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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 177

Brett Lloyd (3)

Brett Lloyd. Ele era o amigo mais próximo de Judith — e também o mais irritante.

O que Judith sentiu primeiro quando ele explicou por que cuspiu sangue e caiu foi incredulidade.

“Bem, por que ele simplesmente não disse isso?!” pensou ela, indignada.

Por que forçar os próprios limites e tentar mostrar para ela?!

Claro, ela tinha que concordar que isso era mais eficaz para resolver o mal-entendido do que simplesmente soltar algumas palavras, mas ninguém precisava ir tão longe assim.

Judith também se sentia um pouco frustrada, pois parecia que era sua culpa Brett ter se machucado. E ela não gostava nem um pouco de se sentir frustrada. Sentia-se como uma vilã mesquinha. Mas qualquer sentimento desapareceu assim que Brett pronunciou as próximas palavras.

— Eu amo você.

Judith o olhou sem expressão. Ela não entendeu.

“Amar? Amar quem? Não poderia ser eu, certo?”

Mas não havia outra forma de interpretar, já que apenas ela e Brett estavam ali.

“Não, não… Ele pode estar falando de outra coisa”, pensou Judith, engolindo em seco.

Por exemplo, ela mesma dizia coisas sem sentido quando o treinamento não ia bem. Ela xingava, desabafava ou, às vezes, simplesmente dizia o nome da comida que queria comer. As últimas palavras de Brett deviam ser algo assim, ditas inadvertidamente porque ele estava em um estado tão terrível…

— Eu amo você, Judith — repetiu Brett.

— Aaaargh! — gritou Judith, levantando-se e caindo de costas.

— Ah… ugh… — gemeu Brett quando sua cabeça bateu no chão.

Ele parecia genuinamente machucado.

Judith, ansiosa, hesitou antes de colocar a cabeça de Brett novamente em seu colo. Ela brevemente considerou sair correndo, mas decidiu contra isso. Não podia simplesmente deixar alguém que estava machucado por sua causa.

E… ela meio que queria ouvir o que Brett tinha a dizer.

“Aarrg, mas o que esse desgraçado está pensando?” reclamou silenciosamente.

Para ser honesta, ela não entendia. Judith nunca se considerou atraente, sendo uma pessoa rude que só sabia manejar espadas e roubar bolsos, algo que aprendera ainda criança.

Embora pudesse não ser feia, não era bonita como Illia. Além disso, vinha da mais baixa das classes baixas. Não havia como Brett, o epítome de um jovem nobre, se apaixonar por ela.

“Ei, será que esse desgraçado está zombando de mim?” pensou Judith, achando isso mais provável.

Fitando Brett, ela o acusou, irritada — Ei, você realmente me ama? Por quê?

— Quero dizer, você deve ter seus motivos se me ama. M-Mas se estiver brincando comigo, diga logo. Assim, eu pego leve com você… — ameaçou Judith.

— Não estou brincando com você — respondeu Brett.

— Então o quê? — perguntou Judith, ainda encarando Brett.

Ela não gostava nada de como ele demorava a responder. Talvez ele não soubesse o que dizer. Judith se sentiu tola ao perceber que a ideia até a decepcionava um pouco. Mas as próximas palavras de Brett facilmente dissiparam suas dúvidas.

— Por favor, me dê um momento — pediu ele.

— Hah, por quê? Seu desgraçado, você não consegue pensar em nada… — Judith rosnou.

— Não é isso.

— Então o que quer dizer…

— Não queria dar uma resposta pela metade — disse Brett, sentando-se.

Seus olhos se encontraram. Judith pôde ver claramente o rosto de Brett, ligeiramente arrogante e um pouco romântico demais, mas ainda assim objetivamente bonito. Agora, aquele jovem nobre estava olhando para Judith com sinceridade.

— Costumo planejar tudo, mas não planejei confessar meu amor hoje. Apenas achei você adorável… — disse ele.

— Ugh! — gemeu Judith.

— Então disse isso antes que pudesse evitar. Preciso de tempo para escolher as palavras certas.

— Quero dizer… eu…

— Então, por favor, me dê um momento. Vou garantir que você saiba que estou sendo sério.

Judith corou ainda mais furiosamente. Agora, sabia sem sombra de dúvida. Não precisava esperar pelas palavras de Brett.

Ela podia não ser uma maga ou alguém capaz de ler mentes… mas não podia ignorar a emoção que transbordava dos olhos de Brett. Ele não estava brincando. Brett estava falando sério. A realização atingiu Judith como uma pedra.

— N-Numa próxima vez…! — gritou ela antes de deixar o campo de treinamento em uma velocidade assustadora, incapaz de suportar as emoções.

— Hmph — murmurou Brett enquanto olhava na direção em que ela havia ido por um tempo.

Tudo estava uma bagunça. Como ele dissera, não tinha a intenção de confessar seu amor por Judith naquela noite. Já ficaria grato se apenas conseguisse se reconciliar com ela. Afinal, eles não conversavam direito há algum tempo.

Mas, antes que percebesse, as palavras escaparam, e Judith saiu correndo antes que ele pudesse dar uma resposta completa.

Ainda assim…

“Não é ruim!” pensou Brett.

Ele encararia o evento daquela noite de forma positiva. No melhor cenário, ela o aceitaria. No pior, ela o rejeitaria.

Ela poderia usar uma expressão séria ou oferecer um sorriso desajeitado para transmitir gentileza enquanto dizia: ‘Desculpe.’ Brett queria evitar isso ao máximo.

Considerando que isso não aconteceu hoje, ele teve uma rodada bastante bem-sucedida.

“Aquela Judith tão desconcertada significa que ela pelo menos pensa em mim tanto quanto eu penso nela”, refletiu Brett.

— Melhor ainda…

Após uma confissão de amor não planejada, as coisas pareciam progredir rapidamente. E a atmosfera não estava nada ruim. Brett sorriu levemente ao voltar para seus aposentos. Deveria ser mais direto no dia seguinte.

Embora a parte interna de sua boca doesse, Brett Lloyd quase esqueceu da dor, pois sua mente estava cheia de pensamentos sobre Judith.


Haviam se passado quatro meses desde que Airen Farreira e seus amigos entraram na fortaleza Drukali. A brisa fresca do outono já podia ser sentida.

Mas não eram apenas as estações que haviam mudado. Airen e seus amigos também cresceram bastante. Entre eles, Brett Lloyd havia feito o progresso mais equilibrado. Dos cinco elementos, ele demonstrava mais proficiência na água. Contudo, também possuía habilidades surpreendentes nos outros elementos. Da água para a madeira, da madeira para o fogo, do fogo para a terra, da terra para o metal e do metal para a água… ele completou o Círculo dos Cinco Elementos em apenas um mês, algo significativo mesmo quando comparado a guerreiros orcs talentosos.

Claro, ainda era na água que ele se concentrava mais. Usando o ciclo dos elementos, Brett estabeleceu suas bases e aprimorou sua proficiência na água de forma constante. Ele também focou em utilizar o elemento com a espada e a aura.

— Você tem ótimos fundamentos. Vai se sair bem sozinho — disse Gorha com orgulho ao observar Brett.

No entanto, ele estava menos satisfeito com Judith. Diferente de Brett, que usava os cinco elementos de forma equilibrada, ela focava apenas no fogo.

— Está tudo bem. Não me importo se não conseguir equilibrar os cinco elementos. Meu caminho é suficiente para fortalecer meu fogo — disse Judith.

— Mas se você não absorver os outros elementos e trabalhar apenas no fogo, perderá o equilíbrio. O calor consumirá seu corpo… — protestou Gorha.

— Isso também está tudo bem. Eu consigo aguentar. Para ser honesta, nem sinto os outros elementos.

Era verdade. Enquanto o elemento fogo lhe parecia familiar, como se tivesse nascido com ele, os outros quatro elementos não se conectavam a Judith de forma alguma. Seria menos estranho se Judith não tivesse talento com nenhum dos elementos. Mesmo Gorha, o Grande Espiritualista, nunca havia visto um caso como o dela.

No final, Judith tinha duas opções: não aprender a Arte dos Cinco para não quebrar o equilíbrio ou focar no elemento fogo, apesar dos riscos.

Ela, é claro, escolheu a segunda opção. Até agora, havia mostrado grande progresso.

“Que absurdo. Imaginar que estou vendo o impensável. Não posso pará-la agora que ela está conseguindo…” pensou Gorha, balançando a cabeça enquanto observava a humana que era diferente de todas as outras.

Claro, Judith não era a única especial. Embora não fosse tão fora do comum, Airen Farreira também era um caso estranho. Felizmente, no entanto, ele seguia as palavras de Gorha fielmente.

— Reverso? Sem harmonia? — perguntou ele.

— Sim. Ao contrário dos outros, sua energia flui na direção oposta — explicou Gorha.

A maioria das pessoas que aprendem os elementos, especialmente a Arte dos Cinco, seguem a energia harmônica, aumentando o poder através da interação entre os elementos. Por exemplo, alguém poderia fazer uma árvore crescer a partir da água ou queimar a árvore para invocar fogo.

No entanto, Airen era o oposto. Ele criava novo poder para controlar a energia desenfreada.

— Consigo perceber. Estou usando fogo para polir a energia metálica da estaca de metal… — murmurou Airen.

— Hmm? Estaca de metal? Você quer dizer a espada? — perguntou Gorha.

— N-Não é nada, senhor.

— Entendo… Não vou perguntar detalhes, mas gosto da sua analogia. Está certo. Você precisa do fogo para polir a estaca bruta. Claro, isso não é tudo. Pode estar bem agora, mas precisará da água quando a energia do fogo crescer ainda mais.

— Entendido.

Assim, Airen começou o treinamento na Arte dos Cinco reversa. O treinamento progrediu sem problemas. Embora talvez não fosse tão talentoso quanto Brett, Airen tinha habilidade suficiente com os elementos.

No entanto, por mais que treinasse, sua proficiência em água, madeira e terra não se igualava ao fogo e ao metal, que nasciam de sua epifania pessoal e das memórias de sua vida passada. Airen precisaria de outra epifania se quisesse equilibrar as energias. Ainda assim, agora tinha uma base suficiente para seguir em frente sozinho.

— Hmm…

Por outro lado, Illia Lindsay mostrou pouco progresso em comparação com seus três colegas.

Para ser justo, isso não era inesperado. A Arte dos Cinco e os elementos eram especialidades dos orcs. A maioria dos humanos achava difícil dominá-los. Afinal, só porque Illia era uma espadachim genial não significava que seria igualmente proficiente com os elementos. Ainda assim, ela não podia deixar de se sentir desapontada ao ver seus três rivais brilharem.

— É por isso? — perguntou Brett.

— Hã? O que você quer dizer? — perguntou Airen.

— Sobre ficar em Drukali… Você está fazendo isso porque está preocupado com Illia?

— Hmm.

Airen coçou o pescoço. Embora não tivessem discutido isso há algum tempo, eles estavam viajando pelo continente para crescer como espadachins. Em outras palavras, queriam alcançar algo que os estabelecesse como graduados oficiais da Academia de Esgrima Krono, não apenas como aprendizes.

“Bem, Illia não é mais uma trainee. Então ela é uma exceção”, refletiu Airen.

Nesse sentido, o grupo já havia alcançado seus objetivos.

Airen finalmente saiu de sua concha graças às longas jornadas dessa viagem e às memórias de sua vida passada. A determinação queimava intensamente em seu coração.

Judith também superou o complexo de inferioridade que a consumia. Embora se pudesse questionar seus métodos, era claro que ela havia crescido tanto física quanto mentalmente desde que deixou a academia.

Quanto a Brett…

“Brett parece nem precisar de mais nada…” pensou Airen.

Ele sentia que Brett nem precisaria deixar o continente para se formar, embora isso não importasse no momento.

Airen hesitou por um momento antes de se virar para Brett.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não estou ficando por causa de Illia… mas ela não é a única razão — disse ele.

— É mesmo? — respondeu Brett.

— Sim. Tenho mais a aprender aqui. E mesmo que não tivesse… não quero voltar para a academia ainda, porque…

“Quero ver alguém”, pensou Airen.

Brett Lloyd olhou para ele com curiosidade.

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