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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 118

Illia Lindsay (2)
A espada de Illia emitiu um som estranho, quase como um lamento. Não, na verdade, não havia som algum, pois o palco estava longe demais das arquibancadas para ser audível. Mas Brett, enquanto observava sua antiga amiga, sentiu como se pudesse ouvir o choro da espada. O brilho prateado da luz que reluzia intensamente parecia estar se aproximando dele.

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Aura da Espada. Era a habilidade suprema de todos os espadachins, que apenas aqueles que se tornavam mestres podiam empunhar. Tinha o poder avassalador de cortar qualquer coisa e defender-se de qualquer ataque, exatamente como os heróis das lendas faziam.

“Illia… chegou a esse nível?” Brett pensou.

— Haha… — Brett soltou uma risada oca. Estava tão chocado que não conseguiu dizer outra coisa.

Ian foi considerado o gênio dos gênios e tornou-se mestre aos 25 anos. E até mesmo Ignet, conhecida como a gênio da história, alcançou o título de mestre aos 20. Mas Illia tinha apenas 18 anos agora.

“Diminuir a diferença?” Brett pensou com amargura. Ele não precisava colocar em palavras o quão tolo esse pensamento parecia agora. Mas o choque de Brett não se comparava ao de Judith.

Ela não demonstrava nenhuma mudança de expressão enquanto observava o palco. Apenas encarava, sem se mover, a luz radiante que Illia liberava. E mal respirava ao ver o brilho deslizar e oprimir o adversário.

Judith cerrava os dentes com tanta força que quase os quebrava e apertava os punhos até as unhas cravarem na pele. Mesmo assim, isso não era suficiente para aliviar seus sentimentos. Ela não sabia se estava se sentindo invejosa, furiosa ou cheia de ódio de si mesma. Talvez fosse tudo isso junto.

Ela pensava que tinha uma chance. Havia crescido em uma velocidade tremenda nos últimos dois meses. Melhorara seu trabalho de pés após trocar esgrima com Airen e aprendera a técnica de estocada correta com as aulas de duelo de Zett Frost. Também havia aprendido muito sobre como lutar contra um oponente mais forte, mantendo a compostura apesar das emoções de raiva que borbulhavam. Isso a permitiu enfrentar espadachins formidáveis como Illia. No entanto, as chances de Judith vencer eram de, no máximo, 30%.

Mas isso não era verdade.

A espada de Illia dançava. Movia-se suavemente, quase flutuando, para então desferir golpes repentinamente pesados. Cedric Cooper, o adversário, não tinha outra escolha a não ser recuar continuamente. Sua espada não resistiria se enfrentasse a Aura da Espada. Illia aproveitava-se disso, expandindo seu território, oprimindo e provocando o oponente.

— Hah!

No final, Cedric Cooper não conseguiu se segurar e atacou, tentando virar o jogo, mas Illia permaneceu calma.

Ela desviou facilmente do ataque com um passo lateral e então desferiu um corte leve. A espada de seu adversário foi partida e caiu no chão. O árbitro, que assistia à luta no palco, anunciou imediatamente o resultado.

— Vencedora! Campeã, Dame Illia Lindsay!

— Whoaaaa!

— Illia Lindsay!

— Illia Lindsay!

— É uma Mestre Espadachim, sem dúvidas! Ninguém pode vencê-la!

— Certo! Não sem outro Mestre Espadachim!

— Glória a Illia Lindsay, a Mestre Espadachim mais jovem! Glória!

A plateia explodiu em gritos de louvor antes mesmo que o apresentador pudesse falar. Era compreensível. Mesmo na Terra da Provação, onde espadachins habilidosos se reuniam, era raro ver um Mestre Espadachim. Além disso, Illia era um gênio da renomada família Lindsay, a mais jovem Mestre Espadachim a quebrar recordes, e também extremamente bela. Mesmo depois que Illia deixou o palco sem dar entrevistas, o público continuou a clamar seu nome por muito tempo.

E… os três espadachins ficaram sentados, atordoados, em meio à excitação do público.

— Eu… vejo vocês depois.

Judith levantou-se e desapareceu sem olhar para trás. Parecia tão perturbada que qualquer empurrão poderia fazer todas as suas emoções transbordarem.

E ela não era a única. Brett suspirou e também se levantou. Ele se dirigiu aos outros.

— Preciso dar uma volta. Não me esperem aqui. Encontro vocês na hospedaria.

Ele parecia estar em um estado melhor do que Judith, mas ainda tinha um sorriso amargo nos lábios. Khubaru e Lulu olharam preocupados para Brett enquanto ele se afastava. Depois, voltaram-se para Airen, que permanecia sentado.

— Airen.

— Airen, Airen!

— Ah, sim, Khubaru.

— Você está bem? Não parece bem… — Khubaru perguntou.

— Está tudo bem, Airen? — Lulu perguntou.

— Ah…

Airen ergueu a cabeça como se tivesse acabado de acordar de um sonho e olhou para Lulu e Khubaru. Hesitou um pouco antes de forçar um sorriso.

— Estou bem. Nunca estive melhor.

— O quê? Você se sente melhor? — Khubaru perguntou.

— Sim. Estava preocupado ao ouvir sobre o irmão de Illia. Mas, vendo que ela se tornou uma mestre…

Airen, que estava explicando com um sorriso, parou no meio da frase. Sua expressão também escureceu. Seus lábios, que ele havia forçado a sorrir, voltaram ao normal, e sua expressão tornou-se sombria. Então ele mudou de assunto.

— Desculpem, Khubaru, Lulu. Eu… preciso pensar em algo. Vejo vocês depois na hospedaria.

Assim, Airen também deixou a arena, deixando a gataa feiticeira e o orc elementalista sozinhos. Khubaru suspirou.

— Bem. Parece que o orgulho deles foi ferido.

Lulu não respondeu a Khubaru. Seu olhar brincalhão habitual havia desaparecido, e pensava em Airen.

“Não acho que Airen está assim por causa disso…”

Lulu estava preocupada, mas não havia nada que pudesse fazer para ajudar. Então os dois deixaram a Terra da Provação em silêncio e retornaram à hospedaria.

Eram os únicos que pareciam desanimados em meio ao festival.


Airen, após sair da arena, vagou sem rumo pelas ruas de Aisenmarkt. Estava tão imerso em seus pensamentos que esbarrou em inúmeras pessoas no caminho.

— Ei, da pra olhar por onde anda?

— Que droga? Preste atenção!

— Você! Seu filho da… Hmph. Deixa pra lá.

Brigas poderiam ter acontecido em algumas ocasiões, mas, por sorte, não ocorreram, graças à expressão que ele carregava. Parecia vazio, como se tivesse perdido toda a fortuna em apostas, então as pessoas apenas balançavam a cabeça e o deixavam ir. O jovem loiro continuava caminhando pelas ruas, pensando em sua primeira amiga.

“Por quê?”

Illia, que ele não via há cinco anos, parecia estar muito bem. Como poderia não estar? Ela havia quebrado o recorde de Mestre Espadachim mais jovem estabelecido por Ignet e brandia sua espada sob os aplausos da multidão. Estava vivendo o sonho de todos os espadachins.

Mas então, por que Illia, que devia ser tão poderosa e incrível, parecia tão frágil aos olhos de Airen? Ela parecia tão delicada que poderia desmoronar a qualquer momento. Isso era inacreditável. Airen estava genuinamente confuso, então simplesmente ficou parado no meio da rua e começou a rir alto.

— Haha! Hahaha!

— Hã? O que deu nele…

— Ele deve ter enlouquecido.

— Será que perdeu muito?

— Não faça contato visual. Vamos contorná-lo.

Ele ouviu os murmúrios ao redor, mas não se importou. Apenas caminhou até um banco em um canto e negou todos os pensamentos que passavam por sua mente. Sim, ele não precisava se preocupar nem um pouco. Talvez fosse apenas o nervosismo dela que o fez enxergá-la assim. Ou talvez nada de ruim tivesse acontecido, mas algo menor a perturbou antes da luta.

Ou talvez fosse apenas um erro seu, uma paranoia por vê-la na Terra da Provação, que ela mencionara antes. Sim, talvez fosse isso.

— Sim, acho que é isso. Estou apenas sendo paranoico.

Airen assentiu e levantou-se. Não havia razão para aquilo. Era melhor retornar à hospedaria e esperar por Judith e Brett. Seu silêncio ao saber que Illia havia se tornado uma mestre não era por orgulho ferido, mas porque estava sendo atencioso com Brett e Judith.

Judith devia estar incrivelmente abalada. Então Airen caminhou de volta à hospedaria, pensando em como confortá-la, e então virou-se.

“Não…”

Ele não podia ignorar aquilo. Ele tinha provas? Algum motivo razoável? Não. Mas isso não importava. Sua intuição dizia que havia algo estranho com Illia. Ela parecia estar em um estado pior do que Judith.

— Feiticeiros às vezes têm um ótimo pressentimento sobre pessoas importantes para eles.

Ele se lembrou das palavras de sua irmã Kiril. A intuição de um feiticeiro era tão poderosa que superava um simples pressentimento. O coração voltado para alguém importante a tornava ainda mais forte.

Nesse momento, Airen perguntou a si mesmo: Illia era importante para ele?

— Claro que sim.

Ele suspirou e ergueu o olhar. Sua confusão dissipou-se, e seus olhos brilharam. Ele precisava ver Illia Lindsay. E o que ele deveria fazer? Olhou ao redor até avistar uma placa. Era um bar com uma pousada, com uma flor de adônis gravada no letreiro.

“Khubaru costuma reunir informações ouvindo conversas em lugares assim…”

Sem hesitar, Airen entrou na pousada com o letreiro de adônis. Imediatamente, todos os clientes no local se viraram para ele. Ele já havia sentido uma atmosfera semelhante em Alcantra, onde ficava a Academia de Esgrima Krono. Então, Airen pensou que talvez aquelas pessoas compartilhassem o mesmo interesse ou fossem do mesmo grupo.

Airen soltou um suspiro e caminhou até o balcão. O ambiente era muito parecido com o de Alcantra, mas mais sombrio e hostil. Ainda assim, isso não era o suficiente para detê-lo. Chegando ao balcão, ele perguntou educadamente:

— Senhor, é a minha primeira vez em Aisenmarkt, e tenho uma pergunta. Pago pela resposta, se puder me ajudar.

— Qual é a pergunta…?

— Onde devo ir para ver Illia Lindsay, a campeã da Terra da Provação?

— Hahahaha!

— Hahaha!

Risos explodiram por todo o salão assim que ele terminou de falar. Airen já esperava por isso, pois algo semelhante acontecera em Alcantra. Mas ele não se importava se riam dele. Se ao menos uma pessoa ali fosse gentil o suficiente para responder, isso bastaria.

Foi o que pensou quando um homem enorme levantou-se e veio em sua direção. Ele tinha uma longa cicatriz na bochecha esquerda e falava com um sorriso debochado.

— Ei, pirralho — disse o homem.

— Pois não, senhor?

— Quer apostar?

— Apostar o quê?

— Nós nos socamos no rosto, alternando os golpes. Um soco, outro soco, e assim por diante. Você perde se desmaiar ou se desistir. Caso contrário, vence. Se você ganhar, levo você até a residência de Illia Lindsay. Mas se eu ganhar…

— Certo.

O homem com a cicatriz franziu a testa. “Seu bostinha, ainda nem sabe o que vou pedir!”

— Bem… Muito bem. Vou considerar que você aceitou. Não se arrependa. Vou te fazer fazer coisas realmente difíceis.

— Hahaha! Eu sei! Esse cara é um louco, meu garoto!

— E um canalha!

— Tente firme, garoto! Estou torcendo por você!

— Derrube ele! Não perca!

Os clientes ao redor do bar encorajaram Airen, mas havia um tom de zombaria em suas vozes. Airen, no entanto, não se importava. Apenas olhava para o homem com um olhar frio, enquanto o cicatrizado acertava o primeiro soco.

O golpe jogou a cabeça de Airen para o lado, e o homem riu.

— Haha! Já ouviu falar de vantagem da casa? Desculpe, mas eu começo. Bebi mais de 500 copos de cerveja aqui, então tenho certeza de que o dono concordaria comigo. Não é mesmo?

O homem perguntou, gargalhando, enquanto alguns o vaiavam. Outros riam ainda mais. No entanto, em um breve momento, o riso foi gradualmente diminuindo à medida que Airen, atingido pelo punho do homem, levantou-se de volta, sem hesitar.

Sua pele ficou levemente avermelhada, mas ele parecia inalterado, como se nada tivesse acontecido. Então, o homem cicatrizado engoliu em seco ao ver seus olhos frios, mas estranhamente intensos.

Airen falou com ele:

— Agora é a minha vez.

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