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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 93

Espadas Numeradas de Vulcanus (7)

Pouco antes de Airen e seu grupo darem o primeiro passo na cidade de Derinku, Airen passou um longo tempo meditando para digerir o conselho de Khubaru. O orc havia dito que eram palavras tolas, mas Airen não pensava assim. Ele não esquecia que fora Khubaru quem o fizera decidir embarcar nessa jornada e desejar crescer mais do que nunca.

Airen assentiu, fechou os olhos e lançou a pergunta para si mesmo: ‘o que é uma mentalidade competitiva?’ Não sabia ao certo e não tinha ideia. Essa era sua resposta honesta.

Mas ele tinha seus motivos. Em toda a sua vida, nunca pensara em competir com alguém para vencer. O único caso que se aproximava disso era quando teve problemas com o Visconde Gairon, mas aquilo estava longe de ser uma mentalidade competitiva. O que sentiu na época foi determinação. Passara cada dia tentando deixar de ser um homem tolo para se tornar um bom filho e irmão.

“O que devo fazer?”

Os pensamentos de Airen se aprofundaram. Ele tinha memórias às quais podia recorrer. Seu tempo na Academia de Esgrima Krono era um bom exemplo. Lá, todos, exceto ele, faziam de tudo para sobreviver ou liderar diante dos outros.

Brett Lloyd e Judith treinavam com mais fervor do que qualquer outro. E suas ações influenciaram muitos aprendizes na época. O único problema era…

“Eu não era um deles.”

Ele suspirou. Mas não podia evitar. Naquela época, era um fantoche do homem em seu sonho. Passava os dias de forma mecânica, sem saber por que empunhava uma espada. Esse pensamento fazia com que se arrependesse daquele tempo, pois ele estava frio enquanto todos os outros ardiam.

Nesse momento, teve um lampejo de memória do exame intermediário. Ele estava em ótimas condições, com uma percepção mais ampla e uma mente clara que o permitiram quebrar seu recorde. Então, ele viu as costas da garota de cabelos prateados correndo à sua frente. A partir disso, algo pequeno começou a despertar nele.

“Eu senti isso antes… Eu senti!”

Na época, ele não tinha sonhos nem vontade de fazer algo, então talvez fosse inevitável que o sonho o controlasse. Mas, mesmo naquele estado, existia uma chama que poderia aquecer seu coração. Ele focou na pequena chama que encontrou no passado, lembrou-se da sensação que teve ao perseguir Illia, e então observou novamente as chamas de Brett e Judith, finalmente percebendo o calor dentro deles.

Com isso, ele lentamente fez sua chama crescer ao longo de três dias. Não era algo magnífico. Era pequeno, e alguns poderiam considerar isso nada. Mas era suficiente para Airen. Como Khubaru dissera, ter um pouco de algo e não ter nada era diferente. Ele levou esse sentimento para a competição, subiu ao palco para enfrentar Charlot, aprender a técnica de Victor, superar Gerog e vencer.

— Eu decidi! Este homem é o mestre da Décima Espada Numerada!

Airen se tornou o dono da Espada Numerada sem sequer desembainhar sua espada, o que o frustrou.

“Mas eu não preciso de uma espada.”

Isso era verdade. Ele aceitaria de bom grado se ela lhe fosse dada, já que a espada dizia tornar seu portador um mestre espadachim. Ficaria feliz, mesmo sem planejar usá-la. Mas ele havia subido ao palco para lutar com outros espadachins e aumentar sua mentalidade competitiva. Por isso, o anúncio repentino de Vulcanus o deixou um pouco decepcionado.

Claro, outros estavam ainda mais decepcionados. Victor, que havia derrotado inúmeros espadachins, e Charlot, igualmente forte, não pareciam nada satisfeitos.

— Não, espere… Espere, espere. Do que está falando…? — disse Victor, correndo até Vulcanus para argumentar.

— Ei, senhor ferreiro! O que acha que está fazendo?! — gritou Charlot, subindo ao palco com uma expressão frustrada.

Eles não eram os únicos. A multidão, que aguardava a luta entre Charlot e Victor, se transformou em uma turba furiosa.

— O que é isso?!

— Nem vimos sua técnica ainda! Isso é algum tipo de golpe?! É um golpe, certo?!

— Quem é esse garoto?! Um riquinho como ele não deveria levar a espada!

— Não, esse jovem não merece ser chamado assim. Ele parece inocente, mas é de Krono…

— Ah, então ele é mais forte que Charlot e Victor?! Isso é ridículo! Ele nem competiu! Isso é ultrajante!

— Todos vocês… Calem-se!

Calem-se…! Calem-se…! Calem-se…!

Todos taparam os ouvidos ao som ensurdecedor que ecoou. O grito de Vulcanus, amplificado por um item mágico, ressoou pela área. Ele certamente tinha um temperamento quente, mas isso funcionou. Depois que a multidão se silenciou, Vulcanus franziu a testa e falou:

— Eu já disse a todos vocês — começou Vulcanus em um tom exaltado. — Esta competição não é sobre encontrar quem é o mais forte. Eu só estou procurando um espadachim que me inspire. Só isso.

— Ei, Vulcanus, não se esqueça de nós — disse Pablo.

— Sim. Você não está sozinho nisso — acrescentou Dwanson.

— Corrijo-me. Nós, Pablo, Dwanson e eu, estamos tentando encontrar um espadachim que nos inspire.

Vulcanus continuou explicando. Falou com raiva, irritação, e às vezes se desviou do assunto, dificultando a concentração, mas seu ponto era simples: não havia ninguém ali, além do jovem Airen Farreira, que o inspirasse mais. Isso deixou todos sem palavras.

“Quem diabos é esse homem?”

“Ouvi dizer que ele é da Academia de Esgrima Krono, mas não é exagero deixá-lo levar a Espada Numerada sem lutar?”

“O que há com aquele velho? Ele ficou louco?”

“Os outros ferreiros concordam com ele?”

A confusão aumentou quando Pablo e Dwanson subiram ao palco e observaram Airen. Eles também o analisaram detalhadamente, como se fosse uma criação deles, e, após trocarem olhares com Vulcanus, assentiram e disseram:

— Eu também escolho este jovem — disse Pablo.

— Eu não queria escolher a mesma pessoa, mas não posso evitar. Quero ele demais — disse Dwanson.

— E… isso encerra a competição. Quanto a você, venha comigo — disse Vulcanus a Airen.

— Sim? Hã? Oh…

Vulcanus desceu do palco imediatamente, e Airen hesitou enquanto olhava ao redor. Victor e Charlot não pareciam felizes. Pablo e Dwanson também perceberam o clima tenso, então Pablo pigarreou e falou:

— Desculpem. Vulcanus pode ser egoísta às vezes. Ele não pensa em como os outros se sentem. Vocês estão desapontados?

— Não… Estou mais frustrado, na verdade — disse Victor.

— Sim. É claro, eu entendo — respondeu Pablo.

Pablo e Dwanson fizeram o possível para consolar os irmãos, prometendo descontos em mercadorias e até oferecer acessórios gratuitamente. Felizmente, os irmãos não causaram problemas. Na verdade, coçaram a cabeça e se desculparam com Pablo e Dwanson.

— Desculpe. Acho que não conseguimos esconder nossa desaprovação do resultado — disse Charlot.

— Peço desculpas. Sabia que esta competição tinha regras diferentes… — disse Victor.

— Haha, obrigado por dizerem isso.

Pablo e Dwanson suspiraram aliviados, assim como Airen.

— Hah! — Victor exclamou, como se estivesse aliviado. Então, com um sorriso, estendeu a mão para Airen.

— Parabéns. Eu sabia que você tinha algo especial, mas não achei que ganharia a Espada Numerada tão rapidamente.

— Er… bem…

— Não se desculpe. Honestamente, não me sinto bem, mas isso não significa que tenho algo contra você. Não é verdade, Charlot? — perguntou Victor ao irmão.

— Certo. Mas eu realmente o invejo — respondeu Charlot, assentindo.

— Sim, eu também. Acho que nós dois precisamos treinar mais nossa mente.

Os dois ferreiros e o espadachim sorriram ao ver os irmãos aceitarem o resultado com maturidade. E como tudo se resolveu positivamente, a multidão não podia mais reclamar do resultado.

— Ufa, não pensei que terminaria assim.

— Pelo menos Charlot e Victor são cavalheiros. Eu teria virado este lugar de cabeça para baixo.

— Você nem teria chegado a esse ponto.

— Ei, por que está arrumando briga?

— De qualquer forma, aquele jovem loiro. Por que todos os ferreiros estão enlouquecendo por causa dele?

— Sim. Não vejo nada de especial nele…

— Airen Farreira, era o nome dele?

A multidão elogiou Charlot e Victor, xingou Vulcanus e ficou curiosa sobre Airen. Enquanto isso, Randel Clancy, parado silenciosamente entre eles, observava Airen.


Após a competição terminar de forma inesperada, Airen e seu grupo seguiram os três ferreiros até a oficina deles. Mas tiveram que parar no meio do beco a caminho do destino, pois os ferreiros que falavam animadamente momentos atrás começaram a discutir.

— O quê! Eu comecei esta competição, então devo ser o primeiro!

— O que quer dizer? Nós três a começamos juntos!

— Por que não começamos pela pessoa mais velha…

— Cale-se!

— O que… está acontecendo? — perguntou Airen, confuso.

— Acho que eles estão tentando decidir quem vai primeiro. Interessante — disse Khubaru.

— É interessante?

— Não é? Eles precisam de um espadachim durante todo o tempo em que fazem uma espada. Nunca ouvi falar de um método assim. Tudo o que sei é que às vezes um espadachim encomenda uma arma com um formato personalizado.

Airen assentiu. Certamente era estranho. Enquanto o guiavam, os ferreiros disseram que ele tinha um papel importante. Ele tinha que liberar sua energia para que pudessem observar seu caráter, mostrar-lhes sua técnica de espada e fazê-los senti-la…

“Eles querem me conhecer melhor, para que possam me utilizar como ingrediente.”

Nesse ponto, Airen franziu a testa. Agora ele sabia que eles queriam o homem do sonho, em vez dele, por seu estado semelhante ao aço.

— Hmm. Talvez você esteja certo — Khubaru também assentiu após ouvir Airen.

A energia metálica de Airen era incrível. Ele pensou que um ferreiro que lidava com fogo e metal a vida toda a reconheceria.

— Bem… Eu sei. Você começou esta jornada para tomar o controle da estaca de ferro e torná-la sua. Suponho que tal tratamento, enquanto você está tentando, possa deixá-lo desconfortável.

— Estou bem.

— Sim. Não se preocupe muito com eles. Você está avançando. Algum dia, chegará o dia em que seu fogo derreterá essa estaca de ferro dentro de você. Se então, eles nunca o tratariam como um pedaço de ferro. Espere, na verdade, isso me deixa bravo. Espere aqui.

— Hã? Pensando bem, você nem precisa da espada, mas eles o tratam como lixo. Você deveria receber algo mais em troca — disse Khubaru.

— Você não precisa… — disse o orc.

— Tudo bem. Eles estão desesperados agora. Não vão recusar se pedirmos algo mais.

— É mesmo? Então peça para eles fazerem minha espada também! — gritou Lulu para ele.

— Entendido. Espere aqui.

Depois de falar com Lulu, Khubaru se colocou entre os ferreiros. Airen os observou com um olhar preocupado, e Lulu olhou com olhos brilhantes e ansiosos. Um pouco depois, Khubaru retornou orgulhosamente e mostrou quatro dedos.

— Sucesso. Temos mais quatro extras.

— Eles vão fazer minha espada? — perguntou Lulu.

— Claro. Pedi isso primeiro.

— Oh! Muito bem!

Airen balançou a cabeça diante da forma despreocupada de Khubaru ao dizer que nunca tentaria fazer isso.

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