Depois que os três terminaram de assinar o contrato, Ray testou algumas coisas. Como a habilidade de Contrato afirmou, Ray foi capaz de dar Mana e também tirar Mana deles. O problema era que cada pessoa era diferente. Mesmo que pegasse Mana de Jack e desse aos gêmeos, ele não sabia quanto os gêmeos poderiam aguentar.
Ray também achou que seria melhor se os outros ficassem mais fortes por conta própria e não dependessem dele. Apenas em uma situação de emergência eles pediriam a ajuda de Ray. Houve algumas outras coisas interessantes também. Os outros foram capazes de abrir uma tela de status própria.
Não dizia muito para eles além de dizer a eles que faziam parte do Asas Carmesim, e também permitia que eles trocassem mensagens através do sistema, não importando a distância que estivessem. Antes que os três saíssem, Sloth se virou e fez uma pergunta a Ray.
“Eu entendo que você não queira convidar alguns dos outros, mas e Gary? Achei que vocês dois eram próximos?”
Claro, Ray havia pensado muito se deveria ou não convidar Gary. Não era o fato de Ray não confiar em Gary, mas, em alguns casos, Ray percebeu que Gary tinha fome de poder. Se Gary soubesse de todos os poderes únicos que Ray tinha, Gary iria certamente pedir ajuda a Ray para se vingar de sua irmã.
Ray estava bem com isso, mas havia um objetivo e uma ordem nas coisas. Gary, para simplificar, era incontrolável, uma variável que era imprevisível para Ray e ele não poderia ter uma variável em sua equipe.
Ray sorriu
“Gary tem seus próprios problemas pra lidar. É melhor por enquanto se não o envolvermos em nossos assuntos.”
O que Ray disse era verdade. Talvez assim que Gary ficasse mais estabilizado, Ray o convidasse em algum momento mais tarde.
O fim de semana acabou, dando início a mais uma semana e os Cavaleiros estavam treinando do lado de fora. As coisas não haviam voltado ao normal ainda, pois atualmente todas as sessões de treinamentos dos alunos de suas respectivas faixas foram canceladas e agora, só era necessário treinamentos básicos para manter a forma física.
Parecia estranho para muitos alunos, pois metade dos seus companheiros não estava mais lá. Até os professores puderam sentir uma energia estranha. A cada final de treinamento, os alunos estariam livres para fazer o que desejassem no tempo livre.
Ray estava se preparando para subir até a muralha da cidade e planejar uma fuga. Ele precisava ficar mais forte e precisava do máximo de cristais de bestas que pudesse conseguir, o mais rápido possível. Mas, quando ele estava para deixar o campo de treinamento, Gary se aproximou dele.
“Ei, você se importa de vir comigo pra biblioteca?”
Ray achou que era um pedido estranho, especialmente vindo de Gary. Ele não era o tipo de cara que lia livros, então isso definitivamente parecia mais como um código para outra coisa.
“Claro.”
Os dois foram para a biblioteca e escolheram se sentar em uma mesa perto do fundo, onde não seriam ouvidos pelos outros. Uma vez que Gary olhou em volta para se certificar de que não havia ninguém por perto, ele disse:
“Você se lembra quando descemos naquela porta vermelha? Bem, eu tenho mais algumas informações daquele lugar.”
De repente, Ray ficou muito interessado no que Gary tinha a dizer. Ray se lembrou de quando ouviu os Anciãos falando na sala de reuniões no topo da Academia. Eles haviam discutido que estavam protegendo alguma coisa, e Ray suspeitou que tivesse algo a ver com aquela porta vermelha.
“Se você está pensando em voltar, é impossível. Desde o ataque, aquela coisa está ainda mais protegida do que antes e você se lembra da última vez? Quase morremos.”
“E se eu te disser que encontrei outra entrada?” Disse Gary. “Eu descobri que a porta vermelha não é a única passagem subterrânea. Você se lembra daquelas cavernas nas montanhas logo atrás da cidade? Lembra como os Cavaleiros dizem que ela está cheia de feras mágicas mortais? Acontece que é tudo mentira.”
Ray não ficou surpreso com a informação que tinha acabado de ouvir. A Academia mentiu sobre muitas coisas. Já era até irrelevante ter mais uma mentira adicionada a essa lista.
“Como você descobriu essa informação?”
“Jasmine foi quem me disse. Desde aquele dia em que nos esgueiramos pra lá, ela disse que vinha tendo sonhos. Quando perguntei a ela sobre isso, ela descreveu os sonhos, e eram iguais aos que eu costumava ter.”
Isso lembrou Ray da voz que ele tinha ouvido no sonho daquela vez. Desde aquele dia, Ray parou de ouvir a voz.
Gary então se levantou e pegou um livro de um lugar na biblioteca. A capa do livro dizia “A jornada dos Cavaleiros Dragão”
Então Gary disse – “Esses sonhos, Ray, acho que significam alguma coisa. Antes de os fundadores da Academia se tornarem Cavaleiros Dragão, eles experimentaram exatamente a mesma coisa.”
Gary então abriu uma página do livro e o passou para Ray. Ray começou a ler o parágrafo no qual Gary tinha apontado o dedo.
O parágrafo dizia:
Eu ouvi a voz por várias noites e não sabia o que fazer. Era como se algo me chamasse. Um poder muito mais forte que o meu. Eu segui a voz e finalmente encontrei ... o Ser Divino. Ela concedeu meu poder e limpou meu coração de todos os males. Ela me mostrou o verdadeiro caminho na minha vida e o futuro do mundo.
“Então, você acha que a Academia está escondendo o Ser Divino?” Perguntou Ray.
Foi dito que o Ser Divino estava localizado na Academia Roland, não na Academia Avrion. Ray também queria conhecer este Ser Divino, pois dizia que ele foi quem criou os Cavaleiros Dragão.
“Por que você não foi para este lugar por conta própria?” Perguntou Ray.
“Jasmine disse que quando ela tentou ir, havia uma porta. Uma semelhante à que encontramos no subsolo. Ela tentou o seu melhor para abri-la, mas ela não se moveu.” Gary então parou um pouco antes de continuar.
“Ray, eu não sou estúpido. Eu sei que aquela porta subterrânea se abriu por sua causa. Eu preciso de sua ajuda. Vamos encontrar este Ser Divino juntos.”