Switch Mode
Participe do nosso grupo no Telegram https://t.me/+hWBjSu3JuOE2NDQx

Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 167

O caminho de Judith (3)

O Espírito de Fogo era mais forte que os outros. Tinha o potencial para ser mais poderoso que qualquer outra coisa, se manipulado corretamente. Porém, só se bem manipulado.

O Fogo é difícil de controlar e tem facilidade para causar ferimentos não só aos outros, mas também ao portador.

Porém, Judith era capaz de usar o Espírito de Fogo.

Estava claro para os olhos de Karakum que a energia quente e intensa vinha dos seus passos e punhos. O problema era que ela não estava manipulando o espírito de fogo corretamente.

‘Isso não é sobre usar o Espírito. É sobre controlar ele.’

As tremendas labaredas. Uma aura quente se espalhou pela arena, e ninguém da audiência sabia que tipo de ação ou emoção a trouxe à tona.

A energia não estava se direcionando apenas contra Garam, também queimava Judith. Mas ela não estava caindo. E podia não cair antes de se tornar cinzas. Apesar de ser uma situação que terminaria em um desastre completo para uma pessoa comum, ela estava aguentando.

Como se estivesse acostumada com isso.

Karakum mostrou a sua perturbação enquanto balançava a cabeça. Era uma surpresa diferente de quando Airen mostrou a ele a sua aura de ferro.

Gorha também soltou um resmungo para a cena. Estava tão fascinado que os seus olhos nem se mexeram, mas não era necessário falar sobre a humana que portava as chamas.

Karakum se virou para o palco da luta.

A humana de cabelo flamejante pulou para frente de novo. Dessa vez, o chute de Garam não a atingiu. No entanto, a sua aproximação não impediu o orc de atacá-la.

Da distância atual, era impossível para ele ter vantagem como antes, mas também tinha movimentos para combate próximo.

O cotovelo atingiu a têmpora da humana duas vezes.

Claro, Judith também atacou dessa vez. Uma Aura de Fogo se concentrou no seu punho enquanto ela o lançava no abdômen de Garam.

Pela primeira vez, o orc gemeu.

Ainda assim, não era uma situação ruim. Ele falhou em medir o dano que um humano poderia dar, mas, mesmo agora, a troca de golpes em curta distância era vantajosa para ele. A sua aura, força e físico eram claramente superiores aos dela. Se ele conseguisse dar conta do recado e defender o seu rosto, a única área que a oponente poderia atingir seria o seu torso. Por outro lado, ele poderia atacar qualquer lugar, incluindo a cara da humana.

Mas uma coisa que não tinha considerado era a dor sendo infligida. Ele pensou que era incômoda, mas se conseguisse usar esse sentimento como combustível, ganharia com certeza.

Com o seu corpo queimando, Garam alcançou Judith. E ela o evitou, conforme o esperado. Com a palma aberta, o orc agarrou a nuca dela e deu três chutes em sucessão.

Uma série de ataques fortes e contundentes soavam como uma pedra sendo quebrada por uma picareta. A perna de Garam se movia em sintonia com os sons de pancadas.

Mas isso foi um erro.

Judith, que encontrou o ritmo do oponente, chutou o pé dele com força assim que pousou novamente no chão.

Finalmente, o corpo ferido da humana foi libertado. O seu rosto estava uma bagunça completa, inchado e com cortes espalhados.

A sua face, agora vermelha, lembrava os presentes de um demônio.

Olhando para o dano acumulado no seu corpo, era claro que a partida atual a fez sofrer mais que a anterior.

Mas Judith não parou.

Todos os tipos de emoções negativas, incluindo raiva, a queimaram e suportaram ao mesmo tempo. Uma humana que estava se tornando em um demônio de fogo foi na direção do guerreiro orc.

‘Essa puta maluca!’

Garam não podia se mexer. Ele percebeu que era impossível ganhar a luta usando apenas as pernas para manter a oponente afastada. Tinha ferido uma das pernas, mas não se sentia em desvantagem, mesmo que a humana à sua frente pudesse atingi-lo se chegasse a uma curta distância.

O fato que a adversária tinha sofrido danos do próprio fogo dizia que a vitória seria eventualmente dele. No entanto, mesmo que soubesse disso, o seu corpo não seguiu os seus pensamentos, se recusando a confrontar Judith de frente.

Como se assustado pelo fogo que o perseguia, a expressão de Garam ficou feia. Ele encolheu o dedo do pé machucado e recuou.

Judith perseguiu o orc incansavelmente, enquanto ele fazia fracas tentativas de aumentar a distância entre os dois.

Então, a humana usou o joelho para atingir a área interna da coxa do adversário. Nesse momento, era como se o som de uma adaga entrando na carne fosse ouvido. O som de um músculo sendo rasgado.

Essa visão significava que os movimentos de Garam teriam a velocidade reduzida.

No entanto, ele ainda estava calmo. Lançou o punho e o cotovelo ao mesmo tempo, mas não estavam fortes como antes.

Judith, que evitou o ataque com facilidade por causa da velocidade reduzida, se moveu de novo e chutou. Assim como antes.

Nessa troca, o gemido mais alto veio da boca de Garam. No entanto, a sua voz foi abafada pela torcida da audiência, fazendo com que ninguém o ouvisse.

Surpreendentemente, os orcs ali agora torciam por Judith, não mais por Garam.

“Humana! Humana!”

“Judith! Judith!”

“Siga ele! Mate!”

“Judith! Judith!”

Os orcs, que tinham muito mais orgulho da própria raça que os humanos, os guerreiros de Durkali, que eram mais orgulhosos que os outros orcs, estavam torcendo por uma humana.

Eles sabiam quem era o verdadeiro guerreiro na provação atual. Quem lutava com a maior paixão. Não importava mais se era humano ou orc. Ao menos nesse momento, a mulher de cabelo vermelho era uma guerreira maior que os guerreiros de alto-rank da tribo deles.

Mas Judith não se importava. Ela não podia ouvi-los. Todos os seus sentidos estavam concentrados em Garam e continuariam assim até que ele caísse. Até que ela o derrubasse. Precisava acabar com ele para se concentrar no próximo.

Apertando os dentes e cuspindo o sangue, ela se moveu. Medo passou pela cara de Garam.

‘Cai fora!’ Ele gritou em sua mente enquanto agitava a mão direita, tentando alcançar a sua oponente.

A sua postura e, consequentemente, a sua respiração estavam uma bagunça. Ele parecia não ter poder e a precisão dos seus movimentos foi reduzida.

A mão tocou a orelha de Judith. Depois que isso falhou, a mulher bateu o punho contra a cabeça do orc, fazendo-a ir para cima com a força do ataque e levando o orc a gemer.

Garam levou um golpe tão forte que o seu corpo foi lançado para cima antes de cair fracamente no chão.

E esse foi o fim.

Vendo que a humana terminou a segunda provação, os orcs gritaram o seu nome.

“Judith!”

“Judith! Judith!”

“Judith! Judith!”

Eles bateram os pés e torceram por ela. O som lembrava o eco de um terremoto.

Judith, que percebeu isso tarde, estava levemente chocada e, então, sorriu enquanto erguia o seu punho no alto.

Era como quando ela ganhou a primeira provação, mas a reação dos orcs eram completamente diferentes.

As suas vozes ressoaram ainda mais altas.

“Pahan! Pahan!”

“Pahan! Pahan!”

“Pahan! Venha! Pahan!”

Os olhos dos orcs, que torciam por Judith, se viraram para o outro lado. A terceira provação estava para começar, e as vozes chamaram o segundo filho de Khalifa para a arena.

Engolindo o medo, ele olhou para a humana de cabelo vermelho. Observando o seu irmão, Garam, que tinha desmaiado, se sentiu devastado.

E a coxa da perna que ela atingiu não estava apenas inchada, mas rasgada. Não seria surpresa se os ossos estivessem rachados.

Com isso, Pahan não conseguia acalmar o seu coração trêmulo. A cena da derrota do seu irmão estava presa na sua mente e o seu corpo ficou frio e duro, incapaz de se mover.

“Pahan! Pahan!”

“Pahan! Pahan!”

“Pahan! Pahan!”

Mas os orcs que assistiam não se importavam. Não importava quem ganhasse, tudo o que queriam era testemunhar outra luta intensa, que poderia ser melhor que as anteriores, saciando a sua sede por violência. Seria suficiente.

E essas expectativas sobrecarregaram Pahan. Claro, não significava que ele iria evitá-las.

No momento em que engoliu a seco e estava para entrar na arena, alguém agarrou o seu ombro. Pahan virou a cabeça e endureceu ao ver que o segurou. Esse foi para frente, sem prestar atenção naquele, e subiu no palco da luta.

Os orcs o viram e pararam de bater os pés. Os gritos por Pahan diminuíram.

Aquele que subiu foi Mestre Khalifa o grande guerreiro. O segundo mais forte de Durkali andou na direção da mulher de cabelo vermelho.

Vendo a grande sombra cair sobre ela, xingou: “Porra.”

“Não. Isso é demais…”

“Pare.” Airen Pareira se levantou, pronto para chamar a sua grande espada e correr até lá a qualquer momento.

Mas Bratt o parou, falando calmamente para o amigo, que estava perplexo: “Quando você disse que ia lutar contra Ilya, a gente se sentiu assim. Mas não te paramos. Se você entende isso, não pare Judith agora. Se quer ir, vá depois que a provação acabar.” Em seguida, se sentou.

Airen, vendo isso, se sentou em silêncio.

Ao contrário da expressão séria, havia um filete de sangue saindo do canto dos lábios de Bratt.

Ilya olhou para ele e, então, para Judith com olhos severos.

Lulu, vigiando a arena, estava pronta para se transformar a qualquer momento.

De qualquer forma, Mestre Khalifa não parou de andar.

O corpo de Judith tremeu. Ela o sentia pesado, como uma pedra ou uma árvore gigante que cresceu e não podia se mexer.

Mesmo que esse orc fosse menor que Garam e Gunt, o poder que emanava era mais forte.

O fogo no corpo dela parou por um momento.

Mas foi isso.

Uma nova onda de ciúmes e inferioridade, a raiva resultante e o espírito de luta deram um novo estímulo para Judith, enquanto ela se fazia arder de novo, dizendo: “Pode vir.”

Uma aparência gasta. Ao contrário da primeira vez que subiu no palco, ela agora estava com a cara inchada e com sangue por toda parte; não estava estável o suficiente para se chamar de oponente do Mestre Khalifa.

Karakum sabia disso.

Também Tarakan.

Mesmo Gorha sabia.

O fato era que a humana de cabelo vermelho ainda tinha fogo ao seu redor e que esse não apagaria até que ela morresse.

E era óbvio.

Mestre Khalifa, o segundo mais forte da tribo Durkali, também sabia disso.

“Perdemos.”

“Oi?”

“Nós perdemos. Você passou pelas três provações.” Com isso, Mestre Khalifa saiu do lugar.

Pahan o seguiu com uma expressão confusa e as vozes dos orcs soaram novamente:

“Judith! Judith!”

“Judith! Judith!”

“Judith! Judith!”

Em um lugar mais exclusivo que qualquer outro, os orgulhosos orcs torciam por alguém que não era das suas tribos.

Eles nunca sequer imaginaram que algo assim poderia acontecer.

No entanto…

“Nada mal.” Judith sorriu e se deixou cair.

Bratt Lloyd imediatamente pulou na arena com movimentos rápidos e a pegou.

Enquanto isso, Airen Pareira olhou para Judith com seriedade. O fogo nos olhos dela faziam os dele mais quentes.

Considere fazer uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo, acesse a Página de Doação.

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar