“Outros forasteiros?” O principal motivo do grupo de Chen Ge ter entrado na aldeia era para procurar pelo Fan Yu e a Jiang Ling, então quando ouviram haver outros forasteiros, seus ouvidos elevaram.
“Antes de vocês chegarem, duas crianças entraram por acidente na aldeia porque estavam perdidas.” Ah Qing tentou lembrar dos detalhes: “Um garoto e uma garota. O garoto é muito magro e de altura comum. A garota parece ter quatro anos, ela é igual a uma boneca chinesa, muito fofa.”
“Fang Yu e a Jiang Ling!” Ouvindo a descrição do Ah Qing, a especulação de Chen Ge foi confirmada. Ele agarrou as mortalhas do Ah Qing: “Onde eles estão agora? Leve-me até eles!”
“Não acho que seja possível.” Ah Qing tentou afastar a mão de Chen Ge, mas percebeu que o homem de aparência fraca era bem forte: “Quando eles entraram na aldeia, foram localizados pelos outros aldeões. Então a mulher Zhu apareceu e arranjou um local para eles ficarem. Ela prestou bastante atenção na garota.”
“Jiang Ling? Por quê?” Chen Ge ficou confuso.
“De acordo com os rumores, aquela mulher Zhu planeja ter a garota na cerimônia. Naquela época, também fiquei confuso. Esta é a primeira vez em décadas que alguém de fora se junta a cerimônia.” Ah Qing finalmente parou de lutar e deixou Chen Ge agarrar seu ombro.
A mulher notou a história da Jiang Ling? Ela planeja dar ela de presente a fantasma? Chen Ge começou a pensar. Zhu Xinrou está ficando do lado da Jiang Ling e ela não deixaria ninguém a ferir, então há apenas duas possibilidades. Ou a mulher Zhu tem algum método para suprimir a Zhu Xinrou, ou a Jiang Ling se juntou a cerimônia por vontade própria.
No desenho que Fan Yu deixou para trás, ele tinha escrito três palavras — Indo Para Casa. Tinha que haver um motivo para retornarem à Aldeia do Caixão naquela noite. Coincidentemente, esse dia era o dia que a Sociedade de Histórias de Fantasmas fez seu movimento e colocou o alvo na Jiang Ling. Todos os caminhos levavam à Aldeia do Caixão.
Além dos aldeões da Aldeia do Caixão, tenho que ter cuidado com os membros da sociedade. Chen Ge afrouxou o aperto e deu um tapinha no ombro de Ah Qing: “Se possível, tente trazer aquele garoto magro para fora.”
“Entendo.” Ah Qing esfregou seu ombro: “Quando a cerimônia começar, a aldeia inteira será afetada. O labirinto será automaticamente desativado e os monstros adormecidos vão acordar. Você verá a verdadeira face desta aldeia.”
Ele falou muito rápido e continuou olhando em volta: “Houve muitas mortes nesta aldeia, coletando uma quantidade pesada de energia Yin. É o berço perfeito para fantasmas e monstros. Eles acordarão seguindo a cerimônia. Você tem que ter cuidado, não os provoque. Após roubar o bebê, saia imediatamente.”
“Mas como devemos roubar o bebê?”
“A cerimônia começa no salão ancestral que está no meio da aldeia. Todas as crianças serão levadas para dentro do salão e então a procissão se moverá na direção do poço onde a mulher morreu. Tudo que você precisa fazer é se esgueirar no salão ancestral depois que a procissão sair para encontrar um bebê com uma moeda de cobre me volta do pescoço e levá-lo embora com você.” Ah Qing parou e tirou um pano do bolso com hesitação: “O layout da aldeia pode ser bastante complicado. Algumas estradas levam a monstros ocultos e fantasmas. Se quiser sair, siga este mapa.”
Ele entregou o pano para Chen Ge: “Você tem que salvar meu filho!”
Depois disso, Ah Qing saiu com pressa. Chen Ge olhou para o pano na sua mão. Era um mapa simples da Aldeia do Caixão, e mais de vinte locais foram marcados com uma cruz vermelha.
“Ele confia tanto em nós a ponto de deixar o mapa? Ele não está com medo que de a gente vá embora sem salvar seu filho?” Mestre Bai olhou para o mapa e seu coração estava gelado. Ele foi para muitos locais com cruzes quando era jovem, mas naquela época, foi durante o dia.
Chen Ge balançou a cabeça: “O homem tem planejado isto por um longo tempo. Ele não cometeria tal erro descuidado. Este pode ser um mapa falso e o verdadeiro provavelmente está no bebê.”
As ruas começaram a mudar. Todas as lanternas brancas foram extinguidas de uma vez, lançando a aldeia inteira na escuridão. No silêncio da noite, a casa de alguém foi aberta e a voz de uma mulher soou no escuro.
Ela parecia estar chamando o nome de alguém como se tentasse despertá-los. As portas foram abertas e passos ecoaram na rua. Os aldeões deformados saíram de suas casas com máscaras no rosto. Eles seguravam lanternas brancas em suas mãos, mas ninguém falou. Eles passaram pela porta da velha casa que o grupo de Chen Ge estava escondido e pararam a cerca de dez metros de distância. O grupo da mulher ficou mais claro e a aldeia estranha estava perdendo seu disfarce.
A noite caiu como prata, sufocando aqueles nela. Manchas de sangue começaram a surgir nas paredes limpas da aldeia e marcas de arranhões e facas apareceram no chão. As coisas que aconteceram uma vez na aldeia tinham sido mais sangrentas e assustadoras que a descrição de Ah Qiang. A história contada provavelmente era uma parte da verdade completa.
O labirinto foi destruído e todas as ruas entrelaçadas iam a um salão ancestral velho. Parando próximo desta construção estava um caixão vermelho brilhante!
A voz da mulher parou. Os aldeões deformados permaneceram diante do salão ancestral. Eles pareciam com fantoches sem vida com cabeças abaixadas e mãos segurando as lanternas. Ninguém falou, o local estava mortalmente quieto.
Creak…
Uma porta de uma construção de dois andares ao lado do salão ancestral foi aberta. A construção era a mais alta na aldeia e também a melhor preservada. A casa escura soprou uma corrente de ar frio. Vários minutos depois, uma mulher em um vestido vermelho brilhante saiu. Seu rosto era branco e lábios roxo como o de uma pessoa morta congelada.
Seus olhos verificaram todos os aldeões enquanto caminhava até o salão ancestral. Ela gesticulou para o caixão três vezes, murmurando alguma língua local. Quando terminou, vários aldeões saíram da multidão segurando cestas de bambu. As cestas estavam cobertas com uma camada de tecido e o choro de bebês veio de baixo.
A mulher caminhou por eles um por um, levantando o pano para inspecionar o produto de perto. Quando chegou na quarta cesta, parou e abriu os lábios para dizer algo. Aquele segurando a quarta cesta era o Ah Qing. Seus braços de tamanhos diferentes estremeceram como se a mulher estivesse lhe dizendo algo assustador. Após olhar para todos os bebês, a mulher retirou uma tesoura sangrenta de dentro da manga.
Ela ficou diante do caixão e fez o primeiro aldeão colocar a cesta no meio do salão ancestral. Em seguida, caminhou no salão com uma tesoura. A porta fechou e o bebê chorou. As placas no salão rangeram e todos os aldeões abaixaram a cabeça com desespero. Somente o caixão vermelho na porta emitia ecos de risada.