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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 182

Masmorra Antiga (1)

Johnson, anteriormente o chefe de ladrões e atualmente o leal condutor de uma carruagem, rememorava o passado. Enquanto bebia animadamente, um de seus homens havia mencionado uma história. Tinha acontecido um duelo entre dois mestres espadachins em Aisenmarkt, uma cidade bem conhecida por seu Coliseu. Aparentemente, os mestres tinham apenas dezenove e vinte e dois anos.

Johnson havia pensado que isso, obviamente, era besteira. Ele talvez nem fosse um especialista, muito menos um mestre, mas sabia quão grandes eram os mestres. Não se encontraria cem deles, mesmo que virassem o continente de cabeça para baixo. Até as pessoas mais renomadas do reino desejavam o estimado título.

E aquele sujeito dizia que o mestre mais jovem tinha… o quê, dezenove anos?

— São praticamente crianças. Onde você ouviu esses rumores ridículos? — ele gritou.

— Mas chefe, parece que é verdade. Um deles é aquela famosa Illia Lindsay, e… — o homem protestou.

— Devem estar exagerando. Você não sabe que as pessoas daqui exageram o tempo todo? Use o bom senso!

Ele deu um tapa na testa do sujeito antes de mandá-lo contar outra história.

Agora ele percebia que não deveria ter feito isso. Deveria ter procurado ativamente qualquer informação sobre os dois prodígios. O que gostavam? Do que não gostavam? Como eram como pessoas? Afinal, ele estava servindo…

Crash!

Crack!

Craaack!

Ele estava servindo… os próprios mestres espadachins da Terra da Provação.

“Cara, como é que eles simplesmente usam uma espada de aura assim, nessa idade? Isso não faz sentido!” pensava Johnson, incrédulo.

Ele não tinha ficado tão chocado quando os viu cortando lenha. Afinal, ele podia imaginar alguém fazendo isso. Talvez até tivesse encontrado alguns estudantes talentosos da Academia de Esgrima Krono ou dos Cinco Reinos do Oeste.

Foi na terceira noite que percebeu que aqueles não eram meros estudantes.

— Sr. Johnson, gostaria de avisá-lo, caso algo aconteça… teremos uma luta de treino sempre que encontrarmos um espaço aberto e sem pessoas — disse um dos jovens mestres espadachins.

— Hã? Ah, claro! Fiquem à vontade! — respondeu Johnson.

— Certo. Estamos avisando apenas para não surpreendê-lo. Então…

Johnson jamais esqueceria a cena impressionante que ocorreu em seguida.

“Nunca vi uma luta de verdade na vida!” pensou.

Mas antes disso… “pensar que tentei roubar esses monstros!”

Johnson sentiu-se suar profusamente, como se tivesse acabado de mergulhar os pés no Rio Estige.

Mas tudo bem. Afinal, seu segredo estava seguro. Ele ficaria bem enquanto dirigisse a carruagem diligentemente e não cruzasse o caminho daqueles monstros até finalmente chegarem ao reino.

“Sempre sorria. Sempre seja humilde. Sempre seja diligente” pensava Johnson.

Ele estava prestes a lavar os pratos quando ouviu…

— Hah!

Swoosh!

Crash!

— Ah! Perdi o controle de novo.

— Também errei o alvo. Mas tudo bem. Vou melhorar na próxima — murmurou a misteriosa criatura antes de, casualmente, lançar uma poderosa bola de fogo e voltar à sua forma felina. Aquela gata fazia os pelos do pescoço de Johnson se eriçarem.

Os dois mestres espadachins eram bem-educados. Não o menosprezavam por ser apenas um condutor de carruagem e falavam com ele de forma gentil. Se não fosse por suas assustadoras habilidades de luta, Johnson poderia tê-los considerado tão inofensivos quanto plantas em vasos.

No entanto, ele não conseguia entender aquela coisa meio gata, meio humana.

— Ei! Gatos não comem isso! — reclamava.

— Bem, eu poderia comer se me transformasse.

— Mas se transformar dá muito trabalho!

— Mesmo assim, quanto mais eu faço, mais sinto que estou melhorando.

— Mas eu gostaria que fizesse algo apropriado para uma gata da próxima vez!

Johnson não sabia lidar com o humor inconstante da gata, que se inflamava até mesmo enquanto comia.

Ainda assim, agradar Lulu, a estranha criatura, lhe rendeu uma boa quantia extra de dinheiro. Em sua bolsa já havia doze reluzentes ratos de ouro.

Claro, ele não podia relaxar até terminar aquela tarefa.

— Já lavei os pratos e preparei suas camas — anunciou Johnson.

— Sempre gratos — respondeu Illia.

— Obrigado — disse Airen.

— Valeu! — disse Lulu.

— Não foi nada. Afinal, este é meu trabalho. Vou patrulhar a área agora — disse Johnson, curvando-se antes de sair para explorar os arredores.

Claro, isso era desnecessário, considerando o quão poderosos eram seus empregadores. Mas ele sabia que precisava dar espaço a eles.

“Parece que sempre conversam em particular quando estou longe. Melhor dar-lhes algum tempo se não quero incomodar” pensou.

Para ser honesto, ele tinha escutado fragmentos da conversa. Pareciam estar a caminho de encontrar alguém, cujo nome ele não conseguira captar. Johnson ainda lembrava suas expressões. Os dois pareciam tão nervosos.

“Quem será que eles estão indo ver que os deixa tão ansiosos? São mestres espadachins, pelo amor de Deus!” pensava Johnson.

Aquele grupo de três poderia derrotar demônios e até o próprio diabo, se quisesse!

Mas ele logo afastou o pensamento. Às vezes, a ignorância era uma bênção. Sendo um homem sensato, decidiu não se meter nos assuntos deles.

— Ugh, está frio. Devo voltar? — murmurou Johnson.

Afinal, só porque não queria intervir, não significava que precisava vagar sem rumo, sem dormir. Já fazia uns trinta ou quarenta minutos. Talvez ele pudesse voltar.

Andou de propósito fazendo barulho antes de soltar uma risada.

“Estou falando de mestres espadachins e de um gato aqui, isso é uma gata? Enfim, é como uma gata… então o que estou fazendo mesmo?” pensava.

Se fazia barulho ou não, isso não importaria para aquelas pessoas com sentidos extremamente aguçados, ou assim pensava quando chegou ao acampamento e viu uma cena incrível.

Os dois mestres espadachins estavam sentados lado a lado, de mãos dadas.

— De novo, você não precisa se preocupar tanto. Talvez tenha achado ela assustadora quando era criança, mas agora você é diferente. Acho que não será grande coisa quando vê-la cara a cara — disse Airen.

— Você acha mesmo…? — murmurou Illia.

Eles pareciam bastante sérios, com um confortando o outro.

Johnson observava nervosamente os dois, imersos na conversa sem lhe dar atenção, quando a gata, que estava enrolado dormindo, de repente se mexeu.

— Você está aqui, Johnson? — perguntou.

— Ah, você chegou? — disse Illia.

— Hã? Ah! Sim! Estou! — respondeu Johnson, meio atordoado.

Lulu assentiu antes de voltar a dormir, enquanto Airen o cumprimentava com um sorriso.

No entanto, Illia não fez o mesmo.

— Vou dar uma volta… — disse, sem expressão, antes de sair caminhando, deixando Airen surpreso e acordando Lulu.

— O que deu nela? — perguntou Lulu.

— Não sei… — murmurou Airen.

— Talvez ela só queira fazer xixi!

— Acho que não.

Johnson suspirou enquanto observava as duas criaturas alheias.

— Essa garota vai sofrer uma bela de uma desilusão — pensava.

Ele era mesmo denso, não que Johnson quisesse se meter. Deitado, Johnson disse a si mesmo que faria mais barulho na próxima vez.


Um mês havia se passado desde o Ano Novo. O vento frio de fevereiro soprava por Airen Farreira e seu grupo.

O tempo não era a única coisa que havia mudado. O jovem e seu grupo estavam em outra terra. Graças à condução dedicada de Johnson, chegaram ao continente central antes do esperado.

Extremamente contente, Lulu invocou um tesouro de um espaço mágico.

— Bom trabalho. Continue assim! — disse.

— Muito obrigado, muito obrigado! — respondeu Johnson, curvando-se profundamente enquanto segurava um gato dourado com um peixe na boca.

A gata feiticeira não o assustava mais. Na verdade, ele não conseguia evitar sentir afeição pela criatura. Sua natureza caprichosa? Ele não se importava nem um pouco. Afinal, a gata nunca havia machucado ninguém. Quando ficava brava, logo cedia. Bastavam alguns carinhos no queixo e na cabeça.

A difícil, na verdade, era a mulher de cabelos prateados, Illia Lindsay.

Johnson sentia um calafrio percorrer sua espinha toda vez que cruzava olhares com Illia, que acordava todas as noites como se estivesse assombrada por pesadelos. Agora ele sabia quem era a pessoa que a talentosa dama da Casa Lindsay temia e por que os dois estavam indo ao reino. Claro, nunca dizia o que sabia em voz alta, preferindo focar em seu trabalho.

— Uma salada, um pouco de frango e um prato grande de porco ou carne bovina. Ah, também nos traga algum peixe fácil de desossar. Por favor, venham por aqui! — convidou Johnson, arrumando a mesa após fazer o pedido rapidamente.

Os dois humanos e a gata o seguiram obedientemente.

— Espero que o peixe seja bom — disse Lulu com um sorriso, contente por ter conseguido pegar uma mesa.

Algumas pessoas olharam curiosas, mas Johnson não se importou, pois isso era algo comum. Ele esperou pacientemente que os olhares se desviassem enquanto o grupo aguardava sua comida em silêncio.

Felizmente, ninguém os incomodou. O local era barulhento e lotado, e aqueles que ouviram Lulu provavelmente acharam que tinham ouvido errado. Além disso, a mesa deles não estava no centro das atenções.

Um mercenário de meia-idade tomou um gole de sua cerveja e disse — Como eu disse, essa masmorra vai ser incrível. Diria que pode ser a maior descoberta dos últimos cem anos! Pode ser da época do Rei Dragão Demônio… ou até anterior.

— Ah, não tem como. A maioria das masmorras foi completamente explorada há mais de cinquenta anos!

— Ah, estão só falando de masmorras — disse Lulu, virando-se desinteressada.

Embora masmorras e ruínas antigas a intrigassem no passado, não mais agora. Lulu já tinha ouvido muito sobre isso em suas viagens com Khubaru.

Além disso, o homem estava certo. Desde 150 anos atrás, quando o diabo retornou ao seu reino, exploradores enfrentaram inúmeras masmorras. Nações inteiras se mobilizaram para obter artefatos heroicos ou relíquias sagradas. Então, tudo o que restava eram lugares triviais, como covis de magos desconhecidos. Illia e Johnson estavam igualmente desinteressados, pois também sabiam disso.

No entanto, Airen se animou, olhando seriamente para o mercenário bêbado.

— O que foi, Airen? — perguntou Lulu.

— Só tenho um pressentimento… — murmurou Airen.

— Um pressentimento?

— Sim. Acho que aquele cara vai dizer algo que pode ser importante para mim.

— Sério? Então deveríamos ouvir — disse Lulu, voltando-se para o mercenário. Os olhos de Illia também brilharam de interesse.

Johnson ficou surpreso. “Como uma mera palavra ‘pressentimento’ podia mudar a atitude deles?” Ele pensava isso como alguém que não sabia sobre o pressentimento de um mago.

Independentemente disso, a conversa continuou. Foi em Calvin, a cidade-estado, que descobriram o tamanho da masmorra. Eles iniciaram a expedição antes que os reinos vizinhos se intrometessem. Os três estavam à beira da guerra.

Para controlar a situação, ou para conseguir parte do saque, o reino sagrado enviou sua própria ordem de cavaleiros.

— Aparentemente, Ignet Cresensia, a Capitã dos Cavaleiros Negros, virá pessoalmente — disse o mercenário.

— Uau, Airen! Você estava certo! Você realmente pode ter orgulho de sua feitiçaria! — elogiou Lulu.

Illia ficou em silêncio, parecendo conflituosa. Johnson, por outro lado, ficou boquiaberto. Embora aqueles três fossem além de sua compreensão desde o início, continuavam a surpreendê-lo.

No entanto, Airen não parecia muito feliz. Ele sorriu antes de pensar. “Estava pensando em Ignet?”

Ele não tinha certeza. De fato, estava viajando para ver Ignet e teve a sorte de ouvir a notícia antes de viajar ao reino sagrado em vão, mas…

Sentia como se estivesse deixando algo passar.

Seu instinto lhe dizia que poderia haver algo além de Ignet esperando por ele.

Porém, sua mente não lhe dizia nada, então balançou a cabeça e se levantou antes de se aproximar do mercenário de meia-idade, que tagarelava feliz.

— Com licença, posso perguntar algo? — perguntou Airen respeitosamente.

— Hmm? — respondeu o mercenário.

— Há alguma maneira de participar da expedição como mercenário?

Todos se viraram.

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