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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 10

O Fracassado de Krono (1)

Era o quarto dia da jornada de um ano na Academia de Esgrima Krono. A maratona infernal que havia eliminado os fracos, desafiando os limites de todos os recrutas, havia chegado ao fim.

Mas o cronograma regular era igualmente exigente. Na verdade, era ainda mais rigoroso, já que os recrutas estavam proibidos de empunhar uma espada nos primeiros quatro meses, concentrando-se apenas em seu treinamento físico.

— Você está procurando encrenca se empunhar uma espada sem ter as bases. O treinamento com espada começa apenas depois da prova do primeiro semestre.

Os recrutas suspiraram ao ouvir isso, mas não tinham escolha. E depois do anúncio, suas vidas se tornaram como as de soldados.

— Levantem-se! Acordem agora! — gritaram os instrutores assistentes pelos dormitórios.

— Ugh…

— Já?

— Aah…

Eles tinham que acordar às 5:00 e se reunir às 6:00 para duas horas de treino matinal. Após café da manhã e de algum tempo pessoal até às 9:30, vinha outra sessão de treino. O treino da tarde era seguido por aulas de treinamento mental e de artes liberais no fim do dia.

Esse era o cronograma diário da Academia de Esgrima Krono.

“Ugh, o dia de hoje quase acabou depois dessa aula.”

“Estou de saco cheio. Eu realmente preciso fazer isso por um ano?”

“Estou cansado. Será que consigo dormir um pouco?”

Muitos recrutas, especialmente os que se sentavam no fundo da aula de artes liberais, começavam a cochilar. Como o treinamento já era difícil até para os padrões de adultos, assistir à enfadonha aula teórica em seguida os deixava exaustos. E como os recrutas só se interessavam em se fortalecer, uma aula assim era como uma canção de ninar para eles. Mas, é claro, os instrutores não deixavam barato.

— Ei, você aí! Acorde!

— Não é hora de dormir! A Academia de Esgrima Krono não forma um idiota que só sabe empunhar uma arma!

Os instrutores gritavam com eles, falando sobre respeito, honra e valores morais. E não estavam apenas ameaçando os recrutas.

A Academia de Esgrima Krono havia ensinado aos seus recrutas os valores certos. Graças a isso, seus formados desempenhavam um papel significativo na manutenção do bem-estar e da paz do continente, eventualmente trazendo mais glória para a academia.

A maioria dos recrutas sabia disso, e aqueles que não sabiam logo entendiam a seriedade das palavras dos instrutores. Assim, os jovens tinham que manter a mente e o corpo alertas até o jantar.

— Ufa. Pelo menos essa refeição é boa.

— Se a comida fosse ruim, eu teria perdido a paciência…

— Aah. Finalmente podemos descansar.

Eram 19:00, e os recrutas tinham terminado o cronograma diário. Nesse momento, instrutores assustadores ou assistentes em patrulha não os incomodavam. Eles podiam fazer o que quisessem, exceto deixar o campus, mas nenhum deles causaria problemas de qualquer forma. A maioria preferia descansar, se tivesse tempo de sobra.

Quando a maioria estava prestes a voltar para o quarto, uma voz familiar ecoou pelo refeitório.

— Ah! Eu quase esqueci de contar a vocês, então aqui vai — gritou Karaka.

— Sim!

— Todas as salas de treino, academias internas e outras áreas de treinamento estarão abertas, então vocês podem usá-las a qualquer hora se quiserem treinar mais — anunciou Karaka, deixando o refeitório com um sorriso benevolente.

Os recrutas ficaram perplexos, e logo começaram a praguejar. Alguns soltaram palavrões que era difícil acreditar que sairiam da boca de crianças.

Mas, claro, havia aqueles que pensavam de forma diferente. Eram os recrutas que ficaram nas primeiras posições na corrida de resistência. Esses jovens já tinham planejado treinar à noite mesmo antes do anúncio de Karaka.

Airen Farreira tinha o mesmo plano. Depois de terminar sua refeição, ele saiu do refeitório e seguiu para a academia. Ele parecia calmo e sem expressão.Após


Havia equipamentos de treino que Airen nunca tinha visto em sua propriedade. Ele ficou parado ao lado de uma máquina e se lembrou da sua colocação no último teste.

“Último lugar.”

Ele literalmente deu o seu melhor, mas isso não teve efeito algum no resultado. Apenas aguentou um pouco mais, mas só adiou o inevitável. No entanto, ele não estava decepcionado nem desesperado. E não era devido às palavras do instrutor, que dizia que a posição atual não determinava o resultado final. Airen simplesmente sabia que isso aconteceria.

“Não vim aqui para vencer a competição.”

Airen Farreira não desejava se tornar um espadachim. Ele não queria ser uma figura histórica ou superar alguém que estivesse se esforçando há muito tempo.

Ele estava ciente de tudo isso, mas isso não significava que não faria nada. Ele queria seguir em frente, passo a passo. Era por isso que estava ali.

“Vamos em frente.”

Após terminar seus pensamentos, ele se posicionou no equipamento e se preparou. Era a primeira vez usando uma máquina daquelas, mas ele sabia como operá-la só observando os outros. Ele soltou o ar e colocou o peso entre as coxas. Seu corpo estava cansado de um dia cheio de treino, mas sua mente era sólida como aço.

Claro, sua determinação não era visível para os outros. Um dos recrutas zombou dele.

— Uau, olha só isso, parece que o Nobre Preguiçoso está treinando!

Era uma observação claramente sarcástica. E não foi só isso. Outros recrutas se juntaram, trocando olhares por um momento, antes de explodirem em risadas.

— Pfft! Eu sei, né? Será que ele acha que vai mudar alguma coisa se começar agora?

— Ridículo. Ele deveria ter começado mais cedo. Por que não fez nada nos últimos quinze anos?

— Ele parecia tão patético quando fez o teste. Babou como se tivesse acabado de correr uma maratona. E mesmo assim, ficou em último lugar!

— Ele não sente vergonha de estar na academia?

Eles não estavam apenas zombando, mas ultrapassando limites, mesmo considerando que ele havia ficado em último no teste.

O corpo de Airen não mostrava sinais de treino anterior. Ele era o mais velho entre todos e ainda carregava o apelido de Nobre Preguiçoso. Era difícil entender como ele havia conseguido entrar na academia, e isso fazia os recrutas correrem para insultá-lo.

Ahem! — Airen limpou a garganta. Ele não se incomodou, já que tinha passado por algo parecido em sua mansão.

Ao mesmo tempo, ele não estava totalmente bem. Enquanto poderia formar calos no corpo, a ferida em sua mente deixava uma marca que não cicatrizava. Ele lidava com isso porque tinha para onde fugir. Ele escapava movendo seu corpo.

Airen segurou o pingente de espada, focou a mente e se desligou dos sons ao redor. Encontrando sua paz, começou a empurrar o peso com as pernas e iniciou o treino da parte inferior do corpo, exatamente como o homem do seu sonho treinava e como ele próprio havia treinado com sua espada no último mês.

— Bah. Ele está fingindo que não ouviu a gente.

— Deixa pra lá. Ele não vai durar muito.

Vendo que Airen os ignorava, os recrutas voltaram para o próprio treino. Eles continuaram, mesmo relutantes. Embora o cronograma fosse apertado, o dia não era tão infernal quanto o primeiro teste, então a maioria ainda tinha alguma energia para gastar. Só estavam tão mentalmente esgotados que se sentiam desmotivados.

Assim, a academia se tornava um lugar para encontrar paz no meio do treinamento. E logo depois, uma recruta, que acabara de aquecer e começar o treino, quebrou o silêncio.

— Uau…

Ilia Lindsay, a garota de cabelos prateados, fazia um exercício simples. A força das costas era essencial para a esgrima, e levantar peso para construir essa força era vital. Portanto, seu treino não era nada especial.

Mas era o peso que impressionava. Ela levantava duas ou três vezes mais que outros recrutas, o que seria considerado pesado até mesmo para mercenários veteranos.

“Como isso é possível?”

“Ela não é um ano mais nova que eu?”

“Mesmo para uma Lindsay… isso é insano.”

“Como ela tem esse corpo? É de outra raça?”

Os recrutas suprimiram os gemidos enquanto a observavam, mas a expressão em seus olhos era diferente da que tinham ao olhar para Airen.

Era choque, espanto e admiração. Não havia complexos de inferioridade. Eles sabiam que não chegavam aos pés de Ilia Lindsay e nem sequer pensavam nela como rival. Ela estava em um nível completamente diferente. Era exatamente o oposto da razão pela qual não viam Airen Farreira como uma ameaça.

Mas dois recrutas pensavam diferente.

— Tsk — a garota de cabelos ruivos, Judith, estalou a língua.

— Droga… — murmurou Brett Lloyd.

Judith ficou em segundo lugar no teste, enquanto Brett Lloyd ficou em terceiro. Eles eram diferentes dos outros recrutas, emoções ferozes como raiva, ciúme, insegurança e competitividade fervilhavam dentro deles.

Os dois olharam para Ilia como se quisessem absorver sua genialidade, mas ela não dava atenção para ninguém. Estava concentrada em seu treino. Logo, os outros voltaram aos próprios afazeres, e nem Judith, nem Brett tentaram falar com Ilia.

Em vez disso…

— Ei — disse a garota.

Airen Farreira ergueu o olhar, incrédulo.

— Se não for um problema, podemos conversar um minuto?

— Huh…?

Ilia Lindsay estava falando com Airen Farreira, que focava no treino das pernas, alheio ao que acontecia ao seu redor. O encontro entre os dois extremos, o primeiro e o último no ranking, chamou a atenção de todos.

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