A Estagnação de Reino de Gravis chegou ao fim!
Gravis lançou um último olhar para a Área de Compreensão das Leis e então partiu em direção ao Império do Orgulho Gélido com Ferris. Era hora de reencontrar a Imperatriz!
No entanto, Gravis estava nervoso. Cem anos haviam se passado desde que ele vira seus filhos pela última vez. Havia uma chance real de que um ou todos eles pudessem ter morrido durante esse tempo. O Refinamento era perigoso, e muitos de seus amigos haviam perecido enquanto se refinavam, mesmo com uma quantidade incrível de Sorte Cármica.
Eles estavam a caminho da Montanha do Orgulho, mas foram interrompidos antes de alcançá-la.
— Aris! Você desrespeitou e matou meu camarada! Hoje, ninguém será capaz de te salvar! — um grito violento ecoou de repente ao lado.
Gravis ficou animado ao ouvir aquilo. Aris estava ali? Gravis olhou ao redor, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele localizou a fonte da voz, que era uma cobra longa e verde. Surpreendentemente, aquela cobra verde era um Rei de nível cinco.
Ainda mais surpreendente era o fato de a cobra verde estar olhando para Gravis com ódio.
Gravis piscou algumas vezes, confuso, enquanto a cobra avançava contra ele. Então, ele apontou para si mesmo. — Eu?
— Não se faça de idiota, Aris! Hoje, eu vou te colocar no seu devido lugar! Sua arrogância chegou ao fim! — gritou a cobra verde com violência. — Não importa que você já tenha se tornado um Rei de nível três! Você pode ser capaz de lutar contra alguém um nível acima, mas há dois níveis entre nós!
“Aparentemente, Aris causou alguns problemas”, Gravis pensou. Ele não sabia se estava irritado ou orgulhoso de Aris naquele momento.
— Ei, você está confundindo a pessoa — disse Gravis. — Aris é meu filho.”
Essas palavras pareceram esvaziar o ímpeto da cobra verde, que parou, chocada, por um segundo. Mas, em seguida, apenas zombou com desdém. — Que fraco! Você vê que não pode lidar comigo e tenta me enganar! Seu pai não teria permanecido um Rei de nível três por tanto tempo!
Gravis coçou a bochecha, confuso. Contudo, ele entendia a cobra verde. Permanecer cem anos como um Rei de nível cinco ou Lorde de nível cinco era normal, mas, geralmente, as bestas progrediam mais rapidamente entre os níveis intermediários.
Gravis suspirou. — Ferris, você pode esclarecer esse mal-entendido? — ele pediu.
— Hã? — Ferris respondeu como se não estivesse prestando atenção. — Ah, sim, claro! — Em seguida, Ferris virou-se para a cobra verde. — Esse é o Gravis, não o Aris — ele disse diretamente.
A cobra verde ficou ainda mais chocada. Espere, esse não era o Aris? Era realmente o evasivo Gravis, que quase ninguém via há muito tempo?
— Então, por favor, me mostre uma prova — pediu a cobra verde, agora muito mais polida.
BZZZZ!
Gravis convocou um pouco de Raio de Punição em sua mão. — Isso deve ser prova suficiente.
A cobra verde olhou, chocada, para o raio. Nunca havia sentido um elemento sequer remotamente tão mortal quanto aquele! Mesmo estando dois níveis acima de Gravis, ela sentia um grande perigo vindo daquele elemento.
De repente, a cobra verde sentiu medo, como se um deus da morte estivesse diante dela. Aris? Isso não deveria ser problema para a cobra, mas Gravis era algo totalmente diferente. Gravis havia matado um Inquisidor como um Rei de nível dois! Um Inquisidor era mais poderoso que a cobra verde, e, além disso, Gravis agora era um Rei de nível três!
Se ela tivesse decidido atacar imediatamente, nem saberia como havia morrido! Sim, gênios como Aris eram aterrorizantes, mas a Força de Combate de Gravis era surreal. Gravis era provavelmente o Rei mais poderoso que existia! Havia um abismo entre o primeiro lugar e alguém que era apenas muito bom.
— Certo, você não é o Aris — a cobra verde disse educadamente. — Eu não deveria ter tirado conclusões precipitadas.
— Eh, tudo bem — Gravis disse, acenando para a cobra. — Então, você tem notícias sobre meu filho? O que ele anda aprontando no último século?
A cobra verde soltou uma respiração nervosa que vinha segurando. — Seu filho, Aris, tem desafiado todos os gênios que encontra. Ele nunca mira em bestas comuns, mas sempre nos mais poderosos.
— Alguns anos atrás, Aris convenceu um dos meus companheiros a um duelo de vida ou morte e o matou. Se fosse um duelo normal, eu não me importaria. Mas Aris usou a mentalidade do meu companheiro para convencê-lo a aceitar o duelo. Isso não é um verdadeiro Refinamento — disse a cobra verde.
Gravis coçou o queixo. — Hm, mas se uma mentalidade é explorável, isso não é uma fraqueza? Se Aris conseguiu convencer alguém a lutar com ele, mesmo sem ter chances de vitória, isso não se encaixa no estilo do mundo? Fraqueza é fraqueza, afinal.
A cobra verde respirou fundo. — Pode ser verdade, mas ainda assim é minha escolha vingar meu companheiro. Perdi um de meus companheiros e, na minha opinião, tenho direito à retribuição. Claro, contanto que eu seja forte o suficiente.
Gravis continuou coçando o queixo. — Claro, por que não? — Gravis disse com um dar de ombros, surpreendendo a cobra verde um pouco. — Inimizades são inimizades. Não há certo ou errado neste mundo. Se você quer fazer algo, faça. Mas lembre-se de que só porque você pode fazer algo, isso não significa que possa fazê-lo sem consequências possíveis.
A cobra verde assentiu. — Eu conheço o perigo — disse.
Gravis também assentiu. — Certo. Obrigado por me contar sobre o Aris — Gravis disse com um sorriso ao acenar. — Vou indo agora. Tchau!
A cobra verde ficou confusa com o agradecimento de Gravis. Por que Gravis estava agradecendo?
— Mais uma coisa — disse a cobra verde de repente.
— Hm? — Gravis murmurou enquanto olhava para a cobra verde novamente.
— Se você vir seu filho, poderia dizer para ele voltar ao Império do Orgulho Gélido para que eu possa enfiar minhas presas nele devidamente? — pediu a cobra verde.
Gravis assentiu. — Claro, farei isso.
Dito isso, Ferris e Gravis continuaram viajando em direção à Montanha do Orgulho.
Enquanto voavam, Gravis sorriu. “Ah, Aris. Fico me perguntando, você criou essa inimizade por acidente ou de propósito? Não sei quão poderoso você está agora, mas um Rei de nível cinco ainda deve ser incrivelmente perigoso para você. Sua arrogância cega voltou ou você fez isso de propósito para se colocar sob mais pressão?” Gravis pensou.
“Se você realmente fez isso de propósito, eu discordo dos seus métodos. Matar alguém mais fraco só para criar um inimigo mais poderoso é algo que eu nunca faria.”
Contudo, ao contrário do que Gravis estava pensando agora, ele sorriu.
“Porém, você é você, e eu sou eu. Você não precisa agir como eu, nem compartilhar minha moral. Não há certo ou errado. Então, se quer se tornar um monstro que massacra inocentes sem pensar, vá em frente. Mas quero que aceite qualquer consequência potencial que possa surgir.”
Os olhos de Gravis brilharam um pouco. “Meus filhos agora tem mais que o dobro da idade que eu tinha quando os concebi. Eles são velhos o suficiente para decidirem seu próprio caminho e moral. Como quiserem viver suas vidas, podem fazê-lo. Mas se suas más decisões algum dia voltarem para mordê-los, eu não os protegerei”, pensou Gravis.
Gravis se sentiu péssimo ao pensar nessas coisas. Na verdade, ele queria proteger seus filhos, não importa o que fizessem. Mas isso não seria fiel ao seu próprio caminho e moral.
Se um de seus filhos morresse, o coração de Gravis se partiria em pedaços. Se, por alguma trama, um deles morresse sem nem poder lutar, ele não descansaria até que o responsável também morresse.
No entanto, se morressem durante o Refinamento regular ou pelas consequências de suas escolhas anteriores, ele apenas assistiria enquanto um de seus filhos morria. Esse era o limite de Gravis.
Se tal situação algum dia ocorresse, Gravis não sabia se conseguiria se recuperar da dor e culpa. Contudo, sua vida não era apenas sobre seus filhos. Ele também precisava seguir seu próprio caminho, e esse era o melhor compromisso que ele podia encontrar.
“Espero que todos ainda estejam vivos”, Gravis pensou, preocupado, ao ver a Montanha do Orgulho ao longe.