Gravis apareceu na clareira de Arc.
THUNK! SPLAT!
No entanto, ele imediatamente bateu contra uma parede dura.
Os olhos de Gravis fecharam involuntariamente enquanto ele esfregava o nariz com os olhos marejados. Sim, nem mesmo Reis Imortais estavam imunes a lágrimas quando levavam uma pancada no nariz. Simplesmente acontecia.
“Espera, por que minha mão está molhada?” pensou Gravis ao olhar para ela.
Suco e polpa vermelhos e marrons.
Os olhos de Gravis se arregalaram em horror.
Ele tinha carregado um de seus frutos nas mãos para perguntar a Arc sobre eles, mas acabara de ser teleportado na frente de uma parede.
Seu fruto havia sido esmagado!
A mente de Gravis entrou em colapso, e sua Aura de Vontade ativou-se involuntariamente devido ao estresse. Ele rapidamente olhou ao redor da clareira.
Ele viu Arc com um sorriso no rosto e um fruto vermelho-acastanhado em suas mãos.
Gravis ficou confuso novamente e olhou para os restos do fruto em sua mão.
Não havia Energia Vital neles.
Gravis rangeu os dentes. — Vá se ferrar, Arc! Isso não é engraçado! — gritou, apontando para Arc de forma agressiva.
E então, Arc desabou em risadas.
Gravis tinha acabado de pensar que havia perdido um de seus frutos! Ele pagara um preço altíssimo por eles, e eles eram sua entrada para sua primeira Lei de nível cinco. Eram realmente importantes para ele!
E então, aquele desgraçado pregou uma peça nele, trocando o fruto e fazendo-o pensar que o havia perdido!
Gravis apenas encarou Arc por vários segundos, mas Arc continuava rindo.
— Pare de rir! — gritou Gravis.
Isso só fez Arc rir ainda mais.
Splash!
De repente, Gravis sentiu uma mão molhada limpando algo em suas roupas. Ele imediatamente se virou para a esquerda e percebeu que a “parede” contra a qual tinha esbarrado não era uma parede.
Um homem alto, loiro, limpava o suco de fruto de suas vestes e limpava sua mão suja nas roupas de Gravis. O homem não tinha expressão. Era como se estivesse limpando a mão mecanicamente.
— Ah, desculpe — disse Gravis ao perceber que tinha esbarrado em outra pessoa, e não em uma parede.
— Sem problemas — respondeu o homem. — Você deveria se acostumar com o senso de humor peculiar do professor.
Enquanto Arc continuava rindo, Gravis olhou para o homem com mais atenção. — Ei, você não é o cara que me convidou para este lugar? — perguntou Gravis.
Sim, era a mesma pessoa que havia parado o tempo ao redor de Gravis fora da Seita Irrestrita para lhe entregar o emblema de Arc.
O homem assentiu. — Também me lembro de você — disse. — Sua personalidade peculiar, Leis e corpo deixaram uma impressão em minha mente.
Gravis lançou um olhar para Arc por um segundo e bufou. Então, voltou-se para o homem enquanto pegava o fruto das mãos de Arc.
— Você seria tão gentil a ponto de responder duas perguntas minhas sobre este fruto? — perguntou Gravis.
Arc parou de rir e olhou para Gravis com a testa franzida. Enquanto isso, Gravis apenas sorriu para Arc. “Quer pregar uma peça em mim, hein? Bom, parece que não vamos conversar desta vez. Devia ter pensado nisso antes de decidir me ferrar.”
O homem loiro olhou para o fruto e depois para Gravis de canto de olho. Ficou um pouco surpreso com a calma de Gravis. Afinal, ele era o discípulo mais velho de Arc e um dos seres mais poderosos do mundo.
Se qualquer outra pessoa ou besta tivesse esbarrado nele e sujado suas vestes com suco de fruto, estaria se desculpando sem parar. Enquanto isso, Gravis simplesmente ignorou o incidente e ainda lhe fez perguntas.
Isso despertou o interesse do homem loiro, que assentiu.
O sorriso de Gravis se intensificou ao ver que o homem concordava.
— Quanto tempo leva até que o efeito do fruto desapareça, e isso é prejudicial ao meu futuro se eu consumi-los? — perguntou Gravis.
Ambas as perguntas eram importantes. A primeira determinaria se Gravis consumiria os frutos antes ou depois de seu refino. A segunda era crucial para o futuro, já que, se algo demonstrasse uma Lei com clareza excessiva, isso dificultaria a compreensão de outras Leis em áreas normais de Compreensão de Leis.
O homem olhou para o fruto. — Você encontrou Narcissus? — perguntou.
Gravis ficou confuso, mas a pequena árvore no centro das Áreas de Compreensão de Leis veio à sua mente. — Aquela pequena árvore no meio das Áreas de Compreensão de Leis? — perguntou.
O homem loiro franziu a testa. — Você tem sorte de ainda estar vivo — disse.
— Por quê? — perguntou Gravis surpreso.
— Narcissus conhece várias Leis da Alma e pode facilmente distinguir humanos de bestas — respondeu.
Ao ouvir isso, Gravis sentiu como se seu coração tivesse sido apertado pelo terror.
Isso significava que a árvore sabia que Gravis era humano?
Então, por que ainda estava vivo?
— Como estou vivo? — perguntou Gravis ao homem loiro, chocado.
— Narcissus é meu segundo irmão — respondeu o homem. — Ele também faz parte desta clareira e provavelmente sentiu o emblema do professor em você. Ele sabia que você fazia parte da nossa clareira e não o matou.
Gravis havia se esquecido completamente de que Leis da Alma suficientemente avançadas podiam ser usadas para verificar o Espírito de alguém. Contudo, ele não podia ser culpado por isso. Essas Leis da Alma de nível cinco e seis eram extremamente raras. As chances de alguém conhecê-las eram mínimas.
No entanto, assim que pensou nisso, a rede de raízes voltou à sua mente.
— E aquela rede de raízes que cerca o território das bestas? — perguntou Gravis.
— Também é Narcissus — respondeu o homem. — Seu corpo principal está na Área de Compreensão de Leis que você visitou, enquanto suas raízes cercam o território das bestas.
Isso surpreendeu bastante Gravis. Aquela enorme rede de raízes e aquela pequena árvore eram o mesmo ser?
Então, Gravis nunca havia enganado Narcissus. Narcissus sabia desde o início que Gravis era humano.
Isso aterrorizou Gravis.
Ele acreditava que havia conseguido se esgueirar além do leão poderoso e adormecido, mas o leão o havia notado o tempo todo. O leão simplesmente não o atacou.
Isso significava que a vida de Gravis não estava em suas próprias mãos, mas nas mãos de outra pessoa.
“Por que isso continua acontecendo!?”, pensou Gravis com os dentes cerrados. “Eu continuo subestimando os poderes de cada maldito mundo! Sempre acredito que estou no controle, mas não estou! Quantas vezes já cometi esse erro!?”
“Eu simplesmente nunca aprendo!” Gravis se repreendeu agressivamente.
— Relaxe, Gravis — disse Arc ao lado, revirando os olhos. — Alguém precisaria conhecer a Lei de nível seis da Alma para ver que você tem uma Aura de Vontade. Nenhuma pessoa sã pensaria que existe alguém neste mundo que conhece essa Lei. Afinal, se alguém conhecesse uma Lei de nível seis, já teria deixado o mundo, certo?
O homem também olhou para Gravis com uma expressão complexa. Gravis realmente estava se culpando por isso? Ninguém poderia ter previsto algo assim.
Gravis percebeu que as palavras de ambos faziam sentido, mas, de alguma forma, ainda se culpava. Qualquer coisa que não estivesse sob seu controle representava um perigo para ele. Liberdade significava ter controle sobre si mesmo, e, se alguém não tivesse controle sobre si mesmo, não teria liberdade.
Assim, para alcançar a verdadeira liberdade, Gravis precisava de controle sobre sua vida, o que também era o principal motivo pelo qual continuava cultivando. Claro, liberdade também era um sentimento, mas isso era apenas a realidade percebida. Gravis queria liberdade na realidade física.
“Ainda é muito cedo para controlar tudo”, pensou Gravis. “Mas isso ainda me frustra pra caramba!”
SHING!
O fruto de Gravis desapareceu novamente, reaparecendo no dedo de Arc. O fruto girava como uma bola no dedo de Arc. — Enfim, você queria saber mais sobre…
PACK!
E o fruto sumiu novamente quando Gravis o pegou de volta, deixando Arc surpreso.
Gravis olhou para o homem. — Então, poderia responder minhas perguntas?
Arc fez uma careta, mas suspirou. “Esse cara! Ainda está bravo por causa da minha brincadeira?”
O homem olhou novamente para o fruto. — Este é um Fruto da Vida para a Lei de nível cinco de Magma. Consumir um deles revelará toda a Lei por 10 anos.
Os olhos de Gravis brilharam. “Apenas 10 anos? Então, posso ingerir os frutos antes do refino.”
— Você conhece mais de 20 Leis de nível quatro? — perguntou o homem.
Gravis assentiu.
O homem também assentiu. — Você conhece uma Lei de nível cinco?
— Não — respondeu Gravis.
— Então, sugiro que consuma um. Depois disso, reflita sobre o que aprendeu por 50 anos. Se tiver um segundo, faça o mesmo. Se tiver um terceiro, consuma-o apenas quando estiver prestes a entrar no refino. O fruto o ajudará a compreender a Lei de Magma durante o combate.
Gravis assentiu solenemente. Aquela era uma informação importante!
— E quanto ao efeito deles na minha futura Compreensão de Leis? — perguntou Gravis.
— Com uma proporção de um para cinco, você está seguro — disse o homem. — Se usar esses frutos para compreender uma Lei de nível cinco, tente compreender as próximas cinco Leis de nível cinco sem a ajuda deles. Depois disso, poderá usar os frutos novamente. Assim, sua Compreensão de Leis não será prejudicada.
Gravis assentiu e fez uma reverência educada. — Obrigado pela sua ajuda, senior — disse.
Então, Gravis tirou o emblema de Arc e lançou um sorriso debochado para ele.
Arc apenas suspirou.
CRACK!
E Gravis desapareceu.
BANG!
De repente, o toco abaixo de Arc foi jogado para frente, e ele caiu sentado no chão.
Então, Arc começou a rir.
Atrás dele, Gravis estava com um sorriso maroto. Ele havia quebrado um emblema diferente e se teleportado para trás de Arc. Depois, chutou a cadeira de Arc.
— Achou que eu ia deixar passar assim tão fácil? — perguntou Gravis rindo.
Enquanto isso, o homem loiro apenas se virou e saiu sem expressão.
Ele simplesmente não tinha paciência para o humor de Arc.