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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 171

Confirmando a Vida Passada (2)

1.

Não existe algo como um lugar específico que você precisa para viver confortavelmente, e não hesite perguntar o que você não sabe.

Eram as palavras do chefe do vilarejo. Ele assentiu a cabeça de uma forma nem fria, nem calorosa.

Considerando o tratamento que eu vinha recebendo nos últimos 3 anos, isso era mais que suficiente.

Ninguém tratava a mim, o homem alvo do palhaço, calorosamente.

“Aqueles que vivem em áreas remotas não vão ligar para mim…”

Algumas crianças me olhavam à distância, mas eu não me importava.

Depois de entrar em uma casa abandonada, desembrulhei e peguei a minha espada.

Três anos atrás, isso teria sido difícil de suportar, mas agora não, não mais.

Eu continuaria balançando até conseguir liberar um ataque mais forte; até conseguir acabar com os monstros do sul.

Até lá, não deixaria esse lugar.

Com uma determinação ardente, o balanço da espada continuou.

2.

Um mês se passou.

Nada mudou, eu continuei a balançar a minha espada e a cidade estava pacífica.

A única diferença era que as crianças que costumavam espiar sobre o muro desapareceram.

Talvez eu estivesse triste que a minha habilidade em espada não mudou, mas ao menos não piorou.

Outro dia se passou.

3.

Dois meses se passaram.

Eu ainda empunhava a minha espada. Nada mudou o suficiente para me fazer sair.

Graças ao dinheiro que dei ao chefe enquanto me mudava, as minhas necessidades diárias estavam garantidas.

Tudo o que precisava fazer era balançar a minha espada.

Um golpe diagonal.

Um vertical.

Era bem vergonhoso chamar isso de esgrima; apenas uma ação repetitiva.

Eu não podia fazer nada. Os rumores sobre mim tinham se espalhado. A maioria dos espadachins não queriam enfurecer o demônio palhaço e se recusaram a me ensinar as suas habilidades.

Mas estava tudo bem.

Na verdade, não estava.

Mas isso não importava. Eu agora tinha me tornado um corpo incapaz de viver sem uma espada.

Expirando a dor quente no meu corpo, balancei a arma outra vez.

E, com isso, a ilusão das pessoas que me expulsaram da minha propriedade se despedaçou.

4.

Seis meses se passaram.

Eu ainda balançava a minha espada, e os cidadãos não se importavam mais comigo; exceto por um homem que me assistia uns dias antes.

Isso não importava. Na verdade, sentia que tinha sorte.

Enquanto assistia o crepúsculo se aproximar, apliquei muita força na minha mão que segurava a grande espada.

Depois de um tempo, várias pessoas apareceram da escuridão.

E todos usando máscaras de palhaço.

Eles começaram a apontar os dedos para mim.

Malditos desgraçados do mal!

Se eu fizesse uma confusão, todos estariam em perigo!

Minha espada… eu não podia deixar o mal saber. Sinto muito.

Só me deixa em paz. Eles ainda acham que eu sou o Lorde?

Balancei a minha espada naqueles que continuavam vindo.

As suas cabeças se partiram e os seus membros se torceram, mas eles não disseram nada.

Os olhos por trás das máscaras eram nojentos.

Eu estava exausto enquanto movia a minha espada sem falhas e, então, a manhã chegou.

Estava ofegante.

Eu não sabia.

Esse era o mundo do palhaço do mal ou de outro alguém?

Todavia, ri. Fui capaz de rir depois de um longo tempo.

A minha raiva quanto às pessoas da minha província, que me abandonaram. Quanto aos espadachins que me deram as costas. E o meu ódio pelo mal e pelo mundo.

Um novo combustível me ajudou.

Balancei a minha espada até que colapsei de exaustão.

Sem perceber o tempo passar, continuei.

5.

Anos se passaram. Não sabia o tempo exato. Nem se tentasse conseguiria identificar.

Havia algo mais importante que isso. A minha habilidade com a espada tinha mudado. Embora fosse o mesmo de antes — apenas cortes verticais, diagonais e horizontais — as ilusões que não caíam mesmo depois de atingir a árvore quatro vezes antes, agora desapareciam de uma vez.

Satisfeito, continuei balançando a minha espada.

Cortei a cabeça do vassalo que me deu às costas. A da mulher que apontou o dedo para mim. O corpo do caçador que não me escutou. A cintura do espadachim que não quis me ensinar. Cortei todos.

Nunca pensei que seria capaz de pegar o palhaço. E sabia disso desde o princípio. Algo assim seria impossível. Eu não era capaz de fazer algo que nem os heróis do continente não conseguiam.

Ainda assim, ri e sorri.

Outro palhaço caiu sob o golpe da minha espada, e o meu olhar foi para a sua face.

Quem seria dessa vez? O velhote que apontou para mim por pensar na minha família? Ou o cavaleiro que me olhou com uma expressão fria?

Conforme a figura vinha para frente, a sua máscara se quebrou e eu vi o seu rosto. Deixei a minha espada cair pela primeira vez desde que cheguei no vilarejo.

E não pude mexer por um bom tempo.

— Surpreso?

Eu estava surpreso.

Ugh, você não precisa me olhar assim.

Outro eu me olhava, me ridicularizando.

Ouvindo a voz cheia de risos, havia apenas uma coisa que poderia fazer.

A cabeça do meu outro eu se despedaçou sob o ataque.

6.

O tempo passou.

Não, anos se passaram. Não sabia quantos. Um tempo depois de usar a espada, eu não estava mais com vontade de contar os anos.

Apenas lutei contra a interminável linha de palhaços que vinham atrás de mim, assim como as minhas cópias, e ambos pareciam continuar aumentando.

Era cansativo só lidar com eles.

Então, só balancei a minha espada todo dia.

Cinco a seis palhaços se despedaçaram no primeiro golpe e mais dez ilusões caíram no segundo.

Ainda assim, não tinha fim. Os palhaços só continuavam a aparecer, sem mais distinguir entre dia e noite.

Apareciam sempre que havia crepúsculo e sombras. Sempre que havia escuridão, as ilusões surgiam, e eles começaram a me ridicularizar.

Incapaz de descansar e sentindo uma raiva incontrolável, balancei a minha espada sem parar.

Foi então.

“Isso não é difícil?”

Uma voz clara soou do meio dos incontáveis palhaços, trazendo o meu olhar para sua direção em um reflexo.

Uma face jovem com olhos puros.

Era uma criança que me olhava com um rosto inocente e uma flor na mão, um rosto que não tinha uma máscara.

“Pra você.”

“…”

A criança não ficou muito.

Uma mulher correu com pressa e a agarrou. Como se tivesse com medo de mim, olhou para o chão e curvou a cabeça antes de desaparecer.

E a porta da casa dela se fechou bem, conforme entraram, me deixando novamente sozinho.

Mas, estranhamente, não me senti sozinho, mesmo depois que saíram.

“…”

Encarei o lugar de onde a criança desapareceu e logo abaixei a minha vista para olhar para a flor que ela deixou.

O cheiro fresco estava ali e os olhos da pequena apareceram na minha mente.

Alguma coisa me era familiar.

Pensei nisso por um longo período, quando senti emoções do tipo no passado? Como nada me veio à cabeça, voltei a pegar a espada.

Foi a primeira vez que algo assim aconteceu.

Eu não gostei, mas estava segurando uma espada. Era uma visão que não batia comigo, um louco vivendo com uma espada por mais de 10 anos.

Claro, ao contrário dos meus pensamentos, o meu corpo se moveu. E, logo, assumi a postura de enfrentar as ilusões.

Mas elas não vieram mais.

E, depois de um longo tempo, me devotei à espada com a mente sã.

7.

Anos se passaram.

Muito mais que o tempo que levei para sair das minhas terras e chegar a esse vilarejo.

Balancei a minha espada incessantemente pelos anos, que pareciam ser uns 10 ou 20 no total.

Mas não estava solitário.

O número de vezes que as ilusões vieram diminuiu, mas ainda apareciam de vez em quando no entardecer e continuavam a me incomodar.

A máscara de palhaço, que sempre me deu impulso, não me dava mais inspiração, mesmo se fosse quebrada ou cortada.

Certo.

Não era por causa das ilusões que eu não me sentia só. Ou pela frieza do mundo, que chovia sobre mim. Nem pelo meu ódio por tudo.

Desviei o meu olhar do palhaço e fechei os olhos.

Um por um, me lembrei do que tinha esquecido. As expressões dos meus pais que morreram doentes quando eu era jovem. A face calorosa da minha mulher, que cuidava de mim com amor. Meu adorável filho, que nasceu 2 anos depois do nosso casamento, e os olhos puros que ele tinha.

A minha mente, cheia de emoções negativas, voltou ao lugar conforme relembrava os olhares parecidos com o da criança que me deu uma flor.

Abri os meus olhos e a situação era a mesma.

Incontáveis ilusões e inúmeros humanos que corroeram a minha vida falavam pelas suas máscaras.

Mas estava tudo bem.

Inspirei fundo e expirei.

Conforme respirava o ar frio, senti o meu coração e a minha cabeça claros.

Me movi devagar e de forma estável em direção à escuridão, que estava me ridicularizando.

Desgraçados malditos. Por que usar os rostos de quem não fez nada de errado?

Ouvi o som do meu velho eu, que tinha os olhos sobre mim, mas passei sem cortá-lo.

Um cara estranho. Era culpa nossa que a sua mulher e filho morreram? Embora eu estivesse indeciso, queria salvar pelo menos um deles.

Outra voz minha soou.

O tempo todo, passei sem balançar a minha espada.

Um número incomparável de ilusões ficou no meu caminho. Os olhos dos palhaços estavam manchados de raiva e ódio.

Ignorei todos e mantive o ritmo.

A cada passo, sentia que o veneno no meu corpo diminuía. Me libertei da minha antiga obsessão

E, conforme atravessei a escuridão, cheguei em um lugar feio, onde ossos e carne humanos estavam espalhados como um carpete.

Alguém estava de pé, no meio. Dessa vez era o palhaço. E, dessa vez, não queria apenas passar por ele.

A minha voz, que tinha permanecido quieta por um longo tempo, atingiu a sua orelha: “Não é o sul, mas eu vim.”

— Como…!?

A voz do palhaço do mal estava agitada e zangada

Ri amargamente. Eu podia ver que, atrás da máscara, a sua expressão estava distorcida.

Quando deixei a maldade e obsessão que tinha contra esse mundo, nem a máscara, nem a escuridão funcionavam mais em mim.

O palhaço era algo que eu não queria ver, então, cortei o seu corpo enquanto movia a minha espada como um relâmpago. E, naquele momento, como um cristal formado depois de décadas, explodiu em um raio de luz cinza-prateado.

Um grito ensurdecedor.

O contra-ataque do palhaço colapsou e o seu corpo, que devia ser duro como ferro, foi danificado.

Atrás da máscara meio quebrada, a cara de aparência terrível do palhaço estava ainda mais distorcida.

Tinha olhos parecidos com o ódio que eu tinha por esse mundo.

Mas não atacou. Pelo contrário: com medo, entrou ainda mais na escuridão e manteve distância.

Assenti e dei um passo adiante com o feixe de luz refinado como aço na minha mão, pronto para pará-lo. Não, tinha algo que eu estava tentando fazer.

Mas não podia.

Eu pensei que era bom, que a minha espada era brilhante, forte e impecável, e que o meu coração era forte e livre de longas viagens.

Um forte senso de confiança preencheu-o, como se eu pudesse superar até mesmo o maior demônio lá fora.

Porém, o meu corpo, que tinha que lidar com o inimigo, não podia acompanhar.

Olhei para a lâmina da espada.

Vendo o meu rosto cheio de rugas, caí de joelhos, arrependido.

Soltando a espada, encarei a escuridão por onde o palhaço desapareceu.

Não por ódio.

Não era porque estava triste pelo mundo.

Era porque algo corrigiu a mim, que era estúpido e envolto em ódio, esperando causar danos gigantes ao mundo e o palhaço.

‘A minha não era uma espada de ódio e raiva…’

Era da vontade pura contida na flor que a criança me deu.

O arrependimento de ter percebido isso tão tarde me preencheu.

“Huhu, hic, hic….”

Senti como se a vida estivesse me deixando.

Era difícil de respirar e de pensar. E eu estava triste.

Embora o meu corpo fosse insignificante, queria passar o que aprendi para alguém; para que, assim, as pessoas que se tornaram como eu não seguissem o caminho errado.

Sabendo que não poderia, rezei para que o meu pedido alcançasse alguém.

‘Mesmo se for em vão…’

Não importava se fossem considerados os últimos gritos de um velho moribundo.

Se o meu coração e mente pudessem ser transmitidos para alguém.

Se eu pudesse…

“…”

Airen abriu os olhos.

Não só ele. Todos pareciam acordar e estavam olhando para o nada.

Judith estava de cabeça baixa, chorando.

Lulu, Bratt Lloyd, Ilya Lindsay e Kuvar estavam apenas sentados, sem fazer nada.

Olhando para os seus preciosos amigos, Airen se levantou e saiu da tenda.

Gorha ainda não tinha saído do seu lugar do lado de fora, e Karakum olhou para o rapaz e pulou.

Os dois se olharam por um longo tempo, sem dizer uma palavra.

Vendo isso, Gorha ficou confuso.

Depois de olhar para o seu oponente por um longo período de tempo, Airen Pareira disse: “Gostaria de uma partida.”

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