da definição de quem olhava, se era o corpo ou a mente que definia alguém como humano ou besta.
Mas isso!
Mas isso não era discutível! O Céu havia feito sua escolha sobre o status de Gravis e deveria manter todas as consequências dessa escolha.
Gravis fechou o punho com tanta força que suas escamas racharam sob a pressão.
Supressão!
Ele odiava essa constante supressão. O Céu inferior o suprimiu agindo diretamente contra ele e o suprimiu emocionalmente ao forçá-lo a ficar sozinho. O Céu mais elevado o suprimiu ao ignorá-lo completamente e usá-lo contra seu pai.
Este Céu o suprimiu com regras e, agora, o suprimia com sua manipulação descarada delas.
Gravis odiava tanto ser suprimido!
Ele só queria liberdade, mas um Céu após o outro o forçava a obedecer suas vontades.
— Certo! — disse Gravis com uma voz ameaçadora. — Querem jogar esse jogo comigo? Certo! Acham que esse show de força e controle vai me desencorajar!? Não, isso só me faz ter ainda mais certeza do meu objetivo!
— Assim que eu for poderoso o suficiente — disse Gravis lentamente.
— Não haverá mais um Céu neste mundo! Eu juro isso pela minha vida!
BOOOOM!