Os socos de Alex doeram.
O rosto de Elias não inchou sem motivo. Ele também continuou tossindo sangue como se seu corpo bem-desenvolvido fosse apenas uma fachada. Sua aparência lamentável deixou a multidão sem palavras porque acreditavam que conseguiria revidar facilmente.
Mas na realidade, Alex era poderoso demais. Seu corpo tinha percorrido a força da fantasia e também deixou Elias chocado com a esgrima.
— Pare! — Os outros mestres amontoaram em Alex, segurando seus braços.
Suas vozes trouxeram Alex de volta a realidade, o que fez seu poder diminuir. Mesmo que não tivesse força restante no corpo, ainda queria socar e chutar até Elias desembuchar. Naquele momento, Alex tinha certeza que este homem era o mesmo Elias Deathwill do jogo.
Ele achou absurdo, mas não conseguia se controlar.
— Objetos… — Elias Deathwill sussurrou, erguendo lentamente a parte superior do corpo. Ele segurou a bochecha inchada com um sorriso: — Sim… elas são objetos.
O corpo de Alex congelou, encarando Elias com incredulidade. Não conseguiu acreditar que este homem havia acabado de concordar. Até exibiu um sorriso genuíno enquanto compartilhava um pouco sobre seu plano.
Elias sorriu: — E você não pode mudar isso, Alexander. Elas eram, são e serão minhas preciosas espadas. Elas se sacrificarão por mim. Continue subindo de nível, pois preciso de sacrifícios de alto nível.
THUMP! THUMP! THUMP!
O ritmo cardíaco de Alex aumentou. Era como se o motor nele sobreaquecesse porque sentiu vapor de raiva saindo de seu coração. Ele rangeu os dentes, mal conseguindo se controlar.
Ele tremeu, tentando se libertar das algemas que o prendia. Entretanto, os outros mestres eram humanos poderosos cujos músculos eram o bastante para manter o jovem no lugar.
— Elias… — Alex sussurrou num tom ameaçador, semelhante ao de um monstro. Se não fosse pelo controle excelente, o dojo inteiro transbordaria com xingamentos.
Elias sorriu: — O quê?
— Direi toda a verdade a todos… Já consegui o Coração Élfico Cristalizado da tesouraria devido à missão da Remia… Conseguirei mais recompensas das missões, subirei de nível, o das que amo e de nossos amigos, então, punirei você… Juro pelo meu nome! — Alex gritou, surpreendendo um pouco Elias Deathwill.
Alex queria socar este cara de novo. Sentiu que não conseguiria dormir se não fizesse isto… Porém, os outros mestres não deram chance… Pior, o sorriso de Elias continuou aumentando.
Mas então, a perna de Olivia surgiu.
— Ugh! — Elias chorou quando seu nariz quebrou. Ele prontamente cobriu o rosto com a mão, encarando Olivia com o olhar trêmulo.
A perna esguia de Olivia desceu enquanto ela murmurava: — Pare de esconder esse rosto feio, Sr. Elias. Me deixa te chutar mais algumas vezes, pela minha felicidade e a do meu namorado.
A multidão ficou boquiaberta, seus queixos caindo no chão porque ninguém conseguia acreditar que a garota naquelas roupas lindas e aura inocente pudesse exercer tanta força e tal linguajar!
Olivia não sabia o que estava acontecendo. No entanto, seu namorado jamais atacaria sem motivo. Ele não usaria sua força assim… e mais que tudo, ela nunca sentiu tanto ódio e fúria de Alex.
Isto apenas significava uma coisa; ela precisava satisfazer a raiva dele! E a única maneira era fazer o mesmo, então, chutou o rosto de Elias Deathwill.
— Deixe-os ir. — Elias balançou a outra mão, não planejando chamar a polícia ou qualquer outra força, deixando os amigos terráqueos confusos.
Ele então se virou, saindo da cena como se nada tivesse acontecido.
Olivia apoiou Alex pelo ombro. Os dois também saíram do dojo com os olhares cautelosos de todos os seguindo. Algumas das fãs de Elias jogaram toalhas molhadas neles.
Porém, com uma olhada, Olivia calou todas.
O casal retornou para casa num silêncio fervente.
*****
Após Alex abrir as portas, o nariz de Olivia tremeu.
Ela percebeu que sua mãe estava em casa porque um aroma agradável veio da cozinha. Também viu as botas e roupas dela, então já era bem tarde…
É claro, a mãe de Olivia estava ciente que Alex já havia chegado. Ela estava pronta para recebê-los, mas imediatamente suspeitou que algo aconteceu quando notou a expressão de Alex.
Felizmente, Alex não estava ferido, então não foram atacados por bandidos.
— Vocês dois estão bem? — A mãe de Olivia, Grazia, perguntou.
— Estamos bem. Deixa a gente tomar um banho — Olivia sorriu para ela, não querendo conversar ainda.
— Já era hora de vocês fazer isto juntos — Grazia brincou um pouco para apaziguar o humor pesado antes de retornar para a cozinha.
Alex e Olivia tomaram um banho rápido e depois se fecharam no quarto. Eles ficaram lá pouco tempo antes da mãe de Olivia os chamar para comer.
A mente de Alex estava repleta com pensamentos intrusivos. Ele é real? O jogo é real? Então… todas são reais… o harém é real, e fiz com pessoas reais… Nosso sentimentos são genuínos e a ameaça é… a mesma…
— Alex… não consigo entender o que está acontecendo, então pode me dizer o que aconteceu? — Olivia perguntou, sua voz cheia preocupação.
O semblante de Alex piscou com medo, preocupação e hesitação. Ele já tinha aqueles pensamentos há algum tempo porque o jogo era real demais… Ele ainda queria que fosse um jogo para que não ferisse os sentimentos de Olivia.
Porém, também queria que fosse real para que as Irmãs Deathwill e as outras pessoas que amava compartilhassem um sentimento genuíno e eterno. Não queria perdê-las, não importa o que pudesse ser.
Se um jogo encerrasse os servidores de repente, Alex provavelmente viveria com um buraco no coração pelo resto da vida.
Mas agora que o jogo era real, Alex achou improvável. Acreditava que o mundo do jogo jamais fecharia… e que havia uma trama maior por trás…
Apesar disso, sua vida inteira foi sobre relacionamentos honestos e valiosos. A trama por trás deste fenômeno inteiro se tornou secundário porque o coração de Olivia era o que mais importava para ele…
Ele sussurrou: — O que você faria se Sara e as outras fossem reais? — Ele ergueu o rosto, olhando para Olivia com emoções evidentes.
— O quê… Do que você está falando? — Olivia inclinou a cabeça, falando em descrença. Todavia, seu coração começou a bater mais rápido e emoções indescritíveis brotaram em seu peito.