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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 82

Os Espadachins Mais Fortes do Continente (2)
— Hmm… Não. Não sei muito sobre eles. Só sei que o Diretor Ian, da Academia de Esgrima Krono, é um dos espadachins mais fortes do continente — respondeu Airen.

— É tudo o que sabe? — perguntou Khubaru.

— É. Ah, ouvi dizer que Joshua Lindsay também é um espadachim poderoso.

— Eu sabia que você não se interessava muito por outras coisas, mas não achei que fosse tão ignorante sobre espadachins…

Airen Farreira ficou um pouco envergonhado. Embora Khubaru mencionasse os homens mais fortes do continente, era provável que todos fossem espadachins. Magos precisavam cumprir muitos requisitos para usar magia, e isso geralmente exigia muito tempo de preparação, o que os tornava mais fracos que espadachins poderosos. Já os feiticeiros tinham poderes imensuráveis, então eram excluídos dessas comparações.

“Os únicos que conheço são os da Krono”, pensou Airen.

Fora eles, Airen só conhecia Hill Burnett, dos Cavaleiros do Crepúsculo. Mas Hill estava longe do nível das pessoas que Khubaru mencionava.

O orc tomou um gole de água, limpou a garganta com uma tosse seca e começou sua história.

— No passado, os dez homens mais fortes eram todos dos Cinco Reinos do Oeste e do Reino Sagrado. Cinco famílias renomadas de espadachins, os capitães dos Cavaleiros Brancos e dos Cavaleiros Vermelhos… Esses já somavam sete pessoas. E os espadachins desses reinos geralmente completavam as três vagas restantes.

Mas isso mudou há cerca de cinquenta anos, quando espadachins de outras partes do continente começaram a surgir, saindo das sombras. A pessoa mais famosa entre eles foi, claro, Ian, o diretor de Krono. Ele era um plebeu do continente central, com um talento promissor desde jovem. Tornou-se mestre espadachim aos vinte e cinco anos e, aos cinquenta, já era um dos cinco melhores espadachins do continente.

Até hoje, seu nome é mencionado quando se pergunta quem é o espadachim mais forte, sendo uma figura mais importante que os próprios reis para o povo comum.

— Mas não acho que ele seja o mais forte do continente. Há outra pessoa — disse Khubaru.

— Outra pessoa…? — perguntou Airen, confuso.

— Ele também é um plebeu. Já ouviu falar de um homem chamado Khun?

— Khun?

Airen franziu a testa, tentando lembrar onde ouvira aquele nome familiar. Apenas vagamente se lembrava de tê-lo escutado na Academia de Esgrima Krono.

— Só para você saber, Khun é casado com a vice-diretora da Krono. O casal de mestres espadachins. Não é incrível?

— Ah, é verdade. Já ouvi falar dele.

— É? Bem, eles são famosos. De qualquer forma…

Airen ouvia com interesse, fascinado pela história de Khubaru. Aquele homem era quem a vice-diretora da Krono achava que podia ser um professor de esgrima melhor que Ian. Não havia como um homem assim ter uma vida ordinária. E a história sobre ele foi suficiente para satisfazer a expectativa de Airen, mesmo que fosse bem diferente do que ele imaginava.

— O quê? Aos setenta?

— Sim. Ele só se tornou mestre espadachim aos setenta anos.

— Mas isso é…

Airen ficou perplexo. Ele sabia que era tolice julgar um homem apenas pela rapidez com que se tornava mestre espadachim, já que a maioria nunca alcançaria esse nível. Mas ainda assim, tornar-se um mestre aos setenta? Não seria estranho se um homem comum já tivesse morrido nessa idade.

Se ele se tornou mestre espadachim com essa idade, significava que continuou treinando mesmo com um corpo envelhecido.

— Isso é incrível…

— Certo? Ouvi dizer que as pessoas nem sabiam da existência de um espadachim chamado Khun. Apenas o pessoal de Krono e alguns espadachins da região central sabiam dele. Dizem que ele competiu intensamente contra Ian. Ah, acho que alguns o conheciam por isso. Claro, zombavam dele sem piedade — Khubaru soltou uma risada.

O que ele disse era verdade. A maioria dos que conheciam Khun zombava de sua tolice. Diziam que ele deveria viver uma vida condizente com sua condição, em vez de tentar competir com um espadachim que não só era mestre, mas também o homem mais forte do continente. Mas Khun não desistiu de seus esforços, independentemente do que diziam, nem Ian evitou seus desafios.

O tempo passou até que, no ano passado, um certo mestre espadachim do oeste perguntou a Ian quem era o espadachim mais forte do continente, e ele respondeu:

— Acho que há dez anos, eu era o melhor. Sei que o capitão dos Cavaleiros Brancos discordaria, mas tenho que apostar em mim mesmo, não é? Haha.

— Mas isso mudou há cinco anos, quando empatei com Khun. Agora? Não sei mais. Talvez ele tenha ficado mais forte do que eu, ou talvez eu tenha ficado. Acho que só há um jeito de descobrir. Então, não tenho certeza de quem é o mais forte agora.

Suas palavras chocaram o mundo inteiro. Depois disso, ninguém mais ousou subestimar Khun. Todo espadachim do continente desejava duelar com ele, e os plebeus o exaltavam como herói. Alguns que adoram espalhar boatos diziam que ele se tornou o mais forte do continente. Isso, na verdade, influenciou bastante Khubaru também.

Claro, o importante não era se Khun era o mais forte ou não. Seu valor estava na determinação inabalável que o manteve em frente mesmo aos noventa anos, provando um esforço inacreditável que despertava a admiração de todos. Pelo menos era isso que Airen pensava.

— Hmph. Vamos continuar? Sir Julius Hule, capitão dos Cavaleiros Brancos do Reino Sagrado, também é um espadachim incrível. As pessoas geralmente consideram ele, Ian e Khun como os três melhores espadachins do continente. E… — Khubaru prosseguiu.

Julius Hule era um cavaleiro do Reino Sagrado capaz de abater facilmente demônios poderosos comparáveis a diabos. E havia outros espadachins poderosos no mundo. Um deles era Joshua Lindsay, líder dos Lindsay, uma das cinco renomadas famílias de espadachins, e descendente do grande herói Dion Lindsay de 400 anos atrás. Também havia outros líderes das cinco famílias: Rey, Clifford, Preston, Paige, Karakhum, o Grande Guerreiro dos Orcs, e o capitão dos Cavaleiros Vermelhos do Reino Sagrado. E, por fim, havia a mais jovem mestre espadachim, Ignet, a Condessa de Cresensia, que estava logo abaixo dos dez melhores espadachins do continente.

— É muita coisa para pensar — disse Airen.

— Hmm? Ainda está pensando no Khun?

— Sim. Não consigo imaginar o que passava na cabeça dele ao treinar esgrima por tanto tempo.

— Nem eu. Homens comuns… não, a maioria dos homens teria desistido antes dos cinquenta. Mas ele se tornou mestre espadachim aos setenta e o mais forte espadachim aos noventa… Parece até coisa de livro. Um homem incrível.

— Tenho certeza de que ele já era incrível aos cinquenta, não era?

— Hmm?

— Sei que na época zombavam e ridicularizavam ele por ser um espadachim mediano… Mas ele já devia ser um grande homem naquele tempo.

Khubaru parou e ouviu o que Airen dizia.

Ele não falou por muito tempo. Apenas comentou que Khun, aos cinquenta, setenta e noventa, mesmo sendo espadachins de capacidades diferentes, provavelmente já era notável em cada uma dessas fases. Khun, aos cinquenta, não alcançava o nível que teria aos noventa, mas devia ter muito do que se orgulhar. Da mesma forma, podiam existir pessoas tão incríveis quanto ele que ainda não haviam atingido seu potencial total, mesmo que ninguém as reconhecesse.

“Um jovem fascinante, sem dúvida”, pensou Khubaru enquanto ouvia atentamente a teoria de Airen.

Khubaru só havia começado a falar sobre os homens mais fortes do continente porque era um assunto divertido. Decidir quem era o homem mais forte do mundo sempre despertava curiosidade, especialmente entre espadachins. Mas Airen reagiu de maneira muito diferente do que Khubaru esperava.

“Seus pensamentos não estão limitados à esgrima. Ele ouve as histórias com uma perspectiva ampla.”

A maioria dos espadachins teria feito perguntas práticas, como se o homem era realmente forte, que estilo de esgrima usava ou quais adversários derrotou para se tornar tão reverenciado. Mas Airen não fez isso. Em vez disso, tentou olhar além da fama, enxergando o que estava oculto.

“Ele não sabe muito, mas pensa com sabedoria”, ponderou Khubaru. Ele gostava de Airen e o admirava por isso.

Airen precisava desse tipo de estímulo. Khubaru achou que deveria criar mais tópicos para fazê-lo refletir, alimentando a chama até que ela pudesse arder intensamente um dia.

— Você está certo. Como acabou de dizer… Tenho certeza de que há muitas pessoas que ainda não atingiram todo o seu potencial — disse Khubaru com um sorriso.

— Não é?

— Tenho certeza de que veremos pessoas assim na Cidade de Derinku.

— Talvez elas estejam nesta cidade também. Talvez seja o dono da pousada que fez esta comida, ou o velho que cruzamos na rua… Ou talvez o alfaiate gordo que vimos ontem tenha algo a ensinar. Assim como Khun.

— Certo. Talvez o gordo de ontem seja um professor melhor que o Diretor Ian para alguém por aí.

— É verdade.

Airen assentiu. Em seguida, cutucou Lulu para acordá-la e pegou um garfo. A comida quente que o atendente acabara de trazer parecia especialmente deliciosa naquele dia. Mas o momento tranquilo da refeição não durou muito. Terminou antes mesmo de começar.

Um dos mercenários da mesa ao lado, o maior do grupo, levantou-se e caminhou até eles.

— Estou ouvindo essas besteiras de vocês, e não aguento mais — disse o homem.

— Hã? — Airen virou-se para ele.

— Você disse o quê? Que acha que um gordo dono de alfaiataria é igual ao diretor de Krono? Seus bastardos, como ousam falar assim do Diretor Ian?!

— Um moleque que deixa a espada no quarto enquanto come não deveria falar sobre ele desse jeito. Acha que um mestre espadachim é só mais um qualquer? É isso?! Hein?!

Airen ficou sem palavras. O que ele disse era apenas um exemplo. Ele quis dizer que um homem comum podia ter uma vontade forte no coração; nunca teve a intenção de desmerecer Ian ou outros mestres espadachins. E, na verdade, nem disse aquilo daquela forma.

Mas o grandalhão pensava diferente, olhando furioso para Airen e Khubaru. Felizmente, outro homem do grupo correu até eles para se desculpar em nome dele.

— Desculpe. Ele é um pouco explosivo e está bêbado, então…

— Hã? Do que está falando? Nunca fico bêbado!

— Cala a boca! Desculpe, ele admira os espadachins da Academia de Esgrima Krono, e isso o deixou exaltado. Vamos voltar para nossa mesa quietos, então, por favor, entendam.

— Ah, sim — respondeu Airen, assentindo.

A situação parecia estranha. Seria porque falaram sobre Krono? Ele sentiu como se tivessem o insultado e elogiado ao mesmo tempo. Pelo menos era bom que aquilo não tivesse se transformado em uma briga. Ou assim ele pensava.

Lulu, que acabara de acordar de seu sonho, ainda sonolenta, olhou entre os mercenários e Airen e murmurou:

— Airen, é por isso que Kiril disse que você devia mostrar sua força, em vez de agir de forma ingênua e tudo mais. Os fracos não vão te reconhecer se você não fizer isso.

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