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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 117

Illia Lindsay (1)

A festa de despedida sem uma única gota de álcool chegou ao fim, e, no dia seguinte, Airen e seu grupo deixaram Partizan cedo pela manhã. Zett Frost, o mordomo Glenn e o diretor Hayram foram se despedir deles na carruagem.

— Até mais! Vou sair com vocês da próxima vez! — disse Lulu.

— É uma pena não termos bebido juntos. Voltaremos na próxima — disse Khubaru.

— Obrigado por todo o ensinamento — disse Airen.

— Aprendi muito! De verdade! — disse Judith.

— Voltaremos. Fiquem bem — disse Brett.

Após as despedidas, os três espadachins, a gata e o orc partiram, deixando para trás uma nuvem de poeira. Zett os observou até que desapareceram de vista.

— Eles eram boas crianças — disse Hayram.

— Sim… Realmente eram — Zett concordou, respondendo a Hayram.

No começo, ele os considerava irritantes, mas depois passou a admirar seu crescimento e paixão. Em apenas um mês de ensinamentos, ele entendeu algo que não havia compreendido em cinco anos de aulas de duelo.

“Acho que superei uma barreira”, pensou Zett.

— Devo praticar esgrima.

Zett falou, virando-se. Glenn e Hayram sorriram satisfeitos. Era bom ver o dragão adormecido finalmente despertar. Após conferir a direção por onde Airen partiu, Hayram pensou consigo mesmo:

“Illia Lindsay… A espadachim genial da história, à altura de Ignet.”

Ela brilhava tão intensamente naquele momento que muitos temeriam se aproximar, mas ele tinha certeza de que eles suportariam. Não, eles usariam isso como inspiração.

“Espero que cumpram a promessa de voltar.”

Esse era o pensamento compartilhado pelos três.


A carruagem seguia pela estrada pavimentada, movendo-se mais rápido do que o normal, carregando a empolgação dos três espadachins a bordo. E o mais entusiasmado era Airen, que fechou os olhos e pensou em sua amiga, Illia Lindsay.

“Ela foi a primeira pessoa que veio até mim quando eu estava sozinho”, pensou Airen.

Airen estava sozinho naquela época. Com o rumor de ser o ‘Nobre Preguiçoso’ somado ao seu desempenho mediano nos testes físicos, todas as crianças de Krono o tratavam como se ele não fosse nada. Até mesmo Judith e Brett fizeram isso no início. Apenas Illia o ajudou sem qualquer preconceito e o guiou. Ela foi a primeira pessoa, fora de sua família, com quem ele criou uma amizade.

“Pensando bem, foi Illia quem me fez decidir viajar pelo continente.”

Ele ainda se lembrava do que ela disse da última vez que conversaram sobre Ignet, após o exame final.

— Não me dê uma resposta idiota. Esteja atento. Trabalhe mais… e mais. Ou… eu vou ampliar a distância entre nós instantaneamente.

Illia falou sobre Ignet, um gênio histórico, e depois declarou que se tornaria alguém capaz de enfrentar tal pessoa. A rivalidade que ela demonstrou logo após isso foi uma enorme motivação para o garoto que achava que não tinha valor algum.

Era verdade. Ele não percebeu na época, mas Illia foi como uma salvadora que o inspirou a crescer e competir.

“E estou prestes a ver Illia novamente.”

Ele estava animado. Mesmo viajando a toda velocidade, ainda faltavam vinte dias para chegar, mas ele não conseguia acalmar a mente com o pensamento de reencontrá-la. Estava tão ansioso quanto no dia em que reencontrou Judith e Brett. Enquanto refletia sobre suas memórias com Illia, foi interrompido.

— Ei — Brett chamou Judith.

— Ei, ei!

— Ei, ei, ei!

— Ugh, O QUE É? — Judith gritou.

A insistência de Brett em chamá-la fez Airen e Lulu, que treinava feitiçaria, abrirem os olhos. Brett olhou para eles de relance, depois voltou sua atenção para Judith com seu olhar habitual de desdém e perguntou:

— Está preocupada?

— O quê? C-claro que não…! — Judith respondeu apressada.

— Está sim. Eu nem perguntei com o que estava preocupada.

— Brett, do que você está falando? — Airen perguntou, curioso. Brett assentiu e explicou.

— Você provavelmente estava tão imerso no mundo da feitiçaria que ainda não ouviu as notícias.

— Hã?

— Lembra quando Judith falou umas besteiras para Illia?

— Ah, sim — Airen respondeu.

Ele estava profundamente impressionado com a habilidade de Illia na época, mas ainda assim soube do incidente. Até mesmo os instrutores assistentes ficaram curiosos sobre a luta entre Illia, Judith e Brett. Mas Airen achava que isso havia sido resolvido antes de Illia deixar a academia.

“Não acho que ela precise se preocupar com isso depois de seis anos…” Airen pensou brevemente, mas sua expressão escureceu ao ouvir a história de Brett.

Illia recebeu más notícias logo que voltou para casa. Essas notícias ruins ainda não tinham um desfecho, já que não havia como saber se a pessoa estava morta ou desaparecida. Airen ouviu os rumores dolorosos e tristes em torno do incidente.

Era uma notícia devastadora. Principalmente para Airen, que perdeu parte de sua infância devido à morte da mãe.

— Bem… Não falei para te deixar mal — Brett disse, limpando a garganta em um tom mais leve, antes de se voltar para Judith. — Eu sei que o que aconteceu com Illia te fez sentir culpada. Entendo. Mas você não precisa parecer que pisou em merda por vinte dias seguidos. Só queria dizer isso.

Judith não respondeu, e Brett suspirou.

— Você até recebeu a placa de ouro branco da família Lindsay dela, não foi? Até eu, de sangue nobre da família Lloyd, não consegui isso. Agora que penso nisso… me deixa irritado. Como ela teve a ousadia de me ignorar e dar a placa para vocês dois?

— O idiota bunda mole estava ocupado fazendo drama para voltar para casa como um bebê chorão — disse Judith.

— Eu não chorei.

— ‘Mimimi.’ Aposto que chorou como um bebê quando chegou em casa. Depois, seus pais se cansaram de você, chutaram seu traseiro e te mandaram de volta para a academia.

— Cale a boca… Enfim, isso é o mais importante.

Brett abaixou a voz. Acostumado a falar de maneira mais solene, tentando soar digno como um nobre, ele sempre parecia estar falando de dentro de uma caverna. Isso naturalmente chamou a atenção de todos, e Brett continuou com uma expressão séria:

— O motivo de irmos ver Illia é, primeiro, porque vamos reencontrar uma velha amiga… e, segundo, para pagar nossa dívida da derrota de cinco anos e meio atrás.

Os olhos de Judith se arregalaram, e ela mordeu o lábio inferior. Ficou imediatamente furiosa e assentiu. Brett tinha razão. Ela não queria encontrar Illia para segurar sua mão, abraçá-la e conversar. Isso era bom, mas o mais importante era desafiá-la novamente na esgrima. Judith precisava superar a derrota no exame final.

— Não se preocupe. Illia é a campeã da Terra da Provação. É triste o que aconteceu com Sir Karl Lindsay… mas se ela não tivesse se reerguido, não teria chegado tão longe.

Brett olhou para o alto, pensando na pessoa que o derrotou devastadoramente, e cerrou os punhos. Ela devia ter crescido. Devia ter se tornado incrivelmente poderosa. Ela era um gênio. Era uma das duas pessoas que lhe ensinaram o que era talento de verdade.

— Bem, acho que temos que nos esforçar, primeiro — disse Brett.

— Esforçar meu traseiro! Não vou perder desta vez! — Judith gritou.

— Não. Sinceramente, não venceremos. Você entende o que significa ser a campeã da Terra da Provação? — ele disse.

— O quê! Seu idiota, foi você quem disse que devíamos acertar as contas, e agora fala como um derrotado… Qual é o seu problema? — ela rebateu.

— Só estou dizendo que tentarei diminuir o abismo que existia no passado. Não venceremos, sendo realista. Ela é uma campeã.

— Seu babaca estúpido…

— Estão brigando de novo. Tsc, tsc — disse Lulu.

Lulu balançou a cabeça enquanto observava Judith e Brett discutirem, depois voltou à meditação.

Airen também sorriu e então virou a cabeça, observando a paisagem do lado de fora pela janela da carruagem. Na verdade, ele estava um pouco preocupado. Sabia muito bem o quanto era triste perder um membro da família e o quanto Illia amava seu irmão, Karl Lindsay. Ele também se inquietava com o que ela havia dito anteriormente.

A Terra da Provação. Era o antigo objetivo de Illia, algo que ela havia decidido não se obcecar mais.

“Espero que ela não tenha ido para lá por esse motivo…”

Illia Lindsay, Karl Lindsay, Ignet Cresensia. Airen pensou nas três pessoas e, em seguida, fechou os olhos como Lulu. Ela deveria estar bem. Devia ter superado o passado. Ele se reuniria com ela com um sorriso, pois também havia conseguido superar seus próprios desafios.

Com esse pensamento, Airen voltou ao seu treinamento mental.


No décimo nono dia desde que deixaram Partizan, chegaram com segurança à cidade de Aisenmarkt, no Reino Caliard. Inúmeros espadachins iam e vinham pelos portões do castelo, provando que a cidade era famosa pela arena de gladiadores. É claro que havia também cidadãos comuns e comerciantes.

— Tem muita gente com cara de rica — disse Judith.

— E vejo muitos sem-teto também… — comentou Airen.

— Haha. Isso é natural. Há mais arenas de gladiadores além da Terra da Provação. Isso inevitavelmente traz apostas — explicou Khubaru com conhecimento de causa, fazendo Judith acenar com a cabeça.

Ela já tinha visto esse tipo de pessoa quando era criança. Gritavam o quanto queriam, depois eram expulsos das casas de apostas, reduzidos à roupa de baixo.

“Ou, acho que teve até quem teve as mãos esmagadas…” pensou Judith. Mas ela não se importava se apostadores tinham as mãos esmagadas ou eram jogados na rua sem roupas. Eles não estavam ali para apostar.

“Estamos aqui para lutar!”

Mas não podiam lutar imediatamente, mesmo que quisessem. Khubaru havia explicado durante o caminho que o processo de registro como gladiador na Terra da Provação podia levar um tempo considerável.

E o que poderiam fazer enquanto isso? A resposta era óbvia…

— Devemos assistir à nossa campeã, então.

Todos concordaram com as palavras de Judith. Estavam curiosos, naturalmente. Havia rumores sobre como Illia era incrível, mas suas habilidades reais permaneciam um mistério. Contudo, a campeã não competia na arena todos os dias.

— Você, senhor! É sua primeira vez aqui em Aisenmarkt? Veio assistir às lutas de gladiadores? Temos a melhor luta acontecendo hoje às 4! Por que não dá uma olhada? — disse um velho se aproximando.

— Pela melhor luta, você quer dizer… — perguntou Brett.

— É o confronto entre a senhorita Illia Lindsay, a campeã da Terra da Provação, e Sir Cedric Cooper, o segundo colocado, um gladiador de grau Rei.

— Você não encontrará ingressos em nenhum outro lugar. Todos estão esgotados.

Brett olhou para o velho, que sorria mostrando os dentes amarelados, e então voltou-se para o grupo. Não havia razão para recusar. Ele falou com Judith.

— Pague.

— Eu? Por que eu?

— Você está rica agora. Pare de viver às nossas custas e use seu dinheiro.

— Eu pago… — disse Airen, passando por eles e pagando pelos ingressos de segunda mão. Eram caros, mas não era muito para ele, e também não parecia ser um golpe, pelo menos aos olhos atentos da feiticeira Lulu.

Assim, o grupo de Airen garantiu sua chance de assistir à luta de Illia e, com empolgação, foram almoçar. Foi então que ficaram todos chocados.

As pessoas no restaurante falavam sobre Illia Lindsay, e Airen e seus amigos não puderam evitar ouvir, já que não eram surdos. Como poderiam ignorar os boatos sobre a melhor espadachim de Aisenmarkt? Mas o que ouviram era mais do que chocante para Airen, Judith e Brett.

Mesmo após terminarem o almoço, caminharem pela cidade para passar o tempo e finalmente se sentarem nos assentos de alto preço na Terra da Provação, os três quase não falaram. Apenas olharam para o palco com olhos ansiosos, esperando confirmar se o que ouviram era verdade.

Em pouco tempo, a luta entre Illia Lindsay e Cedric Cooper começou. Foi então que eles testemunharam a luz prateada emanando da espada da jovem de dezoito anos, que era jovem demais para sequer ser descrita apenas como jovem.

— A Aura da Espada…

O título de campeã da Terra da Provação, uma honraria por si só, era nada comparado ao que ela era agora.

Mestre Espadachim.

Os três espadachins não puderam evitar a agitação ao ver Illia Lindsay no palco.

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