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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 122

Superando uma Mestre Espadachim (1)

— Você perdeu o juízo? — perguntou Illia a Airen.

A pergunta simples carregava muitas implicações. Quem era ela? A pessoa que quebrou o recorde de Ignet como a mais jovem Mestre Espadachim, algo que ninguém acreditava ser possível. Não, ela nem precisava mais desse título, pois apenas ser uma Mestre Espadachim já era glorioso por si só.

“E você acha que pode me derrotar e se tornar campeão?” pensou Illia.

Ela estava perplexa. Observou Airen com olhos atentos. Ele estava muito mais forte e com uma presença muito mais imponente do que antes. Era evidente que havia crescido imensamente nos últimos cinco anos e meio. Nenhum especialista ordinário sequer se aproximaria do nível dele. Mas…

“Mesmo que ele esteja mais forte, ele não pode me vencer.”

Era óbvio. Um especialista era apenas um especialista, não importava o quão forte fosse. Não havia como um especialista lutar de igual para igual com um mestre. Até mesmo crianças na rua sabiam disso como um fato. Mas Airen parecia confiante.

— Não. Eu sei o que estou dizendo — disse ele.

— Não estou dizendo que vou vencê-la agora. Vou fazer o meu melhor para alcançá-la nos quatro meses restantes.

— Isso é um absurdo…

Illia ficou perplexa ao ver Airen sorrindo para ela. Pelo que sabia, ele nunca agia assim. Sempre foi estupidamente ingênuo e frustrantemente inexpressivo, o que, ironicamente, a fazia prestar mais atenção nele.

“E agora Airen me provoca…”

Não, não era sequer uma provocação. Ela percebeu, pelos olhos dele, que ele realmente acreditava no que dizia. Ele acreditava que poderia se tornar forte o suficiente em apenas 120 dias para vencê-la e se tornar o campeão. E tudo isso apenas para impedi-la.

— Só para esclarecer, antes que você entenda errado… não estou tentando humilhá-la ou algo assim ao fazer isso — disse Airen. Illia ainda estava confusa quando ele continuou: — Lembra do que passamos na academia? Tivemos opiniões diferentes, mas nos reconciliamos depois…

— Acho que isso é a mesma coisa — disse Airen. Então, levantou-se e estendeu a mão para um aperto de mão. — Vamos decidir isso em quatro meses.

E, claro, Illia não apertou a mão dele.

— Você realmente acha que pode me vencer? — perguntou Illia.

— Sim. Acho que posso. Nem ousaria se fosse você no passado, mas agora? Certamente.

— Vou me esforçar muito para provar que o que disse é verdade.

Airen terminou e recolheu a mão de forma desajeitada, mas manteve a confiança no olhar. Illia observou, ainda atônita, aquela estranha confiança. Ele fez uma pausa antes de falar novamente.

— Desculpe ter dito algo que você não queria ouvir logo depois de nos encontrarmos após cinco anos.

— Pode parecer vergonhoso dizer isso, mas você é minha amiga mais preciosa. Nos vemos na próxima vez.

Com isso, Airen saiu. Illia ficou sozinha no quarto, incapaz de se levantar, permanecendo sentada. Mas não permaneceu assim por muito tempo. Depois de um tempo, começou a processar o que havia acontecido. E então uma energia terrível começou a emanar de seu corpo.

“Por quê…?!”

Quando ouviu o nome Airen Farreira pela primeira vez, sentiu raiva. Logo em seguida, uma alegria imensa e felicidade a preencheram ao pensar em vê-lo. Assim como ela era preciosa para ele, ele também era precioso para ela. Mas aquele indivíduo precioso a negou diretamente. E não parou por aí; ele afirmou que mostraria, com ações, que ela estava errada, mesmo que precisasse usar força para impedi-la.

Isso abalou o coração de Illia. A decepção ficou clara em seu rosto, e sentimentos negativos ainda mais fortes a dominaram. O fogo que ardia dentro dela ressurgiu.

Mas o que a acalmou foi uma memória antiga. Illia levantou-se do sofá e procurou em uma gaveta no canto. Pegou dois objetos: um bracelete prateado com a gravação de uma flor-de-adónis, que não cabia mais em seu pulso, e uma carta. Ambos eram presentes de Airen. Ela abriu cuidadosamente a carta, que não lia há muito tempo, e começou a lê-la repetidas vezes. E, enquanto lia, o fogo que a consumia começou a desaparecer.

“É, não há como Airen me odiar”, ela pensou.

Ele era a única pessoa que a fazia sentir calor no coração quando estava sozinha. Mesmo quando ela era rude, ele a abordava inocentemente e se desculpava. Não havia como ele pensar o mesmo que os idiotas que zombavam de seu irmão e de sua família. Então isso era…

“É apenas um conflito de opiniões.”

Illia assentiu. Airen estava certo. Ele não a odiava, e ela também não o odiava. Eles apenas tinham opiniões diferentes. E o resultado da luta em abril diria quem estava certo.

— Mas, Airen, mesmo sendo você…

“Eu nunca vou perder.”

Illia murmurou em voz baixa e voltou a olhar para a carta. Após lê-la duas vezes, guardou cuidadosamente o bracelete e a carta. Então pensou que deveria visitar o sacerdote novamente em breve.


— Merda, merda, merda, merda! — vociferou Judith enquanto andava pelas ruas, retornando à hospedaria.

A ousada mulher não estava de bom humor por razões óbvias. Como poderia estar feliz ao perceber que a pessoa que pensava ter alcançado estava muito acima dela, como no céu? Pelo menos era bom que ela já tivesse superado o choque, a depressão e a sensação de perda. Para ser honesta, ela há muito usava essas emoções como combustível para sua competitividade.

“Tá bom, vou aceitar. Você é muito mais forte do que eu por enquanto.”

Judith assentiu. Seu cabelo vermelho balançou enquanto ela fazia isso. Ela tinha que aceitar a realidade: era apenas uma especialista, enquanto Illia era uma Mestre Espadachim. Sua amiga era ainda maior que o poderoso Zett Frost, então não fazia sentido tentar derrotar uma monstra como ela. Aceitar isso era o único caminho.

“Mas… em cinco ou talvez dez anos…”

Mesmo que dez anos não fossem suficientes, tudo bem. Khun, marido de Keira Finn, a vice-diretora da Academia de Esgrima Krono, passou décadas treinando apenas para vencer o diretor Ian.

— Você vai ver…

Judith rosnou como uma fera. Ela venceria no final e alcançaria a vitória. Mesmo que estivesse no ponto mais baixo e precisasse olhar para cima, decidiu que subiria até estar no mesmo nível, não importava quanto tempo levasse.

— Eu consigo! Entendeu?!!! — gritou Judith.

— Argh! O quê?!

— O que está acontecendo?

— Que diabos… Ela está louca?

Muitas pessoas na rua olharam perplexas para Judith, que gritava no meio do caminho. E, claro, Judith não se importou. Ao chegar na hospedaria, sorriu abertamente e abriu a porta. Encontrou seus amigos imediatamente. Brett, Airen, Lulu e Khubaru estavam lá. Fazia tempo que os cinco não se reuniam para jantar. Ela se sentiu bem e sentou-se à mesa com uma expressão radiante.

Mas Brett parecia estranho.

— Hmm?

Não, ele não era o único. Era difícil decifrar a expressão de Lulu, já que era uma gata, mas Khubaru, um orc, tinha uma expressão semelhante à de um humano, o que a fez perceber que ele também estava com um olhar estranho.

Os dois olhavam estranhamente para Airen. E a resposta veio rapidamente, quando Brett explicou o que aconteceu entre Airen e Illia com uma expressão atônita após um gole de cerveja.

— Então… resumindo… Airen decidiu desafiar uma Mestre Espadachim em quatro meses. Em esgrima — disse Brett.

— Eu sabia que ele não era normal, mas nunca imaginei que faria algo tão insano — Brett balançou a cabeça e terminou sua cerveja.

Era óbvio por que ele pensava assim. Airen era incrivelmente habilidoso para sua idade e provavelmente acabaria alcançando uma posição alta na Terra da Provação. Mas isso não significava que ele se tornaria tão forte a ponto de derrotar uma mestre em apenas quatro meses. Khubaru parecia pensar o mesmo, com apenas Lulu concordando com Airen.

— Isso é tão incrível, Airen! É assim que um feiticeiro deve ser! Você nunca vai superar seus próprios limites se pensar que o impossível é impossível! Eu acredito que o Airen vai derrotar uma Mestre Espadachim! De verdade! — Lulu vibrou energeticamente.

— Gata inútil — resmungou Khubaru.

— Você! Vou te dar uma lição!

Lulu pulou dos braços de Airen e bateu na mesa. A gata vinha treinando silenciosamente ultimamente, mas hoje parecia animada. Ainda assim, era apenas uma gata fofa aos olhos das pessoas. E, normalmente, Judith teria aberto os braços para abraçá-la sem se importar em ficar com pelos na roupa.

Mas ela não estava com humor para isso.

— É isso mesmo… — murmurou Judith.

— Hã? — perguntou Brett.

— Eu vou fazer isso…

— Fazer o quê?

— Vou desafiá-la também! Estou aqui para lutar contra ela, então vou lutar pelo título de campeã!

Judith bateu com o punho na mesa. Lulu, Brett e Airen a olharam surpresos, e Khubaru fixou o olhar no impacto. Felizmente, a mesa não foi danificada… até que Judith bateu novamente, quebrando-a parcialmente.

— N-Não! — gritou Khubaru.

— Airen, você não é o único empolgado para lutar! Eu também posso ser competitiva! — declarou Judith.

— Então, prestem atenção e não esqueçam! …Vou treinar!

— Onde…

— Em qualquer lugar! — gritou Judith ao ouvir a pergunta de Airen, indo em direção à saída da hospedaria. Parou no balcão, deixou uma moeda de prata e saiu. Era o pagamento pelo dano à mesa. Brett acenou aprovando a sensatez de sua ação e falou com Airen.

— Ela foi influenciada por você, não por Illia. Dá para entender por quê.

Estabelecer uma meta impossível normalmente atraía zombarias, mas Judith era diferente. Para ela, era vergonhoso não ter um objetivo além de seus limites. Então, ao perceber isso, escolhia uma meta ainda mais desafiadora e trabalhava duro para alcançá-la. Esse era o jeito de Judith, como Brett sabia.

“Mas ele… não faço ideia do que se passa na cabeça dele.” O jovem de cabelo azul olhou para Airen. Judith sempre foi assim, mas por que ele se colocaria em um desafio impossível como esse?

— Airen — chamou Brett.

— Hã?

— Você está confiante?

— Confiante sobre o quê?

— Sobre derrotar Illia. Você deve ter algum plano em mente quando diz isso, certo?

— Não — respondeu Airen, tão confiante que Brett ficou paralisado de choque. Airen continuou: — Não importa se eu posso ou não fazer isso.

— O que importa é se vou ou não tentar. E, com certeza, vou tentar.

Airen declarou com majestade e seriedade. Então, de repente, mudou de expressão e disse a Brett:

— Então você tem que me ajudar.

— Ajudar com o quê?

— Como eu posso derrotar uma Mestre Espadachim?

— Vamos começar com algumas ideias.

— Você é maluco…

Brett, que sempre fora gentil com Airen, não conseguiu segurar o desabafo dessa vez. Suspirou e pediu mais uma jarra de cerveja.

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