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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 152

Quem São Vocês?! (1)
— Eu vou dirigir a carruagem.

Brett se ofereceu para dirigir a carruagem quando os quatro aprendizes decidiram aceitar todos os trabalhos de Khubaru. Ele frequentemente se sentava ao lado de Khubaru enquanto este dirigia, e, como montava a cavalo desde jovem, achava que faria o melhor trabalho. E ele estava certo, em sua maioria.

— Hmm? Hmm.

— EI! Não consegue dirigir direito?! — Judith gritou, irritada.

— É a minha primeira vez dirigindo a carruagem. Espere até eu me acostumar.

A carruagem balançava mais do que quando Khubaru a conduzia, mas Brett não era tão ruim. Até Judith parou de reclamar após cerca de uma hora. Porém, o verdadeiro problema era que Brett era péssimo em encontrar o caminho.

— Hã? Você não disse que chegaríamos à cidade na hora do almoço? — perguntou Judith.

— Este mapa está errado — respondeu Brett.

— Cala a boca! Você só pegou o caminho errado! — retrucou Judith.

— É mais difícil do que parece. A estrada não vai direto ao destino, então há discrepâncias ao fazer algumas curvas…

— Que se dane! Isso vai nos atrasar pelo menos mais duas horas!

Khubaru ria em silêncio enquanto observava a discussão entre Judith e Brett. Não estava tão ruim. Considerando que era a primeira vez de Brett, ele estava até indo bem, então Khubaru pensou que apenas dar algumas dicas ao longo do caminho seria suficiente. Mas começou a repensar isso assim que chegaram à cidade.

— Será 32 pratas por noite.

— Certo. Aqui…

“Espere, espere um minuto! 32 pratas por noite é caro demais!”

Era por estarem acostumados com abundância de dinheiro? Lulu, Brett e Illia eram terríveis em perceber o valor justo de mercado. Eles aceitavam todos os preços que os lojistas diziam com olhares hesitantes, mas gananciosos, o que frustrava Khubaru. Não era certo pagar o dobro ou o triplo do preço original, só porque tinham dinheiro de sobra.

— Espera aí, o quê?! Isso não é um hotel de luxo na cidade! Como você pode cobrar 32 pratas por noite aqui?! Isso é um absurdo! — gritou Judith.

— Haha, mocinha. Você deveria respeitar um adulto…

— O quê? Um adulto? Respeito? Seu cretino, você não merece respeito algum…

E isso gerava um problema maior quando Judith intervinha, mesmo sabendo os preços de mercado. Ultimamente, ela tinha ficado mais temperamental e facilmente levantava a voz, causando confusão. Ela estava prestes a quebrar alguma coisa, se Airen não tivesse interferido.

Após alguns incidentes assim, Khubaru ficou preocupado. E havia algo ainda pior do que tudo isso: as habilidades culinárias de Illia.

— Ei! Mas o que é isso, cara?! O que você fez com essa carne cara?! — Judith gritou.

— Eu não fiz nada. Por que você é tão rude? — perguntou Illia.

Era porque Illia se sentia desconfortável vendo todos assumirem um trabalho? Quando o grupo não conseguiu chegar à próxima cidade antes do anoitecer e decidiu acampar, ela disse que prepararia o jantar. Todos ficaram um pouco desconfiados, mas permitiram, já que parecia que ela apenas grelharia a carne sobre o fogo. No entanto, o prato que ela entregou era horrível. A carne, que certamente era de alta qualidade, havia se transformado em um objeto monstruoso.

Brett pegou o garfo e a faca, suspirou, e murmurou baixinho.

— Parece couro de goblin do inferno retorcido.

— O quê…?! — Illia exclamou, chocada.

— Brett está certo. Quero dizer, eu entenderia se você simplesmente queimasse tudo. O que você fez para criar essa porcaria? Como você cozinhou isso? — perguntou Judith, com uma careta.

— Eu não fiz nada de especial. Só lavei a carne, coloquei óleo na panela, pus no fogo…

— Você tá falando sério? Por que lavar carne processada?! E quanta quantidade de óleo você colocou na panela?

— Mais ou menos isso…

— Urgh, você quase mergulhou a carne na lata de óleo!

Illia olhou ao redor para os outros enquanto Judith gritava com raiva. Ela não parecia em nada com a campeã da Terra da Provação agora. De qualquer forma, Brett e Lulu soltavam suspiros repetidos, e até Airen, seu aliado mais confiável, deu algumas mordidas na carne antes de largar os utensílios, o que deixou Illia chateada. Então, determinada, ela pegou uma fatia de carne em seu prato. Mas, ao perceber que não conseguia cortá-la facilmente com a faca, instintivamente invocou sua Aura da Espada, cortando a carne e o prato ao meio.

— Ah, entendi. Você cozinhou a carne assim porque é uma mestre espadachim, né? — Judith disse sarcasticamente.

A carne caiu no chão junto com o prato partido, e Illia se retirou para a carruagem com uma expressão triste.

Khubaru abriu a boca depois de observar tudo isso em silêncio.

— Vou assumir tudo o que tenho feito. Peço ajuda a vocês quando precisar.

— Certo — disse Airen.

— Isso seria o melhor — disse Brett.

— Concordo — disse Judith.

— Sim! — gritou Lulu.

Depois daquele dia, a paz voltou ao grupo. Illia, uma nobre de uma família prestigiada, finalmente pôde descansar tranquila. Mas ela não era ingênua ou inocente em todos os aspectos.

— Como acabei de mostrar… você pode usar a aura dessa forma para se movimentar de forma diferente — explicou Illia.

— Hmph. Com certeza. Mas não parece fácil de fazer…

— Ah, no meu caso, eu uso assim, como se estivesse afastando a água, o que faz com que…

— Ah, entendi. Parece realmente mais fácil assim. Illia, é assim que você faz?

— Sim. Está próximo.

— Hmm.

Enquanto Judith e Brett retomavam a discussão, Illia os ajudava com seu vasto conhecimento em esgrima e utilização de aura, ao contrário de Airen, que demorava um pouco mais para se adaptar. Enquanto ela compartilhava seus segredos sem hesitação, Airen os auxiliava com seus ‘olhos que enxergam a aura’, que Brett absorvia como uma esponja.

Judith começou a se sentir desconfortável ao observá-los. Era certamente bom que dois mestres espa ajudassem no treinamento. Até Brett fazia sua parte. Ele não liderava os treinos, mas compartilhava ideias surpreendentes que impressionavam Illia, fazendo até a sempre orgulhosa Judith acenar com a cabeça em concordância.

E esse era o problema.

“Maldição.” Judith sentiu, mais uma vez, que havia perdido. Mas escondeu isso e se esforçou para participar das discussões. Não só isso, ela também se esforçou muito para acompanhar os dois—não, os três gênios. Isso a fez superar seu estado estagnado e progredir um pouco, mas…

— Ah, agora entendi. É assim — disse Brett.

— Seu método também é muito eficiente. Foi de grande ajuda — elogiou Illia.

— Obrigado, Brett — disse Airen.

Judith não conseguia diminuir a distância entre eles.

“Não se importe com eles. Apenas foque em você mesma. Não, na verdade, eu devo me importar com eles. Eu preciso ficar ainda mais obcecada para alcançá-los. Sim, é assim que devo pensar.”

Judith vivia em dilemas constantes, o que frequentemente a deixava sobrecarregada. No entanto, ela suportava isso e se esforçava para viver cada dia como se nada tivesse acontecido. Mas, às vezes, era difícil conter toda a raiva que borbulhava em sua mente.

— Oh! Um licor tão refinado em uma cidade tão pequena! — comentou Khubaru.

— Sim. É realmente… Hmm. Ah, a propósito, nem fizemos um brinde desde que a Illia se juntou a nós.

— Certo! Então deveríamos fazer uma festa esta noite! Com essa bebida incrível!

“Esses bêbados malucos!”

Judith sentiu uma onda de irritação ao observar Khubaru e Brett, o que era bastante estranho. Ela sabia que eles sempre eram assim, e até costumava se juntar a eles para beber de vez em quando. Mas, desta vez, não gostou de vê-los tão relaxados.

Contudo, ela não demonstrou isso. Judith havia amadurecido muito agora e não podia simplesmente descarregar sua raiva nas pessoas à sua volta. Não poderia se irritar com Khubaru, um adulto de verdade, que nunca demonstrava descontentamento, mesmo assumindo todas as tarefas triviais. Quanto a Airen, embora seu talento a deixasse furiosa só de olhar para ele… ela não podia se zangar com aquele amigo genuinamente bondoso. Lulu, então, estava completamente fora de questão.

E Brett…

“Não, melhor nem pensar nisso.” Judith balançou a cabeça e se virou, notando Illia olhando curiosa para a garrafa de licor sobre a mesa.

“Sabe de uma coisa? Ela me irrita um pouco.”

Não era como se Judith realmente odiasse ou desprezasse Illia, mas era verdade que tinha menos proximidade com ela do que com os outros no grupo. Isso fazia de Illia um bom alvo para descarregar um pouco de sua raiva. Porém, Judith não tinha intenção de fazer nada maldoso.

“Mas acho que… posso provocá-la um pouco.”

Judith sorriu maliciosamente e chamou Illia.

— Illia.

— Hã?

— Você já experimentou beber antes?

— Não.

— É mesmo? Então, por que não tenta agora?

— Hmm… Não sei. Parece uma bebida forte. Não sei se consigo…

Illia balançou as mãos de forma evasiva, mas Judith sorriu e disse em um tom baixo e provocador:

— Vai arregar?

Foi uma palavra curta, um gíria que nenhum nobre usaria. Mas Illia entendeu o significado de forma mais clara do que qualquer expressão elegante.

Calma. Illia fechou os olhos e respirou fundo. Ela sabia que Judith era assim. Não, comparado a como ela era irritante no passado, isso até parecia bonitinho.

— E aí, vai arregar?

— Tudo bem… Você também vai beber, certo?

Mas Illia cedeu à segunda provocação de Judith. Em seguida, abriu os olhos e acrescentou:

— Que tal fazermos uma aposta?

— O quê? Uma aposta? — Judith perguntou.

— Sim. Nós bebemos um copo de cada vez até uma de nós desistir ou desmaiar. Não parece divertido? — sugeriu Illia.

— Hah! — Judith exclamou, surpresa.

— Ei, Illia… — murmurou Airen.

— Judith, Illia, vocês duas deveriam parar agora — disse Brett.

— Oh! Eu já vi algo assim muitas vezes no passado! É um desafio? Um desafio de bebida?! — gritou Lulu, animada.

— Ha… hahaha — Khubaru riu.

Enquanto Lulu e Khubaru apenas observavam, Airen e Brett tentavam impedir as duas. Quem não ficaria preocupado ao ver Judith, uma péssima bebedora, e Illia, que nunca havia bebido, apostarem? A responsabilidade era delas, mas, mais do que isso, eles realmente se preocupavam com elas e achavam que era certo tentar detê-las.

— Você vai arregar? — provocou Illia novamente, agora com uma expressão um pouco constrangida.

Judith bateu na mesa e se levantou.

— Tudo bem! Aceito o desafio! Devemos pegar uma mesa separada?!

— Sim. Podemos ter dois copos aqui?

— Ah… ah…

Judith e Illia se mudaram para uma mesa diferente antes que Airen e Brett pudessem detê-las. Enquanto se encaravam, o dono do local trouxe uma garrafa de uísque forte e um copo com uma bola de gelo. Judith então falou com ele.

— Ah, não preciso de gelo. Mas talvez você precise, Illia.

— Eu… também não preciso de gelo.

— Haha, vocês duas são bebedoras? Certo, então. Aqui está o copo.

O dono do local pegou o copo com gelo de volta e trouxe um pequeno copo, enchendo-o até cerca de três quartos. As duas continuaram se encarando, sem trocar palavras.

O ar ficou tenso enquanto Judith e Illia pegavam seus copos, observando cada detalhe do movimento uma da outra para garantir que nenhuma derramasse uma gota.

Claro, isso não aconteceu. Logo, as duas espadachins orgulhosas esvaziaram os copos de uma vez só. E foi isso que Judith conseguiu se lembrar daquele dia.

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