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Paragon of Destruction – Capítulo 174

Luta contra o Dragão (1)

“Eu não gosto disso”, disse Snow Cloud, olhando com preocupação para o dragão adormecido. “É muito perigoso.”

“Eu também não gosto”, respondeu Arran com sinceridade, “Mas não temos escolha e, se Crassus estiver certo, estamos com pouco tempo”.

Snow Cloud deu um suspiro profundo. “Podemos ao menos esperar até o anoitecer. Então, ele não conseguirá ver você.”

Arran balançou a cabeça. “São mais oito horas até o sol se pôr. Até lá, o dragão vai estar ainda mais forte. A cada hora que passar, ele tem mais uma hora para se recuperar.”

Snow Cloud hesitou um pouco, mas então, ela deu a Arran um aceno relutante. “Tudo bem. Apenas… tenha cuidado. Esta não é a luta que planejamos.”

Arran conhecia isso muito bem, é claro. Eles imaginavam que haveria pelo menos mais de uma semana antes de terem que enfrentar o dragão, com muito tempo para planejar e se preparar. De acordo com os planos originais, o ataque seria feito na calada da noite, utilizando o sentido e a visão das sombras de Arran para ganhar vantagem sobre a fera.

Mas então, Crassus informou a eles que o dragão já estava começando a se recuperar, uma semana antes do previsto. Embora Arran duvidasse do guia gordo, pelo que ele podia ver, o homem estava certo.

Isso significava que eles tinham que atacar imediatamente, sem nada além de um plano improvisado e a esperança de que o dragão tenha apenas uma pequena parte de sua força recuperada.

Arran não entrou em desespero com essa perspectiva – era algo que ele não tinha tempo para fazer. Agora tudo o que ele podia fazer era realizar o plano da melhor maneira possível e esperar pelo melhor. Caso ele sobrevivesse, haveria tempo para se preocupar após a batalha.

Rapidamente, ele se apressou ao longo da borda do vale, se escondendo entre as rochas enquanto se movia. Ainda que o dragão devesse estar dormindo profundamente, não queria correr o risco de acordá-lo – pelo menos, não até que eles lançassem o ataque.

Quando finalmente parou, já estava no lado oposto do vale, uma área repleta de rochas e afloramentos. O abrigo não ofereceria muita proteção se o dragão atacasse, no entanto, ele esperava que se esconder lhe daria algum tempo até que cumprisse sua tarefa.

Imediatamente, ele pegou seu Manto do Crepúsculo no saco vazio e o enrolou em volta de si mesmo. Em seguida, tirou sua arma – o arco de osso de dragão que o Lorde Jiang havia lhe entregado anos atrás.

Apesar de o “Osso do Dragão” com o qual o arco foi feito ser na verdade apenas madeira, a arma ainda era formidável. Até mesmo agora, com seu corpo muito mais forte do que quando ele recebeu o arco, ainda era preciso se esforçar para sacá-lo completamente. Embora ele não soubesse ao certo o que poderia fazer contra um especialista, ele poderia facilmente destruir um novato.

Mas, é claro, ele já não estava enfrentando novatos ou especialistas agora. Era um dragão adulto, forte o suficiente para matar sem esforço novatos e adeptos.

Arran disparou meia dúzia de flechas e depois levou algum tempo para se posicionar corretamente. Para a batalha que estava por vir, era preciso obter todas as vantagens possíveis.

Finalmente, ao ter certeza de que havia feito tudo o que podia, ele ergueu a mão e acenou brevemente na direção das rochas que escondiam Snow Cloud.

Um instante depois, uma rocha do tamanho de um homem na borda mais distante do vale começou a rolar, aparentemente movendo-se sozinha.

Era evidente que isso era obra da Snow Cloud. Sua Essência do Vento foi usada a fim de colocar uma força invisível na pedra, provocando seu movimento, mesmo estando a várias centenas de passos de distância.

Mesmo estando ansioso, Arran não conseguiu deixar de ficar impressionado com a façanha. Mesmo sendo fisicamente mais forte do que a Snow Cloud, era algo que ele não seria capaz de fazer usando apenas magia – a sua habilidade e o seu controle claramente estavam ainda um nível abaixo do dela.

A rocha avançou firmemente em direção ao dragão imóvel, acelerando na medida em que se movia, e logo foi lançada em direção à fera com se estivesse rolando colina abaixo, movendo-se para frente com um som estrondoso. No entanto, mesmo com o barulho, o dragão não reagiu – ele permaneceu deitado como uma colina escamada e cor de ferrugem, imóvel.

Um momento depois, a rocha se chocou contra a criatura, colidindo com força suficiente para achatar até mesmo um mago forte.

No entanto, ainda que a rocha tenha se quebrado em vários pedaços ao ser atingida, o dragão ficou intacto, com sua pele de aço resistindo facilmente ao golpe.

Arran já esperava isso, é claro. Se a criatura fosse tão fácil de ferir, seria uma batalha fácil. Ele só precisava que o dragão despertasse de seu sono.

Por alguns breves momentos, o dragão não reagiu, como se não tivesse percebido o impacto selvagem. Porém, ele começou a se mexer, levantando a cabeça lentamente.

Quando o dragão se mexeu, Arran aguardou com a respiração baixa, colocando a flecha em seu arco. O momento estava quase chegando…

A criatura gigante movia a cabeça várias vezes, como se tentasse se livrar do atordoamento do veneno. Então, ela abriu os olhos.

Aquele era o momento que Arran estava esperando. De imediato, soltou uma flecha que voou em direção a cabeça do dragão com uma força impressionante. Mas antes que a flecha acertasse, ele lançou outra e depois uma terceira.

Mesmo antes de seu fortalecimento, ele não poderia atirar tão rapidamente e ainda ser preciso. Mas agora era uma questão simples, até mesmo a uma distância de várias centenas de passos. O único problema era saber se o dragão conseguiria se mover antes que as flechas o atingissem.

Assim que a terceira flecha foi disparada do arco de Arran, ele enviou uma onda de Essência para o seu Manto do Crepúsculo e, assim, desapareceu de vista. Atingido ou não, não queria dar ao dragão a chance de encontrá-lo.

Assim que Arran se escondeu, a primeira flecha foi lançada, acertando a lateral da cabeça da criatura com uma força devastadora… e sem causar danos em suas escamas.

No entanto, com o impacto repentino, o dragão virou a cabeça, o que fez com que a segunda e a terceira flechas fossem disparadas apenas um momento depois, acertando o olho esquerdo da fera com força suficiente para quebrar uma parede de pedra.

Mesmo com as escamas do dragão sendo como aço, os seus olhos não possuíam essa proteção, e a criatura rugiu de dor quando seu olho foi dilacerado.

Arran soltou um suspiro silencioso de alívio. Havia concluído a primeira metade da tarefa. Agora, só precisavam esperar que o dragão se acalmasse, depois repetir a façanha e cegar totalmente a criatura.

Com a força das flechas e os três tipos de veneno que Snow Cloud aplicou nelas, levaria pelo menos vários dias para que os ferimentos da criatura se curassem. E enquanto ela estiver totalmente cega, deve ser muito mais fácil causar mais ferimentos.

O alívio de Arran foi cortado um instante depois, no entanto, quando a besta gigante virou a cabeça na direção de seu esconderijo. A criatura emitiu um rugido angustiado e, em seguida, ergueu lentamente seu corpo maciço sobre as pernas.

Então, ele deu um passo em direção a Arran, com seu pé cheio de garras atingindo o chão com um estrondo. Em seguida, deu outro passo e, por mais lento que fosse o movimento da fera, Arran ficou pálido ao vê-la.

Uma sensação de pavor se instalou quando ele percebeu que essa fera não é tão idiota quanto seu primo mais jovem. Ainda que o dragão não o tivesse visto, ele sabia de onde tinha vindo o ataque. E agora, aquela criatura monstruosa estava indo direto para ele.

Arran amaldiçoou silenciosamente, com sua mente agitada ao tentar pensar em uma maneira de escapar.

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