Switch Mode

Reformation of the Deadbeat Noble – Capítulo 355

Eu Preparei Isto Para Você (2)

Algum tempo após a aparição surpresa de Lulu, Brett Lloyd despertou de seu cochilo habitual de três horas e saiu da cama.

— Mmm, dormi bem.

Os habitantes do mundo da feitiçaria não precisavam necessariamente dormir. Afinal, era um lugar livre do senso comum e das leis da realidade. O tempo passava devagar e esse lugar tinha a habilidade de invocar figuras do passado. Nada fazia sentido. Ainda assim, Brett dormia porque isso era mais benéfico para seu treinamento.

“O sono é importante, tanto física quanto mentalmente.”

Se Brett tivesse apenas um dia, dez dias ou um mês, as coisas seriam diferentes. Nesses casos, ele poderia ter deixado de comer, quanto mais de dormir, e apenas brandido sua espada como um louco para ficar mais forte.

No entanto, Lulu lhe garantiu ao menos dez anos, e, para completar com sucesso um projeto de longo prazo como esse, um descanso de qualidade era essencial. Pelo menos, era isso que Brett pensava, e sua ideia de descanso incluía aproveitar boa comida e hobbies.

“Nesse sentido, o presente da Lulu é bem agradável”, pensou ele ao terminar de se lavar.

No começo, ele ficou se perguntando do que se tratava aquilo tudo, mas no fim, a adição de seu clone aumentou muito a eficiência de seu treinamento. Não era apenas ter um parceiro de esgrima. O clone o ajudava até durante as pausas. Jogavam xadrez juntos, algo difícil de aproveitar sozinho, e conversavam sobre alta gastronomia durante as refeições.

— Você já chegou?

— É. Estava esperando?

— É falta de educação beber algo tão bom sozinho.

— Uísque envelhecido em três tipos de barril… De fato, eu ficaria um pouco irritado se você bebesse tudo sozinho.

Ele não podia pedir um companheiro de bebida melhor. E assim, Brett Lloyd e o clone de Brett Lloyd passavam momentos agradáveis conversando juntos. Os assuntos das conversas eram os mais diversos. Começavam com história, passavam para arte, música, e eventualmente chegavam até política e economia.

No fim das contas, ele realmente aproveitava o processo. Era divertido. Alguns poderiam achar assustador ou repulsivo passar tempo com uma cópia idêntica de si mesmo, mas Brett não sentia isso dessa forma.

“Por isso é bem lamentável…”, pensou Brett ao olhar para o clone, idêntico a ele. Depois de terminar o último copo, percebeu que estava bem triste por hoje ser o último dia.

No dia anterior, Brett alcançara um novo nível. Ele não sentiu a mesma sensação brilhante de quando ascendeu de Especialista para Mestre, mas foi uma realização claramente superior a todos os inúmeros entendimentos que tivera até então. Ele seria capaz de encurralar seu eu de ontem num instante. Isso significava que seu clone, que começara com habilidades semelhantes, já não estava mais à sua altura.

— Brett, também vou te dar uma missão. Você vai derrotar seu clone de habilidades equivalentes. Ele tem as mesmas habilidades, as mesmas condições e os mesmos talentos que você.

— Derrotar o clone?

— Sim. Se completar a missão, você receberá uma grande recompensa. Tão grande que vai custar a acreditar.

Lembrando-se da conversa com Lulu, Brett estalou os dedos.

Tlec!

Ele ativou a feitiçaria da área, e o álcool em seu corpo desapareceu. Ele olhou para seu clone. Ele também estava agora em perfeitas condições, tanto física quanto mentalmente. Trocaram um olhar silencioso e começaram a caminhar. Foram até o centro do campo de treinamento, sacando lentamente suas espadas. A aura que surgia entre eles tornava o clima sombrio.

Brett se preparou. “Não hesite.”

Estar com seu clone era confortável e agradável, como estar com um velho amigo, mas ele não podia se conter com a espada. Havia seres mais preciosos a proteger fora dali.

Whoosh!

Ele daria tudo de si. Em resposta à sua determinação, a aura e os sentidos de Brett se aguçaram, e seus olhos azuis brilharam intensamente. Apesar de sua confiança indo para a luta, ele se concentrou no oponente para reunir informações sobre ele.

Essa concentração provavelmente foi o motivo de ele perceber a tempo: seu clone estava diferente hoje.

Bang!

O clone avançou com uma velocidade explosiva que criou uma cratera no chão. Brett se concentrou em seus pensamentos, acelerados pela tensão, e sua percepção desacelerou o tempo.

“Aura da Espada.”

À primeira vista, a espada parecia semelhante, mas o feixe de luz azul estava comprimido de forma muito mais densa que o normal. Além disso, ele não podia estender a espada, tampouco esquivar-se.

Então, a espada do clone perfurou a cabeça do original. Fragmentos de Brett Lloyd se espalharam em todas as direções. O corpo sem cabeça perdeu toda a força e desabou, logo se dissolvendo no ar como névoa.

Um pedaço de carne caiu enquanto o clone se virava.

Com uma expressão rígida, Brett falou como se nada tivesse acontecido.

— Você comprimiu sua energia.

— Correto.

— E não só isso. Você liberou a energia comprimida no momento do impacto.

— É um pouco mais complicado que isso, mas, em linhas gerais, sim.

— Desde quando você consegue fazer isso?

— Desde ontem. E você? Quando passou a conseguir?

— Está falando disso? — Brett manipulou sua energia, movendo-se para o lado.

Então, uma figura que se parecia com ele permaneceu no lugar, encarando o clone. A aparência tinha muitas falhas, mas era quase indistinguível do corpo principal em termos de energia.

— Sim, isso mesmo.

— Também descobri isso ontem.

— Que absurdo. É uma técnica tão elaborada, e você a executou tão rapidamente…

— Eu também acho a sua técnica ridícula.

Brett balançou a cabeça. O fato de seu clone aumentar a densidade da Aura da Espada não era tão chocante. Muitos que aspiravam ultrapassar o nível de Mestre já tentaram isso, e ele próprio era capaz disso até certo ponto. O que surpreendia era o fato de o clone ter ido além.

“Era como perfurar uma rocha com uma poderosa pressão d’água.”

Ele entendia o conceito, mas ainda era apenas teoria. Usar essa habilidade em combate real era uma história completamente diferente. Brett sentia respeito por seu clone.

— Clone, você é um homem incrível — disse ele honestamente.

— Você também é um grande homem.

— Se não se importar, posso te perguntar sobre a manipulação de aura?

— Claro. Não sou apenas sua missão, mas também seu ajudante.

— Ótimo. Também vou te contar sobre minha realização. Vamos tentar novamente depois disso.

Os dois assentiram com a cabeça, sentaram-se e entraram em uma conversa acalorada, certificando-se de usar parte daquele tempo valioso para se elogiarem e se admirarem mutuamente. No entanto, não questionaram por que cresceram em direções diferentes, apesar de serem 99,9% idênticos.

Mesmo com a mesma personalidade e talentos em um ambiente semelhante, eles não receberiam informações idênticas. Não era estranho que suas pequenas diferenças tivessem levado a uma grande divergência. E isso fazia Brett Lloyd acreditar que ele e seu clone eram semelhantes, mas seres diferentes.

Ele pensava que poderia superar seu clone a qualquer momento. Não seria fácil, mas também não seria tão difícil assim. Se desse o seu melhor como sempre, isso bastaria. No entanto, ele percebeu que havia algo errado quando mais de dois anos se passaram.

— Haa, haa…

— Huff, huff…

“De novo…”, novamente, estavam empatados.

Terminaram em empate inúmeras vezes, mas em dias como o de hoje, ele não conseguia deixar de se sentir frustrado. Era inevitável, já que achava que teria uma vantagem clara hoje, mas estava enganado. Assim como na primeira vez.

E assim como na segunda, terceira e quarta vezes, seu clone também havia feito grandes avanços. Assim como ele. A tal ponto que era impossível determinar qual dos dois era superior. Brett não achava que perderia, mas também não achava que venceria.

Quando o medo de que o impasse atual pudesse durar para sempre surgiu dentro dele, Brett percebeu mais uma vez o quão difícil era essa missão. “Preciso superar a mim mesmo.”

Ele precisava vencer as possibilidades que lhe foram dadas e romper os limites que o prendiam. Era algo quase impossível, por isso, ele se desesperava e sofria. Ele precisava estar nesse nível se quisesse enfrentar o Bufão e o Rei Demônio.

“Tenho que fazer isso para poder estar ao lado de Airen e de meus amigos com orgulho.”

— É cruel — murmurou Brett Lloyd.

Seu clone ouviu e entendeu, mas não ofereceu palavras de conforto. Sabia que isso seria ainda mais cruel.

— Vamos tomar um drinque? Pelos velhos tempos?

Brett lançou um olhar para ele e se moveu sem dizer nada. O clone o seguiu em silêncio. Os dois foram até o salão e beberam em silêncio por um bom tempo.

“Tenho que superar isso.”

Mesmo enquanto se embriagava, Brett não parava de se preocupar. Como poderia superar a si mesmo? O que mais ele podia fazer para alcançar o melhor de si e transcender a si mesmo?

Não era uma pergunta fácil, mas Brett Lloyd não desistia, ele não desistia, não importava o quê.


— Eu dormi? — murmurou Judith baixinho, levantando suas pálpebras pesadas.

Era estranho. Mesmo que dormir e descansar fossem tecnicamente desnecessários no mundo da feitiçaria, às vezes ela simplesmente adormecia e sonhava sem perceber.

Como ela sabia que era um sonho? Essa era uma pergunta ridícula. Não havia escuridão, nem demônios diante dela. Ela também estava livre do cheiro de sangue de Godara.

Ela sacudiu a cabeça com força. “Não tenho tempo pra isso.”

Dormir, descansar, ou até mesmo um instante de alívio eram luxos para ela. Ela precisava queimar tudo o que podia. Nem sequer podia ter certeza de que a chama que cultivava realmente alcançaria o inimigo. Eles eram poderosos demais, e ela era fraca demais. Mas mesmo assim, ela precisava se vingar.

Judith estava prestes a cortar sua própria carne com a lâmina para acordar do sonho, mas não conseguiu. O ar fresco, a paisagem aberta e o calor do sol purificavam sua mente exausta. Como resultado, ela viu o que não conseguia ver antes, lembrando-se de uma paisagem que havia esquecido um dia.

Judith ficou em silêncio. Com os lábios firmemente cerrados, apertou a lâmina vermelha, que já era parte de seu corpo a essa altura, e seguiu em frente. Caminhou rumo ao horizonte e à casa de madeira no meio de tudo aquilo.

— O quê? Onde você estava?

Adiante, estava um velho de cabelos brancos. Seu mestre, não, sua família. Ali estava aquele que ela pensou que nunca mais veria. Aquele que ela desejava poder ver apenas mais uma vez. Então, ela não teria arrependimentos.

— Khun! — chamou Judith, a voz carregada de emoção.

Ela não queria acordar daquele sonho.

Faça uma Doação e contribua para que o site permaneça ativo!
Conheça nossa Assinatura VIP e seus benefícios!!

Comentários

0 0 votos
Avalie!
Se Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais Antigo Mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários

Opções

Não funciona com o modo escuro
Resetar