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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 79

Khubaru o Elementalista (1)

— Ufa. Obrigado. Nem quero imaginar quanto tempo ele teria me batido se não fosse por você.

— Certo, sem problema.

— A propósito, se importa se eu pedir uma cerveja? A dor está me matando. Acho que vai ajudar se eu beber um pouco…

— Claro.

Airen Farreira assentiu para Khubaru, o Orc Oráculo. O orc certamente tinha talento para pedir favores. Um cliente que ele conhecera cinco anos atrás estava pagando sua comida e, ainda assim, ele pedia mais. Ele também havia pedido dinheiro emprestado a Airen para pagar uma dívida de jogo, que era o motivo pelo qual o homem estava batendo nele. Quando percebeu que seu oponente de apostas não tinha dinheiro para pagar, o homem recorreu à violência.

“Por que ele apostou se não tinha dinheiro?”

Airen não conseguia entender, mas também não podia simplesmente ignorar. Sempre foi do tipo que ajuda os outros, ainda mais alguém que conhecia. Mas o maior motivo era a nota que o orc lhe deu cinco anos atrás, que lhe trouxe uma nova perspectiva e levou a um despertar.

Permanecer ereto não significa estar sozinho.

Talvez a nota tivesse um trecho impactante, mas ajudou Airen no momento em que ele precisava. Talvez sua influência tenha permitido que ele se tornasse mais aberto com os colegas da academia e compartilhasse suas histórias. Ele costumava ser muito reservado quando se tratava de relacionamentos. Além disso…

“Ainda me pergunto por que ele achou que eu era mais velho do que aparento.”

Airen olhou para o orc oráculo, que se apresentou como Khubaru.

Talvez o orc soubesse sobre o sonho e o homem misterioso e tenha pensado que Airen era mais velho do que parecia. Então Lulu perguntou:

— Você. Não está sendo intrometido demais?

Tap, tap.

Lulu, que estava quieta até então, bateu na mesa, mas, claro, de um jeito característico de um gato. Não importava o quanto tentasse, o som de um gato batendo na mesa não parecia ameaçador. No entanto, com os olhos irritados mirando Khubaru, Lulu falou novamente:

— Se você é apenas um oráculo de cinco anos atrás, você não é ninguém para o Airen! E ainda assim pediu dinheiro emprestado a ele e o fez pagar sua comida! Você é um orc ruim! Especialmente com todo esse negócio de apostas!

— Hã? Apostar não é algo ruim, minha amiguinha.

— Eu não sou pequena! Sou bem grande comparada a outros gatos!

Lulu se ergueu e estufou o peito. Isso a fazia parecer um pouco mais alta, mas ainda era apenas um gato. Khubaru engoliu um gole de cerveja com um olhar desinteressado e respondeu:

— Continua pequena.

— Você!

— Seria ruim se eu fosse um viciado que gasta todo o dinheiro, a cabeça e tudo mais em apostas. Mas não é isso que sou. Estou apenas trocando meu dinheiro, uma moeda mundana, pela minha felicidade. Se eu posso ter um momento agradável com apenas algumas moedas, isso não seria um negócio lucrativo?

“Que besteira é essa?” Airen ficou perplexo. Faria mais sentido se o orc não tivesse se metido em problemas com apostas momentos atrás.

Mas Lulu parecia não encontrar palavras para argumentar. Parecia derrotada, batendo os pés como se aceitasse que aquilo fazia sentido. Foi então que Khubaru sorriu e estendeu a mão em direção à cabeça de Lulu.

— Não me toque!

Claro, Lulu deu um tapa na mão de Khubaru com as patas dianteiras. Foi incrivelmente rápido, até mesmo para os padrões de Airen, que era um espadachim experiente.

Mas a reação de Lulu começou a mudar. Há um momento, ela tentava pular para trás enquanto gritava, mas agora inclinava a cabeça para frente.

— Que cheiro é esse?! É tão bom!

Ela até pulou no braço de Khubaru para esfregar o rosto, cheirar e lamber. O comportamento estranho da gata preta deixou Airen perplexo, e Khubaru falou com um sorriso profundo:

— Passei um pouco de pó de uma fruta chamada Taihoi na minha mão. Ela só cresce na região noroeste do continente. Os gatos ficam loucos por isso.

— O quê, existe algo assim? — disse Lulu.

— Quer um pouco?

— Quero muito! Não um pouco, quero um monte!

— Vou te dar se prometer gostar de mim a partir de agora.

— Não posso garantir. Mas não vou te odiar mais.

— Tudo bem, temos um acordo.

Khubaru assentiu e tirou uma bolsa do bolso. Os olhos e o nariz da gata preta seguiram o objeto. Depois de confirmar que era o que queria, Lulu o agarrou e voltou para os braços de Airen. Já parecia um pouco embriagada com o cheiro da fruta Taihoi.

— Airen… talvez… esse orc… não seja tão ruim, afinal…

— Hmph, agora que fiz amizade com sua difícil amiga feiticeira… Vamos lidar com o dinheiro que peguei emprestado de você — disse Khubaru.

— Hã? Achei que você não tinha…

— Esqueceu quem eu sou? Sou um oráculo! Um orc oráculo, muito mais preciso que videntes humanos! Tenho certeza de que posso pagar minha dívida olhando para o seu futuro de graça.

Ele se gabava descaradamente. Lulu teria apontado que o orc ser pobre não fazia sentido se ele fosse um oráculo tão excepcional, mas a gata estava embriagada com o aroma da Taihoi. Além disso, Airen estava curioso sobre as habilidades de Khubaru, pelos motivos já mencionados. Talvez a nota de anos atrás fosse apenas uma coincidência, mas não importava.

“Posso fazer algumas perguntas para ver se ele é legítimo ou não.”

Airen assentiu. Ele não sabia muito sobre oráculos, mas tinha ouvido algumas coisas. Havia rumores de grandes oráculos que adivinhavam aniversários, eventos passados ou recentes apenas ouvindo a hora de nascimento de uma pessoa. Airen não teria acreditado nisso no passado, mas havia mudado. Após perceber o que era possível através da feitiçaria, ele podia aceitar que um oráculo habilidoso fizesse algo assim. Mas…

— Você tem uma árvore de caqui em casa? — perguntou Khubaru.

— Não…?

— Ah, talvez você tenha tido no passado. Só não se lembra porque era muito jovem.

— Tenho certeza de que não temos isso em casa.

— Talvez sua família tenha plantado uma há alguns dias? Tenho certeza de que você encontrará uma quando voltar para casa.

— E-eu… E sobre mim? Leia o meu futuro — pediu Lulu, ainda parecendo um pouco tonta.

— Você? Hmm… É fácil. Parece que você adora peixe fresco.

— Mas todos os gatos adoram isso.

— Você sabe disso porque é uma gata. Eu sou um orc, então não sabia. Mas descobri porque sou um oráculo excepcional.

As adivinhações de Khubaru eram, no mínimo, um desastre. Ele dizia coisas vagas, torcendo para acertar, e dava respostas diferentes se errava. E, se isso não funcionava, tentava se esquivar. Esse tipo de vidência fazia qualquer um perder a confiança.

— Airen, acho que esse orc é um oráculo falso… — sussurrou Lulu no ouvido de Airen.

Sua voz estava alta, então Khubaru ouviu o que disse. O orc coçou a cabeça.

— Ah, que droga. Desculpa, não estou no meu melhor hoje. Acho que isso acontece — disse Khubaru.

— É, suponho que sim — respondeu Airen.

Ele estava desapontado, mas não se sentia mal. Não precisava que o orc fosse um grande oráculo. A nota que recebera cinco anos atrás já o ajudara imensamente, então considerava o dinheiro emprestado a Khubaru como pagamento por aquilo. E ao considerar o pó da fruta Taihoi que o orc deu para Lulu, Airen sentia que recebera mais do que pagara. Mas Khubaru ainda não havia desistido.

— Oh, meu amigo. Você não confia nas minhas adivinhações, eu vejo.

— Ah, er eu… — Airen ficou surpreso.

Um bom mentiroso diria que não era verdade, mas Airen não era bom nisso. Pensou em como sair daquela situação, mas não encontrou uma solução.

A atmosfera, porém, não era nada séria. Khubaru também não parecia ofendido. Talvez apenas envergonhado. Mas, naquele momento, o que o orc oráculo disse mexeu profundamente com Airen.

— Sua carga é maior do que quando o vi pela última vez.

— O quê?

— Antes, estava oculta, mas agora está exposta. Uma estaca de ferro robusta e pesada está cravada em seu coração. Tenho certeza de que está sendo difícil para você.

— E você não colocou essa estaca aí. Alguém que não tem relação alguma com você está ocupando o seu lugar — disse Khubaru.

— O quê? Você não era um oráculo falso? O que deu em você…? — perguntou Lulu, com um olhar surpreso.

— Hmph, hmph. De fato, não sou bom em adivinhações. Mas agora estou olhando para Airen através do elementalismo, não da adivinhação. Embora meu elementalismo não seja tão bom quanto o de alguns elementalistas notáveis por aí… não sou tão ruim a ponto de não reconhecer um elemento metálico tão poderoso e antinatural diante de mim.

Khubaru riu de forma embaraçada enquanto Airen ficava sério. Lulu também franziu a testa, sabendo exatamente o que Khubaru queria dizer.

O homem do sonho, que passara toda sua vida dedicado à esgrima, lembrava um metal refinado por muito tempo. Sua esgrima também era assim. Até mesmo os colegas de Airen, que nada sabiam sobre o homem, descreviam Airen como um ‘gigante de aço’ quando ele usava a esgrima. Era uma impressão duradoura. Airen não conseguia controlar sua brutalidade e peso.

A estaca de ferro mencionada por Khubaru se encaixava perfeitamente naquela situação. Airen olhou profundamente para o orc.

Khubaru desamarrou uma das bolsas e despejou o conteúdo sobre a mesa. Era apenas terra, e não algo único como o pó da fruta Taihoi, mas o que aconteceu a seguir foi extraordinário. A terra formou um bloco e então se transformou em metal sólido.

— Elementalistas orcs acreditam que os cinco elementos criaram o mundo. A terra dá origem ao metal…

Enquanto Khubaru movia a mão, gotas de água apareceram na superfície do metal. Logo, a água pingou no chão, e uma árvore do tamanho de um dedo cresceu sobre ele.

— O metal atrai a água, a água faz crescer as árvores. E a árvore…

Tlac!

Quando Khubaru estalou os dedos, uma chama surgiu sobre a árvore. Logo, o fogo consumiu a madeira e desapareceu, deixando apenas cinzas. Khubaru então apontou para aquilo.

— Traz o fogo, e a chama logo retorna à terra. Esse ciclo dos cinco elementos mantém constantemente o mundo.

— E também é assim que a vida funciona. A terra dá origem ao metal, o metal gera a água, a água alimenta as árvores, a árvore traz o fogo, e então tudo retorna à terra. A origem da vida também mantém seu equilíbrio através da coexistência dos cinco elementos.

— Então… você está dizendo que meu equilíbrio entre os elementos está fora de controle? — perguntou Airen.

— Você está certo. Como eu disse antes, a espessa e pesada estaca de ferro restringe seus movimentos.

— Como faço para me livrar dela?

— Você não pode. Eu disse que o equilíbrio é importante. Mas o poder do metal é tão forte no seu caso que precisamos encontrar um poder oposto para empurrá-lo de volta. No seu caso, é o elemento do fogo. E isso… na verdade, seria benéfico para você.

Enquanto Khubaru agitava a mão, o metal reapareceu na terra. Era pequeno, mas certamente parecia uma estaca. Era grosseira e mantinha uma forma simples, o que dificultava seu manuseio. Mas quando a chama a tocou, as coisas mudaram.

O calor começou a transformar a estaca. Sua base robusta tornou-se um cabo, e o topo se transformou em uma lâmina. Tornou-se uma espada. Uma bela espada que até as pequenas figuras dos contos de fadas ficariam felizes em segurar e usar.

Airen olhou para ela, entorpecido, enquanto Khubaru lhe entregava a pequena espada.

— A estaca de ferro pode ser um fardo agora, mas, através do fogo… você pode refiná-la em uma espada incrível que qualquer um ficaria feliz em empunhar.

— E o que eu preciso para acender o fogo e refiná-la…?

Airen perguntou. Não havia mais leveza na atitude do orc. Khubaru, como Elementalista, era completamente diferente de quando atuava como oráculo. Airen olhava para ele com desespero, e Khubaru deu-lhe uma resposta simples.

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