Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Lord of Mysteries – Capítulo 575

Sonho Dourado

Ao ver o gigantesco veleiro preto, a primeira reação de Klein foi medo e cautela. Ele suspeitava que o semideus, Rei dos Cinco Mares Nast, estava aqui para vê-lo.

Mas rapidamente refutou essa suposição. Isso porque, além de usar a carta do Imperador das Trevas no mundo espiritual, ele quase nunca fez a Carta da Blasfêmia aparecer no mundo real desde que saiu para o mar. Houve apenas duas ou três vezes em que ela apareceu devido a uma convocação antes de entrar rapidamente no mundo espiritual.

“Com as habilidades de ocultação da névoa cinza e os traços anti-adivinhação e anti-profecia da Carta da Blasfêmia, é impossível para Nast se prender a mim!” Klein se acalmou ao se levantar para caminhar em direção à janela. Juntamente com Danitz, ele olhou para o Imperador Sombrio, que desafiava a lógica dos veleiros.

O gigantesco navio aproximou-se lentamente nas enormes sombras enquanto a cena no convés se tornava cada vez mais clara. Os marinheiros lavavam o convés ou se gabavam a bordo. Nenhum deles havia sacado seus cutelos ou armas. Não havia sinal deles planejando saquear o navio.

Perto da cabine, havia uma cadeira de pedra manchada com dois a três metros de altura. Nela estava sentado um homem colossal comparável a um gigante.

Antes que pudesse perceber a aparência de Nast, Danitz não pôde deixar de abaixar a cabeça enquanto seu corpo ficava entorpecido e tremia, a ponto de se prostrar.

Klein também sentiu a inexplicável sensação de poder e admiração.

Ele não resistiu à força para manter a cabeça erguida e continuar olhando para Nast. Isso tinha grandes chances de atrair sua atenção, trazendo-lhe problemas indesejados.

Por ser uma pessoa com muitos segredos, ele tinha que abaixar a cabeça quando necessário!

Klein retraiu o olhar enquanto admirava os tapetes no convés.

Após um período de tempo desconhecido, viu a luz do sol iluminar a área novamente enquanto a sombra desaparecia.

Ele olhou para cima e não conseguiu mais ver o gigantesco veleiro escuro como breu. O vento e o mar estavam calmos e o céu estava limpo.

— Por que ele estaria aqui de repente? Não foi dito que ele ainda estava no Mar da Névoa recentemente? — Danitz franziu a testa enquanto murmurava para si mesmo, perplexo.

“Aquele Imperador Sombrio pode navegar pelo mundo espiritual, então é muito normal que ele venha do Mar da Névoa em poucos dias… Essa também é provavelmente uma das razões pelas quais Nast é o maior dos Quatro Reis…” Klein pensou consigo mesmo.

Ele acreditava que Nast foi atraído pela carta do Imperador das Trevas, mas era provável que Nast só pudesse determinar uma área vaga.

Klein retraiu o olhar e sentou-se como se nada tivesse acontecido.

A distância em linha reta entre Bayam e Dilynius não era grande, mas uma rota marítima suficientemente segura era cheia de voltas e reviravoltas, por isso o transatlântico demorou até o pôr do sol antes de chegar ao cais.

Depois disso, Klein mudou de aparência e usou uma identidade falsa para comprar dois ingressos antecipados e partiu antes de escurecer. Chegaram a Galagas ao amanhecer.

Danitz não entrou na cidade e, em vez disso, levou Klein a um desvio para um porto privado. Eles então pegaram um simples barco de pesca e partiram para o mar.

Depois de quase duas horas, Klein avistou um veleiro com dezenas de metros de comprimento. Estava limpo e produzia um brilho dourado devido à luz do sol refletida nele.

Comparado com veleiros similares, parecia extremamente especial. Ao longo do eixo central estava o canhão principal repleto de símbolos e padrões. Uma luz fraca, mas pura, girava em torno dele.

— Esse é o Canhão da Purificação. Ele só pode ser usado dez vezes antes que seis Sacerdotes da Luz sejam necessários para realizar um ritual. Eles orarão à divindade correspondente para preenchê-lo com espiritualidade, — explicou Danitz presunçosamente.

“Uma versão gigantesca de um amuleto? Depois de um certo período de tempo, provavelmente perderá automaticamente sua espiritualidade… Apoiando a Contra-Almirante Iceberg está a Igreja do Eterno Sol Ardente? Ou alguém que possa nutrir Sacerdotes da Luz?” Klein permaneceu estoico enquanto murmurava interiormente.

Quando viu pela primeira vez o Sonho Dourado no sonho de Danitz, não ficou muito surpreso com o canhão principal. Afinal, os sonhos não precisavam aderir à lógica. Talvez Danitz tenha visto um navio de guerra blindado e seu canhão principal tenha deixado uma profunda impressão nele, fazendo-o reproduzi-lo em seu sonho.

Para surpresa de Klein, o Sonho Dourado realmente tinha algo que exigia quantidades extremamente copiosas de conhecimento em misticismo — não era algo que uma facção comum pudesse produzir.

Logo, o Sonho Dourado despachou um bote e dirigiu-se rapidamente em direção ao barco de pesca.

Danitz abriu as mãos antes de cerrá-las com força. Ele então pulou e pousou no bote sem fazê-lo tremer.

Assobiou e bateu palmas no pirata que estava no comando. Ele encontrou a antiga sensação de governar o oceano novamente.

No entanto, essa excitação não durou muito, pois o bote de repente afundou um pouco. Mais uma pessoa se juntou a eles.

“… Esqueci daquele maluco…” Danitz tirou o sorriso e sentou-se.

Klein observou os piratas e abaixou o chapéu. Ele sentou-se calmamente sem dizer uma palavra.

Em pouco tempo, pisou no convés do Sonho Dourado e viu a Contra-Almirante Iceberg Edwina Edwards em silêncio.

Esta almirante pirata era quase idêntica ao que ela parecia quando se conheceram no sonho. Não houve nenhuma mudança em seu cabelo ou aparência; ela agora usava calças escuras com um par de botas de couro em vez de vestido. Também teve uma atitude valente em relação à sua sabedoria e beleza.

“Dessa vez ela parece mais uma pirata do que uma professora…” Klein assentiu gentilmente e sorriu educadamente.

— Bom dia, Madame Capitã.

— Bom dia, Sr. Gehrman, — respondeu Edwina com um sorriso.

Ela se virou e caminhou até um local onde as redes de pesca estavam sendo penduradas para secar. Ela sinalizou para os piratas se afastarem e se ocuparem com seu próprio trabalho.

“Redes de pesca… Como esperado de uma tripulação pirata que mais parece caçadora de tesouros… Isso é uma preparação para melhorar suas refeições?” Klein seguiu em silêncio. Danitz naturalmente encontrou alguns de seus companheiros com os quais estava mais familiarizado para tomar bebidas e se gabar.

Claro, não baixou a guarda. De vez em quando ele olhava para cima, com medo de que sua capitã acabasse trocando golpes com Gehrman Sparrow. Ele estava pronto para fazer com que seus companheiros se juntassem à briga a qualquer momento.

Desta vez, Klein não esperou que Edwina explicasse por que o havia convidado. Após dois segundos de silêncio, ele perguntou: — O que você sabe sobre Tracy?

Ele planejava fazer todas as perguntas antes de ouvir os motivos de Edwina. Ele queria evitar ficar envergonhado de perguntar mais depois de rejeitar um pedido com o qual não pôde concordar.

— Tracy? — Os olhos de Edwina tremeram um pouco. — Ela é uma Demônia, Sequência 5: Demônia das Aflições.

“Demônia?” Klein quase perdeu o controle. Ele sentiu que seu destino parecia estar entrelaçado com o das Demônias. Primeiro, foi a Bruxa Trissy, depois a Instigadora Madame Sharon1 e depois houve a Demônia do Prazer Trissy Cheek, e uma Demônia de alto escalão da qual ele só ouviu a voz. Agora, havia outra, Demônia da Aflição, Tracy.

Edwina não percebeu a agitação que ele estava passando e continuou: — Ela é diferente das típicas Demônias. Ela tem seus próprios ideais e atividades. Ela é uma raridade na Seita da Demônia. No entanto, ela ainda trabalha para a organização realizando tarefas como tráfico de pessoas ou qualquer outra coisa.

“Diferente das típicas Demônias? Ela não desiste de si mesma e opta por dar prazer às mulheres?” Klein de repente pensou na ruiva Helene.

No entanto, não tinha certeza porque nem toda Demônia era o resultado de um homem se transformando em mulher. Havia mulheres reais que desejavam se tornar assassinas.

Depois de perguntar pelos detalhes, Klein deliberou e perguntou: — Vimos Nast e seu Imperador Negro no caminho para cá.

— Nos últimos meses, assuntos envolvendo você, Senor, Tracy e Nast aconteceram nesta área do mar. Isso é bastante anormal.

Quatro dos Quatro Reis e Sete Almirantes envolveram-se no mar Rorsted num curto espaço de tempo. Isso nem incluía o membro recentemente recrutado do Clube de Tarô, Almirante das Estrelas Cattleya. Em termos de probabilidade, isso era realmente bastante anormal.

É claro que Klein tinha algumas teorias, mas queria ver se a Contra-Almirante Iceberg seria capaz de fornecer alguma visão nova.

Edwina ouviu sem dizer uma palavra. Ela puxou a ponta de uma rede de pesca e segurou-a na frente dela.

Tirou uma caneta-tinteiro, uma adaga de latão, garrafas metálicas e outras coisas dos bolsos e da parte interna do cinto e colocou-as na rede espalhada.

Eles se agarraram firmemente sem se mover. Não parecia que haveria qualquer interação entre eles.

Nesse momento, Edwina se abaixou e pegou uma pedra usada para pressionar a rede e colocou-a no meio da rede aberta.

A rede imediatamente caiu, fazendo com que o ambiente se contraísse. A caneta-tinteiro, a adaga e as garrafas caíram em direção ao centro e se juntaram ao lado da rocha.

— Provavelmente é algo assim. Alguma existência desconhecida apareceu na rede do destino e está nos puxando para ela, — explicou Edwina com simplicidade.

“Isto é como um modelo real da lei de convergência para características de Beyonder…” Klein pensou enquanto assentia.

Com relação a isso, ele estava ao mesmo tempo esclarecido, mas também confuso. Ficou esclarecido porque a explicação de Edwina era quase igual à sua suposição, mas ficou intrigado porque não poderia ser usada para analisar os problemas.

“O Rei dos Cinco Mares Nast apareceu por minha causa… A Contra-Almirante da Peste Tracy também mal pode ser explicada, já que entrei em contato com Trissy Cheek… Quanto à Contra-Almirante Iceberg e ao Almirante do Sangue, não consigo encontrar uma razão… Talvez seja pura coincidência? Além disso, foi o último que atraiu o primeiro…” Klein retraiu o olhar e perguntou sobre outra coisa.

Então, ele disse: — Madame Capitã, há algum motivo para me convidar aqui?

Edwina lançou-lhe um olhar profundo e disse: — Sua identidade indica que você veio de Backlund. Pelo que sei, esta identidade não é suficientemente autêntica. Não existe nenhum caçador de recompensas poderoso chamado Gehrman Sparrow de lá.

“A facção que apoia você é muito poderosa. Além disso, possui uma rede bastante extensa em Backlund. Você conseguiu perceber tão rapidamente um problema com minha identidade…” Klein não entrou em pânico enquanto sorria calmamente.

— Todo mundo terá alguns segredos.

Edwina permaneceu em silêncio por alguns segundos, sem insistir no assunto. Ela então disse: — Não muito antes de Kalvetua morrer, você sacrificou algo para ele.

Klein virou ligeiramente a cabeça e olhou para Danitz, que estava bebendo cerveja.

Coff! Coff! Alarmado, Danitz engasgou com a cerveja.

Klein retraiu o olhar e não negou ou admitiu enquanto olhava para a Contra-Almirante Iceberg Edwina.

Edwina continuou sem mudar de expressão: — Depois que Kalvetua morreu, o Deus do Mar ainda está respondendo aos seus crentes.


Nota:

[1] não é a nossa espectro madame Sharon, e sim aquela lá de trás quando Klein ainda era um falcão noturno, quando ele foi investigar a morte de um nobre lá que morreu fazendo sexo.

Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

5 4 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Likolt
Membro
Likolt
1 mês atrás

Taporra, a mina é sabida

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar