Switch Mode

Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 104

Reunião (5)
Korah Murrey, o estimado filho da Companhia Mercantil Murrey, não tinha planos específicos para aquela noite. Ele simplesmente parou em uma estalagem porque estava entediado e tentou flertar com uma mulher que lhe chamou a atenção. Mesmo quando a mulher o insultou com um olhar severo, ele ficou bem. Gostava de mulheres com esse tipo de atitude.

Mas as coisas tomaram um rumo drástico depois disso. Ele foi levado a fazer uma aposta e acabou convidando a mulher e seu grupo para sua casa de férias. O duelo começou, e o homem e a mulher lutaram. Então, ele viu algo inacreditável.

“Quem diabos são eles…?”

Eles pareciam ainda mais fortes do que Brian Burnes, o cavaleiro que ele havia trazido como testemunha. Não era preciso ser especialista em esgrima para entender o quão poderosos eram, já que qualquer um que visse os danos deixados por aqueles monstros pensaria assim. “Mas… O quê?” Ele ia destruir mais?

“O que ele está tentando nos mostrar?!”

Korah não conseguia entender, ou melhor, não queria entender. Ele balançou a cabeça e gritou:

— P-parem! Parem agora! Já vi o suficiente de suas habilidades, então, por favor, vão embora!

— Do que você está falando…? — disse Brett.

— Estou dizendo que aceito que ela é forte! Não é isso, Sir Burnes?

Korah perguntou apressadamente a Brian. O cavaleiro parecia perplexo, mas rapidamente entendeu a intenção e assentiu.

— Sim. Vocês dois são mais do que qualificados para o nível prata… ou até ouro, para ser honesto.

— Ó-Ótimo! Nossa testemunha concordou! Vocês provaram suas habilidades, e está feito! Então… por favor, vão embora agora! Não vou reclamar sobre os danos no campo de treinamento, então, por favor…

— Não, isso não vai acontecer — Brett interrompeu Korah. Sua voz soava firme como de costume, mas havia uma intensidade em suas palavras. Ele se aproximou de Korah e continuou.

— Eu não disse que os vencedores teriam direito a um desejo? — perguntou Brett.

— Isso é…

— Não se preocupe. Não vamos pedir muito. Foi uma aposta simples. Apenas nos empreste esta casa de férias por um mês, incluindo o campo de treinamento — disse Brett.

— Ei! Fui eu que fiz todo o trabalho! Não decida isso sozinho! — gritou Judith à distância.

— Essa é a melhor maneira de vermos a esgrima de Airen agora — respondeu Brett, com ainda mais intensidade. Seus olhos pareciam arder. Até Judith recuou um pouco quando os olhares se cruzaram.

— C-certo. Tá bom, faremos isso então — ela concordou rapidamente.

— Ótimo. Airen! Está tudo resolvido, então mostre pra gente! — gritou Brett.

“Esse desgraçado!” Korah ficou ainda mais frustrado. Pensava que o jovem de cabelos azuis era o mais sensato do grupo, mas estava enganado. Ele era o pior. Havia em Brett um brilho nos olhos que apenas um verdadeiro louco poderia ter, o que causou arrepios em Korah.

Brett olhou fixamente para Airen, e Judith se aproximou, pronta para assistir. Todos os outros, incluindo Brian Burnes, os trabalhadores da companhia mercantil, Khubaru e Lulu, observavam com expectativa.

“Isso é um pouco embaraçoso”, pensou Airen, mas não iria evitar. Estava curioso para ver como a esgrima daquele homem havia mudado. Respirou fundo, olhou para Brett e Judith, e fechou os olhos para se concentrar. E então algo incrível aconteceu.

Ele percebeu no momento em que reuniu seu poder, que ele havia mudado.

Diferente de antes, agora era mais fácil usar a habilidade. Todas as vezes, no exame final, quando a utilizou contra Ryan Gairon e a mostrou a demônio, ao diretor Ian e ao líder dos bandidos, precisou de muito tempo de concentração para ativá-la.

“Mas agora…” sentia que podia fazer isso em metade do tempo. Abriu os olhos após se preparar em poucos segundos.

“Também consigo controlar o poder com muito mais facilidade!”

Isso também era surpreendente. No momento, Airen estava em um estado em que emprestava o poder do homem dos sonhos, algo que era impossível manter por muito tempo. Antes, ele apenas o liberava, sem conseguir armazená-lo.

Mas isso havia mudado. Ele agora podia conter o poder dentro de si. Era difícil, mas o simples fato de conseguir pensar em outras coisas enquanto o fazia mostrava que havia crescido.

“Então eu evoluí”, pensou Airen, com um sorriso tênue. Ainda sentia raiva ao pensar em Ignet, mas reconhecia que conhecê-la havia trazido apenas resultados positivos.

“Chega de pensar agora.”

Airen soltou um suspiro e ergueu sua espada larga. Não hesitou. Sua concentração voltou imediatamente. Ele sentia o poder misterioso da aura preenchendo seus músculos e células. E, com essa sensação agradável, desferiu o golpe.

E, após isso, o campo de treinamento ganhou um enorme abismo no meio. O som não foi tão alto, já que o ataque de Airen foi tão suave quanto cortar um pedaço de carne macia. Talvez essa fosse a razão do silêncio. A largura do dano não era tão grande quanto antes. Mas…

Brett e Judith pareciam ainda mais perplexos. O golpe mostrou controle perfeito do poder. Airen direcionou toda a força para o alvo sem desperdiçar nada, o que os chocou. Os outros começaram a fazer alvoroço.

— Oh, meu Deus!

— Ele cortou o chão de pedra… ao meio!

— Olha o tamanho disso… Pelos céus…

— Ha… hahaha.

As pessoas murmuravam sobre o milagre criado com uma espada, enquanto Korah permanecia imóvel, rindo de forma vazia. Lulu e Khubaru pareciam calmos, mas eram os únicos. Sua serenidade os fazia parecer estranhos.

No meio do caos, Brett sacou sua espada e se aproximou de Airen.

— Não aguento mais. Vamos duelar — disse Brett.

— Não íamos conversar depois disso…?

— Sim, mas mudei de ideia — disse Brett com um olhar intenso. — Podemos?

— Claro, vamos duelar — respondeu Airen com um aceno. Ele se sentia um pouco cansado por usar sua aura, resistência e mente, mas ainda tinha energia para lutar.

Os olhos ardentes de Brett eram o verdadeiro problema. Parecia que ele não ouviria razão até que Airen apagasse o fogo neles.

— O quê! Vocês vão duelar de novo? Quero participar! — gritou Judith.

— Você já teve sua vez. Agora é minha — disse Brett.

— Por que não fazemos uma luta livre? Vou entrar, tá?

Judith saltou de imediato. Brett franziu o cenho, mas não disse nada. Eles haviam duelado assim há cinco anos e meio, quando ainda eram aprendizes preliminares.

“Faz muito tempo”, pensou Brett, com um leve sorriso nos lábios.

Airen também sorriu, mais abertamente, e Judith exibiu um sorriso animado. Os três compartilharam uma conversa através da esgrima até tarde da noite.

Era o reencontro da turma do 27º ano da Academia de Esgrima Krono.


Airen, Judith e Brett terminaram seus intensos duelos. Depois de se lavarem, entraram na casa de férias de Korah para conversar. O local tinha quartos espaçosos e mobílias caras, apropriadas para um jovem rico.

— Uau… isso aqui é ótimo. Brett, a sua família também tem móveis caros assim? — perguntou Judith.

— Usamos dinheiro quando é necessário, mas não desperdiçamos com coisas assim — respondeu Brett.

— É mesmo? Se eu tivesse muito dinheiro, não hesitaria. Pensando bem, agora tenho muito dinheiro!

— O que você… Ah, o ouro?

— Sim. A gata me deu como presente.

Os olhos de Brett se arregalaram ao ver os três ratos dourados de Judith. Era ouro de verdade, e bastante valioso. Ele pensou que dar um presente tão caro a alguém que a gata acabara de conhecer a tornava uma criatura peculiar. Não, um animal peculiar.

— A propósito, onde estão seus professores? Não seria melhor se eles ficassem aqui e conversassem com a gente? — Brett perguntou a Airen.

— Ah, eles disseram que talvez eu precisasse de um tempo sozinho com vocês, já que fazia muito tempo que não nos víamos…

— Muito atenciosos da parte deles. São boas pessoas… quer dizer, bons gatos e orcs. — Brett fez uma tosse seca ao corrigir sua escolha de palavras e voltou-se para Airen. — Então? Vamos conversar.

— Sim! Fala logo! Conta o que aconteceu! Estou tão curiosa que nem sei por onde começar — exclamou Judith.

— Haha…

— Para de rir e fala! Você está me deixando louca!

— Certo — Airen assentiu.

Ele sabia que, se os papéis fossem invertidos, teria agido exatamente como Judith. Tudo o que havia acontecido com ele era tão extraordinário que ele entendia a curiosidade dela e o que significava estar do outro lado, mesmo sendo ele quem tivesse que explicar.

Ele fechou os olhos por um momento, tentando organizar seus pensamentos antes de começar a longa história. No entanto, não demorou muito e os abriu novamente, pronto para falar, antes que Judith quase desmoronasse de tanta ansiedade.

— Bem… para começar, tenho que voltar ao tempo antes de entrar na Academia de Esgrima Krono… e falar sobre meu sonho…

A história de Airen começou no momento em que começou a sonhar com aquele homem. Mas, ao contrário de quando contou a Lulu e Ian, ele não estava buscando conselhos de seus amigos. Desta vez, queria apenas compartilhar sua história com duas pessoas preciosas, esperando que entendessem mais sobre ele.

Brett e Judith ficaram confusos. Eles esperavam ouvir sobre os eventos dos últimos cinco anos, então ficaram surpresos quando Airen voltou a um período anterior à academia. No entanto, a confusão desapareceu conforme a história se desenrolava.

Airen contou calmamente como o sonho daquele homem o transformou, como a maneira das pessoas o olharem mudou, como ele se perdeu por causa disso e teve que sofrer para se reencontrar, apenas para enfrentar novos desafios que surgiam sempre que sentia que estava progredindo. Brett e Judith ficaram completamente absorvidos na história.

— E… estou aqui agora.

A história terminou. Um breve silêncio caiu enquanto Airen, Brett e Judith refletiam profundamente.

Foi Judith quem rompeu o silêncio. Ela olhou nos olhos de Airen.

— Você fez um ótimo trabalho — disse ela gentilmente, algo raro em sua atitude, deixando os outros dois chocados. Mas ela não se importou e continuou.

— Sabe, no começo eu fiquei bem irritada. Tipo, pensa bem. Eu achava que era a pessoa mais durona e trabalhadora da minha idade, aí vi você na academia. Pensei, quem diabos é esse maluco insano…? Mas agora que entendi que era por causa do homem do sonho, e não só pela sua força de vontade, me sinto meio traída. É, foi essa a sensação. Pelo que você contou, o homem enlouqueceu depois de passar a vida inteira brandindo a espada. Como você poderia vencê-lo? Talvez seja possível no futuro, mas não é algo fácil para um garoto. Enfim.

— Mas então… percebi que você, do jeito que está agora, estava se esforçando pra caramba para vencer aquele lunático. Pensar que você não desistiu e continuou lutando contra um homem que até eu já teria desistido… isso me pegou, sabe?

Judith riu, levantou-se e deu um tapinha no ombro de Airen antes de voltar à sua cadeira.

— Você fez um trabalho incrível enfrentando aquele maluco.

Ela falou com sinceridade, reconhecendo e confortando Airen por suas dificuldades. Suas palavras tocaram profundamente o coração de Airen.

Faça uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo!
Conheça nossa Assinatura VIP e seus benefícios!!

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar