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Paragon of Destruction – Capítulo 123

Verdade Seja Dita

Só de abrir a porta do tesouro, Lorde Sevaril precisou de algum tempo, e Arran pôde perceber que a porta é protegida por algum tipo de mecanismo mágico, ainda que não pudesse ver exatamente como ele funciona.O fato de Lorde Sevaril estar preocupado com tais defesas mesmo aqui, na sua própria torre, só podia significar uma de duas coisas. Ele não confiava em seus próprios homens ou havia uma quantidade grande de tesouros para ser protegidos que as portas não eram suficientes para protegê-los.

Arran tinha esperança de ser a segunda opção. Se fosse assim, poderia haver algo de bom a ser obtido.

Certamente, que ele não seria muito ganancioso. Mesmo que o Lorde Sevaril tenha dito que Arran poderia escolher um item de sua preferência, mas ele não era tão ingênuo ao ponto de pensar que podia pegar qualquer coisa.

Assim que Arran decidiu como lidar da melhor forma possível nessa situação, Lorde Sevaril conseguiu desativar as defesas mágicas que protegiam seu tesouro e as portas de aço maciço se abriram de repente.

“Siga-me”, disse o Lorde Sevaril com uma voz ansiosa. Sem esperar que Arran respondesse, ele atravessou a porta.

Arran obedeceu ao homem, e o seguiu até a grande câmara que estava além da porta de aço e, apesar da sua apreensão com Lorde Sevaril, se viu surpreso com o que viu.

Não havia bugigangas como ouro e joias no tesouro, nem inúmeras armas e outros equipamentos. Ao invés disso, havia cerca de duas dúzias de itens colocados cuidadosamente sobre os pedestais ao longo das laterais da parede, e cada um deles tinha um amplo espaço dentro da câmara.

Imediatamente, Arran pôde entender que não era uma exibição de mera riqueza, mas de poder. Embora não soubesse o que os itens em exposição realmente faziam, ele concluiu que cada um deles era um artefato valioso – uma raridade a ponto do Lorde Sevaril considerar um tesouro digno de ser exibido.

“Estes foram os tesouros mais raros e poderosos que eu coletei ao longo dos últimos séculos”, afirmou Lorde Sevaril, demonstrando orgulho em seu rosto. “Cada item aqui exposto é único e inestimável.”

Arran franziu a testa, sem dizer nada. O fato que esse homem teria acabado de trocar um desses itens considerados valiosos parecia insensato.

“Este aqui pode ser do seu interesse”, disse Lorde Sevaril ao se aproximar de um dos pedestais, no qual estava uma lança de aparência simples. “Um mago pode despejar Essência nela de forma constante e liberá-la em um único ataque. Com isso, até um novato tem uma chance de derrotar um mestre.”

Observando a expressão gananciosa de Arran, Lorde Sevaril deu uma risadinha. “É claro que é preciso de algum tempo para enchê-la de Essência, mas cada uso a esgota completamente. Isso significa que ela só é útil quando se tem tempo para se preparar e contra vários oponentes fortes, ela não será muito útil.”

Arran concordou com a cabeça, levemente desapontado. Por mais que fizesse sentido que a lança funcionasse nesse sentido, esse item parecia ser útil apenas em raras situações. Em batalhas reais, normalmente se tem pouco tempo para se preparar, afinal de contas.

O Lorde Sevaril se dirigiu ao pedestal seguinte, no qual havia o que parecia ser um pequeno colar preto azeviche. “Esse é um dos itens mais incomuns que eu tenho”, disse ele. “O usuário pode canalizar sua Essência para o colar, que a transformará em Essência Mental, provocando medo incontrolável nas pessoas próximas.”

No mesmo instante, Arran se lembrou da criatura sem olhos e, ciente do quão poderosa sua aura medonha era, ele ficou bastante interessado no item que poderia ter o mesmo efeito.

“Você poderia demonstrá-lo para mim?”, perguntou ele.

“É claro”, disse Lorde Sevaril. Ele pegou o colar em suas mãos e o colocou enquanto olhava com expectativa para Arran.

Passaram vários momentos sem que nada acontecesse, até que Arran começou a sentir uma leve sensação de medo. Porém, era apenas isso – uma sensação ligeiramente incômoda. Pode ser que ele tenha vivenciado a aura de medo ainda mais forte da criatura sem olhos, ou que tenha sentido pavor desde que Lorde Sevaril entrou no Salão Dourado, mas de qualquer forma, o efeito foi insignificante.

“É só isso?”, perguntou ele, decepcionado com a demonstração.

Lorde Sevaril se mostrou assustado por um momento, até que soltou uma gargalhada ao colocar o colar de volta no pedestal. “Parece que você tem uma vontade forte”.

“E aquele ali?” Arran perguntou, apontando para o próximo item.

Agora ele sabia exatamente o que era: se tratava de uma espada de metal, como a que ele carregava em sua bolsa. Mesmo sabendo o que era o item, ele esperava que o Lorde Sevaril pudesse lhe dizer mais sobre seu uso. Até o momento, ele só havia descoberto que a sua era pesada, resistente e afiada como uma navalha.

“Ah! Essa é a minha mais recente aquisição”, disse o Lorde Sevaril. “Essa é uma espada feita com o metal de uma estrela cadente. Ao golpear um mago com essa arma, ele absorve parte da Essência de seu corpo e, a cada inimigo derrotado, a arma fica mais forte.”

Dando uma risada, ele acrescentou: “Porém, este ainda é jovem. Será necessário milhares de inimigos para alcançar todo o seu potencial, e receio não ver muitas batalhas aqui na cidade.”

Arran acenou com a cabeça, pensativo. Essa descrição corresponde ao que o Lorde Jiang havia lhe dito uma vez, que sua espada de metal estelar poderia ficar mais poderosa à medida que ele a usasse. Até agora ele não havia visto nenhuma mudança na arma, a não ser que ela precisasse de mais uso.

“Mas agora vamos passar para o próximo item”, prosseguiu Lorde Sevaril, dirigindo-se a outro pedestal. Sobre ele havia um bastão branco como osso, o qual Lorde Sevaril pegou cuidadosamente e entregou a Arran. “Segure-a e você logo descobrirá seus poderes.”

Arran agarrou o bastão em suas mãos e guardou-o por vários segundos, mas nada aconteceu. “Não estou sentindo nada”, disse ele finalmente.

“Diga-me que o céu está vermelho.” Lorde Sevaril abriu um sorriso enquanto falava, mas havia algo diferente no sorriso, como se estivesse tramando algo.

“O quê?” Arran lançou um olhar intrigado para ele.

“Faça isso”, disse Lorde Sevaril mas, dessa vez, seu tom de voz indicava que não se tratava de um pedido.

“O céu está…” Repentinamente, Arran foi incapaz de falar. Por mais que tentasse, foi como se a sua boca não fosse capaz de formar a última palavra da frase. Ele encarou o Lorde Sevaril em pânico, mas um sorriso surgiu no rosto do homem.

“Esse artefato permite que aqueles que o possuem não mintam”, disse Lorde Sevaril.

“Eu não acho que seja muito útil para mim…” arran começou, entrando em pânico ao entender as intenções de Lorde Sevaril.

“A comida”, interrompeu Lorde Sevaril, mas seu sorriso se desfez repentinamente. “Quem a deu a você?”

O primeiro instinto de Arran foi largar a vara e correr, mas ele sabia que não tinha esperança de escapar – não com o Lorde Sevaril ao seu lado. Pela expressão do homem, estava claro que negar a resposta também não era uma opção.

“Não conheço seu verdadeiro nome”, afirmou Arran depois de um curto momento de hesitação. “Mas ele é extremamente poderoso.”

De certa forma, as palavras eram verdadeiras. Depois das várias mentiras que Panurge havia lhe contado, Arran duvidava que o nome “Panurge” não fosse sua verdadeira identidade, mas seu poder era inquestionável.

Lorde Sevaril ergueu uma sobrancelha. “Por que ele lhe deu isso?”

Arran engoliu com dificuldade. Então, cuidadosamente escolheu suas palavras e disse: “Ele me deu depois de me pedir para se juntar à sua causa e me tornar seu aprendiz”.

Ainda que a vara o impedisse de contar mentiras, parece que ela não tem efeito em enganar as verdades, e Arran não conseguiu deixar de suspirar de alívio. Pelo visto, a esperança ainda não estava perdida.

“Seu aprendiz?” Lorde Sevaril dirigiu a Arran um olhar de avaliação. “E essa causa dele… o que é?”

Dessa vez, Arran foi incapaz de distorcer a verdade a seu favor. Ao invés disso, resolveu impressionar o Lorde Sevaril com um fato direto. “Ele quer derrotar a Academia.”

“A Academia?” Imediatamente, um olhar de choque surgiu no rosto do Lorde Sevaril. “Ele é um servo do Caos?!”

“Eu não o chamaria de servo”, respondeu Arran, forçando um sorriso. Mesmo que ele estivesse surpreso pelo fato de Lorde Sevaril conhecer o Caos, agora não havia nada a se fazer a não ser aumentar a vantagem. “Se o Caos tem um mestre neste mundo, ele é o mestre.

Ao ouvir essas palavras, o choque no rosto de Lorde Sevaril se tornou um verdadeiro terror. Ao invés de responder, ele pegou a vara e a arrancou das mãos de Arran.

Para o espanto de Arran, ele se curvou profundamente.

“Peço perdão pela minha insolência”, disse o homem de cabelos brancos com uma voz trêmula. “Se eu soubesse que você era…” Sua voz falhou enquanto ele olhava para Arran, com os olhos cheios de medo.

“Você não vai falar sobre isso com ninguém”, disse Arran. Finalmente livre da vara, ele acrescentou: “Ou meu mestre saberá”.

“Não direi a ninguém”, respondeu Lorde Sevaril em uma voz fraca. “Juro por minha vida.”

Arran observou a vara nas mãos do homem e lentamente assentiu. Ao que parece, o Lorde Sevaril não tinha intenção de quebrar sua palavra, até o momento.

“Então, agora”, disse Arran. “Eu acredito que você pretendia me mostrar o resto do seu tesouro?”

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