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Lightning Is the Only Way – Capítulo 822

Futuro

Dois dias se passaram até que Stella apareceu diante de Gravis.

Gravis estava sentado no chão, refletindo sobre várias coisas, quando viu Stella surgir à sua frente.

Stella veio sozinha, sem Liam.

Os dois se encararam em silêncio por vários segundos, ambos com expressões complexas nos rostos.

Toda a dinâmica entre eles havia mudado. Agora havia algo horrível entre os dois que não podia ser ignorado.

— Liam não quer te ver agora — disse Stella.

— Compreensível — respondeu Gravis.

Mais segundos de silêncio.

— Como você está se sentindo? — Gravis perguntou em um tom baixo.

— Machucada, traída — respondeu Stella.

Gravis sentiu uma pontada em seu ser ao ouvir essas palavras.

— Foi o pior dia da minha vida, e eu ainda não sei o que devo sentir agora — continuou Stella, mantendo vários metros de distância entre eles.

— Tive vários dias para pensar sobre suas ações, e entendo por que você fez isso — disse Stella com um suspiro. — Agora eu entendo a liberdade, e sei que não teria entendido de outra forma.

— Mas ainda sinto uma dor imensa sempre que penso naquele dia — disse Stella com a voz trêmula. — Você me machucou profundamente, Gravis, e não importa qual tenha sido sua razão, a dor não vai desaparecer.

— Eu consigo entender sua razão, e uma parte de mim também é grata por isso, mas não posso ignorar a dor — disse Stella em um tom baixo.

Gravis suspirou. — Eu sei. Algo assim não é fácil de resolver. Não há escolha certa — ele disse. — Então, quais são seus planos?

— Isso depende — respondeu Stella com outro suspiro. Então, ela olhou para Gravis. — Até onde você teria ido?

Gravis fechou os olhos. Ele não queria olhá-la enquanto dizia essas palavras.

— Eu teria ido mais longe, mas teria parado antes da penetração — ele disse.

O corpo de Stella tremeu ao ouvir a palavra ‘penetração’. Soava tão fria, mas a palavra abalou seu ser.

— Se você ainda não tivesse conseguido compreender a liberdade antes disso, obviamente nunca a aprenderia — disse Gravis. — A Lei da Liberdade não é fácil de aprender, e teria sido impossível para mim criar uma circunstância melhor. Este foi o máximo que eu poderia fazer para ajudá-la a entender a liberdade.

— Se você não tivesse compreendido a liberdade, eu teria ido embora. Obviamente, eu também teria invocado Liam.

— No entanto, minha vergonha seria grande demais, e eu teria partido. Eu não conseguiria olhar nos seus olhos depois do que fiz. Nosso contato teria acabado.

Gravis abriu os olhos e viu Stella desviando o olhar, desconfortável. Ouvir Gravis falar essas palavras em um tom tão neutro e dissociado a fez lembrar daquele dia. Ele havia falado do mesmo jeito naquela ocasião.

Stella suspirou.

— Sabe — ela disse, olhando de volta para ele com uma expressão complexa. — A única razão pela qual estou falando com você é porque senti sua dor. Minha Lei da Empatia me permite sentir os sentimentos dos outros, e eu senti seu desgosto, arrependimento e dor naquele momento.

— Eu sei que você genuinamente não queria fazer isso.

— Mas ainda assim aconteceu. Importa se você queria ou não?

Stella suspirou novamente e balançou a cabeça.

— Eu não sei — ela disse. — Eu sei que você fez todas essas coisas para me ajudar, mas a dor é grande demais.

— Eu sei que você é um homem bondoso. Afinal, conversamos por vários anos.

— Mas — disse Stella, olhando nos olhos de Gravis com apreensão — sempre que olho para você, só consigo ver sua expressão fria e sem emoção daquele dia.

— Também me lembro da vez em que lutamos, e vi seu crânio ardente e desprovido de emoção bem na minha frente.

— Eu conheço sua personalidade, conheço você, mas não consigo ver quem você realmente é.

— Sempre que olho para você, só vejo um monstro frio.

As palavras de Stella feriram Gravis profundamente, mas ele entendia Stella. Passar por algo assim era horrível, e, mesmo que tivesse sido feito por razões certas, ainda havia machucado Stella imensamente.

Gravis se lembrou de Joyce e seu pai. Naquela época, o pai de Joyce estava disposto a atrair o ódio dela para si, desde que isso significasse que ela não cometeria o erro de recultivar. Ele também sabia que ela talvez nunca o perdoasse, mas estava disposto a fazê-lo, mesmo que isso significasse perdê-la.

A única diferença entre aquela situação e a situação atual de Gravis era que ele havia sido bem-sucedido.

Algo assim era difícil de resolver, pois não havia uma resposta certa.

Por um lado, Stella queria uma retribuição justificada por sua dor, mas, por outro, ela sabia por que Gravis tinha feito aquilo e sabia que ele também havia sofrido.

Não havia uma resposta correta.

E se Stella decidisse cortar todo o contato?

Isso a faria se sentir culpada, já que sabia que Gravis basicamente sacrificou o relacionamento deles e passou por uma dor emocional para ajudá-la. Stella sentiria que o traiu.

E se Stella decidisse ignorar o incidente anterior?

Isso simplesmente não seria possível. Enquanto Gravis lhe parecesse um monstro sempre que o visse, ela nunca seria feliz e temeria o tempo que passasse com ele. Isso obviamente seria horrível para ela e também para Gravis.

Toda escolha era horrível.

Toda escolha vinha com arrependimentos.

Mais alguns segundos de silêncio se passaram.

— Eu não consigo tomar uma decisão agora — disse Stella.

Gravis assentiu. — Concordo. Neste momento, tudo ainda está muito recente em nossas mentes, e ambos estamos perturbados — disse Gravis.

— Eu sugeriria que cortássemos todo contato por um tempo até termos certeza de nossos sentimentos. Sugiro que você volte para casa com Liam enquanto eu continuo compreendendo Leis.

Gravis olhou para o lado com uma expressão de avaliação. — Acho que levarei cerca de 20.000 ou 30.000 anos compreendendo Leis. Isso deve ser tempo suficiente para digerirmos nossas emoções.

Gravis olhou de volta para Stella. — Depois disso, provavelmente irei para as Regiões Centrais.

Stella suspirou e assentiu. — Parece uma boa ideia. Acho que é o melhor curso de ação.

No entanto, a expressão de Gravis mudou para uma de dor enquanto ele se lembrava de algo. Após alguns segundos, ele tomou uma decisão.

— No entanto, eu não irei procurá-la quando esse momento chegar — disse Gravis.

Stella ficou um pouco surpresa. — Por que não? — ela perguntou.

Gravis suspirou. — Há uma razão pela qual não me aproximei de você naquela época — disse Gravis lentamente. — Obviamente, há uma atração entre nós, e eu não sou alguém que hesita em confessar o que sente por outra pessoa.

Antes, Stella teria se sentido feliz, mas agora, ela não sentia nada ao ouvir essas palavras de Gravis.

A faísca não existia mais.

— Tenho um problema com algo, e dependendo de como isso for resolvido, coisas diferentes podem acontecer — Gravis explicou sem olhar para ela.

Stella ficou um pouco confusa. Que problema?

— Não posso contar o que é agora, mas é incerto como será resolvido. No final, posso permanecer o mesmo, morrer ou me tornar uma pessoa completamente diferente.

— Não tenho medo de morrer, mas não gostaria que você passasse por uma dor enorme se eu deixasse de ser a pessoa que você conheceu. Se eu fizer a escolha errada, não serei mais eu mesmo, e não quero que você me perca desse jeito.

— É por isso que não dei o próximo passo — disse Gravis lentamente.

— Então, só vou procurá-la depois que esse problema for resolvido. No entanto, não sei quando isso acontecerá, e mesmo que seja resolvido, não sei se ainda serei a mesma pessoa.

— Sinto muito, mas não posso contar os detalhes — disse Gravis com um suspiro. — Mas, quando isso for resolvido, voltarei para conversar com você.

— E, quando isso acontecer, contarei tudo sobre mim.

Stella não tinha certeza do que estava sentindo naquele momento. Por um lado, sentia que estava perdendo algo importante, mas, por outro, sentia apenas repulsa ao olhar para Gravis. Ela não queria sentir repulsa, porque conhecia Gravis, mas simplesmente acontecia.

Era um sentimento indescritível.

— Certo — disse Stella. — Não sei o que você está enfrentando, mas desejo-lhe sorte com isso.

— Espero que possamos conversar novamente no futuro.

Gravis assentiu e sorriu fracamente. — Também espero.

— Vou indo agora. Adeus, Gravis — disse Stella.

— Adeus, Stella — disse Gravis.

Stella hesitou por alguns segundos, mas então teleportou-se para longe.

Após alguns segundos, Gravis suspirou.

“Normalmente, não me importo de estar sozinho, mas, agora, me sinto solitário”, pensou Gravis.

“Agora, sinto como se estivesse sozinho neste mundo.”

Gravis olhou para o céu.

“O problema com meu raio está no centro dos meus pensamentos. Sua pressão me sufoca e reprime meus sentimentos. Sinto como se estivesse apenas esperando pelo fim da minha existência.”

“O que devo fazer com meu raio? Toda solução que consigo imaginar exige sacrificar algo que não quero sacrificar.”

“Não quero me livrar do meu raio.”

“Não quero suprimir meu raio.”

“Não quero me suprimir.”

“No entanto, não importa qual escolha eu faça, só posso ter duas dessas coisas, nunca as três.”

Gravis se deitou e olhou para o céu.

“Tudo depende do meu raio.”

“Todo o meu futuro e toda a minha felicidade repousam na resolução desse problema.”

Gravis suspirou.

“Mas não sei o que fazer.”

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