Lord of Mysteries – Capítulo 981

Depois de ouvir a resposta de Macht e combinar o que sabia, Klein adivinhou que o rato na mansão era provavelmente o semideus Saqueador que estava ao lado de Hazel. Quanto ao motivo pelo qual ficou furioso e mordeu Hazel, ele não tinha certeza.

Ele assentiu levemente e bateu no peito quatro vezes no sentido horário.

— Que a Deusa a abençoe.

Depois de dizer isso, ele passou pelo anfitrião, entrou no salão e esperou o início do baile desta noite.

Em um determinado quarto no terceiro andar, Hazel estava sentada em uma cadeira reclinável, sentindo-se desanimada e com os pés dobrados para cima.

Sua mão esquerda estava envolta em bandagens grossas, mas não havia mais sinais de sangue. Sua expressão era pesada, nada parecida com sua arrogância habitual.

Na mansão, sua professora¹, que estava na forma de um rato, de repente a mordeu. Isso resultou em ela ficar presa em um estado semelhante, ficando confusa. Era como se não fosse sua mão que tivesse sido mordida, mas sim seu coração.

Para Hazel, embora sua arrogância derivasse de sua educação, com sua capacidade de absorver novas informações excedendo a das pessoas comuns, sua aparência notável, a posição de sua família na alta sociedade e sua maturidade em comparação com seus pares, esses sentimentos ainda estavam dentro dos limites normais antes de ganhar poderes extraordinários. Nenhuma das características mencionadas a fez sentir que era diferente dos outros ou que era fundamentalmente superior às pessoas comuns.

Portanto, com sua professora, que mantinha seu senso de arrogância ao mesmo tempo em que era uma representação de seu encontro fortuito e fonte de sua força, de repente se tornou um verdadeiro rato — a ponto de não conseguir falar com clareza e até mesmo mordê-la sem qualquer motivo — deixou um impacto profundo nela. Ela começou a questionar se os poderes sobrenaturais representavam ser extraordinário ou um monstro.

Em meio a seus pensamentos, Hazel inconscientemente puxou o cabelo verde-escuro para trás da orelha e se sentiu frustrada com a melodia que vinha do andar de baixo.

Nesse momento, ouviu o rangido da porta enquanto virava a cabeça em hesitação.

Entrando estava um rato cinza com pelo liso. Seus olhos eram mais profundos do que os de sua espécie, mais próximos do vermelho escuro.

— Hazel, — disse o rato com uma voz profunda.

Hazel ficou surpresa antes de cambalear de alegria. Ela se levantou apressadamente e deixou escapar: — Professora, você se recuperou?

Assim que ela disse isso, ela viu ratos cinzentos rastejando para fora do canto do seu quarto, varanda e cama. Todos eles tinham olhos vermelhos escuros, mas só conseguiam produzir sons estridentes.

Hazel deu um passo para trás em estado de choque, derrubando a cadeira reclinável. Seu corpo cambaleou, quase ao ponto de desabar. Ela precisou de muito esforço para recuperar o equilíbrio.

Neste momento, ela descobriu que os ratos de olhos vermelhos haviam desaparecido. A porta estava bem fechada, nunca tendo sido aberta.

Tudo o que aconteceu foi uma alucinação ou um pesadelo que surgiu das preocupações dentro dela!

Após um momento de silêncio, Hazel franziu os lábios e suspirou.

Ela sentou-se novamente, levando a mão às têmporas.

Enquanto massageava as têmporas, ela franziu a testa ligeiramente. Tinha uma sensação incômoda de que o que havia acontecido era surreal demais.

Seus olhos castanhos escuros se moveram levemente quando Hazel removeu o colar que usava no pescoço, apertando-o na palma da mão.

As sete gemas verdes do colar eram equidistantes umas das outras. Embutidos em volta delas havia pequenos diamantes.

Nesse momento, uma das gemas se iluminou lentamente, emitindo um brilho verde, dando brilho ao seu rosto e enchendo seus olhos de símbolos misteriosos.

As cenas anteriores surgiram na mente da garota enquanto seu estado de sonho embaçado gradualmente se tornava claro.

Ao observar as cenas, Hazel percebeu que algo estava errado. Ela confirmou que não estava sonhando, nem foi uma breve alucinação por ter sua mente à deriva. Em vez disso, ela foi lançada em uma ilusão por quase dez segundos.

Criptologista! ²

“Isso…” Os olhos castanhos escuros de Hazel se arregalaram quando ela murmurou uma palavra cheia de horror.

Ela ficou de pé e olhou em volta ansiosamente, mas não conseguiu descobrir nada.

Mas quanto mais olhava, mais aterrorizada ficava. Ela não tinha ideia do que encontraria em seguida, nem entendia o que a pessoa que criou a ilusão estava fazendo!

A única coisa que ela tinha certeza era que o nível e a força da outra parte no domínio sobrenatural excediam em muito os dela!

Isso destruiu o pouco orgulho que lhe restava.

Depois de alguns minutos, todo o quarto permaneceu em silêncio. A melodia rápida do andar de baixo conectou-se instantaneamente aos passos de dança atuais.

Hazel finalmente se recompôs, acreditando que nada aconteceria a seguir.

Só então teve disposição ou energia para considerar os motivos da pessoa que secretamente lançou a ilusão.

À medida que vários pensamentos surgiram em sua mente, Hazel de repente surgiu com uma teoria:

A pessoa de antes estava aqui por causa de sua professora!

Através da ilusão, a pessoa confirmou a situação atual de sua professora!

“É amigo da professora ou inimigo? Ele definitivamente está indo procurar a professora. O que eu faço? Ele provavelmente não sabe onde a Professora está escondida… Não, todos os meus vizinhos sabem que fui mordida por um rato raivoso…” Hazel entrou em pânico enquanto apertava seu colar com força crescente.

Ela não tinha certeza dos motivos da outra parte, nem sabia o que poderia fazer.

Ela queria ir até a mansão e informar sua professora, mas tinha medo de encontrar perigo e acabar sendo sacrificada.

Além disso, sua professora aparentemente perdeu a capacidade de se comunicar. Seus avisos poderiam não ser necessariamente eficazes.

Sem perceber, Hazel se levantou e andou pelo quarto. Finalmente, se decidiu. Apertando os lábios com força, ela caminhou até a porta e disse para sua criada do lado de fora: — Estou um pouco cansada. Estou pensando em dormir agora. Não deixe ninguém me perturbar.

— Sim, minha dama, — respondeu imediatamente a empregada.

Depois de fechar a porta, Hazel começou a vestir roupas que permitissem maior movimento. Sua expressão era extremamente pesada quando seus dentes morderam o lábio.

Ela finalmente decidiu avisar sua professora na mansão.

Não queria se tornar uma pessoa aparentemente arrogante, mas, na verdade, era uma covarde, alguém que abandonaria todos os princípios ao encontrar o perigo!

Ela achou isso desprezível de si mesma!

Enquanto os guarda-costas concentravam sua atenção nos participantes do baile, Hazel aproveitou para entrar no jardim usando um cano d’água da varanda. Quando saiu de casa, Klein, ainda no baile e segurando uma xícara de vinho espumante doce e gelado, discutia negócios no continente sul com alguns cavalheiros.

Ele virou ligeiramente a cabeça, olhando para o jardim. Ele já havia notado as ações de Hazel graças à sua intuição.

“… Embora ela não seja uma garota simpática, ela tem um coração muito gentil…” Klein assentiu indiscernivelmente e elogiou-a interiormente.

Ele não estava preocupado com as ações de Hazel, porque ir da Rua Böklund, no Burgo Norte, até a mansão de Macht, nos subúrbios do noroeste de Backlund, levaria de três a cinco horas de carruagem. E antes que ela chegasse, ele já teria dado uma desculpa para sair do baile, teletransportando-se diretamente para confirmar a situação.

Embora a mansão de Macht ficasse nos subúrbios do noroeste, ficava do outro lado do rio Tussock. Assim, para chegar até lá era preciso fazer um desvio até a área da ponte. Estava bom durante o dia, pois era possível usar o metrô a vapor para ir para o lado sul da ponte, abaixo do rio. À noite, havia apenas três pontes a considerar. Era inevitável passar cinco horas viajando.

É claro que, como Klein já havia usado o Tinder antes e lido as informações do Ladrão de Vasos Sanguíneos 2-105, ele tinha alguma ideia sobre os poderes do caminho do Saqueador. Portanto, ele suspeitava que Hazel, que possuía um item de nível superior, pudesse roubar as habilidades de voo dos pássaros e usar esse curto período de tempo para cruzar o rio. Dessa forma, poderia chegar dentro de três horas.

“Independentemente disso, serei mais rápido que ela…” Klein retraiu o olhar e começou a considerar quem deveria ser sua próxima parceira de dança.

Dez da noite, Manção Moose, nos subúrbios a noroeste de Backlund.

Este lugar pertencia originalmente a um visconde e tinha mais de cem anos de história. Macht a comprou depois do casamento, gastando muito dinheiro para mantê-la todos os anos, a fim de convidar amigos durante as férias nos fins de semana de inverno.

Neste momento, o administrador da terra estava providenciando para que os criados verificassem todos os cantos e trancassem todas as janelas e portas. Este era um procedimento necessário antes de dormirem todas as noites.

Algumas criadas saíram em grupo da adega, indo direto para a cozinha para garantir que todas as chamas haviam sido apagadas.

No momento em que chegaram, ouviram sons de guinchos enquanto olhavam, apenas para descobrir um rato branco-acinzentado roendo a perna de uma mesa.

Este rato pareceu sentir o olhar delas, mas não correu. Em vez disso, virou a cabeça e olhou para elas com os olhos ligeiramente vermelhos.

Enquanto isso, havia mais sons de guinchos enquanto ratos de olhos vermelhos corriam das vigas do telhado, dos armários de armazenamento e de todos os tipos de itens diversos, aparecendo até mesmo ao lado da fornalha que tinha um pouco de água fervendo sobre ela.

As criadas quase gritaram de medo.

Como membros das classes mais baixas da sociedade, os ratos não eram estranhos. Eles até andavam um grande número. No entanto, foi a primeira vez que encontraram tantos ao mesmo tempo. Elas não puderam deixar de sentir um forte golpe em seus sentidos.

— Precisamos que o Guede e os outros resolvam isso, — sugeriu uma empregada que saiu da cozinha com medo.

Outra empregada assentiu imediatamente.

— A Srta. Hazel foi mordida por um rato raivoso… Isso não parece normal de forma alguma!

Enquanto falavam, recuaram bastante, distanciando-se da cozinha.

Neste momento, uma figura apareceu rapidamente sobre a mesa. Ele usava uma camisa branca e um colete preto sob um terno formal de cor escura. Em sua cabeça havia uma meia cartola e um par de botas de couro brilhante.

Esta figura levantou lentamente a cabeça enquanto segurava o chapéu. Ele examinou os arredores, revelando seus cabelos pretos e olhos castanhos. Ele tinha um rosto fino e traços marcantes. Ele não era outro senão Gehrman Sparrow.

Tendo saído do baile com antecedência, Klein voltou para a residência de Dwayne Dantès e entrou em seu quarto. Então, ele se teletransportou com o Vencedor Enuni.

É claro que este último foi deixado fora da mansão para permitir qualquer mudança instantânea de posição.

Os ratos refletiram em seus olhos enquanto Klein puxava a luva de pele humana na mão esquerda, lançando seu olhar para o canteiro de flores da mansão.

Quase ao mesmo tempo, os ratos na cozinha se agitaram enquanto seus movimentos se tornavam lentos. No entanto, rapidamente voltaram ao normal.

Eles se tornaram marionetes do Feiticeiro Bizarro.

E Klein poderia controlar até 50 marionetes, um número que aumentaria quando ele terminasse de digerir a poção!

Nota:

[1] só lembrando que antes não dava pra saber se era homi ou muié.

[2] sequencia 7 do saqueador.