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Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 353

A Espada dos Céus (3)

O Mestre Espadachim, a verdadeira aspiração de todo espadachim. Do garoto do interior brincando de chefe de gangue no beco ao mercenário veterano que sobreviveu a incontáveis batalhas de vida ou morte, até mesmo os nobres de nações poderosas, donos de fama invejável, todos sonhavam com o momento em que uma Aura da Espada se manifestaria em sua lâmina.

Claro, nem todos eram assim. Alguns já haviam alcançado esse nível de poder. Os poderosos que buscavam deixar sua marca no continente possuíam talentos que nenhum reino conseguiria conter. E os gigantes que foram além disso almejavam gravar seus nomes na própria história.

Esses chamados ‘gênios entre gênios’ sonhavam com um reino além de Especialista e Mestre. Um lugar que jamais aparecera nos registros históricos, mas que acreditavam, com certeza, existir.

Para alcançar o Grão Mestre suportavam dores dilacerantes todos os dias.

“E eu sou igual a eles”, pensou Illia Lindsay.

Não era apenas sua própria história. Se a primeira aspiração era superar o Primeiro Patriarca da renomada família Lindsay, então a segunda era alcançar o Grão Mestre. Illia e Dion já brilhavam entre os mais fortes do continente, mas para estar numa posição verdadeiramente inigualável? Isso ainda não bastava.

Outros sentiam o mesmo. Esforçavam-se para atingir o feito colossal que era tornar-se um Mestre. Os paladinos de Arvilius buscavam poder absoluto através da fusão entre poder sagrado e aura. Excêntricos como Khun abandonaram o equilíbrio e se focaram em uma única força até o extremo. Até os guerreiros orcs e Airen usavam elementos, o que resultava numa esgrima misteriosa.

No caso da família Lindsay, a intenção era usar a aura para criar um novo poder chamado ‘vento’ ao tomar para si a liberdade que transcende os limites da esgrima tradicional.

Terra e gravidade. No momento em que alguém se libertasse completamente dos obstáculos que prendem um espadachim ao chão, sua esgrima se completaria. Para a família Lindsay, isso significava dominar os céus, e assim, criaram a técnica secreta final da Espada dos Céus. Era a técnica que Illia acabara de usar.

Ao usar a força poderosa do vento para erguer o corpo, era possível voar livremente em direção ao inimigo no solo. E então destruí-lo.

Atualmente, o controle de Illia sobre essa técnica ainda era imaturo, com uma brecha inevitável durante a fase de preparação. No entanto, ela acreditava que, ao ultrapassar essa fase com segurança, empunharia uma esgrima invencível, que ninguém no mundo seria capaz de rivalizar.

Exceto que, aparentemente, havia um problema.

— A esgrima que mostrei não era a forma final da Espada dos Céus? — perguntou ela a Dion.

— Isso mesmo. Você consegue ver, não consegue?

Whoosh!

Dion Lindsay balançou a mão, e sua espada se moveu suavemente diante de sua descendente ainda atordoada. Para os sentidos de um Mestre, a espada se movia tão devagar que era entediante. Mas Illia não conseguia desviar os olhos.

Transcendendo a gravidade. Transcendendo o corpo. Tornando-se ilimitadamente livre, não mais restringida pelo corpo humano, a espada do Primeiro Patriarca continha um número quase infinito de caminhos. Só o pensamento disso já a perturbava.

— Me ensine.

— Hmm? O quê?

— Aquilo. — Illia ergueu sua espada, apontando para a lâmina em movimento. — Me ensine a verdadeira forma final da Espada dos Céus.

Dion riu.

— Você rangia os dentes e balançava sua espada contra mim, tentando vencer, e agora pede isso?

Continuando a rir, Dion Lindsay observou os arredores. Estava tudo destruído. Nem se centenas de gigantes das lendas pisassem no chão ao mesmo tempo, a área estaria tão arrasada. A maior parte disso era por causa da aura de Illia. Da metade do combate em diante, ele apenas a acompanhou. Em outras palavras, as palavras de sua descendente eram extremamente descaradas.

E essa atitude continuava.

— Você não ia me ajudar de qualquer forma? — ela perguntou.

Dion riu mais uma vez.

— Não ria! A Lulu disse que você era um ajudante, alguém que me ajudaria a completar essa missão. Então vá logo e cumpra seu papel. Eu sou sua descendente, e estou arriscando o destino atual do continente ao estar aqui…

“E arriscando o Airen.”

— Por favor, pode me mostrar a verdadeira Espada dos Céus?

— Você está mentindo.

Illia ficou surpresa.

— Perdão?

Ela admitia estar sendo um pouco insolente. Não negaria que agira de forma irritada e infantil com seu ancestral, que merecia respeito. Mas mentir? Ela jamais mentiria. Jamais.

Mas os pensamentos de Dion pareciam inabaláveis. Determinado, mas benevolente, o velho disse:

— Deixe isso de lado, tudo bem. Como quiser, vou te ensinar o estágio final da Espada dos Céus. Para isso, que tal revisarmos nossa pequena luta anterior?

Illia franziu a testa, confusa.

— O que você acha, minha querida descendente, que foi a maior diferença entre nós dois?

Sob o olhar afiado dele, Illia vasculhou sua mente. Não era fácil responder, não quando pensava nas palavras inquietantes de antes, na derrota esmagadora e na habilidade inimaginável dele. Seus pensamentos não se conectavam. Mas logo se acalmou, sua mente clareando. Precisava se agarrar à grande oportunidade oferecida por seu ancestral, era o melhor caminho para voltar até Airen.

Felizmente, algo lhe veio à mente: o espaço.

Não apenas a distância entre espadachins, mas um conceito muito importante que apenas alguns poucos fortes no mundo possuíam.

Depois de refletir mais um pouco, Illia encontrou a palavra apropriada.

— Domínio.

— Correto — disse Dion, rindo com gosto.

Ele recolheu sua espada e concentrou a mente. Suas roupas esvoaçaram, e um vento forte se ergueu. Ele não apenas circulava ao redor dele, mas se estendia muito além, profunda e amplamente por sua aura, tudo isso de forma sutil.

Sentindo a aura do velho tentando permear seu próprio domínio, Illia assentiu.

— Entendo. O vento é o começo e o fim da Espada dos Céus… Ao espalhá-lo o máximo possível, posso infundir minha vontade. Ele constrói o próprio mundo.

Ela fechou os olhos. Manifestar aura não era apenas emitir uma Aura da Espada. Desde que a aura fosse emitida para fora do corpo e trouxesse algum benefício, era válido. Brett Lloyd havia feito isso durante o Torneio do Herói. Ele espalhou sua aura ao redor, às vezes como névoa, às vezes como mar, auxiliando seus próprios movimentos e prejudicando os do oponente.

“Judith foi igual. Ela liberava uma aura flamejante ameaçadora, incutindo medo no coração do adversário.”

Agora Illia entendia por que Dion a dominara no início do duelo. Ela havia perdido na batalha de domínios. Ele espalhou sua aura mais longe, mais fundo e de forma mais sutil que ela. Sem saber, seu vento havia pesado sobre o corpo dela e dado asas à sua esgrima.

Illia mordeu o lábio inferior. Antes, teria percebido isso de imediato, mas agora só notou tarde demais. Parecia que a diferença entre eles em combate real era maior do que pensava. Mas com uma única expiração, expulsou todos os sentimentos desconfortáveis. Sua expressão se iluminou consideravelmente.

Ao ver isso, Dion Lindsay ergueu as sobrancelhas.

— Você parece bastante aliviada?

— Estou.

— Posso perguntar por quê?

— Agora entendi. Só preciso me esforçar. Obrigada por me ensinar.

— Você fala como se já entendesse tudo.

— Está preocupado?

— Claro que estou preocupado.

— Não precisa se preocupar. Infundir uma espada com vontade, infundir uma aura com vontade… Eu já estou familiarizada com o conceito — respondeu Illia com uma expressão confiante.

Ela já conhecia a Lâmina do Coração de Ignet. Também sabia como imbuir a aura com vontade, sublimando-a em esgrima. Claro, espalhá-la em um objeto estreito como uma espada e depois por um vasto espaço era muito mais difícil. No entanto, isso era uma questão de prática e domínio. Com o tempo, conseguiria resolver.

Illia imediatamente se lançou ao desafio.

“Mesmo que não seja tão fluido quanto ele… talvez eu consiga ao menos fazer a espada flutuar?”

Ela concentrou sua mente e manifestou sua aura. Misturou sua vontade a ela, construindo seu próprio mundo antes de soltar a mão devagar. Como se soltasse um peixe num rio, deixou a espada flutuar no ar.

Thud!

Assustada, Illia se concentrou novamente.

— D-De novo.

Manifestou sua aura e adicionou sua vontade. Preencheu o vasto céu com sua própria cor. Embora os outros não pudessem ver, ela via seu mundo prateado e radiante se desdobrar diante dela. Fazer uma espada flutuar ali não deveria ser problema algum. Com uma expressão confiante, soltou a espada pela segunda vez.

Thud!

E falhou de novo.

O silêncio tomou conta do lugar.

— Você tá me deixando com vergonha. Por que não diz nada?

— Por que está fazendo isso?

Whoosh!

Illia lançou um olhar furioso para Dion, claramente frustrada. Antes não sabia, mas agora sabia. Dion havia invadido seu domínio com a própria aura. Para que a espada flutuasse, ela precisava criar um mundo estável, mas seus esforços fracassariam se a aura do oponente interferisse.

Dion permanecia impassível. Disse, com uma expressão séria:

— Que tolice.

— Perdão?

— Eu disse, você é tola.

— Por quê…

— É importante criar seu próprio mundo? Se esse mundo balança ao menor estímulo, você realmente pode chamá-lo de seu?

— Talvez se for uma aura mais profunda…

— Não é uma questão de aura. Há um problema mais fundamental aqui. Qual você acha que é?

Illia não respondeu.

— Não responde porque não sabe? — perguntou Dion. — Ou porque não quer admitir?

— Está dizendo que meu coração não é forte? — ela perguntou.

— Então você sabe.

— Não — respondeu Illia, firme. — Está errado, Dion.

Illia o encarou com uma expressão firme de negação.

“Isso mesmo. De jeito nenhum.”

Claro, ela não estava dizendo que sempre fora forte. Por causa de seu relacionamento conturbado com Ignet Crecensia e o desaparecimento de seu irmão, ela havia vagado por muito tempo. Houve muitas vezes em que se perdeu, seu coração vacilou. Temia olhares e rumores que não precisava escutar.

Mas ela não temia mais essas coisas, porque agora tinha sua família, seu mestre, seus amigos preciosos, e aquele que a ajudou a escapar da longa escuridão: Airen.

Ao se lembrar do nome de seu amado, ela abriu a boca para falar com determinação, mas Dion a interrompeu.

— Você ainda não sabe qual é o problema.

Suas sobrancelhas se franziram.

— Bem, isso acontece quando se é jovem. Eu mesmo passei por isso.

— Do que está falando…

— Nesse estado, é impossível. Completamente impossível. Se não puder construir um mundo próprio saudável e inabalável, então derrotar seu oponente nesta missão será para sempre impossível.

— O quê? O que você quer dizer com…

Sua confusão aumentava. Estaria ele insinuando que ela teria que enfrentar outra pessoa? Ela não precisava ouvir a resposta.

Illia franziu o cenho ao sentir um vento áspero e feroz. Os pelos de sua nuca se eriçaram. Ela olhou para o céu. Mesmo sem nunca tê-lo visto antes, reconheceu imediatamente o ser aterrorizante de físico colossal. À medida que se movia pelo céu, Illia se enrijeceu, o desespero crescendo dentro de si.

O velho disse:

— Pense com cuidado. O que é que abala seu núcleo?

Ao mesmo tempo, Lulu observava intensamente o Rei Dragão Demônio que havia criado por meio da feitiçaria.

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