“As divindades caminhavam pela terra, e não pelo mundo astral… No início da Quarta Época, durante a era do Império Solomon, não havia distinção entre os mundos do mito e da realidade. As divindades caminharam diretamente pela terra sem a necessidade de descerem?”
“Isso é um pouco semelhante à Segunda Época escrita nos livros da Cidade de Prata. A Corte do Rei Gigante e outros locais são separados por uma porta no mundo real. Eles só precisavam passar por ela e voltar pelo mesmo caminho. Mortais e divindades misturadas no caos e na escuridão… Além disso, o mundo astral realmente corresponde às divindades…” Depois de ouvir a descrição do Visconde Mobet Zoroast, Klein instantaneamente começou a ligar os pontos.
Ele subconscientemente olhou para Groselle, pois esse gigante provavelmente era alguém que havia experimentado a história da Segunda Época!
Groselle pegou uma xícara maior que um balde de madeira e engoliu um pouco de neve derretida enquanto ria.
— Mobet, o que há para se surpreender? Por que você está tão solene?
— Também não tenho ideia de por que fiquei tão solene. — Aos poucos, Mobet Zoroast revelou um sorriso. — Haha, pode ser algo muito normal para nós, mas aos olhos deles é assustador e inacreditável. Tenho que usar uma expressão adequada para descrever, a fim de alcançar um resultado satisfatório. Você ainda se lembra da expressão de Frunziar quando lhe contamos essas histórias logo no início? — Ele quase se ajoelhou para pedir perdão ao Senhor das Tempestades.
— … — Klein, Danitz e companhia ficaram momentaneamente inseguros sobre a expressão das palavras que deveriam usar para responder.
Anderson inclinou-se para Gehrman Sparrow e disse com a voz reprimida: — Acho que ele tem talento para ser um Provocador.
Ele parecia estar suprimindo a voz, mas suas palavras podiam ser ouvidas por todos os presentes.
Mobet não se importou e riu antes de continuar: — Eu sei que você não está muito convencido e acha inacreditável que divindades tenham caminhado pelas terras, assim como as reações anteriores de Edwina. Heh heh, posso dar dois exemplos. O Abismo da Tempestade na Ilha Pasu e o Céu Tenebroso na cordilheira de Amantha eram os reinos divinos do Senhor das Tempestades e da Meia Noite. Eram reinos divinos localizados em terra. Eram reinos divinos separados do mundo real por uma mera porta ilusória!
“Ilha Pasu? Não é lá que fica o altar sagrado da Igreja das Tempestades? A cordilheira Amantha… Amantha significa serenidade em Hermes; isto se refere a uma catedral sagrada, a Catedral da Serenidade? Quando as divindades não andavam mais na terra, seus reinos tornaram-se a sede de suas respectivas igrejas?” Klein acreditava instintivamente que Mobet Zoroast não estava mentindo, pois usou isso para chegar a certas conclusões.
Danitz ficou intrigado e horrorizado com o que ouviu. Ele inconscientemente queria ir embora, mas quando viu sua capitã ouvindo atentamente, Gehrman Sparrow que estava pensando, e Anderson Hood que tinha uma expressão de interesse no rosto, ele só conseguiu conter seu desejo enquanto procurava um lugar melhor e mais confortável para sentar.
Naquele momento, a Cantora Élfica Siatas, encarregada do perímetro, entrou e disse com desprezo: — Não mencione aquele deus falso. A autoridade da tempestade pertence apenas ao rei dos elfos!
Sua voz era clara e bonita, mas seu tom estava cheio de raiva e irascibilidade. Parecia que ela levantaria as mãos a qualquer momento para atirar uma flecha em Mobet Zoroast.
— Tudo bem, vou usar as palavras ‘falso deus’, — Mobet ergueu a mão para ajustar seu chapéu preto afiado e duro.
Siatas retraiu o olhar. Ela então disse ao ex-soldado Loen, Frunziar Edward, que não acreditava firmemente no Senhor das Tempestades: — É a sua vez!
Frunziar ergueu um pouco a cabeça; sua expressão em estado de transe.
Aparentemente, ele não tinha notado a conversa e a discussão de antes. Ele desembainhou a espada preta como ferro ao lado dele e caminhou em direção à entrada da caverna.
Klein observou por um momento e aproveitou a oportunidade para falar com a elfa Siatas.
— Você conhece a Rainha da Calamidade, Cohinem?
Ele não tinha certeza se Cohinem era a deua subsidiária do Rei Elfo Soniathrym, Rainha da Calamidade. Sua pergunta era para que a Cantora Élfica Siatas lhe desse a resposta.
O rosto gentil e requintado de Siatas produziu imediatamente uma expressão de transe como a de Frunziar.
— Faz muito tempo que não ouço o nome dela. Ela é a rainha de nós, elfos.
— Mobet e Frunziar nem sabiam da existência de Dela…
— Onde você encontrou Ela, aliás… como soube da situação Dela?
Enquanto ela falava, o tom de Siatas tornou-se urgente.
Naquele momento, Danitz olhou surpreso para Gehrman Sparrow, refletindo sobre a revelação de que o Louco era tão sábio. Ele foi até capaz de compartilhar um tópico de interesse comum com um elfo dos tempos antigos.
— Eu nunca esperei que você fosse um estudioso… eu realmente não sabia. Não sei dizer… — Anderson suspirou enquanto balançava a cabeça.
A Contra-Almirante Iceberg Edwina também olhou para Klein. Seus límpidos olhos azuis tinham um forte desejo de aprender com ele.
Klein respondeu francamente: — Certa vez entrei em uma ruína pertencente à Rainha da Calamidade Cohinem e obtive alguns itens.
— Ruína? — Siatas ruminou sobre essa palavra com uma voz suave, seu tom aparentemente tendo perdido algo sem importância, mas algo do qual ela não suportava se separar.
— Pela situação interna, Ela pode não estar realmente morta. — Depois de ver os olhos de Siatas brilharem, Klein foi direto ao assunto. — Você tem a fórmula da poção do Cantor do Oceano? Posso usar algo para trocar por ela?
Ele sentiu que ser honesto e direto com um Beyonder do caminho da Tempestade era a melhor escolha.
Siatas pensou e disse: — Use um dos itens de Sua Majestade para a troca.
— Eu só consegui uma taça de vinho feita de ouro. Já foi danificada. Padrões complicados estão gravados nela, com as frases élficas Calamidade e Cohinem. — Klein não escondeu a verdade.
— Eu sei sobre aquela taça. Era a taça que Sua Majestade mais amava, — disse Siatas, incapaz de esconder sua excitação. — Fechado!
— A taça está lá fora. — Klein não tinha intenção de passar por cima da névoa cinza na frente de todos.
Siatas assentiu.
— Eu entendo.
— Concluiremos a transação depois de deixarmos este livro.
Dito isto, ela pressionou as palmas das mãos.
— A Tempestade definitivamente pertencerá aos elfos!
Antes que alguém falasse, ela perguntou curiosamente: — O que mais você descobriu lá?
— Alguns murais representando o Rei Elfo lutando contra um antigo deus do sol. — Klein lançou um olhar para o asceta Snowman, que acreditava no Senhor que criou tudo, o Deus onipotente e onisciente.
Ainda de costas para o fogo, o homem de meia-idade que estava de frente para o muro de pedra finalmente abriu a boca.
— Não, Ele não é o Deus Sol.
— Ele é nosso Senhor, o pai de todas as coisas, a grande fonte de tudo.
— Ele não estava lutando contra o Rei Elfo, mas recuperando a autoridade que lhe pertencia.
Assim como Snowman disse isso, Siatas se levantou e apontou sua flecha para ele.
De repente, o cabelo preto trançado desta Cantora Élfica se arrepiou, violando as leis da natureza. Os fios de cabelo eram distintos e todos giravam com raios prateados, emitindo um estranho brilho azul profundo.
No momento em que Siatas estava prestes a lançar a flecha, uma enorme palma azul-acinzentada apareceu diante dela, bloqueando a ponta da flecha, sem medo de ser atingida.
Era a palma do gigante Groselle. Uma das características desta raça eram seus membros exagerados. Eles eram tão longos que pareciam um pouco distorcidos. Portanto, simplesmente sentando ali, ele poderia parar Siatas estendendo o braço.
— Tudo bem, Snowman, pare com isso. Como você sabe, Siatas é uma elfa que gosta de colocar as ações antes das palavras, — disse Groselle ao asceta antes de virar a cabeça para a Cantora Élfica. — Siatas, somos companheiros que podem ficar de costas um para o outro. Já passamos por muitos perigos juntos. Você pode responder ao Snowman e até mesmo espancá-lo, mas não tente machucá-lo.
“Como esperado do protagonista do livro. Ele está cheio de positividade… Mas qual a diferença entre bater nele e machucá-lo?” Klein não pôde deixar de murmurar.
Siatas grunhiu e sentou-se novamente, tornando o clima pesado e silencioso com um certo nível de estranheza.
O Gigante Groselle usou seu único olho vertical para examinar a área antes de rir.
— Então, falarei sobre meu passado.
— Antes de entrar neste livro, eu morava na Corte do Rei Gigante. Eu era um dos guardiões da Floresta Minguante. É um lugar onde só o nosso rei pode entrar. Há rumores de que enterrados dentro dele estão Seus pais, que também formam a origem de nós, gigantes.
“A Corte do Rei Gigante é formada por muitas partes, e a Floresta Minguante é uma delas? Enterrado ali está o ancestral mais antigo dos gigantes?” Klein ouviu atentamente, desejando apenas perguntar mais.
Para ele, isso era mais valioso do que a história da Quarta Época. Isso ocorreu porque a esperança da Cidade de Prata provavelmente estava na Corte do Rei Gigante.
Porém, antes de abrir a boca, Edwina falou diante dele.
— Groselle, como era o livro quando você o recebeu?
Groselle ergueu a mão para esfregar as bochechas.
— Não tinha nada, como um livro vazio esperando para ser escrito.
“Eu até pensei que Groselle poderia ser um personagem completamente fictício no livro…” Klein deliberou por alguns segundos e não perguntou diretamente sobre os detalhes da Corte do Rei Gigante. Ele se virou para dizer a Mobet Zoroast: — Você conhece o Blasfemador Amon?
— Blasfemador refere-se a toda a família de Amon. Eles são os arquiinimigos de nós, Zoroast. Diz-se que eles têm um ancestral muito poderoso e aterrorizante que até mesmo Ouroboros e Medici viam com grande importância. Eles até sentem medo Dele, mas ninguém sabe o Seu nome verdadeiro, — apresentou Mobet em detalhes.
“Ouroboros, Médici? Sim, naquela época o Verdadeiro Criador e a Rosa da Redenção apoiavam o Império Solomon…” O coração de Klein se agitou quando ele imediatamente perguntou: — Então, você já ouviu falar do nome Sasrir?
Mobet ficou surpreso enquanto balançava a cabeça lentamente.
— Nunca.
O nome e título do Anjo Negro Sasrir desapareceram após o Cataclismo? Foi enterrado?” Klein confirmou um fato através disso.
Naquele momento, Snowman, que estava de frente para a parede de pedra, disse com uma voz profunda: — Sasrir é o Anjo Negro, o líder dos Reis dos Anjos, o mais próximo do Senhor.
“Eu estava esperando pela sua resposta…” Klein lançou seu olhar para o asceta e perguntou com uma voz profunda: — Além Dele, Ouroboros, Medici e Amon, que outros Reis dos Anjos existem? Você não precisa dizer todos os nomes deles.
Klein temia que isso resultasse em reações desnecessárias, assim como o orador na Cidade da Tarde.
Edwina, Anderson e Danitz ficaram perplexos desde o início. Isso porque o conteúdo da conversa entre Gehrman Sparrow e as poucas figuras antigas eram coisas das quais eles nunca tinham ouvido falar. Eles acharam inacreditável que esse aventureiro maluco conhecesse tantos segredos!
Após alguns segundos de silêncio, Snowman disse: — Há também o Anjo da Imaginação, Adam…
Assim que ele disse o nome, toda a caverna estremeceu. A familiar e louca aura tirânica desceu rapidamente!
O Rei do Norte Ulisses havia chegado!
Será q era esse cara aí q o maluco rezando na cidade da tarde tentava falar o nome mas n saía nada?
Aaaaahhh que emoção
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