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Lightning Is the Only Way – Capítulo 717

Mãe

Gravis perdeu-se no tempo. Pela primeira vez, conseguiu esquecer tudo sobre si mesmo e dedicou todo o seu ser a compreender os diferentes tipos de pedra bem à sua frente. Era como se a magia de entender as Leis tivesse retornado, e Gravis sentia que agora era ainda mais bela do que antes.

Naquela época, Gravis não conseguia apreciar devidamente o sentimento de maravilha. Somente quando alguém perde algo e o recupera muito tempo depois é que realmente consegue valorizá-lo.

Era simplesmente um prazer observar todas aquelas pedras diferentes.

Whooom!

De repente, a Energia dentro do minério parou de se mover. A essência metálica desapareceu, restando apenas pedra morta. Gravis franziu o cenho enquanto inspecionava tudo. Havia algo errado com a Matriz de Virtualização?

Gravis a verificou, mas ela não funcionava mais. Simplesmente havia parado por alguma razão.

Concentrando-se na matriz, Gravis percebeu que não havia mais Energia dentro dela. Estava vazia.

— Vazia? — Gravis perguntou a si mesmo. Então, seus olhos se arregalaram. — Já se passaram 500 anos? Mas eu ainda não consegui compreender a Lei de Núcleo!

Inspecionando o ambiente com sua Lei do Tempo, Gravis confirmou que 500 anos realmente haviam passado. Sem dúvida, ele estivera ali por todo esse período.

— O quê!? Isso nunca foi 500 anos! — Gravis exclamou.

— Pai, já se passaram 500 anos? — perguntou.

— Sim — respondeu seu pai.

— O quê? Como? — Gravis perguntou em choque. — Eu só comecei agora!

— Você ficou tão imerso nas Leis que perdeu a noção do tempo, Gravis. Acontece. Apenas alugue novamente — respondeu seu pai de maneira entediada.

Gravis ainda não conseguia acreditar, mas tudo indicava que 500 anos haviam realmente se passado.

— Quinhentos anos, simplesmente assim — disse Gravis para si mesmo, com uma careta. — Tanto tempo passou, e eu nem percebi. Isso me lembra quando o Céu me disse que fiquei 200 anos no espaço entre mundos. Parece que o tempo foi roubado de mim.

Depois de um tempo, Gravis suspirou. — Acho que essas situações acontecerão com mais frequência no futuro. Entender as Leis levará cada vez mais tempo.

Gravis olhou para a montanha. Ela ainda estava lá, já que a Matriz de Virtualização controlava apenas a essência metálica, criando diferentes tipos de minério por conta própria.

Pensando no tempo em que conheceu Ferris, Gravis murmurou: — Naquela época, Ferris tinha cerca de 3.000 anos. Ele parecia absolutamente antigo para mim. Três mil anos era um tempo incrivelmente longo. Também pensava em quanto poderia aprender em 3.000 anos.

Gravis riu amargamente. — Mas olhe para mim agora. Se eu somar tudo, já tenho cerca de 3.650 anos. Sou até mais velho do que Ferris naquela época. Parece que há apenas um ano, eu tinha 100 anos. Tornei-me antigo.

— O tempo é implacável — disse Gravis — mas isso eu já sei.

Ficou em silêncio por alguns minutos, apenas pensando. Então, suspirou novamente e guardou a montanha de minério. Esse era um subproduto da Matriz de Virtualização, e pertencia a ele. Era um bom bônus, por assim dizer.

Gravis avaliou o valor do minério e concluiu que valia cerca de três milhões de Pedras Imortais. Isso parecia muito, mas não se podia esquecer que ele havia pago 50 milhões de Pedras Imortais. Além disso, viu o atendente colocar cerca de 25 Pedras Divinas na matriz. Em suma, o minério estava longe de compensar o custo.

Depois disso, Gravis guardou a matriz e inspecionou a cidade para encontrar Yersi. Queria conversar com sua filha após tanto tempo.

Seus olhos se arregalaram de surpresa ao encontrar duas pessoas em sua ‘sala de estar’. Uma delas era Jake, e a outra, uma garota adorável, aparentando cerca de 20 anos. A garota também era uma Imortal de Circulação Menor Básica.

— Já? — Gravis perguntou a si mesmo.

Ele se teleportou até eles e olhou maravilhado para sua filha.

Ela tinha pele pálida e cabelos extremamente longos e negros. Seus cabelos chegavam ao chão, e, por alguma razão, Gravis se lembrou de uma cauda de escorpião ao olhar para eles. Seus cabelos pareciam… perigosos.

— Pai! — Yersi exclamou surpresa, pulando nos braços de Gravis. — Eu sou humana agora! — disse com entusiasmo.

— Eu percebi — respondeu Gravis, ainda um pouco chocado, mas com um sorriso. Então, colocou a mão na cabeça dela e bagunçou seus cabelos. — Você está linda. Honestamente, se tivesse outra cor de cabelo, pareceria muito com sua mãe.

Yersi parou. — Mãe? — perguntou, incerta. — Na verdade, nunca vi minha mãe. Naquela época, eu estava muito imersa na filosofia das bestas e não me importava em conhecê-la. Agora que penso nisso, acho que me arrependo de não tê-la conhecido.

— Você nunca a viu? — Gravis perguntou surpreso. — Achei que a tivesse visto pelo menos uma vez — disse, rompendo o abraço para olhar nos olhos dela.

Yersi olhou para o chão e balançou a cabeça. — Não, nunca vi — respondeu.

— Você quer vê-la? — Gravis perguntou.

Yersi hesitou um pouco enquanto Jake permanecia em silêncio, sem querer interromper o reencontro. Então, Yersi assentiu.

Gravis usou o elemento da luz para criar uma imagem de Azure. Depois, ajustou sua Aura de Vontade e Espírito para emular a de Azure. Por fim, usou o vento para imitar sua voz.

Ele decidiu mostrar a Yersi o momento em que encontrou Azure pela primeira vez, no meio da competição pelo futuro companheiro dela.

Yersi olhou confusa para sua mãe. Disse a si mesma que aquela era sua mãe, mas não conseguiu sentir nenhuma conexão. Observar as imagens de sua mãe parecia muito estranho e distante.

Gravis mostrou várias conversas que teve com Azure, e, quando Azure disse que não se importava com seus filhos, Yersi se encolheu um pouco. Contudo, sabia muito bem como as bestas eram. Só precisava olhar para Cera e Aris. Ouvir essas palavras de sua mãe a machucou, mas ela também entendia. Não era culpa dela. Era simplesmente como as bestas eram.

— Obrigada, pai — disse Yersi. — Acho que já é suficiente.

Gravis interrompeu a simulação e olhou para sua filha com um olhar complicado.

— Não havia amor entre sua mãe e eu — disse Gravis.

Yersi assentiu. — Eu sei. Entendo sua situação, e também sei como as bestas pensam — respondeu. Mas, então, sorriu calorosamente para o pai. — Mas, mesmo quando todos diziam que você não precisava se importar conosco, você ainda cuidou de nós e nos ajudou. Mesmo quando nos rebelamos contra você, só nos mostrou nossos erros.

— Tenho orgulho de você ser meu pai — disse com sinceridade.

Gravis sentiu como se seu coração parasse ao ouvir isso. Uma onda doce de amor, felicidade e carinho percorreu seu corpo enquanto ele abraçava a filha novamente.

— Obrigado, Yersi — disse.

Yersi apenas riu levemente. — Por quê? Só estou dizendo a verdade. Não precisa me agradecer por isso.

Yersi havia visto sua mãe agora e percebeu que não tinha química com ela. Azure era orgulhosa e distante. Mesmo quando Gravis mostrou as constantes reclamações de Azure, Yersi ainda a sentiu distante. Era como se o orgulho inerente de Azure não permitisse que ninguém se aproximasse demais dela.

Por isso, Yersi finalmente pôde se despedir da mãe que nunca teve.

Elas eram, simplesmente, dois seres diferentes de mundos distintos.

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