Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Paragon of Destruction – Capítulo 113

Magia de Sangue

Antes que entrassem na fortaleza, Arran recolheu as bolsas vazias dos magos mortos. Até mesmo em uma hora como essa, ele não se arriscaria a deixar escapar nenhum tesouro – não importava quais perigos estivessem por vir nos próximos meses, ele sem dúvida acharia algum uso para os pertences que as bolsas continham.

Snow Cloud observou com uma expressão intrigada, mas não disse nada quando Arran saqueou os corpos dos magos. Mesmo assim, ele ficou um pouco constrangido por estar sendo observado quando roubava os mortos.

“Meu avô não era um Patriarca”, disse ele como explicação. “Tenho que me satisfazer com o que posso pegar”.

Snow Cloud não respondeu, apesar de sua expressão ser pensativa.

Ao terminar o trabalho árduo, Arran olhou ao redor do pátio. “Você disse que eles pegavam escravos”, disse ele. “Tem certeza disso?”

Até o momento, as únicas pessoas que ele havia visto dentro das muralhas da fortaleza foram bandidos armados e os magos que os comandavam. Não havia sinal de escravos, servos ou prisioneiros.

“Tenho certeza”, respondeu Snow Cloud. “Quando você treinava seus sentidos, eu segui um dos grupos de invasão deles até a fortaleza, e eles estavam com vários prisioneiros.”

“Acho que iremos encontrar eles lá dentro”, disse Arran. “Vamos lá.”

Ambos entraram na fortaleza com cautela, atentos a ataques repentinos. Mesmo que o bandido que Arran tinha interrogado tenha dito que havia apenas cinco magos, Arran não acreditou totalmente em suas palavras. O homem dificilmente se encontrava em um estado de espírito calmo e, ainda que estivesse, poderia estar mentindo.

Ciente do perigo que eles ainda poderiam enfrentar, Arran mantinha seu Sentido e sua Visão Sombria preparados ao passarem pela enorme porta da fortaleza. Se houvesse algum perigo, ele não seria pego de surpresa.

Passando as portas da fortaleza, eles encontraram um corredor curto e, além dele, uma câmara grande e mal iluminada com várias fileiras de mesas. As mesas estão repletas de comida fresca – a última refeição dos magos, Arran concluiu. Por mais que a câmara parecesse bem usada, também não havia sinal de pessoas ali.

Rapidamente, eles vasculharam o andar térreo e, nos fundos da fortaleza, descobriram uma pequena porta aberta que dava para o lado de fora. Isso explica por que não havia bandidos na fortaleza – eles obviamente fugiram há muito tempo -, mas deixou em aberto a questão de onde estariam os prisioneiros.

“Precisamos verificar os andares de cima”, disse Arran. Talvez eles encontrem pelo menos uma ou duas pessoas que ainda não tenham fugido e saibam onde encontrar os prisioneiros.

“Talvez seja melhor nos separarmos”, disse Snow Cloud. “Será mais rápido se nós…”

“Não”, respondeu Arran antes que ela terminasse a frase. “Vamos ficar juntos.”

Mais uma vez ele ficou intrigado com a ingenuidade de Snow Cloud. Aparentemente, sua educação protegida e seu incrível poder fizeram com que ela se tornasse quase cega para o perigo, tendo uma confiança casual que poderiam matar os dois se Arran não a impedisse.

Para sua sorte, ela parecia estar ciente de sua própria falta de experiência e seguiu as orientações de Arran sem protestar. Se ela não tivesse seguido, pensou Arran, ele já teria ido embora há muito tempo.

Eles acabaram encontrando uma escada em uma pequena sala ao lado da câmara principal e subiram rapidamente.

Os andares superiores eram os aposentos dos magos, que por sua vez eram espaçosos e bem mobiliados, ainda que não fossem luxuosos. Eles tinham vários itens de interesse – ouro, alguns pergaminhos e uma coleção de ervas que deixou Snow Cloud empolgada – porém, não havia sinal de humanos.

Ao voltar para a câmara principal, Arran se perguntou em silêncio onde os prisioneiros estavam. Embora fosse possível que eles teriam fugido com os bandidos, isso parecia improvável – os bandidos tinham fugido em pânico e certamente não iriam ter tempo para escoltar um grupo de prisioneiros para fora da fortaleza.

“Talvez haja uma masmorra?” Snow Cloud sugeriu, com a testa franzida em pensamento. Era evidente que a ausência de prisioneiros a intrigava tanto quanto a Arran.

“Já revistamos o andar térreo”, disse Arran. “E não havia nenhum sinal de calabouço.”

“Dê-me um momento”, respondeu Snow Cloud. Por alguns segundos, ela permaneceu imóvel, com uma expressão de concentração em seu rosto.

Assim que Arran ia perguntar o que ela estava fazendo, ela exclamou: “Encontrei!” e caminhou em direção a uma das pequenas salas fora da câmara principal.

Arran a seguiu confuso. Eles já tinham revistado a sala e ela permanecia completamente vazia, sem portas ou escotilhas.

Mas Snow Cloud entrou confiante na sala e colocou a mão na parede. Logo depois, Arran pôde sentir a essência emanando de sua mão e, no mesmo instante, a parede se deslocou para o lado, deixando à mostra uma escada de pedra que descia.

“Como você descobriu isso?” Arran perguntou, surpreso e impressionado ao mesmo tempo.

“Eu já vi uma porta semelhante escondida no vale”, respondeu Snow Cloud. “Se você souber o que procurar e seu sentido ser forte o suficiente, você pode captar a essência do mecanismo.”

Arran acenou com a cabeça, percebendo que o sentido dela era muito superior ao dele.

“Vamos descer”, disse ele. “Se os prisioneiros ainda estejam na fortaleza, eles devem estar lá.”

Eles foram descendo as escadas, mais alertas do que antes. Mesmo sendo o lugar onde provavelmente encontrariam os prisioneiros restantes, também era o lugar onde provavelmente encontrariam as ameaças restantes.

Era uma escada longa, mas no final chegaram a uma pequena sala na parte inferior. A sala continha apenas uma porta e, além dela, eles encontraram um corredor longo e largo. Nas laterais do corredor existiam grandes gaiolas de metal, cada uma capaz de abrigar mais de doze pessoas.

Mas todas as gaiolas estavam vazias e, quando entraram no corredor, Arran foi surpreendido por um fedor familiar – o fedor da morte, sendo que era muito mais forte do que ele poderia ter encontrado antes.

Eles caminhavam pelo corredor em silêncio, nenhum dependia de palavras para saber o destino dos prisioneiros. As únicas perguntas que permaneciam eram quem os havia matado e por quê.

Arran empunhou sua espada à medida que seguia em frente, reunindo essência em sua mão esquerda para atacar a qualquer momento. Ao lado dele, Snow Cloud fez o mesmo.

Eles avançaram lentamente, prontos para atacar a qualquer momento. Mas nenhum ataque veio, nenhum inimigo se manifestou, e eles alcançaram o final do corredor sem obstáculos, apenas para descobrir que ele levava a uma grande câmara circular.

O fedor da morte era ainda mais forte na câmara do que no corredor, e Arran logo percebeu o motivo: várias pilhas de ossos e membros decepados estavam ao longo da lateral da câmara, empilhados de maneira aleatória como se fossem lixo. Dando uma olhada, ele viu que centenas, se não mais, haviam morrido aqui.

Mesmo diante da cena horrível, sua atenção foi direcionada para o centro da câmara, onde havia um pequeno altar. O altar era redondo e encharcado de sangue, mas um passo acima dele, uma esfera carmesim brilhante pairava no ar.

“Magia de sangue”, Snow Cloud cuspiu as palavras em um tom carregado de raiva e repulsa.

“O que é essa coisa?” Arran perguntou, e apontou para o globo vermelho.

“Um cristal de sangue. Alguém sacrificou milhares de pessoas para criar essa… monstruosidade”, respondeu ela, com a voz trêmula de raiva.

“Os desertores?” perguntou Arran.

Snow Cloud negou com a cabeça. “Eles não tinham força suficiente para fazer uma coisa dessas. Isso… isso requer muita força e um mal ainda maior.”

“Então devemos ir”, disse Arran. “Agora.”

Ele rapidamente se aproximou do centro da câmara e pegou o orbe vermelho de cima do altar.

“O que você está fazendo?” Snow Cloud gritou.

“Estou pegando essa coisa”, disse Arran. “É um objeto poderoso, não é?”

“Você não pode simplesmente pegar isso”, disse Snow Cloud, com a voz carregada de choque, pois ela percebeu as intenções dele. “Isso é maligno. Milhares de pessoas foram mortas para criá-lo.”

“Deixar isso aqui não vai fazer com que elas voltem”, respondeu Arran. “E eu não tive nenhum papel em suas mortes.

“Mas você teve.”

Essas últimas palavras soaram com uma voz áspera e sibilante e, assim que Arran as ouviu, uma onda de medo o invadiu. Era um sentimento de terror tão forte no qual ele quase não era capaz de se mover, e ele o identificou instantaneamente – ele já tinha experimentado essa sensação uma vez em sua vida, e não era algo que ele iria esquecer facilmente.

Ele não precisava olhar para saber de quem era a voz.

Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar