— Venha até aqui, e eu lhe mostro — disse seu pai.
Whoop!
Gravis apareceu ao lado do pai e sentou-se à sua frente.
Assim que Gravis se acomodou, seu pai invocou uma arma poderosa. Gravis sequer conseguia começar a compreender o poder daquela arma.
— Esta é uma das minhas armas antigas, e ela é uma Arma Mundial — disse seu pai. Então, o sabre começou a flutuar no ar e se desfez em pedaços. No entanto, em vez de cair no chão, todos os componentes permaneceram levitando.
Gravis viu uma grande quantidade de materiais finamente trabalhados com canais minúsculos. Além disso, observou um líquido negro flutuando entre os componentes. Aparentemente, esse líquido era o que percorria os canais da arma. Por fim, Gravis notou um cristal vermelho brilhante no centro da lâmina destruída.
— Bem diferente, não é? — perguntou seu pai.
Gravis assentiu.
O cristal vermelho flutuou para fora dos destroços e parou em frente a Gravis. — Este é um Núcleo de Mundo Superior — disse seu pai. — Sinta a aura dele, Gravis.
Gravis concentrou-se no cristal vermelho, que exibia uma aura muito semelhante à de seu pai, embora não tão poderosa. — Parece semelhante à sua aura — ele comentou.
Seu pai assentiu. — Para criar uma Arma Mundial, você precisa de três coisas. Primeiro, de um Núcleo de Mundo. Este não é o núcleo real de um mundo, mas sim um minério muito raro capaz de abrigar Leis e ressoar com Espíritos. Pegue o seu Núcleo de Mundo intermediário — disse o pai.
Gravis invocou o núcleo verde brilhante.
— Use a Lei do Mundo Morto para criar uma esfera do mesmo tamanho que este Núcleo de Mundo — instruiu seu pai, apontando para o cristal vermelho.
Gravis fez isso. A tarefa não foi difícil, já que ele já conhecia perfeitamente a composição do minério. Em poucos segundos, uma esfera verde de tamanho semelhante flutuava diante dele. Ainda restava mais de 90% do Núcleo de Mundo intermediário.
— Tente fazer seu Espírito entrar nesse núcleo. Você precisará usar a Lei Menor dos Elementos para criar algum Elemento Madeira e conseguir isso — disse seu pai.
Gravis tentou introduzir seu Espírito no Núcleo de Mundo. Ele sentiu seu Espírito sendo puxado, mas não conseguia penetrar completamente.
Esse processo continuou por cinco horas.
Depois disso, Gravis sentiu o Núcleo de Mundo rejeitar completamente seu Espírito. No entanto, o núcleo também parecia ressoar com a essência de Gravis. Ele só conseguia descrever aquela sensação de ressonância como mágica. Era semelhante à criação de sua Forma de Relâmpago, mas não exatamente igual.
— O Núcleo de Mundo agora está sintonizado com você. Uma vez que um Núcleo de Mundo se sintoniza com alguém, é difícil romper essa conexão. Para quebrar a sintonia, alguém precisaria usar a Lei Maior do Mundo Morto — explicou o Opositor.
“Isso provavelmente seria uma Lei de nível sete”, pensou Gravis. “Isso realmente é difícil de romper.”
O cristal vermelho retornou ao Opositor. Em seguida, o líquido negro flutuou para fora dos destroços. — O segundo componente necessário é o sangue de uma besta do mesmo nível e Reino que você, com uma afinidade muito semelhante.
— Cultivadores de Raio precisam usar o sangue de uma besta com afinidade para raio. Cultivadores de Armas precisam do sangue de uma besta que use armas naturais semelhantes às suas. Em resumo, a besta precisa ser compatível com você — disse o Opositor.
“Certamente, os humanos encontraram uma maneira de aproveitar até o corpo de uma besta”, pensou Gravis.
— A última coisa necessária é uma carcaça — continuou o Opositor, enquanto os pedaços flutuantes avançavam. — A carcaça é a arma em si, mas precisa conter canais para que o sangue nutra a lâmina. Só assim você pode alcançar plena sincronia com sua arma.
Gravis examinou atentamente os pedaços flutuantes e anotou onde ficavam todos os canais. Era muito semelhante a como o sangue nutre os músculos em um corpo.
— À medida que o Núcleo de Mundo entra em contato com o sangue, sua aura e Espírito também tocam o sangue. Quando o sangue toca a arma, sua aura e Espírito também a tocam. Assim, uma Arma Mundial parece ser parte de você. Tente criar uma para si mesmo — instruiu seu pai.
Gravis planejou sua forja e retirou uma grande quantidade de minério. Ele já tinha todos os componentes necessários.
SHING!
Gravis usou um de seus sabres para cortar o braço e coletar um pouco de sangue. Ele tinha um corpo de besta, e provavelmente não existia outra besta com maior afinidade consigo do que ele mesmo.
Com tudo preparado, Gravis derreteu os materiais com facilidade e replicou os canais que seu pai havia mostrado. Os canais cobriam perfeitamente toda a arma. Após terminar a carcaça, Gravis criou o cabo e um espaço para o Núcleo de Mundo.
Em seguida, Gravis inseriu seu sangue na carcaça até preenchê-la completamente. Depois de posicionar o Núcleo de Mundo e montar o restante da arma ao redor dele, Gravis uniu todos os componentes.
Com isso, Gravis havia criado sua primeira Arma Mundial.
Gravis segurou o sabre e sentiu algo completamente mágico. Sempre que queria movê-lo para algum lugar, parecia que o sabre já estava se movendo sozinho. Era realmente como se fosse parte de si.
— Uma Arma Mundial tem duas vantagens decisivas — explicou o Opositor. — A primeira é que lutar e treinar com ela facilita muito o progresso nas Leis das Armas. A segunda é que, ao usar uma Lei de Arma em combate, você pode liberar mais poder.
Após refletir por um momento, Gravis franziu o cenho. — E quando eu ficar mais forte? — ele perguntou.
— O Núcleo de Mundo pode ser usado até você se tornar um Deus Estelar. Isso significa que só precisará trocá-lo por um Núcleo de Mundo Superior muito mais tarde. O sangue, por outro lado, deve sempre estar no mesmo Reino que você. No seu caso, isso não será um problema — disse o Opositor.
— Por fim, a carcaça é apenas isso, uma carcaça, uma arma, uma lâmina. Você pode usar qualquer minério que quiser para aumentar ou diminuir seu poder. No seu caso, você ainda pode criar armas dois ou três níveis acima do seu para produzir uma Arma Mundial nesse nível, mas a afinidade não mudará.
Gravis aceitou isso. Isso significava que ele poderia sempre usar Armas Mundiais em sua jornada, já que já tinha um Núcleo de Mundo e o sangue adequado. Para ele, não havia diferença em criar novas armas, enquanto outros poderiam ter grande dificuldade em encontrar outra besta com afinidade semelhante.
— Por que precisamos de sangue de bestas? As pessoas não podem usar seu próprio sangue? — Gravis perguntou.
— O principal centro de poder dos humanos é o Espírito — explicou o Opositor. — Já o principal centro de poder das bestas é o corpo. As Leis de uma besta são muito mais pronunciadas e claras em seu sangue, enquanto os humanos possuem apenas traços das Leis em seu sangue, já que não é onde reside seu principal poder.
— Um humano poderia usar seu próprio sangue para criar uma Arma Mundial, mas a sincronia resultante seria apenas ligeiramente melhor do que a de uma arma comum. Usar o sangue de um humano seria um enorme desperdício para algo tão valioso quanto um Núcleo de Mundo — disse o Opositor.
Gravis observou sua nova Arma Mundial por um tempo. — Acho que devo começar a compreender algumas Leis das Armas, certo? — perguntou com um sorriso amargo.
— Você está bastante atrasado nesse aspecto — disse o Opositor. — Mas isso não é um problema, já que seu próximo destino será um Mundo de Batalha, certo?
Gravis assentiu. — Presumo que as pessoas em Mundos de Batalha dependam principalmente das Leis das Armas? — perguntou.
— Correto. As Leis das Armas têm a capacidade de condensar o poder das Leis em ataques físicos — explicou o Opositor. — Quando um Cultivador Elemental utiliza seu elemento em um ataque, sua Energia é o poder, enquanto o elemento é o meio que libera esse poder.
— Com as Leis das Armas, você ainda precisa usar Energia, mas suas Leis representam o poder, enquanto a Lei da Arma é o meio que libera esse poder. Seu Crescente de Relâmpago é basicamente um desses ataques, só que sem utilizar uma Lei de Arma — disse o Opositor, apontando para Gravis.
Gravis franziu o cenho. — Nunca conheci ninguém capaz de lançar um ataque tão poderoso quanto meu Crescente de Relâmpago. Presumo que o motivo para isso seja que eu ainda não estive em um Mundo de Batalha, certo? — perguntou Gravis.
— Correto — respondeu seu pai. — Cultivadores em um Mundo de Batalha podem lançar ataques igualmente poderosos com suas armas.
“Isso parece bem poderoso”, pensou Gravis. Então, suspirou. “Mas isso é algo para o futuro. Ainda vou permanecer no mundo mais alto por muitos anos. É um problema para o meu eu futuro resolver.”
Gravis se levantou e se espreguiçou. — Obrigado, pai — disse ele.
— Sem problema. Isso é o que devo fazer como seu pai — respondeu o Opositor.
— Agora vou entrar em contato com a mãe e perguntar qual deve ser meu próximo passo. Todo esse processo de criar um negócio já é muito mais incômodo do que eu imaginava — disse Gravis. — Vale mesmo a pena ganhar dinheiro para aprender Leis?
— Com certeza — afirmou o Opositor. — Há muito mais opções para compreender Leis aqui do que em mundos intermediários ou superiores. Se você tiver dinheiro suficiente, conseguirá compreender Leis ainda mais rápido do que continuando a lutar contra aquele Céu intermediário.
“Isso parece bem rápido”, pensou Gravis. “Bem, contanto que valha o esforço, devo continuar.”
— Até mais — disse Gravis, teleportando-se para fora do quarto de seu pai.
O Opositor apenas fechou os olhos enquanto continuava fazendo seja lá o que estivesse fazendo durante todo o dia em seu quarto.
Ninguém sabia o que o Opositor fazia em seu tempo livre.