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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 189

O que Aconteceu? (3)

Anya Marta, a garota feiticeira, não tinha amigos. Desde que descobriu a feitiçaria ainda pequena, seguiu Ignet. Também nunca quis ter amigos. Ela só conhecia os membros dos Cavaleiros Negros ou os sacerdotes do Reino Sagrado, mas nenhum deles despertava muito o seu interesse. Entre todos, Georg Phoibe era o mais próximo de ser seu parceiro de conversa, embora não pudesse ser considerado um amigo.

Por isso, Anya imediatamente se apegou a Lulu quando a encontrou um ano e meio atrás.

“Tão fofa…!”

Lulu era macia, fofinha e quente, além de adorável. Apesar de ser uma gata, sabia falar como um humano e dominava a feitiçaria tão bem quanto ela. Anya não conseguiu evitar se apaixonar por Lulu.

“Eu a adoro! Adoro quase tanto quanto a capitã!” ela pensou.

Agora, Lulu a surpreendia mais uma vez ao aparecer diante dela, não como uma gata, mas como uma humana, com adoráveis chifres e asas.

Anya, que nunca teve amigos da sua idade, não conseguiu evitar abrir um grande sorriso. Mas toda essa alegria desapareceu quando Lulu a repreendeu.

— Por que você fez aquilo? Por que você maltratou Airen e a mim quando deveria ser minha amiga?! — gritou Lulu.

— Hã? Não! Anya nunca maltratou ninguém… — respondeu Anya.

— Você e Ignet maltrataram Airen! Tentaram arrastá-lo quando ele não queria. Você o socou no estômago e o fez desmaiar! Não se lembra?!

Anya lembrava de algumas coisas, mas não de outras. Por exemplo, não se lembrava da capitã socando Airen no estômago. Tudo o que conseguia recordar era Ignet convidando Airen para se juntar aos cavaleiros.

“Mas isso não é maltratar. Ela estava oferecendo algo bom!” pensou Anya.

Para ela, Ignet era a pessoa mais gentil e incrível do mundo. Ignet seria um rei um dia, embora Anya jamais se atrevesse a dizer isso em voz alta, já que Ignet a advertiu para não fazê-lo.

Então, por que Lulu chamaria de maldade a oferta de Ignet para que Airen se juntasse à sua grandeza?!

No entanto, Anya não conseguiu explicar seus pensamentos para Lulu.

— Desculpa. Não vou fazer isso de novo — ela se desculpou.

— Hmph! — resmungou Lulu.

— Vou dizer a capitã para não fazer isso de novo! Brinque com Anya! Vamos ser amigas de novo!

— Quem se importa! Ainda estou zangada!

— O que você quer que eu faça? O que devo fazer para você não ficar zangada, Lulu?

— Eu também não sei…! De qualquer forma, não vou me deixar convencer hoje. Pense nisso até nos encontrarmos da próxima vez!

Com isso, Lulu voltou à forma de gata e desapareceu na escuridão.

Embora estivesse confusa, Anya sentiu-se aliviada ao ouvir as palavras, ‘da próxima vez’. Pensando em como poderia animar Lulu, correu para os aposentos de Georg para buscar conselhos. Então, ignorando todas as sugestões atenciosas de Georg, começou a se preparar do seu próprio jeito, oferecendo à forma humana de Lulu um vestido deslumbrante.

— Já que Lulu pode usar roupas, ficaria tão feliz de ganhar um vestido! Espero que use um vestido branco e brinque com Anya! — disse Anya animadamente.

— Por que perguntou, se não ia ouvir…? — perguntou Georg.

— Você não me disse nada útil, Georg! Você é realmente inútil! — gritou Anya sem vergonha antes de conjurar o kit de costura do feiticeiro do ar.

Ao lado dela estava uma pilha de tecidos mágicos que ela adquiriu quebrando seu cofrinho dourado. Claro, Anya poderia convocar um vestido fofo imediatamente, se quisesse. Afinal, o cofrinho dourado de Anya concedia qualquer desejo, desde que ela pudesse pagar por ele. Mas desejar um produto pronto não seria eficiente. Conjurar materiais e ferramentas para fazê-lo sozinha custaria menos moedas.

— Vou fazê-lo bonito como o meu — disse Anya Marta enquanto movia as mãos com agilidade para confeccionar o vestido.

Por mais fofa que fosse, Georg sentiu-se um pouco desapontado ao ver a garota, que gastou apenas duas moedas de ouro para o presente de aniversário dele, usando cem moedas para animar uma gata.

“Melhor pensar em outra coisa…”, pensou Georg, cabisbaixo, enquanto se dirigia à cama em silêncio.

Deitado de costas para Anya, pensou em Airen Farreira.

“Aquele cara é inacreditável…”

Ele tinha ouvido que o jovem se tornou um mestre. Lembrava-se de ter ficado chocado com a notícia na época. Embora tivesse visto o quão determinado o jovem estava quando ergueu sua espada, enfrentando o carisma da capitã, ainda achava incrível a rapidez com que ele havia crescido.

Naquela noite, no entanto, o jovem havia superado todas as expectativas. Georg fechou os olhos e relembrou como Airen parecia ao enfrentar o capitão.

— Ele é inacreditável… — murmurou.

— Ai, céus! Pode ficar quieto?! Não consigo me concentrar no trabalho! — reclamou Anya.

— Você não podia fazer isso no seu quarto?

— Não, não posso. Então, fique quieto.

— Tudo bem…

Georg suspirou e continuou pensando. Acompanhando Ignet e uma feiticeira extremamente talentosa, ele havia se tornado muito bom em avaliar os outros. No entanto, nem ele conseguia imaginar até onde Airen poderia chegar. O que estava claro era que não havia muitos, talvez menos de cinco, que poderiam chamar a atenção da capitã assim.

“Julius Hule, Quincy Myers… e talvez o Diretor Ian, embora nunca o tenha visto pessoalmente.”

Pensar que sua capitã havia ido imediatamente para seus aposentos meditar após ver aquele jovem…! Era a primeira vez que ela demonstrava tal reação ao ver alguém tão jovem.

Recordando o quão incrivelmente alegre Ignet parecia, Georg murmurou — Esta expedição vai ser mais interessante do que imaginei…

— Georg! Céus! Pare de atrapalhar tanto a Anya! — gritou Anya.

Georg puxou o cobertor sobre a cabeça, mas Anya continuou mexendo as mãos pequenas, ocupada, sem se importar se ele estava ou não chateado.


Naquele momento, Airen Farreira, assim como Ignet, havia deixado o salão de banquetes para meditar. Embora o encontro entre os dois tenha sido breve, Ignet deixou uma forte impressão nele. Rivalidade, alegria, anseio, admiração e outros pensamentos tumultuavam sua mente.

“Ainda assim, devo comemorar primeiro”, pensou Airen.

Ele recordou como Ignet foi ao encontrá-lo pela primeira vez. Airen sentiu-se verdadeiramente derrotado quando Ignet o tratou como um mero vestígio de sua antiga vida, não como ele mesmo. Talvez esse sentimento de derrota tenha criado o que ele era hoje. Ao contrário de antes, Airen decidiu dar crédito a si mesmo por enfrentar Ignet com orgulho, como fez naquele dia. Mas a aprovação de Ignet não significava que ele havia alcançado seu objetivo. Na verdade, era apenas o começo.

Airen então se levantou, olhou ao redor e invocou sua espada larga, brandindo-a.

Swish!

Swoosh!

“Não tenho nem perto do poder necessário para alcançar o que quero”, ele pensou.

Ele não estava falando sobre a expedição à masmorra ou vencer Ignet. Ele queria um poder maior para cumprir o que declarou em Durcali. Ele ainda pensava no que poderia ter acontecido se tivesse falhado por pouco nas Montanhas Alhaad.

“Ou como foi enfrentar Grayson em Aisenmarkt? Se eu fosse mais fraco que Grayson, teria conseguido viajar com Lulu e Illia como fiz agora?”

Provavelmente não.

“É importante ter determinação e objetivos, mas…”

Se lhe faltasse o poder para avançar sua vontade, só acabaria desapontado. Os olhos de Airen brilharam enquanto ele brandia a espada com mais força.

Swoosh!

Ele cultivaria a vontade firme que seu eu do passado lhe deixou.

Wooosh!

Ele também treinaria seu corpo. Trabalharia incessantemente para que nem sua mente nem seu corpo fossem insuficientes. Ele teria que tentar sem descanso. O jovem de coração ardente brandia sua espada como um herói. Apenas quando o sol brilhante surgiu e substituiu a longa noite de inverno ele parou de treinar.

“Illia…” ele pensou repentinamente enquanto olhava para o céu claro. Ele sabia quanta coragem Illia precisou para vir ali e enfrentar Ignet Crecensia. Também sabia o quão difícil era ver a pessoa que ela esperava não lhe dar atenção. Ele também teria ficado devastado se Ignet o tivesse tratado como antes.

“Mas não posso fazer nada por ela”, pensou Airen.

Ele podia caminhar ao lado de sua amiga, encorajá-la e segurar sua mão sempre que ela enfrentasse dificuldades. Mas, no fim das contas, Illia teria que dar os passos por conta própria. Ele não seria o responsável por isso.

Airen Farreira pensou mais um pouco em sua amiga antes de desviar o olhar do céu e voltar a brandir sua espada, como sempre fazia.

Seus olhos não transmitiam medo por sua amiga, mas confiança.


Já fazia duas semanas desde que a força do Reino Sagrado Arvilius chegou. Os preparativos para a expedição à masmorra pareciam ir bem.

No entanto, isso era apenas na superfície. Por trás das paredes fechadas, rivalidades e intrigas floresciam.

Mas até isso estava chegando ao fim. Ignet Crecensia, a representante de Arvilius, derrotou Lavaat, Palanke e Calvin, assumindo a posição de líder da equipe de expedição.

Claro, muitos ficaram descontentes. Embora Arvilius fosse a nação mais poderosa do continente, eram as outras três nações que tinham direito à masmorra. Embora Ignet tenha garantido que assumir a liderança não significava reivindicar o saque, Lavaat e Palanke não estavam prontos para abrir mão de seu controle.

No entanto, quando Ignet saiu de seu isolamento e assumiu a posição de Georg, que vinha lidando com os assuntos diplomáticos até então, os representantes das duas nações só puderam dizer — Agradecemos por sua graça.

Não houve mais reclamações sobre a liderança a partir de então.

— Hah, hah… — ofegava Airen Farreira, que pouco se importava com os assuntos políticos.

Swish!

Para realizar seus sonhos…

Swish!

Para torná-los realidade…

Sheesh!

Airen treinava todos os dias, seu poder físico crescendo a cada dia para acompanhar sua mente.

Agora faltavam vinte e quatro horas para a partida.

— Ufa.

Airen finalmente recolheu sua espada e permitiu-se pensar em seu passado distante. Lembrando-se do momento antes das provas intermediárias, quando ainda era apenas um aprendiz na Academia de Esgrima Krono, ele assentiu.

— Certo.

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