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My House of Horrors – Capítulo  637

Encontramos Você [2 em 1]

“Quer que eu encontre você? Você ficou maluco?” A caligrafia irregular nas costas do histórico médico o fez sentir de certa forma. Atualmente estava no primeiro andar do hospital, parando no meio do corredor.

Mesmo que as correntes de ar tivessem parado, as portas que estavam meio-abertas moveram para frente e trás, rangendo alto. Poeira caia do teto velho e havia o som ocasional de folhas de papel esfregando no chão invadindo seus ouvidos. Parado sozinho nessa situação após a meia-noite, seria uma mentira dizer que não estava com medo.

Tesoura segurou a tesoura com força e se forçou a aparecer o mais imperturbável possível: “Quando alguém colocou isto nas minhas costas?”

Se virando, Tesoura estudou as enfermarias que acabou de passar: “A pessoa por trás desta pegadinha deve estar num dos quartos que acabei de passar.”

Ele ficou com muito medo, mas o medo não assumiu sua sanidade e racionalidade ainda. Ele se lembrou conscientemente que atualmente estava realizando o papel de um assassino enlouquecido e de sangue-frio e precisava manter os maneirismos.

Quanto mais fraco eu parecer, mais intimidado pelos fantasmas serei, então não posso parecer fraco, não posso mostrar nenhuma fraqueza.

Ele dobrou o histórico médico e colocou no bolso. Tesoura abriu cuidadosamente a porta meio-fechada mais próxima. No quarto, o lençol foi rasgado em pedaços e o colchão foi derrubado ao lado, era como se a cama tivesse sido a casa de um animal feroz que precisava ser detido.

“Isto é um hospital ou um tipo de instituição mental?” Tesoura não entrou no quarto e só observou pela abertura. A cama não era grande e o único espaço para esconder alguém era embaixo da cama ou na cômoda.

“A pessoa por trás da pegadinha não está aqui.” Ele conseguiu ver nitidamente no espaço embaixo da cama e as portas da cômoda estavam abertas. Estava vazia dentro — todo o conteúdo foi tirado: “Ele deve estar em outro quarto.”

Internamente, seu coração estava tremendo como uma folha, mas não traduzia em sua expressão. Com os membros gelados, Tesoura recuou e seguiu ao outro quarto.

“Este aqui está vazio, ninguém está aqui também…” Tesoura se moveu rápido pelos quartos até chegar no quarto mais próximo da entrada.

“Após entrar no hospital, percorri o corredor. Só passei nestes quartos. Como os outros estavam vazios, ele tem que estar escondido neste último quarto.” A mão que segurava a tesoura estava suando muito quando empurrou a porta lentamente. Um cheiro forte e pungente vagou de dentro, uma mistura de sangue e desinfetante.

“Alguém morreu aqui?” A cena no quarto o dominou e o fez balançar a cabeça. O lençol tingido de sangue foi enfiado debaixo da cama às pressas e da janela instalada com tecido antirroubo pendia uma roupa de paciente com muitos buracos. Uma longa peruca estava na cômoda e a coisa mais assustadora era que, na parede branca, alguém ou algo havia escrito com sangue fresco ‘Adivinha onde estou?’

Após comparar a caligrafia, notou que a mão que escreveu a mensagem de sangue na parede e a mensagem nas costas do histórico médico eram diferentes. Esta descoberta inquietou mais Tesoura: “Há mais de uma ‘pessoa’ brincando de pique-esconde no hospital?”

A vontade de se virar e correr explodiu. Ele recuou do quarto, planejando sair do hospital e ficar temporariamente longe dele: “Quanto mais perigoso o lugar, mais seguro é. Isso teoricamente é verdade, mas é muito difícil de colocar em prática.”

Retornando a entrada do hospital, sua expressão mudou completamente. Alguém havia trancado o portão de ferro gigante do hospital sem ele notar!

“O que faço agora?” Tesoura estava em pânico devido à impotência. Mordeu os lábios e isso abriu a ferida em seu rosto. A dor ajudou a focar e se acalmar: “Devo procurar por alguma janela aberta.”

Quando estava procurando pelos quartos no primeiro andar mais cedo, confirmou que todas as janelas tinham telas antirroubo, então só podia colocar sua esperança no segundo andar: “Treinei muito para este dia. A ferida não deve ser grave por saltar do segundo andar, só que não posso dizer o mesmo se o salto for realizado do terceiro andar. O risco será alto demais.”

Segurando a bolsa, Tesoura foi ao segundo andar pela escadaria.

Agora, havia desistido completamente da ideia do jogo de pique-esconde. De novo, jamais teve intenção de jogar com fantasmas. Subindo três degraus por vez, quando virou o canto da escadaria, localizou um par de pés cinzas pelo canto dos olhos. O par de pés estava levemente acima da sua cabeça. Ele olhou um pouco para cima por instinto e as pernas cinzenta entraram em sua visão, mas quando olhou melhor, a coisa já havia desaparecido.

“Que porra é essa?!” A ‘surpresa’ veio tão de repente que enfraqueceu as pernas do Tesoura. Não esperava que a coisa estivesse tão perto. Na verdade, havia apenas alguns degraus os separando: “Ele estava por aqui. Talvez estivesse me vendo de algum canto escondido!”

Parando no meio da escadaria, Tesoura ficou inseguro se devia continuar subindo. Tinha dado uma boa olhada mais cedo, a coisa que realmente estava o esperando no andar de cima.

“Todas as janelas nos quartos do primeiro andar estão trancadas por telas antirroubo. Não tem como eu fugir por lá. Então, a única maneira de sair deste lugar amaldiçoado é através das janelas no segundo andar.”

Sem escolha, se forçou a continuar.

Por favor, não apareça de novo.

Recitando a oração em silêncio, Tesoura correu até o primeiro quarto à esquerda. Abriu a porta com esperanças, mas foi completamente destruída quando olhou na direção da janela. Pedaços de roupas rasgadas estavam presas na tela antirroubo de ferro.

“Até as janelas do segundo andar tem membranas?”

Seus lábios secaram, seu coração estava sendo lentamente infestado com desespero. Caminhou até a janela e estendeu a mão para balançar a membrana com força. A membrana metálica cortou seus dedos e a dor que surgiu era muito real, mas a névoa de sangue fora da janela parecia muito surreal.

Se isto for um pesadelo, espero acordar logo.

A membrana antirroubo estava segura, então não havia como abrir sem ferramentas. Tesoura soltou e preparou para sair. Porém, quando chegou na porta, passos ecoaram da outra ponta do corredor de segurança. Soava com pessoas correndo.

Eles parecem estarem vindo para cá e há muitos!

Sem hesitação, Tesoura fechou a porta e trancou. Se moveu e ficou atrás da porta e no final, agarrou a bolsa para se esconder na cômoda. O hospital era privado e as facilidades eram diferentes daquelas fornecidas pelo grande hospital do governo. O espaço dentro da cômoda era separado em uma tábua de madeira e após remover a partição, a cômoda seria o bastante para caber uma pessoa.

Os passos se aproximaram antes de desapareceram completamente fora da enfermaria.

Eles pararam fora da porta? É porque me descobriram?

Tesoura não achou sábio sair por medo de ser capturado pelas coisas uma vez que se mostrasse, então decidiu ficar escondido na cômoda.

Pique-esconde, pique-esconde, nem mesmo os encontrei ainda, então por que vieram me encontrar? Será que eles detectaram minha intenção de fugir?

Prendendo a respiração, Tesoura mudou para uma postura mais confortável, mas quando ajustou a posição, seus sapatos bateram em algo. Seu coração congelou e suor deslizou pela testa. Tesoura se forçou a manter a calma enquanto procurava o celular no bolso.

Ao ligar o celular, a imagem de fundo mostrou a foto de dois jovens na entrada de um orfanato. Um dos jovens tinha um cavanhaque, muito alto e forte, enquanto o outro parecia exatamente com Tesoura. Naquela época, ele parecia bastante tímido. Quando a foto foi tirada, ele levantou as mãos como se tentasse esconder o rosto da câmera.

“Você cuidou de mim por muito tempo — é hora de eu cuidar de você.” Tesoura soltou um suspiro profundo e aumentou o brilho do celular ao máximo. Então, iluminou abaixo de seus pés.

A coisa que seus sapatos esbarraram era uma roupa de paciente e embaixo da roupa havia um diário. Foi porque Tesoura leu o diário de seu irmão mais velho que decidiu pegar o último ônibus na Rota 104 para vir à Li Wan. Agora que encontrou outro diário na jornada, pegou sem muita hesitação e começou a folhear.

“Liu Feiming? Esse é o nome do dono do diário?”

Quando folheou o diário, notou um gráfico de histórico médico deslizar das páginas. O nome do paciente era Liu Feiming e segundo o diagnóstico, as suas pernas foram quebradas por cair de um lugar alto.

Por que parece estar narrando meu futuro? A única solução para escapar deste lugar mal-assombrado é saltar do terceiro andar.

Com mais que um toque de ansiedade, Tesoura começou a ler o conteúdo do diário.

“1 de Junho: Definitivamente farei aquele cara coxo pagar quando sair do hospital! Mesmo que ele seja coxo, seu coração é sombrio para caralho! Pelo menos, trabalhei nesta equipe por vários anos. Ele planejou me calar com algumas centenas de RMB depois que caí do terceiro andar, sofri feridas severas e fiquei inconsciente? Nem pensar! Isto não vai acabar aqui!”

“2 de Junho: Devido à ferida dos nervos e ossos, precisarei ficar no hospital por pelo menos cem dias. Me pergunto quando conseguirei sair deste lugar. É entediante ficar aqui no hospital. Me pergunto como minha família está. Espero que meu parceiro, Irmão Lee, não tenha dito da minha ferida. Não quero que se preocupem comigo.”

“3 de Junho: Por que parece que as enfermeiras estão tentando me evitar de propósito? Elas saem no momento que terminam de trocar os curativos. É como se eu fosse algum tipo de deus maligno. É porque desprezam pessoas pobres? Elas se arrependerão quando eu ficar rico.”

“4 de Junho: Deus, que tédio. Não tem nem uma alma viva para conversar. Os médicos e enfermeiras pararam de vir. Elas não disseram que estão com falta de camas? Tem uma vazia no meu quarto, mas deixam os pacientes no corredor ao invés de colocá-los aqui, deixando-os partilhar o mesmo quarto que eu. Que tipo de discriminação é esta? Este bando de gente arrogante.”

“6 de Junho: O que está acontecendo com o paciente ao lado? Como ele planeja deixar os outros dormirem se continua fazendo barulhos à noite? O serviço deste hospital velho é horrível. Vou escrever uma carta anônima a parte relevante para expô-los.”

“7 de Junho: às 2 da manhã, o paciente ao lado começou a agir de novo. Realmente me pergunto se trancaram alguém com problemas mentais no quarto ao lado. Por que mais haveria som de pessoas batendo na parede?”

“8 de Junho: Finalmente desisti e gritei para o paciente à noite. Pensei que gritaria de volta, mas são um bando de covardes. Não houve nem um pio de volta. Na verdade, fiquei grato pela distração. Após ficar louco de tédio por vários dias, o grito foi um alívio.”

“9 de Junho: Quando acordei hoje, havia uma criança ao lado da minha cama. Levei um susto. Depois de perguntar, percebi que era filho do paciente ao lado. Seus pais são corajosos por deixar um garoto jovem vagar assim. Porém, o garoto é muito fofo e ele não tem medo de estranhos. Fiquei aqui por muito tempo e esta é a primeira vez que alguém se aproxima por vontade própria para falar comigo.”

“10 de Junho: Fiz amizade com o garoto e ele era mais esperto do que parecia. Para não ser descoberto pelas enfermeiras, sempre que alguém estava prestes a entrar, ele se esconderia e até agora, não foi descoberto.”

“13 de Junho: Me familiarizei totalmente com o garoto. Ele gosta de brincar de pique-esconde e vem me visitar no meio da noite. Não é surpreendente alguém como eu ser amado por crianças? Prometi que quando puder sair da cama, brincarei de pique-esconde com ele no hospital. A propósito, os pais da criança devem ser boas pessoas, pelo menos não parecem me desprezar como as enfermeiras e médicos no hospital. Me pergunto que tipo de doença estão sofrendo para ficarem hospitalizados por tantos dias.”

“14 de Junho: Esta noite, um paciente com câncer morreu no Quarto 305. Vários médicos e enfermeiras andaram sem parar. Contudo, estranhamente, notei que ainda mantinham distância do meu quarto quando passavam para descer pelas escadas. Eles preferem pegar o caminho mais longe neste caso de emergência e se recusam a passar pelo meu quarto. É porque estou em algum tipo de lista negra?”

“15 de Junho: Finalmente é o dia de remover o gesso e cá pensei que o médico havia esquecido de mim. É um dia ventoso hoje, então acho que ficarei no quarto.”

“15 de Junho: “Algo não está certo esta noite. Por que ainda consigo ouvir um som familiar vindo do quarto ao lado? A voz parece com o idoso que morreu ontem. Perguntei ao garoto, mas ele não me falou nada. Tudo que queria era brincar de pique-esconde com ele à noite. Se eu conseguir encontrá-lo, ele me dirá. Minhas pernas ainda estão se recuperando e se eu sair esta noite, definitivamente darei um grande susto nas enfermeiras.”

“16 de Junho: Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Hoje, acordei de manhã e sai de muleta. Quando quis ir visitar o vizinho do quarto ao lado, percebi que estava saindo no quarto à esquerda da escadaria! Além do meu quarto estava o armazém e não havia quartos além do meu! Mas conseguia ouvir a conversa toda noite e daquele garoto! Porra! Finalmente entendi por que os médicos e enfermeiras se recusavam a chegar perto do meu quarto.”

“16 de Junho: O médico não quer me deixar sair. Afinal, ainda devo muito dinheiro. Nenhum dos meus amigos é confiável! Não me importo, tenho que sair deste lugar amanhã, mas o maior problema é… como vou sobreviver esta noite? Aquele garoto vai aparecer de novo?”

“17 de Junho: Nem ferrando, preciso sair, preciso ir. Noite passada, o garoto voltou e me pediu para brincar de pique-esconde com ele! Ele ficou no meu quarto e correu. Eu fiquei louco? Por que prometi brincar com ele mais cedo? Não posso mais ficar. Mesmo que o hospital proíba minha saída, vou encontrar uma maneira. Se eu ficar mais, eventualmente virão pegar minha vida!”

“17 de Junho: O que faço? O que faço? Acho que finalmente enlouqueci! Quando quis sair esta tarde, fique na escadaria e senti do nada alguém atrás de mim. Me virei e vi o garoto. Ele perguntou onde eu ia e exigiu saber por que não brinquei de pique-esconde com ele!”

“18 de Junho: Nenhum dos meus colegas retorna a ligação e o líder já fugiu. O hospital se recusa e me liberar e as taxas médicas estão aumentando. Mesmo que eu sobreviva, a dívida vai me esmagar até a morte! Porém, não me importo mais, fugir deste lugar deve ser minha prioridade.”

“18 de Junho: Quando estava descendo a escadaria, alguém me empurrou e fez minhas pernas quebrarem de novo. Os médicos disseram que, segundo as imagens de segurança, me joguei da escadaria, mas eu vi que foi o garoto que me empurrou! Ele não quer que eu vá embora, estou dizendo a verdade, mas por que ninguém acredita?”

*****

“1 de Julho: Esta deve ser minha última vez escrevendo no diário. Minhas pernas estão quebradas, meus olhos ficaram cegos, minha garganta queima com ácido e meus dedos estão tortos, não tem mais como fugir deste lugar. Sei que o garoto está ficando ao meu lado. Não há enfermaria próxima da minha. Eles estão neste quarto comigo. Eu os encontrei, mas significa que jamais conseguirei sair.”

Lendo a última página, o coração de Tesoura ficou frio: “Não há enfermaria ao lado? Eles estão neste quarto?”

Um calafrio desceu pela sua espinha. Tesoura se recusou a ficar nem mais um segundo e abriu a porta.

Após sair da cômoda, olhou na direção da porta ao lado e seu cérebro apagou.

Na janela de vidro da porta, vários rostos pálidos estavam espiando: “Encontramos você.”

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