Vários anos se passaram.
WHOOOM!
Gravis lançou um corte cinzento que disparou à frente com velocidades incríveis. Ao passar sobre o lago, a realidade parecia se dobrar ao seu redor, como se a realidade física estivesse sendo quebrada.
Gravis acabara de liberar seu mais novo ataque com grande poder e observava o corte cruzar o lago com um sorriso.
Finalmente, Gravis podia usar a Lei da Realidade Percebida como um ataque real!
Finalmente, ele conseguia criar Técnicas de Armas poderosas!
BANG!
O corte atingiu algo duro e desapareceu. Arc havia criado uma Formação para Gravis treinar. Assim, seus ataques não danificariam a clareira.
“Eu ainda consigo melhorar isso”, pensou Gravis com um brilho nos olhos. “Agora, ele é composto apenas pela Lei da Realidade Percebida, mas provavelmente posso adicionar ainda mais Leis.”
Mais anos se passaram.
SHING!
O mesmo ataque foi lançado sobre o lago, mas estava ligeiramente diferente.
À primeira vista, não parecia diferente dos anteriores, mas havia uma distinção.
Um leve brilho de fogo branco podia ser visto nele.
Era o Elemento Madeira Profunda, mas não em sua totalidade.
Gravis havia incorporado a Lei da Destruição da Madeira Profunda em seu corte. Assim, seu ataque, que apenas corroía a realidade ao redor do inimigo, também passaria a consumir a alma do oponente.
Usar a Lei da Realidade Percebida com um ataque físico fazia o alvo passar por um número inacreditável de realidades diferentes. Sua mente reviveria a vida inúmeras vezes, mas sempre de perspectivas distintas.
Em uma vida, eles se veriam pelos olhos de um ente querido.
Em outra, pelos olhos de um rival.
Em outra ainda, pelos olhos de seu mestre.
Muitas perspectivas diferentes se fundiriam para criar inúmeras imagens da mesma pessoa.
No melhor dos cenários, o inimigo não reconheceria mais a si mesmo ou à realidade física.
Eles perderiam a própria essência e deixariam de ser quem eram.
No pior dos cenários, não sofreriam nenhum dano.
A eficácia desse ataque dependia inteiramente da personalidade e força de vontade do oponente. Ele poderia destruir completamente sua determinação ou ser quase inútil.
No entanto, independentemente do resultado, o inimigo se sentiria exausto, e sua concentração sofreria um impacto significativo.
Depois de passar por muitas vidas em um instante, a mente do alvo ficaria incrivelmente cansada, dificultando a luta e tornando-o mais suscetível aos efeitos normais da Lei da Realidade Percebida.
Entretanto, tudo isso era verdade apenas antes da mudança mais recente.
Agora, a alma do inimigo seria definitivamente ferida, acontecesse o que acontecesse. A Lei da Destruição da Madeira Profunda garantia isso.
Em resumo, a Lei da Destruição da Madeira Profunda era perfeitamente compatível com os efeitos do ataque físico baseado na realidade percebida.
Era como se essas Leis tivessem sido feitas uma para a outra.
Infelizmente, incorporar uma Lei de Batalha Elemental em um ataque baseado na Lei da Realidade Percebida era difícil. Essas Leis pertenciam a categorias completamente diferentes e não estavam no mesmo nível.
Por isso, Gravis levou vários anos para criar esse ataque.
Curiosamente, esse ataque físico não tinha efeito sobre o corpo físico do oponente.
Era um ataque físico que atingia a alma e a vontade de um ser.
Gravis pensou em incorporar algumas Leis de Batalha físicas reais no ataque, como a Lei do Corte da Tempestade ou a Explosão do Inferno. No entanto, quanto mais Leis ele adicionava, mais difícil era criar e executar o ataque.
Ir um pouco para a alma e um pouco para o corpo era tolice. Superar a armadura do oponente e a defesa da alma era o maior desafio, e, se Gravis dividisse o poder de seu ataque entre duas dimensões diferentes, talvez não quebrasse nenhuma delas.
Então, Gravis decidiu se concentrar completamente em um ataque à alma.
“Ainda há mais uma Lei que quero adicionar”, pensou Gravis.
Inicialmente, ele queria adicionar a Lei do Raio Divino, mas a quantidade de Energia necessária para adicionar um Elemento inteiro, especialmente um de nível seis, não valia a pena.
Ele também havia pensado em adicionar a Lei da Velocidade do Raio, mas a velocidade do ataque já era bastante alta graças ao poderoso corpo físico de Gravis e à velocidade de seu Raio Vazio.
“Já gastei 500 anos tentando criar esse golpe, e levaria muito mais tempo para adicionar outra Lei. Se eu tivesse tempo, adicionaria cada vez mais Leis, mas, infelizmente, não tenho.”
“De qualquer forma, mais uma ainda deve ser possível.”
5.000 anos se passaram.
Outro golpe cruzou o lago, e, à primeira vista, parecia igual aos anteriores.
Contudo, havia uma leve diferença se alguém observasse de perto.
As diferentes realidades pareciam muito mais reais do que antes.
— Finalmente! — gritou Gravis com um sorriso radiante.
Qual Lei Gravis havia adicionado?
A Lei da Ilusão da Sombra!
Essa Lei não era simplesmente perfeita para esse ataque?
O conceito de ilusões estava intimamente relacionado às realidades percebidas. Afinal, ilusões não eram reais e não existiam na realidade física, assim como a realidade percebida. A realidade percebida não era real e também não existia fisicamente.
A Lei da Ilusão da Sombra fazia com que as diferentes realidades parecessem muito mais reais. Talvez o oponente nem soubesse se havia retornado à realidade física. Talvez acreditasse estar vivendo outra vida e simplesmente esperasse que ela terminasse, assim como as anteriores.
Com isso, Gravis talvez até pudesse simplesmente caminhar até o oponente e acabar com sua vida sem qualquer resistência.
“O inimigo passará por vidas inteiras em questão de segundos e, no melhor cenário, esquecerá quem é. Isso não é exatamente como a reencarnação?”, pensou Gravis com um sorriso.
“Então, vou chamar esse ataque de Samsara.”
Gravis se sentiu orgulhoso por seu senso de nomeação ter melhorado, mas logo suspirou.
“Cara, criar Técnicas de Armas é realmente difícil. Depois de 5.500 anos, só consegui incorporar duas Leis de Batalha adicionais. Uma terceira provavelmente levaria 50.000 anos nesse ritmo. Eu não tenho esse tipo de tempo”, pensou Gravis.
Gravis passou mais um ano aperfeiçoando a execução de seu ataque. Ser capaz de fazê-lo uma vez e ser capaz de realizá-lo consistentemente eram coisas muito diferentes. Gravis precisava ser capaz de usar esse ataque sempre que necessário.
“Será que eu realmente preciso de Técnicas de Armas para os diferentes Elementos? Provavelmente não. Cada Elemento já pode incorporar suas próprias Leis de Batalha sem problemas, e posso simplesmente infundi-las na minha arma, se necessário.”
“No entanto, ainda há algo que eu posso criar.”
Gravis se lembrou de quando Stella matou aquele espião do Submundo.
Stella revelou uma espécie de roda e ativou três Elementos poderosos em uma única técnica.
Isso significava que os Elementos podiam se combinar em um único ataque.
Se Gravis pudesse incorporar todos os nove Elementos em um único ataque com todas as suas Leis de Batalha, quão poderoso seria?
“Fico imaginando quanto tempo a Seita dos Nove Elementos levou para criar essa Técnica de Arma. Certamente, a fundação de uma das Seitas mais poderosas é aterrorizante”, pensou Gravis.
Gravis não conseguia imaginar quanto tempo levaria para ele combinar todos os nove Elementos de maneira tão flexível. Algo assim poderia ser completado em uma única vida neste mundo superior?
“Não faz muito sentido criar ataques para cada Elemento, mas ainda devo criar um para o Magma. Embora chamar isso de ataque talvez seja incorreto. Agora tenho o Raio Divino, e seu poder destrutivo é muito maior do que o do Magma. No entanto, o Magma deve ser um ótimo Elemento para defesa.”
“Talvez eu possa criar uma Técnica de Arma que me permita infundir um escudo com Magma? O fato de eu usar meu escudo apenas para essa técnica específica também não exigiria que ele fosse uma Arma Mundial.”
Gravis coçou o queixo enquanto olhava para as nuvens.
“Embora, eu ainda precisaria de uma tonelada de minério. No momento, não tenho o minério para criar um bom escudo. Além disso, meus escudos quebrariam rapidamente, um após o outro. Eu preciso da Lei do Duro Complexo.”
“Falando nisso, como a Lei do Puro Suave ainda não apareceu na minha mente? Já se passaram mais de 5.000 anos. Mortis já deveria ter terminado.”
Gravis não perguntou como Mortis estava durante todo esse tempo, pois não queria interromper sua Compreensão da Lei. Ser interrompido era irritante.
— Como estão indo as coisas com a Lei do Puro Suave? — perguntou Gravis.
— Ocupado — respondeu Mortis diretamente.
Gravis franziu a testa. Aquela resposta pareceu um tanto evasiva.
— Ocupado com o quê?
— Sendo aprisionado.
Gravis piscou algumas vezes.
— O que você fez!?