Switch Mode

Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 194

Enfrentando seu Passado (3)

Criar Auras de Espadas era extremamente difícil, não apenas para espadachins comuns e especialistas, mas até mesmo para os reverenciados mestres espadachins. Mesmo eles precisavam reunir toda a sua força para imbuir aura em suas espadas.

Afinal, como poderia ser fácil gerenciar simultaneamente armazenamento, fortalecimento, endurecimento, aprimoramento, concentração e materialização? Até mesmo Airen Farreira havia enfrentado dificuldades para lutar enquanto mantinha uma Aura da Espada após a luta na Terra da Provação contra Illia.

“Mas agora…” pensou Airen. “Agora, isso era fácil.”

Embora ele já estivesse acostumado a invocar uma Aura da Espada, ainda achava cansativo manifestar e manter a arma.

Mas isso não era mais um problema. Cada movimento fluía naturalmente e sem esforço, mesmo enquanto mantinha todos os seis elementos da aura.

“Por quê?”

Airen rapidamente encontrou sua resposta.

“Parece que a espada não é mais apenas uma ferramenta, mas…”

Era como se a espada tivesse se tornado parte de seu corpo.

Airen brandiu sua espada.

Swish!

Swish!

De fato. Assim como um homem não pensa em ‘como se mover’ ao fazer algo tão natural e familiar quanto caminhar ou coçar o queixo, Airen percebeu que sua espada havia se tornado parte dele.

Empunhando a espada como se estivesse em transe, Airen pronunciou seu antigo nome.

— Karin Winker — murmurou.

Wooosh!

A espada vibrou como se respondesse. Airen sorriu, sentindo que agora compreendia o que estava acontecendo.

“Eu me aproximei mais dele.”

Embora estivesse conectado ao homem por quase dez anos, só recentemente começou a compreender sua antiga versão. Da mesma forma, seu antigo eu havia vagado na escuridão sem saber o que havia se tornado.

Mas isso não era mais verdade. A vontade do espadachim errante finalmente encontrou seu caminho. Livre dos truques do demônio, o homem finalmente encontrou paz e reconheceu Airen.

“Será que eu cresci?” perguntou-se Airen.

Ele não tinha certeza. Contudo, sabia de uma coisa: não cairia diante do demônio bufão que o encarava com fúria.

— Acho que devo começar — disse Airen, assumindo sua posição.

— Entendo… — murmurou o demônio, ainda perturbado.

No entanto, parecia relativamente calmo comparado ao momento em que o homem do passado havia surgido. Airen percebeu que os olhos trêmulos do demônio haviam se aquietado um pouco. Sua voz também soava estável enquanto estendia as mãos e sugeria.

— Que tal chamarmos isso de empate?

— Que tipo de absurdo… — rebateu Airen.

— Ei, ei, ei! Ouça-me, por favor! Você está absolutamente enganado aqui. Isso também não é um mau negócio para você, então talvez você possa abrir seu coração e me ouvir generosamente, hein?

— Nem pense nisso…

— Seis contra quatro — disse o demônio, levantando os dedos para mostrar os números.

— Essas são as chances, seis sendo eu, é claro, da nossa luta. Sob meu verdadeiro nome, ‘Gacy’, estou dizendo a verdade! Hah! É verdade, eu digo! — disse o bufão, recuando quando Airen deu um passo à frente.

Airen não sabia se o demônio estava zombando dele ou apenas agindo naturalmente. Ele encarou seu oponente sem romper sua postura.

O bufão sorriu antes de dar um tapa nas próprias bochechas.

Slap!

— Oh, me desculpe. Eu não estava zombando de você. É uma condição que tenho, sabe. Não consigo parar de rir.

— Espero que entenda!

— Vá direto ao ponto — exigiu Airen.

— Certo, certo! O ponto! Eu gosto de ir direto ao ponto. Então… até onde eu cheguei? Certo! Acabei de dizer que, se lutarmos, as chances são seis contra quatro, seis sendo eu e quatro sendo você. Isso é verdade. Eu posso estar em frangalhos após o ataque surpresa daquela desgraçada, minha máscara até quebrou, mas sou bastante forte, sabe. Hmph, hmph, hmph! — disse o bufão, exibindo os músculos, antes de continuar — Por outro lado, você é muito mais frágil do que aquele maldito Karin Winker. Ooh! Não me interprete mal! Não estou dizendo que você é ruim! Só estou dizendo que você é bem frágil comparado àquele terror!

“Não se arrependa.”

Airen permaneceu impassível enquanto encarava o bufão.

No entanto, ele sabia que o bufão tinha um ponto. Ele era muito mais fraco em comparação com sua versão passada. Embora Karin Winker não tivesse desaparecido, residindo na espada, Airen era quem precisava empunhá-la. E ele sabia o quanto ainda lhe faltava.

Era disso que o bufão estava falando.

— Então, o que me diz? Hmm? Vamos chamar de empate? Eu juro pelo meu verdadeiro nome que deixarei todos os seus amigos nesta barreira irem embora! Não, não! Não os deixarei sair apenas com vida. Eles sairão sãos e salvos! Não quero arriscar esses 40%, sabe! — continuou o bufão.

— Pense nisso! Não é um mau negócio, certo? Você é muito jovem, mal tem trinta anos. Pode se tornar muito mais forte no futuro. Vamos! Concorda comigo? Pode voltar para me enfrentar com muitos amigos quando estiver mais velho e mais forte. Certamente é um acordo melhor, não acha? Hein? Hein? Hein? — insistiu o demônio.

Ele começou a falar mais rápido, implorando, pressionando e desabafando. Airen suspirou diante da insistência incessante.

Não queria ouvir mais. O sussurro do demônio, que manipulava humanos havia milênios, parecia atacar todos os seus sentidos de forma inimaginável.

Não havia mentira em suas palavras. Seus sentidos, mais apurados do que nunca, diziam que o demônio estava dizendo a verdade. No entanto, Airen Farreira sabia melhor do que ninguém o quão perigoso era aceitar as palavras de um demônio apenas porque pareciam verdadeiras.

— Eu sei — respondeu Airen.

— Hã? — reagiu o bufão.

— Eu sei que você não está mentindo. Mas também sei que não está dizendo toda a verdade. Sei bem por que você está prolongando isso.

— Você acredita que quanto mais tempo levar, melhores serão suas chances, certo?

O bufão, que estava tagarelando sem parar, de repente ficou em silêncio. Airen estava absolutamente certo. Era verdade que Ignet o havia deixado em pedaços. Também era verdade que Airen era uma ameaça. E o demônio não queria enfrentar uma chance de 40%.

Mas havia algo que ele omitiu, a barreira escura que criara ao sacrificar sua máscara. O desespero, a fúria, o ódio e o medo dos membros da expedição presos dentro da barreira lhe proporcionavam poder, melhorando suas chances na batalha. Por isso, o bufão tentava ganhar tempo. Não tinha intenção de omitir uma ameaça, assim como não fizera mil anos atrás.

“Se ele sabe disso, por que ele…?” questionou-se o bufão.

Aquele jovem não era um inimigo fácil. O demônio achava insuportável os olhos afiados de Airen, que pareciam enxergar seu âmago. Queria arrancar aqueles olhos e esmagá-los sob seus pés.

Mas por que alguém tão perspicaz estava o acompanhando?

Por quê?

Creek!

O bufão parou de pensar. Sobressaltado, girou ao redor e viu um corte vermelho-sangue com chamas iluminando ferozmente a escuridão.

Mas isso não era tudo.

Sheeesh!

— Isso não pode ser…! — murmurou o demônio, enquanto uma luz prateada criava uma fenda na escuridão, sua claridade brilhante cutucando o lado esquerdo do rosto do bufão como a luz da lua.

Fechando os olhos com força, ele cambaleou para trás. Contudo, a luz não recuou. O bufão foi forçado a abrir os olhos e encarar os recém-chegados: Ignet Crecensia, Capitã dos Cavaleiros Negros do Reino Sagrado, e Illia Lindsay, a prodígio da Casa Lindsay.

Ao encarar as duas, imponentes, o bufão finalmente percebeu que, assim como confiava em sua barreira, o jovem confiava que seus aliados chegariam.

O demônio bufão gemeu furioso.

— Nnnggh…

— Como vocês chegaram aqui? — perguntou Ignet, ignorando o demônio e se voltando para Illia.

Franzindo a testa como se não pudesse acreditar no que via, ela pressionou.

— Pergunto novamente. Como puderam romper a escuridão que nem o capitão tenente Georg conseguiu superar? Como estão aqui?

O fogo ardia em seus olhos. Ela não entendia. Não esperava isso de Airen, muito menos de Illia, alguém em quem nunca prestara atenção até agora.

O que aconteceu no passado ficou no passado, e quem a garota se tornou não interessava nem um pouco a Ignet. Já era irritante o suficiente que ela, alguém que deveria almejar algo maior, precisasse prestar atenção em Airen, quanto mais em outra pessoa.

“Mas devo perguntar”, pensou.

Lançando um olhar para Airen, Ignet voltou-se para Illia, questionando-se sobre o que a fez crescer tanto em tão pouco tempo. O que a transformou na pessoa que era agora? Illia, no entanto, não hesitou em responder.

— Que piada — disparou ela.

— O quê? — perguntou Ignet.

— Então você consegue sem problema enquanto eu não? Que tipo de besteira é essa? — respondeu Illia.

Ignet ficou perplexa, chocada por ter acabado de ser insultada, ainda mais por Illia ser quem pronunciou aquelas palavras.

O que a surpreendeu ainda mais foi que Airen riu alto.

— Haha! Hahaha…

— Por que está rindo? — perguntou Illia.

— Ah, desculpe. Mas você está certa. Ignet, está fazendo a pergunta errada — disse Airen.

— Illia é alguém que absolutamente poderia chegar aqui. Não há dúvida sobre isso — explicou Airen, antes de se virar para Illia.

Illia também se voltou para ele, e os dois trocaram sorrisos.

Ignet os observou com uma expressão conflituosa. Sentia-se ao mesmo tempo curiosa e irritada.

Balançando a cabeça, ela disse:

— Farei minhas perguntas depois. Primeiro…

— Sim, primeiro… — respondeu Airen.

— Precisamos acabar com esse demônio nojento — declarou Ignet, avançando, com suas chamas ardendo.

Apesar de estar exausta, sua presença emanava carisma, como se ela fosse um rei.

Illia Lindsay também assumiu sua postura, sua luz dissipando a escuridão silenciosamente, como a lua à noite.

— Feww — suspirou Airen enquanto levantava sua espada.

Com uma espada que não cederia até o fim e com o fogo que encontrou em sua vida atual, ele apontou sua Aura da Espada dourada para o bufão.

— Aqui vou eu — murmurou baixinho.

— Hee…hee hee…hehehe — riu o demônio bufão enquanto os três espadachins o encaravam.

O demônio não pôde evitar. Era inacreditável. Imaginar que os verdadeiros heróis da era, capazes de tirar sua vida, encontrariam o covil onde ele havia se escondido para tratar suas feridas!

E eles nem estavam no auge. Fechando os olhos, o bufão imaginou o futuro brilhante que aguardava os três espadachins.

“Eles se tornarão muito, muito mais fortes.”

Fortes e brilhantes, viverão longas vidas, amados e respeitados por muitos. Tinha certeza disso. E roubar essa possibilidade seria sua maior alegria…

Thud.

— O que…?!

Os três encararam em choque quando o demônio bufão levantou a mão direita e a afundou no lado direito de seu rosto.

O demônio não deu atenção a nada. Com um desagradável estalo e som de carne, metade da máscara foi arrancada de seu rosto, deixando-o em um estado de sangue, carne e ossos expostos. Ele riu e chorou. Lágrimas escorreram por seu rosto.

Assim que Airen percebeu que o demônio chorava de alegria, ele esmagou a máscara.

Crack.

Houve uma explosão, embora ele não conseguisse ouvir o som.

Ou talvez tivesse ouvido. Agora, ele não podia ouvir nada. Sentia algo quente escorrendo de ambos os ouvidos. Sangue.

Felizmente, estava bem o suficiente para compreender o que estava acontecendo. Virou-se para ver que Illia estava em um estado semelhante.

No entanto, ele percebeu que houve uma baixa.

— Por quê? — perguntou Airen enquanto olhava para Ignet, caída no chão em frangalhos.

Ela havia saltado para frente no momento em que o demônio explodiu, bloqueando a maior parte do impacto.

— Por que você… — murmurou Illia com a voz trêmula, sua pergunta inacabada refletindo sua confusão.

Conseguindo abrir os olhos, Ignet Crecensia olhou para os dois. Ela zombou e murmurou — Não sei, seus bastardos.

Com a voz de quem já foi uma mercenária, ela perdeu a consciência.

Faça uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo!
Conheça nossa Assinatura VIP e seus benefícios!!

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar