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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 232

Eu Vou Voltar (2)

Woosh!

O lendário grifo cortava os céus. Em suas costas, estavam Airen Farreira, Lulu, Kiril, Brett, Lance e Lorde Phillip Lloyd, todos com expressões preocupadas.

Airen dissera que sentia uma energia demoníaca vinda da floresta ao nordeste.

“Poderíamos simplesmente ignorar como uma preocupação infundada se tivesse vindo de qualquer outra pessoa, mas…”, pensou Brett, observando seu amigo.

Ele não conseguia evitar confiar em Airen, que possuía a percepção aguçada de um mestre espadachim e o instinto misterioso de um feiticeiro.

Ainda assim, isso parece sério demais, refletiu ao olhar ao redor. Não era apenas Airen, Kiril, Lulu e Lance também estavam apreensivos, assim como seu pai, que no passado já havia derrotado três demônios.

Brett estava inquieto. Ter um demônio na propriedade, é claro, não era uma boa notícia. Afinal, eles eram mais malignos, perigosos e astutos que monstros. No entanto, estavam acompanhados por um dos cem mestres espadachins, uma renomada gata feiticeira, uma prodígio de Cezar cujo poder parecia rivalizar com o seu próprio e um especialista como ele.

Lance também não fica atrás. Embora ainda não tenha se formado, ele tem habilidade suficiente para ser um especialista, ponderou Brett.

De fato, a situação não parecia grave. Mesmo o mais forte dos demônios não teria chance contra seu grupo. Brett, sozinho, provavelmente conseguiria lidar com a criatura.

Assim que decidiu que resolveria o problema rapidamente para tranquilizar seu pai, Phillip falou.

— Filho — chamou Phillip.

— Sim, pai — respondeu Brett.

— Você não deve repetir isso em nenhum outro lugar, entendeu?

— O mesmo vale para o restante de vocês. Prometam que não falarão sobre isso em nenhum outro lugar.

Diante da seriedade de Phillip, todos assentiram.

— Um diabo apareceu novamente no continente há alguns meses — revelou Phillip.

— Pelo que se sabe, ele era incrivelmente poderoso—o suficiente para rivalizar com o Rei Dragão Demônio de 400 anos atrás… O problema é que muitos outros diabos estão atualmente escondidos.

Phillip suspirou. Foi por isso que havia ido ao palácio um tempo atrás. A presença dos diabos era tão disseminada que nem mesmo Arvilius poderia lidar com eles sozinho. Assim, os cavaleiros sagrados decidiram revelar a situação aos governantes de cada nação e pedir cooperação.

Phillip então retirou de seu bolso um pequeno frasco de vidro. Dentro dele, um líquido azul brilhava, água sagrada imbuída com o poder do sumo sacerdote.

— Isso permite ver o quão forte é a energia demoníaca no covil de um diabo. Quando a cor estiver vermelha, a situação ainda é administrável. O vermelho indica um demônio poderoso, mas não forte o suficiente para ameaçar um mestre espadachim — explicou, mostrando o frasco a todos.

— Mas se o líquido escurecer… se ficar quase negro, devemos ir diretamente ao Reino Sagrado, pois não seremos capazes de lidar com isso sozinhos.

O silêncio caiu sobre o grupo.

Lance Patterson parecia chocado com a repentina revelação sobre os diabos. Até mesmo Brett Lloyd, normalmente contido, franziu a testa. O restante do grupo manteve expressões sérias, sem fazer perguntas ou demonstrar medo.

“Eles estão estranhamente calmos…”, ponderou Phillip.

Os diabos haviam surgido pela primeira vez em 160 anos. Qualquer pessoa comum ou até mesmo alguns cavaleiros valentes se sentiriam nervosos diante de uma situação tão perigosa. No entanto, Airen, Kiril e Lulu pareciam surpreendentemente serenos.

“Talvez não tenham noção da gravidade disso”, pensou Phillip, suspirando.

Mas ele não podia se preocupar com os outros agora. Por mais que odiasse admitir, também sentia ansiedade.

Enquanto isso, o grifo de Kiril finalmente chegou ao local apontado por Airen, ou melhor, a alguns metros de distância do destino. Afinal, se o que Airen sentia era realmente um diabo, não queriam se aproximar o suficiente para serem atacados. Não precisavam se arriscar para confirmar a situação.

Vermelho-escuro… não, negro com um tom avermelhado. Ao ver a cor do líquido no frasco, Phillip se preparou para ordenar a retirada do grupo.

— Eu já volto — disse Airen.

— O que você disse, Airen? — perguntou Phillip.

— Eu disse que vou até lá resolver isso.

— Você não ouviu o que eu acabei de dizer…?

Phillip olhou para Airen, incrédulo, mas o jovem mestre espadachim parecia seguro de si.

A ansiedade que demonstrara instantes atrás havia desaparecido. Ele parecia calmo—não, confiante—o suficiente para até mesmo fazer Phillip se sentir melhor.

— Não sei se conseguirei explicar isso bem, dada minha falta de palavras… — disse Airen.

Seus olhos azul-profundo fitaram Phillip, que pôde ver a determinação neles.

— Mas estou confiante de que posso derrotar um demônio como esse — continuou Airen.

Ele não estava brincando.

De fato, ficara nervoso no início ao sentir a pura malícia no ar. Por um momento, temeu que o Diabo Bufão tivesse recuperado seus poderes e voltado para se vingar.

No entanto, conforme se aproximava, percebeu que aquilo não era o Diabo Bufão, mas sim algo muito mais fraco, influenciado por aquele poder sombrio.

“É claro, não posso subestimar nem o mais fraco dos demônios, mas…”

Airen cerrou os punhos e firmou sua postura.

Verificando seu corpo, sua aura e seu coração, sentiu-se seguro.

Ele podia fazer isso. Ele venceria.

Isso não era o suficiente para detê-lo.

E por isso, ele se mostrou confiante diante de Phillip.

— Algo pode facilmente acontecer enquanto entregamos a notícia ao Reino Sagrado — ele explicou.

— Claro, algo pode acontecer. Mas não acho que precisemos correr esse risco…

— Controle-se! — disse Phillip firmemente, lançando um olhar afiado para Airen.

— Airen, sei que você é um dos poucos gênios do continente. Mas diabos não são inimigos que podem ser subestimados. Por favor, confie na minha decisão, que se baseia em inúmeros registros do reino. Precisamos voltar — afirmou.

Phillip continuou tentando dissuadir Airen, ora ameaçando, ora implorando.

Embora Airen não o interrompesse, sua determinação permaneceu inabalável.

— Eu vou — declarou.

— Airen, você realmente… — protestou Phillip.

— A máscara do bufão.

— O diabo que apareceu há alguns meses a usa. Já pensou em como eu posso saber disso?

Phillip olhou para Airen, atônito, sua boca se entreabrindo como se não conseguisse compreender.

Um momento depois, seus olhos se arregalaram ao perceber a chocante verdade.

— Eu, ah… — murmurou.

— Sim. Você está certo — respondeu Airen, invocando sua espada larga.

Swoosh!

Woosh!

Enquanto uma aura dourada envolvia a lâmina dourada, Airen declarou:

— Eu também participei da batalha contra o grande diabo.

Woosh!

A aura de Airen brilhou ainda mais intensamente.

Ninguém conseguia desviar o olhar. O jovem herói olhou para Lulu, Kiril, Brett, Lance e Phillip antes de se voltar para sua espada.

— Voltarei ileso — prometeu.

— Eu juro.


Woosh!

O grifo de Kiril voava rumo ao Reino Sagrado. Em suas costas, estavam Lorde Phillip Lloyd e Lance Patterson.

Brett Lloyd, Kiril Farreira e Lulu haviam acompanhado Airen até o covil do diabo.

— Eu posso ser útil quando me transformar!

— Eu te deixei sozinho quando estava na barreira de feitiçaria, enfrentando o diabo ou treinando em Alcantra. Não posso fazer isso de novo. Estou indo com você.

— Eu também. Como herdeiro da Casa Lloyd, não quero deixar tudo para você.

— Mas…

— Você pode recusar se acreditar que será perigoso para mim e para a senhorita Kiril irmos com você…

— Caso contrário, insisto que nos deixe acompanhá-lo.

— Airen, deixe-nos ir com você. Você pode encontrar algo que não consiga enfrentar sozinho.

Airen assentiu ao pedido de Lulu. Então, os quatro adentraram a caverna escura. Mesmo assim, Lance nem sequer ousou pedir para acompanhá-los.

— Lance, deixo meu pai com você — Brett dissera.

Lance sabia melhor que ninguém que aquilo era apenas uma desculpa. Quem ousaria atacar Phillip Lloyd montado em um grifo? Phillip chegaria ao Reino Sagrado, com ou sem ele.

Lance cerrou os punhos, suas unhas cravando na pele. Ele não conseguia relaxar. Sua decepção e desespero eram tão grandes que eclipsavam qualquer dor.

Phillip observou Lance em silêncio por um longo tempo.


— Que tédio — murmurou o diabo em sua morada, nas profundezas da caverna.

Havia apenas um mês desde que despertara.

Não sabia por que estava ali, tampouco se lembrava de quem era antes. Tinha uma vaga lembrança de ter sido manipulado, mas isso não importava.

Com um corpo tão rígido quanto uma estátua, o diabo murmurou novamente:

— Eu não aguento mais isso.

Já fazia uma semana que transformara aquela caverna em um labirinto, mas até agora havia capturado apenas três presas.

Três dias atrás, nem mesmo uma formiga havia caído em sua armadilha. Para o diabo estátua, aquilo era um grande problema. Ele queria saborear o medo, queria ver os humanos chorarem e tremerem de fome e pavor. Para isso, precisava sair dali. Precisava agir. Não podia simplesmente esperar. Tinha que forçar os humanos a entrarem em seu labirinto.

Foi então que três humanos e uma gata entraram em sua morada.

O diabo estátua ficou eufórico.

— Ótimo, ótimo! — gritou, chutando o chão.

Correu até seu espelho mágico para observar seus visitantes. Que tipo de vítimas eram? Como iriam demonstrar medo e morrer?

Os olhos cinzentos do diabo estátua brilharam com malícia.

Mas sua alegria não durou muito.

Crash!

— Hmm?

No início, ficou apenas desconcertado ao ver o homem loiro atravessar a parede.

Crash!

Então aconteceu de novo.

Boom!

E de novo…

Crash! Boom! Crash!

Quando o homem continuou quebrando as paredes e finalmente chegou à sua morada, o diabo estátua estava furioso além do que poderia imaginar.

— Aaaaargh! — rugiu, seu corpo expandindo enquanto sua pele lisa se rachava, revelando magma infernal.

Como deveria lidar com aqueles intrusos? O que poderia apaziguar sua fúria?

Mas a ira do diabo dissipou-se no instante em que encontrou os olhos do homem loiro.

Woosh!

Um poder muito maior que sua própria energia demoníaca irrompeu.

O diabo estátua ficou atônito ao encarar Airen.

E então, o jovem balançou sua espada.

Smash!

A rocha estilhaçou-se em incontáveis pedaços, espalhando fragmentos pelo ar. Algumas gotas do magma atingiram a pele de Airen. Ele não se importou.

Tomando outro impulso, ele golpeou novamente, perfurando o diabo.

Crash!

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