“Diga, você já tentou apagar a Muda do Pavor com água fervente ou vinagre?” Shiro perguntou.
“Tentamos água fervente, mas parece resistente a ela.” Dimos respondeu.
“Quanto ao vinagre, por que você usaria um conservante de alimentos? Além disso, também é usado para cuidar de feridas, então eu não vejo nenhum ponto de derramar vinagre na muda.” Ele balançou a cabeça.
“Veja bem, há algo chamado herbicida e, embora eu não tenha pesquisado sobre herbicidas que preservam o meio ambiente, eu conheço aqueles que o danificam. Eles envolvem principalmente o uso de sal, água fervente, algum sabão de cozinha ou vinagre que contém ácido acético. Eles são extremamente úteis para matar a vida vegetal então eu estou pensando que se fôssemos recriar um herbicida usando Divindades, nós deveríamos ser capazes de matar a Muda do Pavor. O único problema com isso é que vai danificar a vida vegetal ao redor. No entanto, vendo como já está drenando o ambiente, não vejo por que não devemos usar esse método.” Shiro explicou com um sorriso.
“Eu não entendo o que você quer dizer com herbicida, então pode explicar como ele funciona?” Dimos perguntou. Ele estava curioso sobre onde ela conseguiu esse conhecimento, mas ele não se importava agora. A tarefa mais importante agora é lidar com a muda.
“É apenas algo que foi projetado para matar plantas. Leva um tempo para produzir, mas se tiver pessoas com Divindades relativas à colheita e induzindo o crescimento em certos organismos, então podemos ser capazes de criar um pouco disso para matar a muda.” Shiro sorriu.
“Estou interessada, espírito jovem. Pode me mostrar esse herbicida de que fala? Eu posso ser capaz de encontrar alguns espíritos para ajudá-la nesta causa.” A Dríade sorriu suavemente ao aparecer ao lado de Shiro.
“Então você tem observado. Claro, eu vou te mostrar, mas leva um pouco de tempo e esforço para fazer efeito. Podemos deixá-la matar a muda sozinha ou podemos incendiá-la e causar um incêndio gigante. O único problema em incendiá-la é que há uma grande chance de que a cidade seja destruída com o quanto podemos precisar.” Shiro explicou.
“Isso é bem… extremo.” Dimos levantou as sobrancelhas.
“Bem, é uma planta mágica que pode destruir o mundo. Não tenho certeza se um herbicida caseiro pode matá-la facilmente.” Shiro deu de ombros.
“Você é capaz de me dar um pouco de sal e água fervente?” Shiro perguntou no que Dimos balançou a cabeça.
“Sal é extremamente caro e se você está pensando em conseguir muito para matar a muda, temo que vai custar uma fortuna que é algo que não temos.” Ele suspirou.
“Ah, verdade, sal é caro quando você não pode conseguir muito.” Shiro murmurou com uma carranca.
“Tudo bem. Teremos que ir pela rota do ácido ou a rota de explosão, então. O segundo vai precisar de alguém com uma Divindade de fogo para termos certeza que a explosão é mágica para no caso da Muda do Pavor ser resistente a métodos não mágicos.”
“Para a rota do ácido, vamos precisar de muito vinagre, pois contém ácido acético. Infelizmente, ele só contém cerca de 5 a 6% e eu não li sobre como fazer ácido acético, o que é irritante. Mas, isso é o suficiente para matar a maioria das plantas, então se o torná-lo mágico com alguma Divindade de colheita, deve danificar fortemente a muda e espero matá-la. Se não, vamos com a rota da explosão. Precisamos despedaçar muita madeira finamente em pó e pedir a alguém com a Divindade do vento para espalhá-la pela cratera. Uma vez que isso aconteça, a pessoa com a Divindade de fogo deve enviar uma bola de fogo ou algo assim para o pó e ele vai reagir como uma bomba gigante, explodindo o lugar e a muda no processo. E se ainda não morrer, então provavelmente devemos entrar em combate, pois deveria estar fortemente ferida nesse ponto.” Shiro explicou.
“Como o pó de madeira causaria uma explosão? Eu sei que a madeira põe fogo, mas eu não vejo por que iria explodir.” A Dríade franziu as sobrancelhas.
“Pense assim, um grande pedaço de madeira queima com o tempo, certo?” Shiro sorriu.
“Sim.”
“Se você reduzir esse pedaço de madeira, o tempo para queimar diminui né?”
“Sim.”
“Se transformar a madeira em grãos finos de poeira, leva um instante para pegar fogo e queimar né?” Shiro sorriu.
Neste ponto, Dimos entendeu onde ela queria chegar e não podia deixar de ampliar os olhos para as consequências de tais ações caso fosse realizada em grande escala.
“Se enchermos toda a cidade da cratera com pequenos grãos de pó de madeira que flutuam pelo ar graças à pessoa com uma Divindade do vento, uma única faísca de fogo faria com que todo o lugar explodisse, pois cada grão colocará fogo um ao outro em um instante. Se você enviar uma grande bola de fogo, a explosão seria amplificada, causando uma enorme quantidade de dano ao entorno e, da mesma forma, na própria Muda do Pavor. Em outras palavras, em vez de queimar a madeira por horas quando é um pedaço grande, triturando-a em pedaços permite que toda a queima ocorra em um único momento, daí seu poder.” Shiro riu quando a Dríade ficou em silêncio.
“Onde você conseguiu esse conhecimento? Se fosse usado em uma guerra, poderia causar grandes quantidades de dano ao exército inimigo.” Dimos franziu a testa.
“Não se preocupe, isso foi algo que encontrei escrito por uma pessoa desconhecida que já tinha morrido. Se esse conhecimento fosse conhecido, você não acha que alguém teria tentado usá-lo?” Shiro sorriu.
“Mas se você usá-lo agora, esse conhecimento se tornará comum e os conflitos aumentarão em danos colaterais.”
“Daí porque precisamos encontrar pessoas confiáveis para realizar esse plano. Além disso, é apenas um plano reserva no caso da rota do ácido não funcionar.” Shiro deu de ombros.
“Você parece ter esquecido um ponto importante.” A Dríade balançou a cabeça.
“E qual é?”
“O que você acha que acontecerá com todos que perderão suas casas? Independentemente do método que você usa.” O Dríade perguntou no que Shiro permaneceu em silêncio.
No momento em que seu principal problema era cuidar da Muda do Pavor, ela tinha esquecido das consequências que suas ações poderiam trazer. Seu principal objetivo para isso era primeiramente ajudar as pessoas, mas se ela usasse métodos tão violentos, a cidade seria destruída de qualquer maneira. A rota ácida destruiria a terra, dificultando o cultivo, enquanto a explosão poderia reformar completamente a área, destruindo todas as suas casas no processo.
Ambas as opções trariam o mesmo resultado da Muda do Pavor.
Franzindo a testa ligeiramente, Shiro ficou em silêncio, pois ela pode precisar reconsiderar suas escolhas.
Esse tipo de coisa já tinha acontecido antes, mas sua família e amigos sempre cuidaram das consequências para ela. Exemplos seriam o que aconteceu em Tóquio e o que aconteceu com a mansão da família.
“Que tal eu ir falar com o líder da cidade e informá-lo das opções. Preciso fazer uma pesquisa na árvore para determinar o quão perto a muda está para o próximo estágio. Se tivermos tempo, poderei pedir reforços para que possamos matá-la agora sem prejudicar muito a cidade. Se estiver perto do terceiro estágio, terei que chamar mais reforços e se eles não conseguirem lidar com ela, seguiremos com o seu plano tá bom?” Dimos sorriu e deu um tapinha no ombro de Shiro.
“Mn. Descansarei na floresta já que é bom para mim e já estou acostumada. Você deve voltar para a cidade.” Shiro acenou com a cabeça já que queria algum tempo para pensar por si mesma. Ela precisava lembrar que seus métodos eram muito violentos e que as consequências de seus atos podem ou não causar mais danos do que o problema que ela está tentando resolver. Será semelhante ao combater fogo com fogo e o resultado é tudo se transformando em cinzas.
“Bem, não se preocupe muito com isso e descanse bem esta noite. Eu vou trazer-lhe um pouco de café da manhã amanhã, já que você não pode entrar na cidade com a muda tentando matá-lo.” Dimos riu e fez o seu caminho de volta para a cidade.
Vendo sua figura se afastando à distância, Shiro ficou em silêncio e suspirou.
De pé em seu galho, ela pulou e foi mais fundo na floresta para que ela pudesse encontrar um galho adequado para dormir.