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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 180

Partindo Caminhos (3)
Lulu, a gata feiticeira, não ficou para trás enquanto Airen Farreira e seus três amigos focaram em aprender a Arte dos Cinco.

“Parece que isso pode ajudar Airen”, pensou Lulu ao examinar o colar que havia pego entre os tesouros guardados em Drukali.

Embora não tivesse talento para a Arte dos Cinco ou para os elementos, o colar emanava uma sensação de que poderia ser útil para Airen no futuro.

Melhor ainda, talvez este artefato também lhe trouxesse um pouco de sorte.

Lulu assentiu e girou sobre si mesma.

Whoosh!

Grrr…!

Com um lampejo de luz, seus membros se alongaram, chifres surgiram de sua testa e asas brotaram de suas costas.

Lulu sorriu orgulhosa, tendo se transformado com mais habilidade do que na vez em que conheceu Karakhum.

— Isso aí! Essa forma me faz sentir mais forte!

A feiticeira examinou sua aparência, que agora se assemelhava à de uma humana, antes de balançar a cabeça e lançar um olhar severo ao colar que Airen lhe havia emprestado.

Não sabia absolutamente nada sobre o colar. Mas tudo bem.

Lulu orgulhosamente se considerava uma das dez maiores feiticeiras do continente. Embora suas habilidades de combate não fossem notáveis, ela era determinada o suficiente para aprender a falar a língua humana!

Com sua nova forma ampliando seu poder mental, Lulu tinha certeza de que apenas encarar o colar naturalmente revelaria novas informações.

— Ou pelo menos era o que eu achava… — murmurou Lulu.

Isso não aconteceu. Uma semana se passou. Um mês se passou. Querida Judith e Brett deixaram Drukali. E ainda assim, Lulu não havia descoberto o segredo do colar.

Embora fosse decepcionante, não havia nada que pudesse fazer. Enquanto Lulu conseguia desvendar a natureza de objetos apenas olhando para eles em suas formas alternativas, o colar não se revelava facilmente.

A gata preta não desistiu. Cerrando as patas, com os olhos brilhando de determinação, voou até Gorha, o espiritualista, com quem não tinha muita afinidade.

— Ensine-me sobre os elementos — exigiu Lulu.

— Hmm…? — questionou Gorha.

— Você não precisa me ensinar, necessariamente. Só quero saber mais sobre os elementos e a Arte dos Cinco em teoria. Pode me apresentar um espiritualista que explique bem as coisas?

— Em troca, eu te dou isso — ofereceu Lulu.

— Está tentando comprar meu favor… — protestou Gorha.

Grrrr… rosnou Lulu.

— Conheço exatamente a pessoa certa — assentiu Gorha prontamente, pegando a pata de Lulu. Assim, Lulu encontrou uma oportunidade para aprender sobre os fundamentos dos renomados elementos e da Arte dos Cinco da tribo Drukali.

Os cinco elementos incluíam terra, metal, água, árvore e fogo. Antes deles, existiam as Quatro Formas, as Três Habilidades e o Yin Yang. No princípio, existia o Caos Original.

Um por um, Lulu aprendeu a ver o mundo como os orcs o viam. Em apenas dois meses, aprendeu mais sobre os elementos e os fundamentos do que qualquer orc comum.

Chegou até mesmo a superar Khubaru, o que era impressionante, mesmo considerando que ele nunca foi tão talentoso em teoria.

— Você fez bem em aprender com alguém além de mim — comentou Khubaru.

— Haha! Sou uma espiritualista agora? — brincou Lulu.

— Nem pensar. Um espiritualista que não pode usar os elementos?

— Acho que isso é verdade.

Lulu assentiu sem reclamar e voltou sua atenção para o colar. Começava a perceber que o poder contido naquele artefato era algo mais antigo que os cinco elementos.

Tendo encontrado a primeira pista, não se importou com Khubaru conversando ao seu lado.

— Onde o está Airen? Ainda está com Tarakhan e meu pai? — perguntou Khubaru.

— Bem, sim, como sempre esteve — respondeu Lulu.

— Entendi.

Khubaru assentiu.

Ultimamente, ele achava difícil visitar o castelo mesmo uma vez por semana, pois estava ocupado estudando adivinhação com Gurgar. Embora valorizasse tanto sua família quanto Airen, queria priorizar passar o máximo de tempo possível com seu tutor, que poderia desaparecer a qualquer momento.

No entanto, ele ainda se importava com Airen.

— Não será fácil — murmurou Khubaru, lembrando-se de como Airen começou a treinar sua mente dois meses atrás.

Atualmente, Airen não estava trabalhando na Arte dos Cinco ou na luta com espadas, mas focando na história.

Aprendendo sobre inúmeros eventos passados e problemas que a tribo Drukali enfrentou, Airen passava o tempo refletindo sobre como teria lidado com essas questões e resolvido tais problemas. Ele estava expandindo o que começou a aprender nas Montanhas Alhaad, mas com mais pensamento e entusiasmo.

“Bem, suponho que esta seja uma oportunidade perfeita para Airen, com meu pai e Tarakhan ajudando-o”, refletiu Khubaru.

O que um líder deve fazer quando ambas as escolhas não são ideais? Claro, não havia uma única resposta. Até mesmo os grandes registros na história não estavam livres de críticas de seus descendentes. Alguns poderiam elogiar um como governante de ferro e sangue, enquanto outros o condenariam como um tirano implacável. Um rei sábio para alguns poderia ser considerado um hipócrita indeciso por outros.

Ainda assim…

“Carregar tal pressão e liderar o grupo é o trabalho de um líder.”

Nesse aspecto, Karakhum e Tarakhan seriam alguns dos melhores professores que Airen poderia encontrar.

Embora Airen não estivesse tentando se tornar um rei, seu caminho também estava cheio de escolhas difíceis. Assim, ele vivenciaria indiretamente inúmeros eventos históricos. Construiria seus próprios valores e crenças com os conselhos de um líder mais velho e outro mais jovem, esperando que um dia, ao enfrentar dificuldades, pudesse tomar a decisão certa.

Esse treinamento é digno de um futuro herói.

“De certa forma, é muito mais difícil do que o treinamento físico, especialmente para Airen”, pensou Khubaru, fechando os olhos e visualizando seu amigo.

Airen Farreira era o humano mais virtuoso que ele já havia conhecido.

Airen não buscava apenas ser bom para si mesmo, mas também beneficiar os outros tanto quanto possível. De fato, Airen sonhava com um mundo onde todos fossem felizes, mesmo sabendo que isso seria impossível.

No entanto, a realidade era dura. De certa forma, era mais difícil tornar-se um herói agora, quando o mundo estava cheio de miséria e dificuldades, sem direção clara sobre o que era bom ou mau, do que nos anos em que a única tarefa era derrotar o diabo.

Embora Airen não precisasse treinar até que todo o seu corpo doesse ou praticar com a espada até que seu coração quase explodisse, o que ele enfrentava agora não era uma tarefa fácil, de certa forma, era mais desafiador do que o que ele fazia antes.

Ainda assim, Airen fazia o seu melhor, mesmo sabendo o quão difícil era.

Khubaru sentiu ao mesmo tempo orgulho e preocupação pelo jovem à sua frente.

“Espero que ele não se sobrecarregue com mais do que pode suportar…” pensou, quando a porta se abriu com um estrondo.

Khubaru e Lulu se levantaram rapidamente e se viraram para ver uma figura familiar. Era Airen Farreira. O aspirante a herói exibia seu semblante habitual, com olhos gentis.

“Não, isso não é verdade”, pensou Khubaru, perguntando-se se ainda podia chamar aquele jovem de ‘aspirante’.

— Lulu — chamou Airen.

— Sim — respondeu Lulu, flutuando em sua direção.

Os grandes olhos de Lulu fixaram-se em seu rosto, coração e crença. Mesmo sem recorrer à feitiçaria, podia sentir a determinação ardente que emanava de Airen.

— Lembra-se do que Ignet disse? Ela mencionou que, da próxima vez que me visse, não perguntaria pelo aço dentro de mim, mas por mim, Airen Farreira. E que, se quisesse recusar seu pedido, teria que me esforçar muito mais — disse Airen.

— Sim, lembro — respondeu Lulu.

— O que acha?

— Acha que agora consigo enfrentá-la?

— Acho que você já sabe a resposta.

Lulu não se deu ao trabalho de dizer mais, assim como Khubaru.

— Então está decidido. É para lá que você irá em seguida — disse Khubaru, sua voz tremendo levemente ao observar o jovem herói que havia mudado além do reconhecimento em poucos dias.


“O que estou fazendo?” pensou Illia Lindsay.

Enquanto Airen aprendia sob a tutela de Karakhum e Tarakhan, Illia Lindsay também treinava à sua maneira.

No entanto, ela não estava tão confiante quanto ele. Sua turbulência interna a levava a agir, temendo perder a sanidade. Talvez por isso não estivesse fazendo muito progresso em nenhuma área.

Seus talentos com a espada, que haviam progredido imensamente no último ano, estagnaram, e ela também não tinha um desempenho melhor na Arte dos Cinco, na qual todos os seus colegas pareciam avançar. Assim, sequer podia sonhar em encontrar seu próprio caminho.

Foi quando sua frustração e confusão atingiram o ápice que Illia abriu o bilhete de Gurgar. No papel, escrito em uma caligrafia elegante, havia uma única frase.

Volte ao começo.

Por mais abstrata que fosse a frase, Illia entendeu de imediato.

Não se tratava apenas de voltar ao começo. Havia apenas uma pessoa que ocupava sua mente, seja no passado, no presente ou no futuro.

“Ignet Cresensia.”

Finalmente recordando o nome após todo esse tempo, Illia amassou o bilhete de Gurgar, relutante em admitir a verdade.

Não era porque ela não queria ouvir outra pessoa, como uma criança emburrada. Pelo contrário, queria se libertar das opiniões alheias e encontrar seu próprio caminho.

“Não preciso mais me obcecar com Ignet”, disse a si mesma com um aceno de cabeça.

E isso era realmente verdade. A ansiedade gerada por sua obsessão desnecessária com Ignet a havia prejudicado significativamente e a corroído por dentro. Seria tolice perseguir os passos de Ignet, apesar de saber o que havia acontecido. Sim, tolice.

Illia sorriu.

Era ridículo como permanecia no mesmo lugar, apesar de declarar que não vagaria mais nem se deixaria abalar pelos outros. Depois de anunciar que encontraria seu próprio caminho, ali estava ela, confiando nos conselhos dos outros e permitindo que suas palavras a incomodassem.

Isso não daria certo. Por mais incrível que Gurgar pudesse ser, Illia não podia deixar que seus pensamentos ditassem seu caminho.

De repente, sentindo-se muito mais leve, Illia fechou os olhos com um sorriso.

Estava apenas sentindo o vento fresco quando abriu os olhos e encontrou alguém.

Airen Farreira estava ali, resplandecente, enquanto falava. De alguma forma, parecia diferente.

— Estou planejando ir ver Ignet Cresensia — disse ele.

— Estou um pouco assustado para ir sozinho… Você acha que poderia me acompanhar?

Que ridículo.

Illia podia dizer, com apenas um olhar, que Airen era forte. Ele era forte o suficiente para se sustentar até mesmo diante da grandiosa Ignet. Ele não era como ela, que empalidecia em comparação. Apesar de quanto Airen brilhava, ela estranhamente não se sentia incomodada.

Diferente de Ignet, que se aproximava como um sol e a queimava por dentro, Airen emanava uma luz diferente… uma luz acolhedora.

Talvez tenha sido nesse momento que Illia percebeu que estava apenas se dando desculpas.

“Tenho evitado ela…” pensou.

Ela não estava tentando se libertar de sua obsessão. Pelo contrário, não tinha coragem de enfrentar Ignet. Apenas fugia, temendo desmoronar novamente sob a pressão. Após essa realização, Illia apertou os dentes.

Finalmente, ela voltou a si.

O bilhete de Gurgar continuava amassado, mas ela não se importou. Com os punhos cerrados e um sorriso nos lábios, Illia Lindsay se voltou para seu querido amigo, Airen Farreira, enquanto respondia.

— Claro.

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