— Eu admito, minha Seita pode não ser capaz de resistir a você — disse o Mestre da Seita Urgnah — mas a Aliança das Seitas pertence à Seita que Rompe os Céus, e esse é um poder contra o qual você não pode lutar!
— Seita que Rompe os Céus, hein? — Gravis perguntou com um sorriso. — Esse é o soberano oculto da Aliança das Seitas? Aquele para quem vocês entregam tantos recursos?
O Mestre da Seita ficou surpreso ao perceber que Gravis sabia sobre os tributos à Seita que Rompe os Céus. Apenas os Mestres das Seitas e seus Vice-Mestres sabiam disso! Como ele sabia? Contudo, isso não importava no momento.
— Então, você sabe — disse o Mestre da Seita com os olhos semicerrados. — Nesse caso, também sabe que não pode fazer o que quiser aqui.
Em vez de recuar, Gravis riu um pouco. — Acho que você entendeu algo errado.
— O quê? — perguntou o Mestre da Seita, indignado.
— A Seita que Rompe os Céus só se interessa por recursos. Eles não se importam realmente com Áreas de Compreensão de Leis, já que provavelmente têm muitas delas. Além disso, Áreas de Compreensão de Leis não podem ser simplesmente transportadas e entregues.
— Então, suponhamos que você vá até a Seita que Rompe os Céus e diga a eles que alguém está invadindo sua autoridade. A primeira coisa que eles perguntariam é quão poderoso eu sou. Você diria que sou um Imortal no Pináculo, e, imediatamente, eles pensariam que você é inútil. Como você não consegue lidar com um Imortal no Pináculo?
O Mestre da Seita Urgnah rangeu os dentes.
— A próxima coisa — continuou Gravis — você conta tudo sobre mim, e eles acreditam em você. A próxima pergunta seria: o que eu roubei? Afinal, eles se preocupam mais com seus tributos do que com qualquer outra coisa. O que você diria? Você não pode mentir, então diria que eu não roubei nada.
Gravis riu novamente. — E você sabe como isso terminaria, certo?
O Mestre da Seita Urgnah não gostava do que estava ouvindo.
— Eles diriam que não se importam — disse Gravis com um sorriso. — Diriam para você parar de incomodá-los com assuntos sem importância e só entrar em contato novamente quando eu começar a roubar tantas coisas que afete o tributo deles.
— No entanto, obviamente, não vou fazer isso — disse Gravis. — Estou aqui apenas para compreender Leis, nada mais. Nem estou impedindo sua Seita de enviar discípulos para cá. Pelos próximos 20.000 anos, estarei viajando de uma Área de Compreensão de Leis para outra, apenas compreendendo Leis.
— Não me interesso pelos seus minérios. Não me interesso pelas suas Pedras Imortais. Não me interesso por nada físico. Quero apenas compreender Leis, nada mais.
— Então, supere seu orgulho idiota e aceite a situação. Alternativamente, você pode chamar a Aliança das Seitas e lutar comigo. Fico curioso para saber como isso acabaria, e também me pergunto quem seria o primeiro Mestre de Seita a morrer.
O Mestre da Seita Urgnah fechou os punhos de fúria e impotência, mas não havia nada que pudesse fazer. Gravis os tinha em suas mãos! Ele estava certo ao dizer que a Seita que Rompe os Céus não se importaria com isso. A única alternativa seria reunir a Aliança das Seitas, mas o Mestre da Seita Urgnah teria que estar na linha de frente, já que era o território dele. Não havia como ele sobreviver nessa situação.
O discípulo olhou nervoso para seu Mestre da Seita. Será que poderiam fazer algo?
Após alguns segundos, o Mestre da Seita suspirou. — Tudo bem, você venceu — disse ele. — Mas você disse que este território agora é seu. O que acontecerá quando terminar de compreender as Leis aqui?
— Eu vou embora, obviamente — respondeu Gravis. — Depois disso, não terei mais utilidade para esta Área de Compreensão de Leis e a devolverei a vocês. Uma Área de Compreensão de Leis para uma Lei que já conheço não tem utilidade para mim, então não me importo com o que acontecerá depois.
O Mestre da Seita assentiu. — E se alguém de outra seita vier e desafiar o defensor deste território?
— Este é meu território, então eu obviamente o defenderei pessoalmente — respondeu Gravis.
O Mestre da Seita assentiu e já começou a planejar.
— No entanto — Gravis interrompeu — nem pense em me usar para atrair alguém de outra seita. Se acontecer, tudo bem, mas, se você manipular as circunstâncias para aumentar as chances de isso acontecer, eu considerarei isso como sendo perturbado. Quem sabe, talvez eu simplesmente ceda a luta e entregue o território. Afinal, o novo dono seria tão impotente contra mim quanto você.
O Mestre da Seita ficou irritado por Gravis ter encerrado essa possibilidade imediatamente. Então, não havia realmente nada que pudessem ganhar com isso?
— Tudo bem — disse o Mestre da Seita. — Presumo que você não precise da chave para a Área de Compreensão de Leis?
— Não, não preciso — respondeu Gravis. — Posso entrar e sair quando quiser, sem a chave.
O Mestre da Seita não fazia ideia de como Gravis havia conseguido tal habilidade, mas não havia nada que pudesse fazer a respeito no momento. Ele estava frustrado pelo fato de que um Imortal no Pináculo, que nem sequer fazia parte da Aliança das Seitas, podia fazer o que quisesse em um território governado por tantos Reis Imortais.
Quanto mais o Mestre da Seita Urgnah pensava sobre a situação, mais surreal ela parecia. A Aliança das Seitas obviamente poderia matar aquele único Imortal no Pináculo. Afinal, lutar contra um cultivador era completamente diferente de lutar contra mais de cem. Segundo o Mestre da Seita Urgnah, mesmo que Gravis pudesse matar vários Mestres de Seita, ele esgotaria sua Energia rapidamente, deixando-o indefeso contra os restantes.
O Mestre da Seita sentia como se tivesse uma adaga no pescoço de Gravis e pudesse matá-lo se quisesse, mas, por alguma razão, era Gravis quem estava no controle. Ele tinha a vida de Gravis em suas mãos, mas não podia matá-lo.
Isso parecia desafiar a realidade. O mais forte deveria ser capaz de suprimir o mais fraco. Obviamente, a Aliança das Seitas tinha mais poder. No entanto, eles simplesmente não podiam usá-lo contra Gravis.
Como alguém mais fraco conseguia controlar uma força mais poderosa?
O Mestre da Seita ficou mais interessado em Gravis conforme refletia sobre essas questões.
— Tenho uma pergunta — ele disse.
— Claro — respondeu Gravis com um dar de ombros, enquanto se afastava.
— Como você faz isso? — perguntou o Mestre da Seita. — Como consegue se manter no controle contra uma força tão mais poderosa que você? E como é tão incrivelmente poderoso como um Imortal no Pináculo? Se não se importar, gostaria de saber.
O tom do Mestre da Seita já não era mais de raiva ou frustração. Ele parecia mais alguém que havia desistido e queria apenas um conselho.
— Ausência de responsabilidade — respondeu Gravis imediatamente.
— O que você quer dizer? — perguntou o Mestre da Seita.
— Não tenho uma seita para administrar, o que me dá tempo infinito para compreender Leis.
— Não tenho entes queridos que possam ser usados para me ameaçar.
— Não tenho um lar que vocês possam atacar.
— Então, para responder à sua segunda pergunta primeiro: apenas passo muito tempo compreendendo Leis, até saber muito mais Leis do que qualquer outra pessoa. A ausência de responsabilidade me permite dedicar minha vida inteira à busca por poder.
— Quanto à sua primeira pergunta: é a mesma resposta. Você está sobrecarregado por responsabilidades, o que o torna mais vulnerável. Eu posso ameaçar você e sua seita, e, mesmo que você possa ignorar essa ameaça, eu posso usar o mesmo artifício contra outros, e eles podem não ser capazes de ignorar.
— Sua seita obviamente não será a única a receber uma visita minha, mas todas as outras seitas estarão tão impotentes quanto vocês.
— A Aliança das Seitas que vocês formaram para se proteger acabou se tornando sua fraqueza. Cada membro de uma seita unida está disposto a sacrificar sua vida para proteger seu lar, mas uma Aliança de Seitas é frouxa. Nenhuma seita está disposta a se sacrificar pelos ganhos de outra.
— Sua proteção e responsabilidade são o que os tornam tão vulneráveis — explicou Gravis. Ele estava aproveitando a Área de Compreensão de Leis sem oferecer nada em troca, então decidiu responder à pergunta com honestidade.
O Mestre da Seita permaneceu em silêncio, refletindo sobre as palavras de Gravis por um tempo.
— Responsabilidade, hein? — ele murmurou para si mesmo mais do que para Gravis.
Depois de mais alguns segundos, ele se virou para Gravis novamente e fez uma reverência educada. — Obrigado por suas palavras sábias. Pode ficar aqui o tempo que quiser.
Gravis sorriu e assentiu. — Não precisa agradecer. Considere isso uma troca.
O Mestre da Seita olhou para o discípulo, que havia assistido a tudo. Depois, voltou-se para Gravis. — Ele pode ficar, certo? — perguntou.
Gravis assentiu. — Claro. Contanto que ele não me incomode, não me importo quem fique aqui. Podem enviar centenas de discípulos, se quiserem.
— Tudo bem — disse o Mestre da Seita. — Então, desejo-lhe sorte na sua compreensão.
Com isso, o Mestre da Seita partiu.
O discípulo sentiu que sua seita havia sido humilhada, mas ouviu toda a conversa. Seus sentimentos diziam que eles deveriam ser os mais poderosos e que Gravis não deveria ter a capacidade de simplesmente entrar ali e fazer o que quisesse.
No entanto, sentimentos e realidade frequentemente discordam. O discípulo estava frustrado e se sentia humilhado, mas também sabia que não havia nada que pudessem fazer. Se estivesse no lugar de seu Mestre da Seita, ele estaria igualmente impotente.
Ele simplesmente precisava aceitar essa humilhação e seguir em frente.
Enquanto isso, Gravis ignorou o discípulo e olhou para o raio com um sorriso, enquanto coçava o queixo.
“E assim, minha compreensão das Leis começa!”, pensou ele.