Passou uma semana desde que as reformas foram concluídas. Ariel deu sete dias de folga, como um gesto de consideração, para Sylphie, e eu aproveitei esse tempo todo para ser mimado por ela e, em troca, também a mimei. Passamos noites românticas, tão doces quanto mel, juntinhos.
Ou ao menos era o meu desejo… Mas não foi o caso.
Agora que eu era o rei de meu próprio reino, havia coisas que precisava fazer. Neste mundo, parecia que, quando recém-casado, convidar os amigos mais íntimos para uma refeição após comprar uma casa era como uma norma. Não era só a inauguração da casa, mas algo que era feito especificamente quando fosse se casar e comprar uma casa nova. Em outras palavras, uma recepção de casamento.
Eu e Sylphie nos sentamos em um dos sofás da sala de estar com as nossas cabeças chegando a doer. Abaixo de nós estava o motivo para o nosso estado: a lista de pessoas para quem enviaríamos convites. Havia também um mapeamento para determinar os assentos.
— Realmente temos um grupo de amigos bem diversificado…
Eu estaria convidando Elinalise, Zanoba, Julie, Cliff, Linia, Pursena e Badigadi. E ainda tinha que decidir se também convidaria Jenius e Soldat ou não. Sylphie estaria convidando Ariel, Luke e outros dois. Seriam, ao todo, umas onze pessoas. Eu gostaria de também contar com a presença de Paul e minha família, mas não poderia convidar pessoas que estavam sabe-se lá onde. Até enviei uma carta informando sobre o meu casamento, mas quem sabia quanto tempo levaria para a receberem?
— Temos a realeza, gente-fera, um demônio, uma escrava, uma aventureira, e algumas dessas pessoas não conseguem nem ficar de boca fechada. Prevejo problemas.
Linia e Pursena ainda tinham rancor de Ariel, e eu já podia imaginar as faíscas voando assim que se encontrassem. Se fosse uma cerimônia de casamento do meu mundo anterior, poderíamos apenas colocá-las em extremidades opostas do ambiente para evitar que se encontrassem, mas mesmo os maiores cômodos desta casa não eram bem salões de baile.
— Acha mesmo? A Princesa Ariel não causaria qualquer rebuliço em uma situação como esta — disse Sylphie.
— Ainda assim, eu não gostaria que ela ficasse de mau humor por causa de algo que pode acabar acontecendo na nossa festa. Talvez seja melhor dividirmos tudo em duas partes, evitando confusão.
— Hmm. Mas a Princesa Ariel realmente quer conhecer os outros, ainda mais considerando que alguns de seus amigos ocuparão cargos importantes no futuro.
Imaginei Ariel ficando toda animada enquanto passava a sua maquiagem, dizendo: “É a minha chance! As recepções de casamento costumam ter muitos homens sensuais que são difíceis de encontrar!”
Não, eu sabia que não era isso que ela queria. A Princesa queria construir conexões com os outros alunos especiais. Afinal, ela estava calculando tudo.
— Tudo bem, então vamos convidá-la com o aviso de que não somos responsáveis pelos atos de ninguém. Então o único problema que sobra é a ordem dos assentos.
Não achei que poderiam simplesmente sentar onde quisessem. Mas, ainda assim, seria difícil colocá-los em ordem de importância. Que ordem poderíamos assumir para não ofender ninguém? Badigadi era um Rei Demônio em atividade, então era o com a maior autoridade de todos, mas logo depois estavam Ariel, Zanoba, Linia e Pursena. Um verdadeiro monte de gente da realeza ou equivalente a isso. Além do mais, Cliff parecia ser o tipo de pessoa que reclamaria se fosse colocado na outra ponta da mesa. Não, espera – apesar da sua personalidade, ele aprendeu etiqueta da corte. E, por mais surpreendente que possa parecer, podia não criar problemas com isso. Além do mais, contanto que colocássemos Elinalise com ele, ela nos cobriria.
Julie era quem tinha o menor status de todos, sendo uma escrava, então seria quem se sentaria mais afastada. Mas eu não queria deixar ela longe de Zanoba. Ela ainda era uma criança e não era completamente fluente no idioma. Além disso, também era minha aluna. Devia haver algo que eu pudesse fazer.
— Que tipo de status os acompanhantes da Princesa têm?
— Hm, são nobres de posição intermediária.
Com base no que Sylphie falou, presumi que fossem mulheres. Decidir onde acomodá-las estava se provando difícil. E o mesmo podia ser dito a respeito de Luke. Provavelmente não seria bom colocá-lo muito longe da Princesa. Não achei que fosse provável, já que os convidados seriam apenas os meus amigos, mas seria ruim se Ariel acabasse de alguma forma sendo assassinada.
— Hm? Não esquecemos de ninguém? — perguntou Sylphie enquanto olhava para a lista.
Também olhei. Esquecemos alguém? Quem poderia ser? Não achei que tivéssemos. Ou será que ela estava falando da Senhorita Goliade?
— Ah, é mesmo! Senhorita Nanahoshi! Precisamos convidá-la também!
Verifiquei os nomes só para ter certeza, e Setestrelas Silente não estava entre os listados. Eu tinha mesmo esquecido dela. Porém…
— Imagino se ela vai mesmo vir — falei.
— Tenho certeza que sim.
— Acho que podemos pelo menos convidá-la. — Eu não pretendia excluí-la, mas ela parecia ter se fechado completamente para este mundo. — Depois de termos feito toda a preparação, o que vamos fazer se ninguém aparecer?
O episódio de Natal de um certo anime me veio à mente. Um personagem tinha feito de tudo, inclusive um bolo, só para a ocasião, mas acabou acontecendo de ninguém aparecer. Foi um episódio comovente.
— Posso te prometer que a Princesa Ariel e Zanoba, no mínimo, estarão presentes. A Princesa Ariel gostaria de conhecê-lo melhor, e Zanoba sabe que se ele não viesse, estaria destruindo a sua confiança. — Sylphie, em um único instante, conseguiu curar toda a minha ansiedade. Claro que Ariel apareceria com seus três seguidores, e meus dois alunos, Julie e Zanoba, também estariam presentes. Esses eram seis comparecimentos garantidos. Mesmo se não convidássemos Zanoba, ele provavelmente se prostraria em frente ao nosso portão, implorando para que deixássemos que participasse. — Parece que você se preocupa bastante com esse tipo de coisa, hein?
N-não é como se isso me deixasse particularmente incomodado. Não sou o tipo de pessoa que começa a suar por esse tipo de coisinha. Sou um cara descontraído!
— Tenho certeza de que Linia e Pursena também virão. A gente-fera não é do tipo que recusa um convite de alguém de status superior — comentou Sylphie.
— Sério?
— Sim, e se elas não vierem, só teremos que colocá-las no devido lugar de novo.
Sylphie me disse que, de acordo com o costume do povo-fera, era assim que as coisas funcionavam. Parando para pensar nisso, Gyes podia ter se prostrado na minha frente porque pensou que, se não fizesse aquilo, Ruijerd poderia ficar irado. E ele também nem reclamou quando levou um chute de Eris.
— Acho que Cliff com certeza também comparecerá, já que inclusive pediu para ser convidado — falei.
— Pessoalmente, eu gostaria que Elinalise viesse — murmurou Sylphie.
Elinalise? Pensei no porquê. Eu nunca tinha visto as duas conversando antes.
— Tem uma coisinha que eu gostaria de perguntar a ela — explicou Sylphie. — Mas não é nada de demais.
Me perguntei o que poderia ser. Será que ela queria perguntar se nós dois dormimos juntos? Bem, não existia nada entre nós dois, então eu não me incomodava com ela querendo detalhes.
De qualquer forma, já estávamos planejando tudo. Com mais de dez convidados presentes, precisaríamos servir bastante comida, então decidimos ir às compras. Juntos, caminhamos lado a lado em direção ao Distrito Comercial.
— Antes de comprarmos os mantimentos, gostaria de comprar algumas roupas novas para você, Rudy — sugeriu Sylphie.
Olhei para o que eu estava vestindo. Estava usando o meu robe cinza de sempre. Não havia necessidade para se aquecer com casacos pesados durante o dia.
— Hm, eu gosto de como você fica com o seu robe, mas existem pessoas que prestam atenção a esse tipo de coisa, e se te vissem usando alguma roupa esfarrapada… hm, bem, sabe? Ou você é muito apegado a esse robe?
Eu na verdade não pensava muito no meu guarda-roupa. Quando eu era aventureiro, conheci pessoas que pareciam muito mais desleixadas. Mas a verdade é que se eu parecesse todo desgrenhado iria acabar abalando a reputação de Sylphie. Não poderia envergonhá-la dessa forma.
— Acho que sim. Foi o primeiro robe que comprei no Continente Demônio, por isso sou bastante apegado, mas isso parece bem cafona.
A única outra coisa que eu tinha era um colete de pele. Não combinava muito com um mago, então fazia algum tempo que eu não o usava. Além disso, era um pouco surrado demais para usar enquanto estava com Sylphie. Eu ficava parecendo um bandido.
— Então vamos a uma loja de roupas. Escolha o que você quiser — falei.
— Obrigada. Pode deixar isso comigo.
Fomos para uma loja bem chique, não era um lugar em que eu colocaria os pés por vontade própria. Sylphie colocou os óculos escuros e retomou a sua personalidade de Fitz.
— Ah, Lorde Fitz, que bom te ver. Agradecemos muito pelo seu constante apoio. — O proprietário fez uma enorme reverência para Sylphie. Ela parecia ser uma cliente regular; em outras palavras, a Princesa Ariel frequentava o lugar enquanto se disfarçava de Fitz. Um lugar que atendia à realeza Asurana. Poderíamos pagar por isso? Mas que grande indutor de ansiedade.
— Poderia me mostrar alguns robes para magos?
— Mas é claro. Por aqui, por favor.
Aparentemente, mesmo lojas chiques como essa também tinham vestimentas para magos. Acho que fazia sentido; os magos estavam por toda parte, ainda mais em Sharia. Esta era uma cidade onde até as crianças nobres praticavam magia.
Fomos conduzidos a uma seção com dezenas de roupas finíssimas, todas feitas com materiais que pareciam caros. Parecia que os robes de magos tinham sempre o mesmo formato e estilo, independente de onde fosse comprar, embora alguns tivessem bordados delicados.
— Com licença, posso perguntar quais são os elementos de sua preferência? — perguntou o proprietário.
— Ah, sim. Acho que seriam água e terra.
— Nesse caso, que tal este aqui? É feito da pele de um lagarto tropical da Grande Floresta e é bastante resistente à água. Criado por Foglen. É também a mesma pessoa que produz as vestimentas para os magos da corte real de Ranoa.
Hmm. Se a memória não me falhava, o lagarto tropical não tinha uma resistência particularmente alta à água. Lutamos contra eles em algumas de nossas viagens, mas sempre congelavam quando eu usava magia de água neles.
— Se preferir terra, este também pode servir. Feito com o couro de uma grande minhoca do Continente Begaritt, pode resistir até mesmo a uma tempestade de areia. Foi estilizado por alguém promissor, Flone, que está recebendo reconhecimento por seu uso criativo das cores. Além disso, será difícil para os monstros te localizarem. — Enquanto falava, ele mostrou um robe com estampa de camuflagem do deserto. Me perguntei se o nome do estilista era algo essencial para essas lojas chiques.
Eu não tinha nada contra a camuflagem, mas algo não me parecia certo. Se fosse usar esse tipo de coisa, preferia camuflagem para climas invernais.
— Syl… Digo, Mestre Fitz, qual você prefere?
— Vejamos… que tal este aqui? É bem parecido com o que você está usando agora — disse ela, pegando um robe com um tom cinza ainda mais escuro do que aquele que eu estava usando, um quase preto. Como é que chamavam essa cor mesmo? Cinza carvão? Também era mais detalhado do que o meu atual. Havia bolsos e botões pretos para fechar as mangas, além de uma corda que poderia ser usada como cinto.
— Este é feito da pele de uma ratazana sortuda do Continente Demônio. Estilizado por Kazra, também conhecido por seus designs discretos, que tendem a ser populares entre os clientes um pouco mais velhos.
— Um rato sortudo?
— Não, não, uma ratazana sortuda, senhor. Uma espécie superior à ratazana imunda, equivalente a um monstro de classe D. Seus couros são esplêndidos, com excelente resistência a venenos e ácidos.
A propósito, eu tinha visto uma dessas criaturas enquanto viajava pelo Continente Demônio. A ratazana imunda tinha vinte polegadas de altura e a sortuda era ainda maior. Na primeira vez que as vi, fiquei horrorizado. Uma horda daqueles bichos enormes infestou um armazém, com uma única ratazana sortuda no meio deles. Acho que fiquei atrás do grupo todo, estupefato, enquanto Ruijerd e Eris acabavam com tudo.
Tirando isso, gostei bastante do robe. Minha esposa tinha bom gosto. O que me preocupava era o valor – e quando dei uma olhada, sim, era caro. Com esse valor poderia comprar até uma casa no Continente Demônio.
— Bem, dizem que nomes representam a natureza — falei. — Se há “sortuda” no nome, talvez me traga boa sorte. Acho que vai ser esse mesmo.
— Os nomes representam a natureza? Perdoe as minhas maneiras, mas posso perguntar o seu nome?
— Ah, sim. Meu nome é Rudeus Greyrat.
— Minha nossa, você é um membro da família Greyrat? Perdoe a minha grosseria. Mestre Luke é um precioso benfeitor de nosso estabelecimento, então, desta vez, darei um desconto na compra.
Isso era o que eu pensava? Uma maneira de ganhar o favorecimento de Luke? Não, não era isso. Ele talvez estivesse apenas tentando nos encorajar a voltar sempre que precisássemos fazer compras. Seja lá o que fosse, fiquei feliz com o desconto.
— Luke vem sempre aqui? — perguntou Sylphie.
— Você já não é ciente disso, Lorde Fitz?
— Ah, sim. Hm, digo, além de quando vem comigo.
— Sim, ele sempre vem aqui com mulheres diferentes.
Enquanto Sylphie continuava conversando com o proprietário, fui puxado por uma das funcionárias da loja, para que tomasse as minhas medidas. O robe que vimos era apenas para exibição; iriam ajustar um para o meu tamanho. A funcionária usou uma fita métrica para tirar minhas medidas básicas, e me perguntei se vendiam essas coisas em uma loja de itens mágicos. Eu queria fazer algumas brincadeiras com Sylphie, algumas que envolvessem tirar as suas medidas.
— Temos os materiais em mãos, então ficará tudo pronto dentro de três dias. Se nos disser o seu endereço, podemos mandar entregar.
Nos sentindo felizes e um pouco envergonhados, passamos o endereço da nossa nova casa.
Depois disso, fomos às compras. Primeiro, compramos especiarias. Depois, os não perecíveis. Graças às rotas de distribuição desenvolvidas por Nanahoshi, também pudemos facilmente obter óleo de cozinha. Também pegamos alguns peixes congelados e vegetais que durariam um tempo, então encomendamos um pouco de carne que compraríamos em uma data posterior.
— Você sabe cozinhar, Sylphie?
— Sim. Aprendi com a minha mãe e com a Senhorita Lilia. Ah, mas não sei se você vai gostar da minha comida.
— Vou dizer que ficou delicioso, mesmo se queimar até virar carvão.
— Queimar até virar carvão? Vamos lá, por quem você acha que me esforcei tanto para aprender a cozinhar?
Bom senso de moda e boa na culinária. Pensando bem, ela disse que também sabia lavar roupa e limpar. Ao contrário do que sua aparência indicava, minha esposa era uma mulher muito capaz.
— Senhorita Sylphiette, você é uma esposa tão ideal que não consigo deixar de ficar nervoso por não ser digno de você — falei.
— Você sabe que também é o meu marido ideal.
— B-bem, se tiver alguma parte minha que não esteja tão ideal, pode falar. Vou me esforçar para corresponder às suas expectativas.
— Nesse caso, seja mais assertivo. Você às vezes é meio submisso.
Mais assertivo? E o que aconteceria comigo se eu fizesse isso e minhas ações de alguma forma acabassem com o bom humor de algum deus que poderia estar passando? Havia pessoas neste mundo que batiam nos outros até a morte, só pelo crime de olhar para elas de uma forma meio engraçada.
Então, mais uma vez, eu gostaria de me casar com um homem sem nenhuma confiança e que não fazia nada além de ficar sentado na sala de estar, no máximo lendo o jornal? Não.
Então tudo bem. Acho que vou ser mais confiante a partir de agora. A partir de hoje, serei um otário presunçoso!
— Hmph. Sylphie. Certifique-se de mostrar o quanto você me ama. Não relaxe nisso.
— Hm, não foi bem isso que eu quis dizer, mas tá bom. Vou dar o meu melhor — disse Sylphie enquanto fechava a mão em um punho.
Aww, minha Sylphie é tããããão fofa! Só quero ficar de esfrega-esfrega com ela!
Mas consegui me conter. Sylphie não era uma grande fã de demonstrações públicas de afeto em ruas movimentadas. Se eu tentasse tocá-la onde estávamos, ela com certeza me repreenderia. Mas ela não se importaria se eu passasse o meu braço ao redor do seu ombro, certo? Não, será que não deveria primeiro segurar a sua mão? Claro, apesar do meu debate interno, as minhas mãos estavam ocupadas com as sacolas de compras. Grrr.
— Também precisamos comprar alguns pratos grandes. Ah, acho que você pode simplesmente fazê-los.
— Contanto que você não veja problema em serem placas feitas de pedra — falei.
— Os que você faz não parecem feitos de pedra, então está tudo bem.
Então era uma questão de aparência, hein? Bem, se ela realmente quisesse algo agradável aos olhos, então eu faria e poliria de forma tão espetacular que poderia ver até mesmo o próprio reflexo. Aquele tipo de cerâmica assada pela qual o Japão era conhecido não parecia ser tão popular neste mundo. Pareciam preferir algo mais chique do que a estética wabi-sabi1 japonesa. Ou será que deveria me esforçar para criar algo tipo porcelana? Entretanto, seja lá o que fizesse, continuaria sendo cinza ou marrom.
— Precisa de mais alguma coisa? — perguntei.
— Hm, um pouco de chá para servir aos convidados.
Chá preto e xícaras de chá, hein? Certo, sem problemas. Talvez devêssemos aproveitar e também comprar um tapete. E preparar um quarto de hóspedes poderia ser uma boa ideia, só para garantir.
— Devemos comprar coisas como uma cama e um armário para hóspedes?
— Ah, boa ideia.
Nossa casa era tão grande que a mobília estava lenta, mas seguramente, limpando os meus bolsos. Fiquei feliz por nunca ter desperdiçado dinheiro com a compra de implementos mágicos e coisas do gênero. Eu ainda tinha algum dinheiro guardado, graças ao desconto que consegui na compra da casa, mas estava sobrando menos a cada compra. Será que devia caçar alguns monstros para conseguir mais dinheiro? Não, não podia fazer isso. Quão estúpido seria se eu fosse e morresse enquanto fazia uma missão de eliminação por um motivo trivial desses?
De repente consegui entender por que Paul havia buscado aquela posição de cavaleiro para receber um salário estável.
— Hm, Rudy, não se preocupe. Tenho algum dinheiro do meu trabalho com a Princesa Ariel guardado.
— Ugh, sinto muito.
Supus que se a necessidade surgisse, eu poderia me juntar ao grupo de Soldat ou de alguma outra pessoa. Espera aí, não. Os aventureiros passavam dias a fio longe de casa, e ainda por cima recebiam relativamente pouco. Talvez devesse começar a pensar em também procurar um emprego estável.
Casamento era mesmo algo complicado.
Naquela noite, convidei Sylphie para se juntar a mim na banheira, supostamente para ensiná-la a usá-la. Mas a minha verdadeira motivação era a de passar algum tempo de qualidade juntos. Se fosse um livro, poderia narrar as coisas da seguinte maneira: Um pervertido estava prestes a cravar suas presas em uma adorável jovem.
Esta noite eu vou fazer isso. Vou fazer mesmo! Apenas observe, Pai!
Espera, “Pai” seria o Paul, certo? Então é melhor que não observe.
— Pois bem — expliquei. — A etiqueta para a hora do banho em nossa casa é um pouco diferente daquela da família real Asurana.
Primeiro, fomos para a área de lavagem, que também servia como vestiário. Lá, falei, ela deveria tirar a roupa e colocá-la em uma das cestas. Desta vez, eu mesmo tirei tudo, depois dobrei e joguei em um dos cestos.
Sylphie tinha uma corporatura pequena e sem gordura corporal extra, mas não era toda ossuda. Mesmo sendo magra, era musculosa. Embora os seus seios fossem pequenos, ainda eram macios e bem torneados. Só de olhar para ela a minha respiração já ficou irregular.
— Hm, uh, você precisa mesmo tirar a minha roupa? — perguntou Sylphie.
— Não.
— E por que a sua respiração está tão pesada?
— Porque estou excitado.
— Hm, e precisa ficar excitado para entrar na banheira?
— Não.
Respondi cada uma das perguntas de forma apropriada, tudo enquanto me despia rapidamente para que pudéssemos ir para a área de banho. Não havia chuveiro nem espelho, mas havia um balde e uma cadeira. Só por diversão mesmo, escrevi “Kerorin” no balde, assim como o anúncio de aspirina que sempre se vê nos baldes dos banheiros públicos japoneses.
— Antes de entrar, precisa passar um pouco de água nos ombros. Então sente-se e use este pano e o sabão para lavar o seu corpo.
— Ei Rudy, por que tem um buraco no meio desta cadeira?
— Para deixar mais fácil de lavar o corpo, é claro. — Umedeci o pano com água morna, passei no sabão e comecei a lavar o corpo de Sylphie. Me concentrei principalmente na parte de trás das suas orelhas, na cavidade da sua clavícula, suas costas e outras áreas que sujavam com facilidade. Nas áreas mais macias usei a minha mão, naquelas que não pretendia esfregar com o pano. Era para isso que o buraco estava lá.
— Hm, já faz um tempo que você parou de usar o pano, e está se concentrando só nesses lugares. Além disso, a sua coisa está pressionada em mim.
— Opa, foi mal.
Meus desejos aparentemente estavam aflorando. Mas isso não poderia continuar assim. Isso não fazia parte da etiqueta do banho na nossa casa.
— Hm, se você realmente não consegue se conter, hm, bem, podemos ir em frente e fazer?
— Faremos isso depois do banho.
O banho em primeiro lugar. Tínhamos que lavar os nossos corpos.
— Depois que você terminar de esfregar todas as partes do corpo, vai para a cabeça. Agora feche os olhos.
— C-certo. — Sylphie fechou os olhos com força. Que fofa. Isso me fez querer beijá-la e puxá-la em minha direção para algumas saliências, mas empurrei esse pensamento para o fundo da minha mente. Baixar a minha guarda, mesmo que fosse por um só instante, poderia ser fatal. Ufa, essa coisa toda de lavar tudo era infernal.
— Depois de molhar o cabelo com a água, use o sabonete para ensaboá-lo. Não só a cabeça, mas todos os lugares do seu corpo que tenham cabelo. Mas não precisa lavar o cabelo com tanta frequência. — Enquanto falava, continuei lavando o seu cabelo. Ele era curto e fácil de limpar. — Assim que terminar, certifique-se de enxaguar tudo com água morna. — Usei magia para conjurar água e enxaguar o seu cabelo.
Ela soltou uma risadinha.
— Isso me lembra de quando nos conhecemos.
Ah, sim… Naquela época também usei água morna para enxaguá-la. Aquilo foi em Buena Village, na época que comecei a andar pela cidade. Encontrei Sylphie chorando enquanto as crianças da vizinhança a intimidavam. Ela estava levando o almoço para o seu pai, até que a abordaram e começaram a jogar lama nela. Então a salvei, depois usei água morna para lavá-la e uma brisa quente para secá-la. Naquela época a Sylphie parecia um garoto, em partes porque o seu cabelo era curto.
Ah, isso realmente despertou algumas memórias. Eu nunca poderia ter sonhado que aquele garotinho se tornaria a minha adorável esposa. A vida com certeza leva as pessoas a alguns lugares inesperados.
— Depois que terminar de se lavar, é a vez da banheira. Tome cuidado; é fácil de escorregar.
Sylphie seguiu as minhas instruções e deslizou, afundando na água. Mantive a água ligeiramente quente, só para que pudéssemos desfrutar de um longo banho juntos.
— Ah, posso sentir o calor se infiltrando por meus braços e pernas. Isso é tão bom.
Parecia ser isso mesmo. Muito bom.
Assim que fiquei convencido de que Sylphie estava gostando do banho, comecei a me lavar. Sério, eu meio que gostaria de poder ensaboar o corpo dela e usá-lo para ensaboar o meu, mas desta vez iria me segurar. Não havia necessidade para fazer tudo de uma só vez. Iria tratá-la com cuidado, ser gentil.
— …
De repente, percebi que Sylphie estava me espiando. Achei que ela talvez estivesse me observando só para ter uma boa perspectiva de como lavar o corpo antes de entrar na banheira, mas não parecia ser o caso. Devia ter ficado intrigada com a visão daquela parte do corpo que eu tinha e ela não. Pura curiosidade, presumo.
— Uff.
Assim que terminei de me lavar, afundei na banheira, certificando-me de colocar uma toalha de mão sobre a minha cabeça. Quando mergulhei na água quente, pude sentir meu fluxo de sangue melhorando e correndo para meus braços e pernas gelados. Ahh, banheiras são tão boas. O auge da cultura humana. Na minha vida anterior costumava odiar isso, já que considerava o ato de me lavar como sendo um incômodo. Agora, gostava da sensação. Viver em um país coberto por neve me ensinou como os banhos eram preciosos.
— A propósito, não coloque o pano com que se lava na banheira — falei.
— Por que não?
— Para não sujar a água.
Porém, como éramos uma família, isso não importava tanto. Também existiam banheiros públicos neste mundo, então não havia necessidade para seguir essa regra. Enquanto eu pensava nessas coisas, Sylphie se aninhou contra mim. Ela segurou a minha mão e apoiou a sua cabeça úmida no meu ombro.
— Quanto tempo devemos ficar aqui?
— Até que você possa sentir o calor correndo todo o caminho até a medula dos seus ossos. — Passei um braço em volta do seu ombro e a puxei mais para perto. Quando fiz isso, ela se virou e posicionou o corpo de um jeito que parecia que estava sentada em cima de mim. Nós dois nos pressionamos um contra o outro. As cerejinhas de Sylphie estavam se esfregando contra o meu peito.
Merda. Senti que não seria capaz de continuar me contendo. Homens deveriam mostrar resistência e mulheres amor. E, por amor, não quero dizer sucos de amor.
— Hee hee, isso é meio divertido — disse ela com uma risadinha.
Olhei para ela. Podia ver as suas costas esguias e a sua bundinha, bem como as suas pernas finas batendo na superfície da água. Havia um movimento em volta do meu peito e ombros: Sylphie estava se agarrando a mim, enterrando-se no meu pescoço. Dessa posição, acariciou o meu corpo com as suas mãos.
Heh heh, siga em frente e me acaricie o quanto quiser. É para isso que servem esses músculos.
Há muito tempo eu olhava para Sylphie e pensava que ela um dia seria um lindo homem. Em vez disso, acabou se tornando uma mulher linda, adorável, que superou todas as minhas expectativas. Eu talvez estivesse apenas sendo influenciado pelos meus sentimentos por ela, mas que seja. Esta linda mulher estava agora nua e agarrada a mim. Nesse ritmo, íamos acabar soltando algo que depois desceria pelo ralo.
Acariciei as suas costas, depois fui para as suas axilas e suas laterais. Mmm, ela era tão esguia.
— Rudy, isso faz cócegas — disse Sylphie, contorcendo o corpo.
O símbolo do meu desejo ficou algum tempo pressionando contra o seu corpo, mas ela não expressou nenhuma reclamação. Sylphie ficava zangada se eu a tocasse enquanto voltávamos para casa, mas baixava a guarda nesse cenário. Ela estava à minha mercê. O que quer que eu fizesse, ela permitiria.
E então olhou nos meus olhos. E eu olhei nos dela. Nossos olhares se encontraram por um caminho natural. E, de repente, Sylhpie soltou uma risadinha, sua expressão toda sorridente.
— Rudy, te amo — disse ela enquanto dava um beijo na minha bochecha.
Merda.
— Agh!
A agarrei nos braços, como se fosse uma princesa, e a tirei da banheira, jogando água para todo lado. Ainda estava ensinando a etiqueta do uso da banheira a ela, mas poderia continuar com isso depois que terminássemos. Ainda encharcados, marchei até o nosso quarto, lá no segundo andar.
[1] Wabi-sabi representa uma abrangente visão de mundo à japonesa, uma abordagem estética centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Esta concepção estética é muitas vezes descrita como a do belo que é “imperfeito, impermanente e incompleto”.
Toradora?
Ele era muito virjão na antiga vida, não precisava sair da banheira, cama não é o único lugar pra transar kkk
Mas q merda em, se quisesse ler em detalhes como duas pessoas começam a ter coito eu leria um hentai, autor desgraçado
Falou merda, pede deaculpa
Mano, na moral, acho que todo homem que se preze sonha em viver algo assim
Uma esposa linda, uma casa foda e sem problemas financeiros, realmente o sonho de qualquer um
sim com certeza todo homem de 50 anos sonha em casar com uma menina de 14 e transar loucamente com ela… nosso protagonista é um monstro cara, não leve ele como exemplo para nada