Switch Mode

Lightning Is the Only Way – Capítulo 700

Tolos Dançando

Gravis olhou para o homem. — Você parece não estar convencido — comentou.

O sujeito bufou novamente. — Não, eu acredito no nosso professor — disse — mas simplesmente não consigo acreditar que você jogou fora o seu futuro para ganhar dinheiro agora.

Os outros nove se mantiveram fora da discussão, embora estivessem do lado do homem corpulento.

— Explique — disse Gravis.

— Você sabe exatamente o que quero dizer — respondeu o homem com um sorriso sarcástico. — Para ganhar dinheiro, você decidiu aprender artificialmente a Lei do Mundo Morto. Não há outra explicação. Afinal, nenhum Imortal de Circulação Menor Básica poderia compreender uma Lei tão poderosa.

Nem todos sabiam que existiam Imortais que compreendiam a Lei do Mundo Morto.

— O que te faz ter tanta certeza? — perguntou Gravis.

— Pare com essas perguntas inúteis — disse o sujeito. — Você está aqui apenas para forjar nossas armas, não para defender seu ego frágil.

As sobrancelhas de Gravis se franziram, e ele olhou para o professor.

O professor apenas se manteve à parte, sorrindo.

— Tenho permissão para ativar minha Aura de Vontade? — perguntou Gravis ao professor de forma neutra.

— Vá em frente. Contanto que você não mate ou incapacite ninguém, tudo é permitido — respondeu o professor.

Gravis voltou a olhar para o homem corpulento.

Ainda assim, o homem apenas riu um pouco. — Parece que sua tentativa de exibir poder deu errado — disse. — Você esperava que nosso professor dissesse que lutar era proibido, certo? Infelizmente para você, não somos avessos ao conflito.

Ele continuou rindo. — Além disso, você decidiu me ameaçar com sua Aura de Vontade? Eu? Aquele com a maior Força de Combate entre todos aqui presentes? — disse, mas, ao ver a expressão desaprovadora do professor, corrigiu-se. — Exceto nosso professor, é claro.

— Eu conheço cinco Leis de nível três, novato — disse o homem corpulento. — Se quiser tentar, é só falar. Eu terei prazer em acompanhá-lo. Caso contrário, apresse-se e forje nossas armas.

De repente, Gravis relaxou, desviando o olhar para o lado.

O homem corpulento interpretou isso como um sinal de fraqueza e cuspiu no chão. — Sabia — disse ele.

— Faz tempo — disse Gravis.

— Ainda está falando? — perguntou o homem corpulento.

Gravis voltou a olhar para o homem. — Passei os últimos 2.000 anos em um mundo natural — disse Gravis. — Esse mundo era cheio de bestas, e quase nenhuma delas agia assim. Eu havia completamente esquecido que esse era um comportamento comum entre os Cultivadores humanos.

— O quê? — perguntou o homem com um sorriso sarcástico. — Você não é apenas alguém que jogou o futuro fora, mas também um vovô? Quem diabos leva 2.000 anos para se tornar um Imortal? Até os mais lentos entre nós levaram apenas 800 anos. Dois mil anos — disse ele, rindo alto. — Cara, dois mil anos inteiros.

Gravis olhou para o homem corpulento, mas sua expressão não mostrava má vontade.

Ele apenas olhava para a pessoa com pena.

Essa era uma pessoa cega por suas próprias conquistas, de tal forma que a ideia de alguém mais superior a ele em seu nível simplesmente não existia. Era preciso lembrar que um Mundo intermediário só podia ser comparado a uma poça. Em comparação, um mundo superior seria um lago, e o mundo mais alto seria um oceano vasto além da imaginação.

Essa pessoa havia sido a mais poderosa em sua pequena poça e pulou no oceano, acreditando que também seria o mais forte lá.

Quando ouviu inicialmente as palavras do homem, Gravis sentiu certa irritação, mas, quanto mais o homem falava, mais a irritação de Gravis desaparecia. O motivo disso era o respeito minguante de Gravis por aquele homem.

Quando um estranho insultava alguém, era irritante. Alguém poderia até ficar um pouco zangado.

Quando um amigo insultava alguém, era doloroso.

Mas, quando uma criança insultava alguém, era irrelevante.

A criança não sabia nada sobre o mundo, e sua mente ainda não estava plenamente desenvolvida. Estava falando sobre coisas das quais não tinha ideia. Não se podia culpar uma criança por chegar a essas conclusões. Afinal, elas eram apenas crianças.

Era assim que Gravis via essa pessoa.

Essa pessoa não fazia ideia do que estava fazendo.

Gravis suspirou, lamentando pela estupidez daquele homem. Inicialmente, ele planejava dar-lhe uma lição, mostrar que havia pessoas muito mais poderosas do que ele.

Contudo, Gravis decidiu não fazer nada.

Por quê?

Porque ele não se importava com aquele homem. Mostrar a alguém que estava errado era mostrar o que poderia fazer melhor. Se Gravis ‘humilhasse’ aquele pobre homem, ele lhe permitiria enxergar o erro em sua mentalidade.

Mas por que Gravis lhe daria uma chance de melhorar?

Com uma mentalidade dessas, essa pessoa não sobreviveria no mundo mais alto. Gravis poderia aumentar suas chances de sobrevivência mostrando-lhe o erro em sua mentalidade, mas decidiu não fazê-lo.

Essa pessoa não tinha nada a ver com ele.

— Por favor, diga-me que tipo de armas você quer — disse Gravis.

Os dez estudantes zombaram com arrogância. Como esperado, o ferreiro estava apenas blefando.

O professor franziu as sobrancelhas. Isso não era bom!

Em uma sala diferente no prédio, outra pessoa também franziu as sobrancelhas.

Então, suspirou. — Isso não é bom — disse para si mesmo.

Era o Deus Estelar que havia contratado os serviços de Gravis.

Um dos motivos pelos quais ele contratou Gravis foi para mostrar aos novos Pesquisadores que havia montanhas mais altas além do horizonte. Sempre que surgia um novo Pesquisador vindo dos mundos médios, havia uma grande chance de serem bastante arrogantes. Afinal, eles já podiam ver que 90% dos Imortais na cidade eram fracos. Além disso, tinham acabado de dominar um mundo inteiro.

Gravis deveria mostrar aos estudantes as pessoas incríveis que viviam no Mundo mais alto. Ele deveria humilhá-los e demonstrar que precisavam trabalhar ainda mais em si mesmos.

No entanto, Gravis deixou que brincassem e se sentissem poderosos diante dele.

O Deus Estelar suspirou novamente. — Parece que meu plano saiu pela culatra. Em vez de conter sua arrogância, eles se tornaram ainda mais arrogantes.

Após alguns segundos, o Deus Estelar contatou Gravis. — Um milhão extra de Pedras Imortais se você mostrar a eles o erro de suas maneiras — disse.

— Eu lamento — respondeu Gravis educadamente — mas sou um ferreiro, não um professor. Não é meu trabalho ensinar seus alunos.

O Deus Estelar suspirou mais uma vez. — Certo, desculpe pelo pedido inapropriado — respondeu.

— Está tudo bem — disse Gravis.

Enquanto isso, em um escritório completamente diferente, alguém tomava um café enquanto observava tudo aquilo.

— Será que esse desdobramento tem algo a ver com a Lei da Liberdade de Gravis? — ponderou Orpheus com um sorriso. — Lurner incorporou Gravis em seu plano sem informá-lo antes. Se alguém fosse pedante, poderia dizer que isso é uma forma de supressão.

— E, assim, o plano cuidadosamente elaborado de um Deus Estelar deu errado — comentou Orpheus com uma leve risada. — Acho que, a essa altura, Gravis nem conscientemente se opõe a toda forma de supressão. Todo o seu ser simplesmente luta instintivamente contra qualquer coisa que invada sua liberdade.

E, com isso, o rumo daquele dia estava decidido.

Sob os olhares desdenhosos dos estudantes e os olhos preocupados do professor, Gravis criou dez Armas Mundiais perfeitas. Os três Núcleos Mundiais adicionais foram entregues por um Rei Imortal quando Gravis estava na metade do trabalho. O comportamento rude dos dez não influenciou a qualidade das armas de Gravis.

Gravis levou cerca de 15 horas para terminar todas as armas, e os estudantes disseram que as armas eram boas o suficiente. Gravis não se importou.

Quando terminou, o Deus Estelar apareceu e entregou a Gravis o pagamento de 79.000.000 de Pedras Imortais.

Gravis agradeceu ao Deus Estelar e saiu do prédio.

O Deus Estelar olhou para os estudantes, que ainda menosprezavam Gravis, e suspirou. Depois, voltou-se para o professor. — Tente encontrar uma maneira de conter a arrogância deles — disse.

— Vou tentar, mas não é fácil — respondeu o professor. — Esta teria sido nossa melhor oportunidade.

— Apenas faça o seu melhor — disse o Deus Estelar enquanto esfregava a ponte do nariz em frustração. Em seguida, teleportou-se.

Gravis não pensou mais naquelas crianças.

Para ele, eram tolos dançando na beira de um vulcão prestes a entrar em erupção.

Se quisessem, poderiam continuar dançando.

Mesmo que dançassem até a própria morte.

Faça uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo!
Conheça nossa Assinatura VIP e seus benefícios!!

Comentários

5 1 voto
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest


0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar