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Paragon of Destruction – Capítulo 122

O Poder Das Mentiras

Durante a viagem de carruagem de volta ao castelo, Arran e Lorde Sevaril permaneceram calados, Arran continuava pensando nos acontecimentos do dia e Lorde Sevaril em seus próprios pensamentos.

Agora que ele achava que entendia o verdadeiro propósito da comida de Panurge, Arran se convenceu de que estava perdendo o negócio. Ele já havia vendido ao Lorde Sevaril o que equivale a um exército de Refinadores de Corpo por um preço inferior de um quarto de Cristal de Essência por soldado e, ainda que Arran tivesse pouca ideia do valor dos soldados, ele suspeitava que fosse muito superior ao que havia recebido.

Mas Arran não precisava de um exército – já que não tinha soldados para treinar nem terras para conquistar, ele não tinha a ideia de liderar um bando de bandidos ou mercenários. Seu único objetivo é aumentar sua própria força por meio dos Cristais de Essência, que eram infinitamente mais valiosos do que a comida.

Ao considerar o assunto, ele tinha certeza de que mesmo que seus tesouros tenham um valor muito alto, havia poucos lugares onde poderia vendê-los. Dentro do Império, sem dúvida chamaria muito a atenção da Academia e, deste lado da fronteira, ele só conhecia o Lorde Sevaril, que tinha os meios e o desejo de formar um exército.

E quanto mais ele pensava sobre isso, mais ele ficava satisfeito com o resultado do negócio. Pode ser que as coisas não tenham saído exatamente de acordo com o planejado, mas o resultado ainda era bom.

Ao chegarem no castelo em direção à fortaleza, Lorde Sevaril finalmente voltou a falar. Pela sua expressão, era como se ele tivesse percebido uma oportunidade e estava decidido a aproveitá-la completamente.

“Esse seu amigo”, disse Lorde Sevaril. “Aquele que o presenteou com os tesouros. Quem é ele?”

Essa pergunta foi indesejada, mas não inesperada. Arran sabia que Lorde Sevaril queria saber mais sobre seu misterioso apoiador e já havia elaborado as respostas.

“Ele tem muitos nomes”, disse Arran com uma risada forçada. “O que posso dizer é que ele está interessado em ambos os lados da fronteira e está procurando por novos aliados.”

“Aliados?” Lorde Sevaril respondeu, demonstrando seu interesse. “Então ele tem ambições nesta região?”

“Suas ambições estão muito além desta região”, respondeu Arran. “Mas ele possui um poder à altura delas.”

“Isso é claro”, Lorde Sevaril respondeu acenando com a cabeça, pensativo. “A verdade é que também estou procurando aliados. Eu construí essa cidade do nada e a mantive segura por séculos. Só que a região se tornou inquieta nos últimos anos, é uma questão de tempo até que essa inquietação se espalhe para Gold Haven.”

“É por isso que você ajudou a curar o patriarca do Sexto Vale?” perguntou Arran. Era a sua intenção desviar a conversa de suas mentiras, mas também estava curioso a respeito da motivação do homem diante dele.

“É”, Lorde Sevaril respondeu de maneira direta. “Até sua doença, o Patriarca foi um dos poucos aliados que eu tive na região. Quando ele adoeceu, foi uma grande perda.”

“As outras facções não se aproximaram de você?” Arran ficou surpreso com o fato de Lorde Sevaril ter se disposto a falar sobre a situação tão abertamente, mas não perdeu a oportunidade de saber mais.

“É claro que sim”, disse Lorde Sevaril. “Mas associar meu destino a uma delas seria correr o risco de me tornar um inimigo das outras. É muito melhor se o Patriarca se recuperasse.”

De repente, sua expressão mudou, como se tivesse percebido algo importante.

“Seu amigo disse para você se juntar a Snow Cloud?” Perguntou Lorde Sevaril, com um olhar atento.

“Ele disse”, mentiu Arran. “Embora ele não tenha dito o motivo.” Seja qual for a teoria que o homem esteja conjurando, ele achou melhor entrar na brincadeira.

Lorde Sevaril sorriu com isso, mostrando um olhar de compreensão presunçoso. “Ao que parece, os interesses de seu amigo e os meus estão alinhados. Ele deve ter enviado você para mantê-la segura em sua missão.”

Arran fingiu uma expressão pensativa. “Suspeito que você possa estar certo”, disse ele, na tentativa de demonstrar que tinha entendido a mesma coisa.

“Gostaria muito de conhecer esse seu amigo”, disse o homem de cabelos brancos. “Talvez seja possível que você providencie isso?”

“Eu ficaria feliz em fazer isso”, respondeu Arran. “Mas eu não sei ao certo quando o verei novamente. Pode ser que leve meses ou até anos. Eu não espero que ele me procure novamente antes de eu ter concluído minha tarefa atual.”

“É claro”, disse Lorde Sevaril com desdém. “Alguns anos não significam nada. E se acontecer algum infortúnio em suas viagens?”

Arran deu de ombros. “Basta eu assegurar que isso não aconteça.”

Não importa o que aconteça, sua intenção era estar bem longe quando Lorde Sevaril descobrisse a verdade. Se o homem se preocupar com o fato da morte de Arran interferir com a esperança de uma aliança com o apoiador imaginário de Arran, pode ser que ele se encoraja a fornecer alguma ajuda.

Lorde Sevaril não ficou totalmente satisfeito com a resposta, mas logo depois, ele assentiu com a cabeça. Ele parece entender que apontar para morte de Arran seria inconveniente para ele.

Com um leve encolher de sobrancelhas ele perguntou: “A Snow Cloud sabe de alguma sobre esse assunto?”

Arran negou com a cabeça. “Ela acha que eu sou apenas um recruta. Eu ficarei grato se guardasse o meu segredo.”

“É claro”, respondeu o homem, dando um sorriso conhecedor diretamente ao Arran. “Quando chegamos ao meu tesouro. Vamos ver se posso ajudar a garantir seu retorno seguro.”

Eles passaram pela fortaleza e subiram a maior parte das escadas da torre enquanto conversavam. Agora eles estavam em um dos andares superiores da torre, em um grande corredor com uma enorme porta de aço no final – provavelmente a entrada para a Sala dos Tesouros de Lorde Sevaril.

Arran deu um suspiro secreto de alívio quando entendeu que a conversa havia terminado. Mesmo tendo preparado sua história da melhor forma possível, ele não esperava ser pego em uma rede de mentiras tão elaborada.

Mas esse era um assunto para mais tarde. Por enquanto, Arran escolheria um dos tesouros de Lorde Sevaril e depois se retiraria para seu quarto a fim de passar alguns dias treinando. A essa altura, a Snow Cloud já deveria ter terminado de examinar os ingredientes e, sem dúvida, iria querer sair imediatamente para pegar os poucos que restavam.

Com um pouco de sorte, Arran pensou, ele seria capaz de evitar qualquer discussão adicional com o Lorde Sevaril, e assim terminaria o assunto.

Quando Lorde Sevaril abriu a porta do cofre, Arran não pôde deixar de sentir orgulho por ter lidado com a situação. Ele havia evitado o desastre por pouco e, no processo, garantiu fundos suficientes para sustentar seu treinamento por muitos meses.

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