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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 309

Uma Batalha de Inteligência (4)

O banquete para os participantes do Torneio dos Heróis havia chegado ao fim.

Não, para ser preciso, ele teve que acabar. Todos aqueles que haviam recebido a programação das lutas e cujo entusiasmo crescia rapidamente deixaram o salão.

Aqueles que enfrentariam adversários de nível semelhante lamentavam cada minuto ou segundo desperdiçado.

Os que estavam em desvantagem estavam determinados a dar o seu melhor, não apenas para evitar uma derrota humilhante, mas para criar qualquer possibilidade de um resultado inesperado.

Mesmo os candidatos ao título estavam focados, pensando nos oponentes que encontrariam nas fases mais avançadas. Treinavam suas espadas. Moviam seus corpos com dedicação.

No entanto, havia aqueles que não faziam isso.

Um reencontro após muito tempo.

Incluindo Judith, os quatro membros da 27ª turma da Academia de Esgrima Krono estavam reunidos no mesmo lugar pela primeira vez em dois anos e meio, conversando com expressões alegres.

Claro, também havia álcool. Afinal, Brett Lloyd não deixaria faltar álcool em uma ocasião dessas.

— Ugh, isso é forte demais.

— Que tal se acostumar com isso dessa vez?

— Como eu poderia me acostumar com essa coisa?

— Quanto mais você bebe, melhor fica. E dizem que o álcool é um fogo frio. Talvez até ajude na sua esgrima.

— …Não sei dizer se você está brincando ou falando sério.

Judith encarou ferozmente o copo à sua frente, depois reuniu coragem e virou tudo de uma vez. Ela se arrependeu instantaneamente.

A sensação quente e ardente descendo por sua garganta!

Mesmo depois de assentar em seu estômago, o forte aroma continuava emanando!

Era algo que ela simplesmente não conseguia suportar. Ela entendia perfeitamente o significado de ‘fogo frio’, mas ainda não tinha a intenção de apreciar isso.

Depois de tossir algumas vezes, Judith virou a cabeça. Estava prestes a pedir a garrafa de água para Illia Lindsay, a quem antes achava extremamente irritante, mas que agora se tornara uma de suas poucas amigas.

Ela não conseguiu.

Illia estava parada, continuamente, incessantemente, olhando apenas para Airen Farreira.

Sem dizer uma palavra, Brett se levantou e trouxe uma garrafa de água para Judith. Mesmo enquanto o copo se enchia, o olhar de Illia não se desviou de Airen.

Aquilo já acontecia desde que se reuniram.

Mesmo quando Airen tentava participar da conversa ocasionalmente, ela apenas lhe dizia para não olhar para outro lugar, apenas para ela… então não havia motivo para se sentir desapontada ou confusa agora.

“Como uma pessoa pode mudar assim?”

— Ela está bêbada?

Judith balançou a cabeça.

Ela havia melhorado muito, mas, durante seus dias de treinamento, Illia mal demonstrava qualquer mudança de expressão, como se usasse uma máscara de ferro. O fato de que agora não apenas estava namorando alguém, mas também expressando seu afeto tão ativamente, era difícil de acreditar. Por mais que Brett tivesse a avisado, a surpresa não passava tão facilmente.

Naquele momento, Illia virou sutilmente a cabeça e encarou Judith enquanto falava.

— Não estou bêbada.

— Sério? Então…

— Estou bêbada de Airen.

A espadachim de cabelos prateados terminou de falar e deu um leve sorriso.

A expressão de Judith ao olhar para ela ficou completamente vazia, como se tivesse levado uma pancada na cabeça. Brett estava igual. Até ele ficou olhando boquiaberto até seu copo transbordar de álcool.

Mas aquilo não foi o fim.

Airen Farreira segurou suavemente o rosto de sua amada com a mão e, lentamente, virou sua cabeça para si.

E disse:

— Olhe para cá. Continue olhando apenas para mim.

— Ah, ah… Brett, me sirva mais uma dose. Não, apenas me passe a garrafa.

Judith abaixou a cabeça e murmurou, como se estivesse tonta.

Ela sabia que era uma brincadeira. Mas, mesmo sendo uma brincadeira, não esperava que eles pudessem dizer palavras tão embaraçosas de forma tão despreocupada.

Era ainda mais chocante porque nenhum dos dois tinha esse tipo de personalidade. Se Brett tivesse feito isso, ela teria entendido…

No momento em que pensava nisso, uma mão subitamente se estendeu.

Brett segurou o queixo de Judith e disse, com um olhar ardente:

— Eu também quero ficar bêbado de você, Judith.

— …Parem com isso antes que eu mate todos vocês.

— Hmm? Por que não funciona comigo?

— Chega, por favor, parem…

Judith murmurou com uma expressão de dor, e os outros três explodiram em risadas.

Isso mesmo. Mesmo depois de tanto tempo, eles ainda eram amigos.

Em um ambiente confortável e sem qualquer constrangimento, os quatro jovens conversaram sobre diversos assuntos.

O primeiro tema foi a história entre Airen e Illia. Judith sabia que eles tinham sentimentos um pelo outro, mas não sabia exatamente como haviam se tornado um casal. Desde que os dois diante dela não exagerassem na demonstração de afeto, ela definitivamente queria ouvir essa história.

Felizmente, dessa vez, o casal Airen e Illia não disse nenhuma besteira. Na verdade, eles apenas ouviram as explicações um tanto exageradas de Brett e reagiram de maneira envergonhada. Tanto que Judith sentiu vontade de provocá-los.

“Não. Se eu provocá-los e eles começarem com as ‘melosidades’ de novo, eu não vou aguentar!”

Pensando assim, Judith manteve a boca fechada, escutou a história de Brett e conseguiu aproveitar a história deles até o fim.

No entanto, a próxima história também era uma história de amor.

Brett e Judith também eram um casal, e Airen e Illia não conheciam bem a história deles.

— Pessoal, cuidado. Encham seus copos com água também.

— Hã?

— O quê?

— Pode ser que fiquem subitamente com sede ouvindo uma história tão doce, então estou avisando com antecedência. Entenderam?

Novamente, foi Brett quem liderou a conversa. Sem hesitação ou vergonha, ele contou todos os detalhes triviais, fazendo o rosto de Judith ficar vermelho. Claro, ela era a única envergonhada, enquanto todos aproveitavam o momento com expressões divertidas.

“É realmente incrível.”

Airen pensou enquanto olhava para seus amigos.

Quando entrou na Academia de Esgrima Krono, nunca imaginou que criaria uma conexão assim com eles. Achava que suas notas, personalidades, origens e histórias eram diferentes demais para que se agrupassem.

— Isso me lembra os velhos tempos.

— É verdade. Esse cara era muito mais irritante quando o conheci do que é agora.

— Pfft.

— O quê? Por que está rindo? Você também era irritante!

— Eu?

— Sim. Agindo como se fosse o número um, sem se misturar com os outros, sempre seguindo seu próprio caminho. Ah, não. Mesmo naquela época, você cuidava do Airen, não é?

Airen não era o único a pensar assim. Os outros também começaram a trazer histórias antigas, e assim começou uma viagem nostálgica pelo passado.

Histórias dos dias de treinamento na Academia de Esgrima Krono.

Histórias dos cinco anos em que Airen esteve ausente.

Histórias sobre o reencontro e as experiências estranhas e interessantes que tiveram ao viajar juntos.

Depois de passar por tudo isso, o assunto voltou ao presente.

O Torneio dos Heróis.

Judith trouxe à tona o grande evento que os havia reunido.

— Então, como vocês estão se sentindo?

— Hã? Sobre o quê?

— Sobre este torneio. Qual é o objetivo de cada um aqui?

Ninguém respondeu.

— Não me diga que vão soltar aquelas frases do tipo ‘participo pelo simples fato de participar’ ou ‘o importante é o propósito do torneio, não o resultado’, ou algo assim?

O olhar de Judith, enquanto falava, estava fixo em Airen.

Na verdade, quase tudo o que ela dizia era direcionado a ele.

Quanto a si mesma, é claro que seu objetivo era o título. Antes de considerar se poderia ou não alcançar isso, ela era alguém que simplesmente não suportava perder para ninguém.

Ela também podia adivinhar qual era o objetivo de Illia. Ignet Crecensia, sem dúvida. Mesmo que seu ódio e obsessão por ela tivessem desaparecido, não havia necessidade de apagar também uma competitividade saudável.

“Ou seja, em outras palavras, ela almeja a vitória.”

Mesmo que os outros não soubessem, Judith sabia. Não, todos os quatro reunidos ali sabiam.

Que o nível de Ignet era muito mais alto do que o que o público conhecia. Que ela estava mais próxima da vitória do que Camrin Rey.

Se alguém mira em um oponente desse calibre, seria estranho não desejar a vitória. Pelo menos, era isso que Judith pensava.

“Quanto a Brett… eu realmente não sei.”

Judith desviou o olhar para seu namorado, Brett.

Em certos aspectos, ele era ainda mais difícil de decifrar do que Airen. Quando criança, tinha um espírito de luta mais forte do que qualquer um, mas depois de adulto, parecia livre de qualquer competição ou conflito.

Claro, ela sabia melhor do que ninguém que suas habilidades eram incríveis e que sua presença nas fases finais era praticamente garantida…

Enquanto refletia sobre isso, a ambição de Airen Farreira se manifestou.

Isso mesmo.

Era um grande objetivo, digno de ser chamado de ‘ambição’.

— Estou pensando em vencer.

— Para mostrar minhas melhores habilidades, para que muitas pessoas possam se sentir seguras e seguir com suas vidas. Para vencer exibindo um desempenho mais notável do que qualquer outro. Esse é… o meio mais realista e eficaz que tenho agora para ajudar o mundo.

O clima no salão ficou subitamente sério.

De certo modo, era uma crença e um objetivo que mais se alinhavam com o propósito do torneio. No entanto, para a maioria dos participantes, essa era uma afirmação que só convidaria ao ridículo.

Mas Judith não tinha intenção de criticá-lo. Porque ela o observou até agora.

Sabia quão nobre, firme e sincera era sua intenção. Não eram apenas palavras vazias, mas um propósito pelo qual ele realmente se esforçava. Provavelmente, todos ali sabiam disso.

Será por isso? Mesmo que seu olhar não estivesse voltado para ela.

Mesmo que estivesse mirando algo mais distante, mais alto, Judith não ficou irritada.

Se fosse qualquer outra pessoa, ela não teria deixado passar. Teria retrucado, dizendo que era um absurdo e desafiando a pessoa a passar por cima dela primeiro se quisesse vencer.

No entanto, a reação inesperada veio de alguém totalmente diferente.

— Então você simplesmente não liga para mim?

— Hã?

— Não é? Se você viu o chaveamento, sabe que vamos nos encontrar nas quartas de final. Se estivesse consciente disso, não deveria estar dizendo tão facilmente a palavra ‘vencer’.

— Ah, eu… isso…

Airen ficou desnorteado.

Illia e Judith também.

Desde o início, sua declaração não tinha intenção de ignorar ninguém. Era apenas sua determinação em fazer o melhor por suas crenças e buscar o melhor resultado possível. Não havia razão para uma reação tão abrupta.

Era ainda mais desconcertante porque quem estava criando caso era Brett.

Se fosse Judith, eles ao menos entenderiam. Mas ele, que normalmente demonstrava a postura mais madura nesse tipo de situação, reagindo assim?

Um silêncio pesado encheu o cômodo.

— Hmm, acabei estragando o clima. Desculpem.

Brett despejou o restante do licor forte em seu copo e o virou de uma vez. E então se levantou.

Embora não estivesse bêbado, parecia um pouco embriagado ao se erguer e lançar um olhar breve para Airen.

— Bem, eu tenho que treinar.

Nem Airen, nem Illia, nem Judith conseguiram detê-lo quando ele se virou e saiu da sala.

Assim, a bebedeira dos quatro terminou em um clima levemente desconfortável e estranho.


— Pff, mas o que diabos ele está fazendo?

Depois que a conversa terminou de maneira esquisita, Judith resmungava sem parar enquanto se dirigia a um salão de treinamento privado.

Era uma cortesia do Reino Sagrado para os participantes do Torneio dos Heróis, mas, por causa disso, se tornou um incômodo ir atrás de Brett.

“Não, essa não é a hora de me preocupar com os outros!”

E era verdade. Ela sempre agia com confiança, mas não era tola a ponto de não reconhecer a realidade. Ela não era uma das favoritas ao título. Deixando Airen e Illia de lado, sua adversária nas oitavas de final seria Ignet Crecensia. Não tinha tempo para se preocupar com os outros, preocupar-se consigo mesma já era mais do que suficiente.

…Mesmo assim, estava preocupada.

Judith suspirou. Sentia que havia mudado em algum momento.

“Eu não preciso da ajuda, preocupação ou incentivo de ninguém. O mundo sou só eu, então escalarei até o topo com pura força de vontade, teimosia e veneno. E então zombarei de todos que já riram de mim.”

Esses votos de infância haviam enfraquecido.

Pensou em Khun, que não viera procurá-la, pensou em Brett, que se tornara seu namorado, pensou em seus preciosos amigos, Airen e Illia. E agora se preocupava até mesmo com pequenas disputas entre eles.

Era complicado.

Sua mente estava tão bagunçada que parecia que explodiria.

— Ei.

À sua frente, aproximando-se com um sorriso provocador, estava um gigante musculoso. O Rei Mercenário do Sul, Jakuang. Ele ainda sorria enquanto falava.

— Ainda faltam dez dias para o torneio, certo? Mas estou impaciente. Não posso esperar tanto tempo.

Judith apenas o encarou.

— Ah, não precisa ficar assustada. Não vim fazer nada de mais. Só queria uma luta amistosa, algo leve…

Uma aura irrompeu ao redor do corpo de Judith. Não era uma aura brilhante e espessa, visível como a de um Mestre. Ela ainda era uma Especialista. Ainda faltava. Mas, em termos de calor, em termos de intensidade, ela não perdia para ninguém.

Ela, que agora se tornara chamas reais, desembainhou sua espada e disse:

— Bem quando eu precisava…

“Você veio ao lugar certo.”

Judith, que exibia um sorriso feroz, avançou.

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