“Então, onde é esse local?” Shiro perguntou enquanto seguia atrás da Dríade.
“É nas profundezas da floresta. Siga-me e te guiarei até lá. Você tem a minha palavra.” A Dríade riu.
“Justo. Se você não se importa, por que você não me explica mais sobre meus Selos dormentes enquanto estamos indo até lá?”
Pensando nisso por um momento, a Dríade acenou com a cabeça.
“Claro. Veja bem, Selos ou melhor, Divindades têm dois estados. O estado silencioso e o estado ativo. Há muito raramente um terceiro estado que é o estado adormecido. O estado adormecido é algo que você geralmente vê em Semideuses e Deuses devido ao fato de que eles nascem inerentemente com uma Divindade. No seu caso, parece ter vários Selos dormentes o que é muito estranho porque isso significa que você tem várias Divindades em você, apesar de não ter completado um único Julgamento.” A Dríade explicou.
“Há alguma maneira de eu despertar esses Selos, então?” Shiro perguntou.
“Infelizmente não. Eles despertam em reação a fatores externos e não são algo que você pode controlar. Por exemplo, no Mural dos Começos, afirma-se que um dos Semideuses despertou sua Divindade em seu momento mais desesperador de necessidade. Também havia registros de Semideuses despertando seus Selos dormentes apenas descansando por aí. O despertar dos Selos não é algo que você pode desencadear à vontade.” A Dríade balançou a cabeça.
“Ah, mas não se preocupe, só porque você tem Selos dormentes não significa que seus espaços estão ocupados.” Ela sorriu.
“Espaços?” Shiro inclinou a cabeça com a súbita menção de espaços.
“Você não sabe sobre os espaços? Você sabe como todos só podem ter três Divindades e eles têm três espaços para acomodar essas Divindades. Isso é o que os espaços são.” A Dríade explicou no que Shiro acenou com a cabeça.
Ela lembrou que seu corpo contém seis desses espaços. Um espaço para uma Divindade normal e cinco para as Primordiais.
“Se eu despertar uma das minhas Divindades, seria preciso usar um dos meus espaços?” Shiro perguntou já que ela não queria falhar neste Julgamento por causa de algo que ela não podia controlar.
“Não sei. Aparentemente, alguns dos Semideuses que tinham Divindades adormecidas eram um pouco contra a ideia de tomar a Divindade de outro deus, já que seria semelhante a trabalhar sob eles como um servo.” A Dríade sorriu.
“Por quê? Não é só o poder deles? Só porque você compra um pouco de pão de um padeiro, não significa que você trabalha com os padeiros.” Shiro inclinou a cabeça.
“Bem, às vezes você não sabe como os deuses processa as coisas.” A Dríade riu e encolheu os ombros.
“Eles são apenas mesquinhos e irritantes aos meus olhos.” Shiro revirou os olhos e encolheu os ombros. Lembrando como Poseidon e Zeus agiram, só confirmou sua ideia.
Sem ouvir resposta, Shiro olhou para frente e viu a Dríade olhando para ela com olhos largos que estava cheio de choque e descrença.
“O quê?” Shiro inclinou a cabeça.
“… Você não sai por aí amaldiçoando deuses assim. Eles estão assistindo o tempo todo.” A Dríade olhou para o céu com preocupação.
“Mas eles não estão neste mundo, estão?” Shiro deu de ombros e olhou para o céu.
“Zeus, este é para você.” Ela gritou e mostrou o dedo do meio para o céu.
“Ah, o que você está fazendo?????” A Dríade entrou em pânico e rapidamente puxou a mão para baixo.
“O quê? Não é como se ele fosse me ferir né?” Shiro deu de ombros.
Além disso, ela duvidava que Zeus tinha o direito de afetar seu julgamento de tal maneira. Sem mencionar o fato de que ele provavelmente não podia ver o que estava acontecendo já que isso estava sob o controle de Nix.
“Os espíritos jovens não conhecem o medo.” A Dríade suspirou.
“Eu suponho que você pode pensar assim.” Shiro riu baixinho.
Caminhando um pouco mais, Shiro notou que as plantas ao seu redor estavam aumentando de tamanho com o passar do tempo. Era como se ela e a Dríade tivessem encolhidos. Até uma flor normal estava agora atingindo a altura de sua cintura. Cedo ou tarde, a flor pode até ultrapassá-la em altura.
“Nós chegamos.” A Dríade sorriu e ficou ao lado.
Olhando para a frente, Shiro não pôde deixar de notar que tudo parecia exatamente o mesmo e nada estava fora do lugar.
“Este é o lugar?” Shiro levantou as sobrancelhas.
“Sim.”
“Aqui?” Ela perguntou novamente enquanto apontava na frente delas.
“Sim.”
“O lugar que parece igual a vários lugares que já passamos é o lugar?” Shiro forçou um sorriso enquanto tentava escolher qualquer coisa que possa ou não chamar a atenção dela.
“Sim.”
“… Quer me mostrar onde fica a entrada dessa área? Como o local que a entrada para este arco está.” Shiro gesticulou em direção à floresta na frente delas.
“Você está olhando para ela.” A Dríade sorriu.
“Então está me dizendo para ir encontrar o arco sozinha agora?” Shiro perguntou enquanto apontava para a floresta.
“Sim. Boa sorte~” A Dríade acenou com uma risada doce. Desaparecendo do local, Shiro estava agora sozinha na floresta.
Tomando um momento para suspirar, ela olhou em volta em busca da árvore mais alta.
Com as flores medindo até a cintura, era natural que todas as árvores parecessem gigantescas e era bastante difícil escolher uma que parecesse ser a maior do grupo. Escolhendo encontrar pontos de apoio fáceis para ela usar enquanto escalava as videiras por precaução, Shiro começou a escalar a árvore com uma agilidade surpreendente.
Virando o corpo para o primeiro galho, ela olhou para cima e viu que ainda tinha alguns galhos no caminho antes de chegar ao topo.
Saltando de galho em galho, Shiro encontrou-se de volta ao seu ritmo normal.
‘Porra, garotas como eu não deveriam ficar sentadas sem fazer nada o dia todo. Ser ativa é o melhor.’ Ela sorriu, sentindo-se muito mais viva do que ela tinha estado antes.
Balançando no penúltimo galho, ela pousou um salto mortal no galho mais alto e olhou para a floresta onde a Dríade disse que o arco estava localizado.
Estreitando os olhos, ela queria ver se havia alguma mancha que fosse particularmente… fora do comum. Encontrando uma árvore que estava se destacando da multidão de árvores grandes, Shiro imaginou que provavelmente era um bom lugar para começar.
Assim como ela estava prestes a pular da árvore, ela rapidamente se lembrou que ela estava muito vulnerável agora e saltar dessa altura iria feri-la fortemente se não matá-la em um instante.
Tossindo levemente, ela deixou a adrenalina se acalmar um pouco antes de correr pela floresta.
Parando de árvore em árvore, ela balançou das videiras que pendiam dos galhos mais altos e conseguiu chegar à base da árvore mais alta rapidamente.
Pousando suavemente na grama, ela levantou a sobrancelha para a árvore e notou que sua largura era muitas vezes mais espessa do que sua altura.
Circulando um pouco ao redor da árvore, Shiro começou a procurar por pistas que pudessem levá-la ao arco.
‘Artemis era a deusa da caçada, selva, lua, arco e flecha, castidade e parto. Nesta floresta, provavelmente precisarei encontrar pistas de caça, selva, lua e arco e flecha para localizar seu arco.’ Shiro pensou consigo mesma, mas foi apenas um palpite por enquanto, já que ela não sabia os detalhes exatos para obter seu arco.
Passando as próximas horas procurando pelo perímetro, Shiro tinha uma expressão entediada já que não conseguia encontrar pistas. Foi como tentar encontrar uma agulha em um palheiro.
Dando um tempo e sentando sob a maior árvore, Shiro começou a fazer malabarismos com suas armas, já que ela não tinha mais nada para fazer agora. Fazendo malabarismo com várias adagas e uma espada curta, Shiro se perguntou por que não havia pistas.
Se o arco estava nesta floresta, ao redor deste local, certamente deveria ter havido uma pequena pista.
Além disso, com a Divindade de Artemis relacionada à caça, selva, lua e arco e flecha, ela deveria ter encontrado uma pequena pista depois de tanto tempo de busca.
“Na verdade… Talvez não esteja na floresta? Talvez seja acima ou abaixo?” Shiro murmurou enquanto pegava todas as armas.
Às vezes, as pessoas gostam de esconder suas posses em lugares que se relacionam com eles, mas não de uma maneira óbvia. Então um exemplo seria Artemis escondendo seu arco em uma rocha flutuante se formando no céu.
Pensando neste ponto, Shiro rapidamente correu para o topo da árvore mais alta e tentou olhar ao redor por qualquer coisa que pudesse ser uma pista.
Olhando ao redor do lugar a partir do local mais alto, ela viu um lago que ela tinha passado durante as poucas horas que ela tinha estado aqui. Ela se perguntou se o arco estava escondido lá, então ela fez um mergulho rápido, mas nada de interessante apareceu então ela seguiu em frente. Mas pode haver alguns critérios que não foram cumpridos, então ela adicionou a localização de volta em sua lista.
A próxima coisa que ela viu foi a árvore caída que leva a uma pequena caverna subterrânea que levou a um beco sem saída. Mais uma vez, ela acrescentou a localização na lista, uma vez que poderia haver algo que ela precisava fazer.
Além desses dois pontos, os outros locais pareciam iguais, então Shiro mudou seu foco.
‘Uma vez que sua Divindade também incluiu a lua, talvez as coisas se revelem à noite.’ Shiro pensou com um sorriso e decidiu investigar o local mais uma vez antes do anoitecer.