Gravis e Stella trocaram carinhos por algumas horas.
Depois de um tempo, Gravis olhou para Stella.
— Então, você quer ajudar seu namorado a compreender a Lei do Calor neutra em relação aos elementos? — perguntou ele.
Stella pareceu chocada.
— O quê? Não! Por que eu iria querer passar mais tempo com você!?
Gravis ficou surpreso por um segundo, mas depois começou a rir.
— Okay, você me pegou. Sua voz soou convincente demais — disse Gravis entre risadas.
Stella também deu uma risadinha.
— É claro que vou ajudar você. Para onde você for, eu vou. Nós estamos juntos. Nós somos um.
Stella e Gravis deixaram o espaço e dispararam diretamente para o subsolo.
Depois de algum tempo, pararam em uma profundidade que ainda era confortável para Stella. A gravidade e a temperatura ao redor haviam atingido níveis insanos, mas eles não eram cultivadores iniciantes. Podiam resistir a isso com facilidade.
Gravis sentou-se, e Stella se acomodou no colo dele com uma risada suave.
Gravis também deu uma risadinha e fechou os olhos.
Desta vez, Gravis sentiu como se estivesse em uma duna de deserto quente. Havia areia vermelha ao seu redor, e o sol queimava impiedosamente sobre ele.
Stella estava com Gravis, puxando-o pelo deserto.
Stella já conhecia a Lei do Calor, e ela seria a guia de Gravis nessa jornada.
Ela mostrou coisas interessantes a Gravis e demonstrou muitos aspectos, mas nunca explicou nada. Explicar algo era completamente diferente de mostrar o caminho certo.
Se Stella explicasse a Lei para Gravis, ele a compreenderia instantaneamente, mas isso não lhe daria experiência na compreensão de Leis. Era importante que ele fizesse todas as conexões importantes sozinho.
Os dois não trocaram uma palavra sequer. Simplesmente viajaram pelo deserto enquanto Stella mostrava a Gravis para onde ir.
Gravis apenas a seguia com um sorriso, admirando o mundo mágico das Leis.
Compreender Leis nunca tinha sido tão divertido!
Antes, parecia que o tempo gasto na compreensão das Leis nem existia. Era como se Gravis começasse e, de repente, já estivesse terminado.
Mas agora, esse processo tinha se tornado prazeroso com Stella.
Era como umas férias divertidas com sua amada, algo que qualquer pessoa em um relacionamento saudável apreciaria.
Além disso, o tempo gasto compreendendo Leis agora parecia relevante e importante. As memórias do processo não se apagavam mais, mas se gravavam no coração de Gravis.
O tempo também não parecia curto.
Gravis agora sentia toda a passagem do tempo enquanto compreendia a Lei do Calor, e ele não queria que fosse diferente.
Era um tempo passado com Stella, e Gravis valorizava isso.
O tempo passou enquanto cada dia no mundo das Leis parecia anos. No passado, cada ano parecia segundos, mas agora tudo havia mudado.
Eventualmente, Gravis viu todo o deserto, e Stella apenas sorriu para ele.
Gravis retribuiu o sorriso e olhou para o deserto, compreendendo-o.
BOOOM!
Gravis compreendeu a Lei de nível quatro do Calor, neutra em relação aos elementos!
Gravis sorriu.
No entanto, ele ainda não deixou o mundo das Leis.
Em vez disso, continuou olhando para o deserto.
Algo mais o intrigava sobre aquele lugar.
Gravis não sabia o que era, mas sentia que já havia visto algo assim antes.
Ele sabia que não era a Lei das Temperaturas. Era outra coisa.
Mas Gravis simplesmente não conseguia identificar o que era.
“Parece que há algo mais aqui”, pensou Gravis. “Mas isso não faz sentido. Este mundo das Leis é apenas uma visualização da Lei do Calor. Esse mundo, na verdade, nem existe. É apenas uma conversão dos conceitos da Lei em um meio visual.”
“Eu estou apenas olhando para a Lei do Calor, então por que sinto que há algo mais aqui? Isso não deveria ser possível.”
“Onde foi que vi algo assim antes?”, Gravis se perguntou.
O Espírito de Gravis estava acelerado enquanto ele tentava encontrar a origem dessa sensação etérea.
Stella olhava para ele com confusão. O que estava acontecendo?
Gravis continuou olhando. A sensação de familiaridade já havia aumentado.
“Eu sei exatamente que já vi algo assim antes!”, Gravis pensou enquanto franzia as sobrancelhas. “Também sei que é de grande importância. Mas o que é isso? Onde eu já vi isso antes?”
Gravis analisou o deserto ao seu redor.
Não havia nada.
Havia apenas areia e calor, e até mesmo a areia era basicamente apenas calor.
Tudo era calor.
O silêncio se estendia pelo mundo das Leis.
Silêncio absoluto.
Não havia movimento do ar.
Não havia movimento da areia.
Não havia movimento da vida.
Tudo estava simplesmente… morto.
Os olhos de Gravis se arregalaram.
“O mundo intermediário!”, pensou Gravis, em compreensão. “Antes de encontrar o Céu intermediário, depois que o mundo inteiro morreu, vi uma cena semelhante! Tudo estava morto, e o mundo havia parado!”
WROOOOOM!
De repente, o céu no deserto morto começou a tremer.
O céu azul, sem nuvens, começou a se mover como se uma onda de choque tivesse atravessado o mundo.
Gravis virou a cabeça, e o que viu tirou seu fôlego.
No horizonte do mundo da Lei do Calor, uma onda negra se movia para fora. Era como se um sol negro estivesse nascendo no leste, e sua luz negra engolfava o mundo em uma espécie de escuridão.
No entanto, essa escuridão não parecia o Elemento Escuridão para Gravis.
Parecia… diferente.
O Elemento Escuridão era complexo. Ele podia esconder coisas, engolfar coisas, proteger coisas, ferir coisas.
Mas essa escuridão parecia muito mais simples.
Essa escuridão parecia apenas o fim.
Não havia complexidade nela.
Era simplesmente o fim.
“O que está acontecendo!?”, Gravis pensou nervosamente. “Este mundo inteiro é apenas uma visualização da Lei do Calor! Por que haveria algo mais aqui!?”
Gravis olhou fixamente para o horizonte enquanto Stella olhava para ele, confusa.
Ela também olhou na direção para onde Gravis estava olhando, mas não viu nada de anormal.
Isso só a deixou ainda mais confusa.
Depois de alguns segundos, Gravis olhou para Stella e percebeu que ela o olhava com confusão.
“Ela não vê isso?”, pensou Gravis.
Gravis voltou a olhar para o sol negro que estava logo abaixo do horizonte.
Era impossível não notar algo assim.
“Parece familiar, de alguma forma”, pensou Gravis. “Mas também parece diferente.”
“Eu preciso descobrir o que é isso!”
No mundo das Leis, Gravis de repente começou a avançar na direção do sol negro. Esse mundo não existia de verdade, e por isso, nenhuma regra se aplicava.
Gravis voou mais rápido do que qualquer Deus Divino nesse sonho surreal de um mundo.
No entanto, não importava o quanto voasse, ele não conseguia se aproximar do sol negro.
Gravis ainda via o sol negro logo abaixo do horizonte.
Ele olhou para trás e viu Stella ao seu lado.
A distância era irrelevante em um mundo tão surreal. Afinal, ele não existia de verdade.
“Será que é realmente uma questão de distância física?”, Gravis pensou.
Ele lançou um olhar para Stella e saiu do mundo das Leis.
No mundo superior, Gravis abriu os olhos, e Stella também abriu os dela.
— O que foi? — Stella perguntou.
Gravis virou a cabeça para o leste.
— Ainda está lá — disse ele. — Eu ainda consigo sentir.
— Gravis, o que está acontecendo? Você está me preocupando! — Stella disse com um tom sério.
Gravis explicou o que havia acabado de ver, e Stella caiu em pensamento.
— Nunca ouvi nada parecido com isso — disse ela. — Aprendi muito sobre história na Seita dos Nove Elementos, mas nunca ouvi algo sequer semelhante.
Gravis ficou em silêncio por um tempo, franzindo as sobrancelhas.
— Sinto como se isso estivesse me chamando — disse Gravis.
— Chamando você? — Stella perguntou.
Gravis assentiu.
— Quero ver o que é — disse ele.
Stella demonstrava preocupação em seu olhar, mas não havia muitas coisas neste mundo que pudessem ameaçá-los. Stella sabia muito mais sobre o mundo agora, graças à história de Gravis e ao encontro com Arc.
Algo assim não poderia ser obra de um Cultivador, nem mesmo dos mais poderosos.
Somente algo ou alguém como Arc poderia criar algo tão místico.
Mas isso não poderia vir de Arc. Se ele quisesse algo, simplesmente chamaria Gravis e diria diretamente. Stella não achava que Arc gostasse de agir de forma misteriosa.
No entanto, assim que Gravis se levantou, ele parou.
— Isso parece estranho demais — Gravis disse com as sobrancelhas franzidas. — Tudo isso parece antinatural.
Ele coçou o queixo, pensativo.
— Acho que, em vez de mergulhar de cabeça nisso, devo perguntar ao Arc — Gravis disse.
Stella soltou um suspiro de alívio e assentiu.
— Sim, essa parece uma escolha melhor.
— Arc, algo aconteceu — disse Gravis.
— Oh? O que foi? — Arc respondeu diretamente na mente de Gravis.
— Você ouviu minha conversa anterior? — Gravis perguntou.
— Não, tenho coisas melhores para fazer. Por quê? Algo errado? — Arc perguntou com uma voz animada.
Gravis explicou a Arc o que havia experimentado.
Quando terminou, Arc permaneceu em silêncio por vários segundos.
Isso imediatamente fez Gravis franzir as sobrancelhas.
Arc conhecia o mundo como a palma da mão. Ficar em silêncio significava que ele estava pensando.
Mas o que havia para pensar? Arc sabia tudo sobre seu mundo!
SHING!
De repente, Arc apareceu na sala subterrânea ao lado de Gravis.
Gravis e Stella ergueram as sobrancelhas.
Essa foi a primeira vez que viram Arc sair de sua clareira.
Ele sempre havia permanecido lá.
Mas, desta vez, ele saiu.
— Acho que sei o que está acontecendo — disse Arc com as sobrancelhas franzidas. Sua voz soava séria.
— Leve-me até lá — Arc disse. — Não se preocupe, não deixarei nada acontecer com você durante esta jornada.
Gravis piscou algumas vezes.
— O que quer dizer com ‘leve-me até lá’? Você não pode ver o mundo inteiro?
— Posso, mas se minha suspeita estiver certa, eu não posso ver isso — Arc disse. — Apenas você pode, e preciso que me guie até lá.
— Como assim só eu posso ver isso!? — Gravis perguntou. — Este é o seu mundo!
— Sim, este é o meu mundo — Arc disse — mas, mesmo que eu possa controlar tudo nele, meu mundo ainda reside no cosmos do meu criador, e o cosmos do meu criador ainda reside no Caos Primordial. As regras do cosmos do meu criador ainda influenciam meu mundo, e as regras do Caos Primordial influenciam o cosmos do meu criador.
— É como a verdadeira sorte — Arc continuou. — Meu criador conhece a Sorte Cármica, mas o verdadeiro conceito de sorte é muito etéreo. Ainda assim, a sorte existe. Isso é simplesmente algo que existe no Caos Primordial, e temos que lidar com sua existência.
Essa foi a primeira vez que Gravis ouviu algo assim.
— Leve-me até lá — Arc disse novamente, com um tom sério.
Gravis assentiu, um pouco confuso.
— Certo, está para o leste.
SHING!
Os três se teletransportaram imediatamente.
Os Espíritos de Gravis e Stella tremeram um pouco.
Aquele teletransporte devia ter sido incrivelmente distante! O deslocamento espacial os afetou até mesmo com seus níveis de poder.
Eles também notaram que a densidade de Energia havia caído consideravelmente. Na verdade, era ainda menor do que na região da Aliança das Seitas.
— Mais para o leste? — Arc perguntou.
Gravis sacudiu a cabeça para se concentrar novamente e sentiu aquela peculiar sensação.
— Sim.
SHING!
Outro deslocamento espacial absurdo.
Agora, a densidade de Energia estava tão baixa quanto em um mundo inferior.
— Para onde agora? — Arc perguntou.
— Um pouco ao sudeste.
SHING!
Esse processo se repetiu várias vezes até que finalmente pararam.
— Acho que estamos acima disso — Gravis disse, olhando para baixo.
Gravis sentia que aquilo que o chamava estava logo abaixo. No entanto, ainda não conseguia vê-lo.
Arc assentiu.
SHING!
Os três dispararam em direção ao solo, atravessando-o a velocidades ridículas.
Arc essencialmente os tornou inexistentes para o mundo. Nem mesmo a gravidade ou o calor os afetavam.
— Pare! — Gravis disse.
Arc parou, e Gravis sentiu que estavam muito próximos.
Um pouco mais para o leste.
Eles não estavam tão profundamente na Terra, a menos de 100.000 quilômetros de profundidade, na verdade.
Gravis avançou um pouco sob o olhar preocupado de Stella. Arc permaneceu perto dele.
Depois de alguns segundos, os três entraram em uma caverna subterrânea de dez metros de largura.
Stella não viu nada.
Era apenas uma caverna.
Arc também olhou ao redor com os olhos semicerrados.
Ele também não viu nada.
Então, Arc olhou para Gravis e viu que ele estava olhando fixamente para o centro da caverna.
— Você pode vê-lo? — Arc perguntou.
Gravis assentiu, sem conseguir desviar os olhos.
— Sim, eu consigo ver.
— Como ele é? — Arc perguntou.
Enquanto isso, no mundo mais alto, o Opositor observava o que Gravis estava fazendo, com as sobrancelhas franzidas.
Ele também conseguia vê-lo.
— Você está bem com isso? — o Opositor perguntou.
Silêncio.
— Ainda está inseguro sobre sua decisão? — o Opositor perguntou.
Silêncio.
— Você está tão confiante assim em si mesmo?
Silêncio.
— Muito bem, é o seu cosmos. Não vou tirá-lo dessa se você errar — disse o Opositor.